Home |CDOF Responde | Cadastro de Usuários | Cadastro de Consultores|


 

Seg, 6/8/12 23:11

A mudança de perfil do triatlo moderno.


Autor: Consultor Alen Brandizzi

Data de Publicação:
05/08/2012

    O Triatlo é um esporte que nasceu no encontro de 3 esportes, natação, ciclismo e corrida e que por muito tempo (anos 80/90 e início de 2000) acreditava-se ser um esporte voltado para atletas mais resistentes, de menor velocidade, pois achava-se que ali não encontrava-se os atletas mais rápidos de cada esporte. Bom, mas isso é passado, hoje o esporte é alvo dos melhores atletas e também dos mais rápidos, visto a evolução física e técnica que tivemos em poucos anos.

    Em Sidney 2000, o Triatlo estreou nos jogos olímpicos e estabeleceu um novo padrão de provas mundiais da modalidade, algo já previsto pela ITU nos campeonatos anteriores, mas que voltou o foco para o atleta como elemento principal do esporte, o que até então era focado em marcas e equipamentos.

    Por outro lado a ITU “International Triatlon Union” órgão regulador do esporte mundial (a FIFA do triatlo), estabeleceu um formato de prova padrão assim como um circuito mundial composto de várias etapas ao longo do mundo. Esse formato forçou os atletas mais lentos a abandonarem o circuito mundial, já que o foco nessas provas era a velocidade dos 4 componentes, Natação, Ciclismo, Corrida e Transição.

    Me lembro que até 2003, o padrão de bicicleta para a prática do esporte era a adaptação de uma bicicleta de ciclismo tradicional e com poucos elementos diferentes, tal qual uma roda fechada, ou um Clip (extensão de guidão). Começava-se a popularizar o uso do carbono e do cassete nove velocidades. Lembro que tanto atletas quanto técnicos focavam os treinos, principalmente, na duração do evento e muito pouco na intensidade. Ver atletas correndo a 19 km/h após 1.5km de natação e 40 km de ciclismo era algo pouco comum.

    Em 2005, começaram a surgir as bikes mais adaptadas ao esporte, criadas pelos grandes fabricantes exclusivamente para o uso no esporte. Talvez impulsionados com a explosão do evento “ironman” que teve aumentado o número de participantes em todas as partes do mundo, pois se tornar um “ironman” passava a ser o objetivo de qualquer mortal que pudesse comprar um equipamento bom, demandar algumas horas de treino e focar no seu objetivo. Isso porque o ironman é uma prova em que nada-se 3800 m, pedala-se 180 km e corre-se uma maratona (42km) ao final, só isso já é premissa básica para um dia daqueles.

    Assim, não só o ironman cresceu, mas todos os tipos de Triatlo começaram a surgir e ganhar adeptos.

    Nascido em 1996, o "Xterra", nome de um modelo de carro de um antigo patrocinador, começou a alcançar lugares diferentes, pois o formato do esporte era sim do triatlo, 1,5 km natação, 30km bike e 11 km de corrida, embora realizados totalmente em ambiente offroad (trilha, morro e barro). E confesso que ao encarar algumas dessas provas, recentemente, percebi que é um mundo completamente novo, com exigências metabólicas e técnicas totalmente distintas do triatlo, tal qual conhecemos. Isso porque a prática do mountain bike e a corrida em trilha são elementos de diferenciação que dão vida e continuidade a esse esporte que merecia, certamente, constar como esporte olímpico tal é a sua complexidade.

    Mas voltando a evolução do esporte, também temos provas de triatlo Sprint, com distâncias com cerca de ¼ das provas olímpicas. As provas de short Triatlo que já existiam antes e que popularizaram o esporte por ter duração média de 1hora e 20minutos, o que facilitou a realização em pequenas cidades ou federações.

    E a prova olímpica atual, que é sem dúvida uma prova dos atletas mais velozes capazes de nadar 100m em 1minuto, pedalar a 45 km/h, em média e correr a 19 km/h, como se nada anterior afetasse o seu desempenho.

    É certo que os equipamentos contribuíram para a evolução do esporte. O fato é que a mudança do foco na preparação do atleta transformou o padrão anterior de magrelo e meio lento, para um atleta magro mas com perfil muscular equilibrado e forte. Isso para suportar as cargas de velocidade e intensidade, que são compatíveis com os melhores atletas de cada evento especifico. E apenas 12 anos após Sidney o triatlo está amadurecido como esporte, e oferece diversas opções para a prática, quer seja ela recreacional, motivacional, amadora ou competitiva. E está ao alcance de qualquer um que queira dedicar-se um pouco mais, conciliando com os deveres de nossa vida moderna.

    Antes ser triatleta o colocava em um lugar diferenciado por fazer algo único, era quase como se fosse um escalador do Everest. Hoje com a popularização, tornou-se "Status Quo" exibir aquela tatuagem de Finisher no Ironman. Algo que com um pouco de dedicação todos podem conseguir, mas isso não é uma critica e sim a constatação de que esse fenômeno foi bom para o esporte. O tirou da marginalidade e o colocou próximo a sociedade, facilitando o fomento e a continuidade do esporte pelas gerações posteriores.

 

|::::  Cooperativa do Fitness - Todos os direitos reservados - BH - MG - Na internet desde 05/12/1999 ::::|