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Seg, 26/1/09 17:35

YOGA

Como lidar com a Depressão Esportiva com o Yoga (Santôsha)

    Em recente artigo escrito numa revista de grande circulação nacional foi abordada a importância da auto-estima como principal fator de desenvolvimento humano. Esta área de estudo é razoavelmente nova. Com o desenvolvimento da ciência, em especial da psicologia, psiquiatria e neurologia, surgiram novas hipóteses sobre o funcionamento da mente e do cérebro¹. Surgiram pesquisas sobre outras formas de inteligências¹. O mundo descobriu as inteligências intrapessoais, interpessoais entre outras. Agora, finalmente, começam os comentários sobre a auto-estima.
    Estudos preliminares que tratam da relação que existe entre a auto-estima e o desempenho esportivo surgiram nas últimas décadas². A maioria destes comentários classifica a auto-estima como sendo o fator primordial no desenvolvimento humano e no desempenho de atletas, nas suas mais diversas categorias.
    Nos textos de Yoga, entretanto, este assunto já é muito antigo. A preocupação com a auto-estima surge na primeira sistematização do Yoga. Pressupõe-se que esta obra tenha sido escrita entre o século II a.C. e o século VI d.C. Seu escritor, Patañjali, classifica a auto-estima (Santôsha) como um dos autocontroles (Niyama) fundamentais à prática desta filosofia (o Yoga).
    No transcorrer da história e do desenvolvimento do pensamento ocidental, essa palavra sânscrita, Santôsha ganhou múltiplas transliterações. Desta forma, ele pode ser interpretado como: contentamento, auto-estima, satisfação, alegria, sentimento de prazer. Como praticante desta filosofia há mais de 25 anos, vejo essas transliterações como algumas das múltiplas manifestações da mesma percepção. Essa percepção, porém, é ainda muito mais abrangente do que as propostas atualmente.
    Para atletas de quaisquer categorias, o fracasso leva a uma situação de auto-estima baixa (descontentamento, falta de prazer, insatisfação, depressão). Tal sentimento não é, por si só, ruim afinal os atletas quando estão nesta condição são mais suscetíveis às palavras de apoio de seus respectivos treinadores (Smith, 1997). O problema surge quando esse sentimento se prolonga. Quando os fatores estressantes ultrapassam a aptidão física do atleta, a depressão pode instalar-se indefinidamente².
    A depressão pode ser provocada por inúmeros fatores. Entretanto, quando ela se prolonga a "somatização" passa ser um alto risco. Como isso ocorre? Ao efetivar a mitose as células reproduzem e aumentam os receptores celulares dos sentimentos predominantes. Se nossos sentimentos predominantes forem depressivos e se os mesmos sentimentos permanecerem por longos períodos, chegará um momento em que ocorre uma overdose destes sentimentos. É por essa razão que os depressivos mantêm-se nesta condição.
    O que o Yoga faz para quebrar esse ciclo destrutivo?
    Na primeira fase o professor de Yoga, através da indução verbal, estimula um estado emocional produtivo (eu, particularmente, gosto de trabalhar com os sentimentos de paz, alegria e satisfação e suas manifestações). Numa segunda fase, transformamos isso num condicionamento reflexo. Uma versão ampliada da teoria de Pavlov. Em seguida passamos para a expansão destes condicionamentos através de Pranayamas³ que, conseqüentemente, leva suprimento extra de oxigênio para o cérebro. Como é sabido isto em associação com atividade física aeróbia reduz os estados depressivos¹.
    Todos os estados emocionais causam contrações involuntárias de músculos. Neste caso, os Asanas³ atuam reduzindo estas tensões e permitindo um restabelecimento paulatino e constante. Algumas posturas têm a capacidade de aumentar a oxigenação do cérebro em mais de 80% intensificando os efeitos dos Pranayamas citados anteriormente.
    Durante o período de Yoganidra³ os praticantes relaxam todas as estruturas do indivíduo sejam elas físicas, emocionais ou espirituais.
    Em última instância, o Dhyana³ faz com que o praticante entre em contato consigo mesmo¹, desenvolvendo e aprendendo a entrar em contato com seus condicionamentos internos buscando conhecê-los e/ou mudando-os³.
    Tudo isso é garantido por mais de 5000 de experimentação não científica. Porém, acessível a quaisquer pessoas que queiram experimentar. Bastando para tanto, procurar um professor experiente.

Bibliografia:
¹ Goleman PhD, Daniel (Inteligência Emocional,1996)
²Nestes ítens constam os seguintes trabalhos:
" Cratty (1983)
" Gelfand & Hartmann, 1978
" Thomas et al., 1978
" Lintunen, 1985
" Becker Jr., 1992 ;1997b
" Skubic, 1965
" Scanlan & Passer (1978; 1979
" Hansen (1967
" Griffith, 1972;
" Simon & Martens,1979
" Van Yperen, 1998
" Smith & Smoll, 19 90
" Smith, 1997
" Heil (1993
" Meeuwisse & Fowler, 1988
" Crossman , 1985;
" Eldridge, 1983;
" Wiese & Weiss, 1987
" Weiss & Troxell (1986
" Chan e Grossman (1988
" Smith e colegas (1990),
³Leia também "O Yoga e suas técnicas"

Artigo enviado por Prof. André Luís Silva Brochieri(currículo).

 

 


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