VOLEIBOL
COMUNICAÇÃO
NO VOLEIBOL
Prof. Aluísio Menin Mendes*
Segundo o dicionário Aurélio (1993)
comunicar é tornar comum, ligar, unir; estabelecer comunicação,
entendimento, convívio; transmitir, propagar. Comunicar
não é nada mais nada menos do que o que fazemos
a todo momento que queremos nos expressar e o que precisamos
para viver.
Nos treinamentos e jogos de Voleibol não é diferente,
a comunicação é uma necessidade. Para que o técnico
possa passar instruções ou informações aos seus atletas
necessita comunicar-se. Da mesma forma quando os atletas têm dúvidas
ou desejam manifestar suas opiniões vão precisar desta linha de
ligação. Podendo ser feita através de gestos, palavras ou
até expressões faciais, a comunicação entre técnico
e atletas, ou entre atletas é algo imprescindível. E, assim como
os fundamentos do jogo, pode ser aprendida e melhorada.
Quantas vezes o técnico vê seu atleta retornar ao exercício
ou ao jogo, após ter recebido instruções e não ficou
pensando que falou grego? Será que esta comunicação
está ocorrendo de forma adequada? É evidente que existe um problema.
Ao comunicar, o técnico deve levar em consideração o nível
do atleta que possui, e se for aprendiz exigirá então uma atenção
especial. Não fazer-lhe fortes pressões que é segundo COSTA
(2001), uma forma para não inibir o aprendizado é um dos fatores
a considerar.
Outro cuidado que o técnico deve ter em mente ao comunicar é que
a capacidade dos atletas difere muito. Detalhes que são óbvios
demais para ele, provavelmente passarão despercebidos para o iniciante.
Então, ao transmitir informações o técnico deve considerar
esta diferença de idade e conseqüentemente de experiências
para poder adequar sua linguagem ao atleta. Mesmo com atletas experientes falar
de forma simples e objetiva, com um número pequeno de informações
seria o ideal. Se fizer isto de maneira relativamente freqüente, enfatizando
os aspectos positivos, motivará o aluno e reforçará a aprendizagem
(MAGILL, 2000). Ser sincero e compreensível (ASEP, 1999, p.23)
conquistará a confiança do atleta no técnico.
Não se pode esquecer que cada técnico tem sua própria
personalidade, sua própria percepção e uma forma diferente
de avaliar as situações, porém deve, ao comunicar, ter em
mente que quer o melhor para seu atleta. Fazendo com que o aprendiz compreenda
esta intenção sua, ele também fará o possível
para compreender o que lhe é transmitido. Terá que ter consciência
que também tem liberdade e o poder de expressar-se. Afinal a comunicação é um
meio de entendimento entre 2 ou mais pessoas e as informações devem
ir e vir. Entretanto, é fundamental que ao receber as informações,
tanto técnico, como atletas, estejam atentos e realmente interessados
(ASEP, 1999).
Outro problema que retratamos agora é a comunicação
entre os próprios atletas. Principalmente na iniciação do
Voleibol são muito comuns os erros ocasionados pela falta de comunicação
entre os companheiros de equipe. É evidente que num espaço relativamente
pequeno onde 6 pessoas são responsáveis por não deixarem
a bola cair seja até natural que ocorram erros desta natureza. Uma sugestão
clara para solucionar este problema é que sejam ditas palavras em voz
alta. Não vemos a necessidade de gritar, pois tornaria esta bem intencionada
atitude, algo grosseiro e inibidor, principalmente aos iniciantes. Palavras-chave
como: meu, tua, deixa, vai, e
qualquer outra que deixe claro ao companheiro próximo quais são
suas intenções, evitariam a indecisão ou até o choque
entre atletas.
Normalmente se vêm jovens aprendizes utilizarem a visão
para reagir em todas as ações do jogo de Voleibol e não
abrem mão disto por nada. Tudo bem, até chegar o momento de olhar
para o colega ao lado para ver suas intenções e novamente
olhar a bola. Não haverá tempo suficiente para nenhum dos dois
reagir, porque a bola não espera a decisão. Para jovens iniciantes
fica a sugestão de tão logo antecipem a trajetória da bola
digam qual sua intenção: se irá tocar a bola ou deixará para
o parceiro de jogo.
Entretanto a comunicação no Voleibol não é útil
somente nos casos de indecisão. Com jovens que já passaram esta
fase inicial ou mesmo adultos que já jogam a bastante tempo, vemos a possibilidade
das informações serem muito úteis, podendo contribuir na
eficácia do gesto desportivo e isto traduz-se em pontos para a equipe.
A comunicação entre os atletas e seu técnico
pode, por exemplo, entrosar a defesa da equipe. Orientar o colega para ficar
ao seu lado, lembrá-lo da última ação do atacante
adversário, são informações extremamente úteis
porque podem favorecer a antecipação das ações.
Finalizando, acreditamos que para que ocorra esta comunicação
fluente e construtiva é fundamental que os atletas se relacionarem bem.
Sejam realmente companheiros e conheçam seus pontos fortes e fracos. Treinar
a comunicação para que torne-se natural e que até mesmo
os mais introvertidos soltem a voz, inicialmente vibrando quando
a equipe faz pontos e posteriormente dando instruções, alertando
ou mesmo informando sobre suas reais intenções. Treine a comunicação,
ela será um fator importante a seu favor.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
01.American Sport Education Program - Ensinando Voleibol para Jovens São
Paulo: Manole, 1999.
02.COSTA, Adilson Donizete da. Voleibol Fundamentos e aprimoramento
Técnico -Rio de Janeiro: Sprint, 2001. 03.MAGILL, Richard A. Aprendizagem
Motora Conceitos e Aplicações - São Paulo: Edgard
Blücher, 2000. 04.Minidicionário Aurélio de Língua
Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993.
* Professor de Educação Física das Faculdades Integradas
Católicas de Palmas - FACIPAL - Paraná