Ter, 25/5/10 9:47 REFLEXÕES SOBRE A INSERÇÃO DO TÊNIS COMO CONTEÚDO CURRICULAR DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR * Silvio Pinheiro De Souza RESUMO Diante da diversidade de conteúdos propostos para a educação
física escolar suscita discussões e reflexões
para o desenvolvimento das aulas. É notável que
estas aulas, permitem aos alunos, vivências de diferentes
práticas corporais que neste caso apresentamos a inserção
do tênis como conteúdo curricular desta disciplina.
Sendo o tênis uma modalidade que ainda não tem presença
entre os conteúdos da educação física
escolar, este trabalho com caráter bibliográfico
objetivou realizar uma reflexão sobre uma proposta de
aplicação do tênis na educação
física escolar. Enfocam, também, as propostas existentes
de aplicação do tênis na escola, as atividades
possíveis para as aulas, exibindo as instalações,
equipamentos e materiais utilizados para a prática desta
modalidade. Apresenta ainda a opinião dos professores
e de alguns alunos sobre a inclusão do esporte tênis
na escola. A revisão efetuada, que visava refletir sobre
uma proposta de aplicação do tênis na educação
física escolar, permitiu concluir que, a partir da favorabilidade
por parte dos professores e diante da possibilidade de adaptações
das instalações, equipamentos e materiais, é perfeitamente
possível incluir o tenis entre tantas atividades ministradas
nas aulas de educação física escolar. 1. INTRODUÇÃO A importância que o esporte trás a sociedade pode ser demonstrado de diversas formas, além dos reflexos significativos principalmente na educação e saúde da população, podendo contribuir para a superação de problemas sociais apresentados pelo país. Além disso, o esporte é uma atividade que vem ganhando relevância econômica, haja vista o volume de recursos aplicados e o número crescente de empresas envolvidas. A partir da década de 80, o movimento esporte para todos (PEREIRA DA COSTA, 1981, apud MARTINS JUNIOR, 2004), suscitou uma série de discussões e de reflexões entre os professores de educação física acerca da necessidade de proporcionar na escola conteúdos ecléticos e diferentes, afim de melhor motivar os alunos para a prática esportiva desenvolvida de forma regular e continuada. Dentro das escolas, nas aulas de educação física ou de qualquer modalidade, pode se evidenciar a presença do jogo no cotidiano das crianças, jogo enquanto disputa e rivalidade, nas corridas para chegar primeiro a fila, nas figurinhas deixadas pelo chão, no papelzinho jogado com tubos de caneta imitando a famosa zarabatana, ou até mesmo na execução das tarefas e notas nas provas. Diante disto, nota-se que a presença do jogo se torna indispensável no dia-a-dia da criança. Seria então possível utilizar-se do esporte tênis para potencializar esta “disputa”? As Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná - DCE (PARANÁ, 2008), destacam a utilização de diversos esportes e alternativas para novos conteúdos na prática pedagógica dos professores, porém ressaltam que ao mudar os conteúdos podem gerar uma sensação de desconforto, uma vez que nos deparamos com o novo, com o não experimentado, com aquilo que não é esquemático, articulando o novo do velho, o tradicional do inovador, sem ferir as práticas e experiências de todos os envolvidos no processo de formação. Tal fato ocorre porque,
Por esta razão, para incluir qualquer nova modalidade esportiva no currículo escolar carece de uma ampla reflexão político-social em função dos desafios que precisarão ser enfrentados. Assim sendo, ao programar a atividade do tênis na escola, os professores poderão provavelmente se deparar com algumas dúvidas tais como quando e com o que trabalhar no decorrer dos anos escolares (OLIVEIRA, 2004). Essas e outras considerações que serão frutos de uma revisão de literatura específica levam-nos a questionar a priori: em que condições o tênis pode ser incluído no rol dos conteúdos regulares das aulas de educação física? Visando responder a essas e a outras questões emergentes do estudo, esta pesquisa com caráter bibliográfico (MARTINS JUNIOR, 2009) cujo objetivo é o de refletir sobre uma proposta de aplicação do tênis na educação física escolar. E também relacionar as propostas existentes de aplicação
do tênis na escola, demonstrando as atividades que podem
ser desenvolvidas nas aulas, conhecendo as instalações,
equipamentos e materiais utilizados nesta modalidade além
de verificar na literatura a opinião dos professores e
de alunos sobre a sua inclusão do esporte na educação
física escolar. 2. REVISÃO DE LITERATURA 2.1 O ESPORTE NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR O esporte é tratado pelos autores Barroso e Darido (2006), Rennó et al (2010), e Stucchi (2004) como um fenômeno sócio-cultural, sendo considerado um patrimônio da humanidade. Historicamente foram criadas diversas modalidades esportivas, que sofreram modificações até atingirmos o momento atual. As aulas de educação física permitem aos alunos vivenciarem diferentes práticas corporais oriundas de manifestações culturais da comunidade onde a escola está inserida e que fazem parte do acervo da vida cotidiana dos indivíduos. A educação física é composta pelos conteúdos da cultura corporal, que conforme Chiminazzo (2008) compreende principalmente: jogos, lutas, esportes, dança e ginástica, atividades privilegiadas na escola até porque são sugeridas desde os PCN´s – Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997), nas especificações para a Educação física escolar. Em relação ao esporte, Barroso e Darido (2006) afirmam que o esporte está presente no nosso dia a dia, pois entramos em contato com ele através da transmissão de jogos pela televisão, programas esportivos, jornais escritos, rádio, ou mesmo por nos defrontarmos com praças esportivas e clubes, onde existe um grande número de pessoas vivenciando práticas de diferentes modalidades. O esporte proporciona grande impacto no desenvolvimento social e da saúde da população, pois a partir de uma avaliação da importância do esporte e da realidade brasileira atual, pode-se entender esta atividade como importante agente capaz de contribuir para a superação de problemas sociais e econômicos apresentados pelo Brasil (RENNÓ et al., 2010). Segundo (DAIUTO, 1983, apud PINTO e CUNHA, 1998) o esporte é apontado como um ótimo meio de socialização da criança no ambiente em que ela está inserida, e afirma que “O esporte é uma necessidade individual e social, uma influência que se evidencia cada vez mais dentre as atividades do homem”. Enquanto conteúdo da Educação Física, o esporte é um importante aliado no processo de formação de escolares, podendo ser entendido como um fenômeno composto por diversas modalidades esportivas que, por sua vez, são dotadas de regras sistematizadas e organizadas mundialmente (CHIMINAZZO, 2008). Por outro lado, o esporte é um conteúdo comum no planejamento de Educação Física, por ser uma atividade coletiva e de boa movimentação, com ênfase no desenvolvimento de valências físicas de grande importância para os alunos, tais como: Força, agilidade, coordenação fina e grossa e noção espaço temporal, e também, pelo aspecto da competição, que faz parte da cultura corporal do adolescente (RENNÓ et al., 2010). Não se pode esquecer ainda, os valores desenvolvidos na prática do esporte escolar, como o respeito aos adversários, o jogo limpo (fair play), espírito de equipe e o respeito às regras (POZZOBON e ASQUITH, 2001, apud, MANGRICH e STINGHEN, 2009). Rennó et al (2010) destacam a importância do esporte
na sociedade sendo demonstrada de diversas formas, como, por
exemplo, a preocupação dos governos em tornar o
esporte obrigatório onde quer que a sua ação
se faça sentir, principalmente no ensino, desde a primeira
infância até os cursos universitários. No âmbito
social, o esporte tem função pedagógica
no processo de formação do indivíduo, ressaltando
a disciplina, o respeito à hierarquia e às “regras
do jogo”, a solidariedade, o espírito de equipe
e outros fatores do desenvolvimento humano.
Os autores acima ainda relatam que no esporte escolar há ausência de uma política para estimular a atividade em escolas e universidades. O desporto escolar não possui objetivos específicos. As escolas são despreparadas para o esporte. Os professores se reciclam por conta própria, mas ganham mal e então não se aprimoram. Existe falta de materiais esportivos em muitas escolas. As unidades escolares carecem de espaços, instalações e recursos humanos qualificados. O esporte é também pouco realizado em nível universitário e apresenta problemas semelhantes aos das escolas quanto às instalações, materiais etc. Com enfoque da utilização do esporte no ambiente
formal de ensino, ou seja, a escola, como se referem (PAES, 2002
; TUBINO, 2002 apud BARROSO e DARIDO, 2006) o esporte está presente
na vida dos indivíduos, nada mais significante ele estar
inserido na escola, mais especificamente na disciplina Educação
Física. Stucchi (2004) cita que o esporte visto como um elemento de conteúdo cultural dentro da educação de modo geral pode prever a modalidade tênis de campo co-existindo junto às outras modalidades consequentemente estabelecidas, fazendo parte das oportunidades e da busca de igualdade de participação como premissa de um processo democrático. Dentre as possibilidades de mudança no esporte escolar
apontadas por Rennó et al. (2010) estão à valorização
da atividade curricular da educação física
e massificar o desporto escolar. Estabelecer diretrizes e ações
para que as escolas e as universidades sejam importantes formadoras
de atletas. Criar condições e exigir investimentos
em espaço, equipamentos e materiais necessários.
Incentivar a realização de jogos colegiais e universitários
em todos os estados. Recuperar as instalações esportivas
das escolas e universidades. O Tênis é uma modalidade que ainda não tem presença entre os conteúdos da educação física escolar, embora seja uma modalidade que promove no seu contexto, ações de sucesso e de fracasso, tornando-se ferramenta para as aulas colegiais. Com esta idéia, Stucchi (2007, p.193) refere sobre o
tênis que,
Destaca-se ainda a necessidade de proporcionar na escola conteúdos diversos a fim de motivar os alunos para a prática esportiva desenvolvida nas aulas. Ferraz e Knijnik (2007) reforçam esta premissa, enfatizando que o tênis não é mais um esporte de elite, sendo praticado hoje em toda parte, seja em quadras oficias ou através da adaptação dos espaços disponíveis. Entende que, para isso, é necessária a elaboração de projetos, nos quais, a escola poderia perfeitamente ser aproveitada para tal. No sentido de popularizar o tênis nas escolas, a International
Tennis Federation (ITF, 2008) propõe a implantação
de uma forma atenuada denominada Mini tênis por esta forma
se constituir num processo simplificado para o seu ensino, destinado às
populações de menor faixa etária.
Este processo é um método utilizado para ensinar iniciantes a jogar tênis, que consiste de uma maneira divertida e ativa utilizando a superfície de jogo e materiais adaptados como redes baixas, bolas de espuma, raquetes pequenas para que se aprenda a jogar rapidamente (CBT, 2007, apud SOUZA e MARTINS JUNIOR, 2009), Na obra acima, a CBT refere ainda que, além do aprendizado
mais facilitado, o mini-tênis proporciona a possibilidade
de praticar uma atividade física mais agradável
e divertida, estimulando os jogadores a continuar jogando tênis
em clubes, academias e outros espaços e as habilidades
utilizadas podem ser aprendidas no mini tênis e depois
transferidas para a quadra grande, pois desde o primeiro momento
o aluno pode bater, rebater, e pontuar. 2.2.1 AS INSTALAÇÕES NECESSÁRIAS PARA O TÊNIS NA ESCOLA Muitos professores adeptos do tênis se questionam como seria possível conseguir as instalações necessárias para o ensino do tênis na escola. Para Chiminazzo (2008, pág. 3)
Uma das possibilidades para a iniciação a esta modalidade seria a utilização de uma quadra pequena, demarcada em qualquer superfície plana, com a utilização de raquetes de madeira ou alumínio, leves, pequenas e com cabo fino. As vantagens de se utilizar o mini-tênis são o de se poder usar tanto o pátio de uma escola como uma quadra, as regras são muito simples, a técnica é muito básica, muito fácil, divertido, serve para jovens e adultos, e o material utilizado não é caro. Em relação aos equipamentos e materiais para este jogo, sabe-se que, ultimamente, os professores de tênis têm adotado raquetes mais leves e que proporcionam uma maior potencia em cada rebatida com menor esforço. A indústria atendeu as crianças criando-lhes modelos de raquetes com tamanhos proporcionais a sua altura, produzidos com materiais mais leves e aros maiores das convencionais. Se no passado era um hábito comum o professor serrar
o cabo das raquetes de madeira, para que ficassem com o tamanho
apropriado aos pequenos, existem hoje, raquetes com cabos coloridos
para identificar a empunhadura facilitando o aprendizado e as
bolas de espuma são excelentes opções para
iniciar no tênis.
Um exemplo dessas adaptações são as bolinhas de borracha de diferentes tamanhos. O professor pode também realizar convênios com academias próximas que poderiam lhes fornecer as bolinhas já usadas e que não mais são utilizadas. Segundo (TANI, 1983, apud, STUCCHI, 2007), a bola é um
primeiro elemento motivador para a prática. E ressalta
ainda que,
Para isto, faz-se necessário uma manipulação e um aprendizado desde os primeiros contatos com a bola, pois se torna um fator importante no desenvolvimento dos golpes e controle motor. Quanto maior for a intimidade com a bola, podem-se desenvolver outras etapas com mais naturalidade. Como seguimento do corpo e utilizadas para o domínio de bola, Stucchi (2004), relata que a consciência corporal do uso das mãos mostrará tendências naturais quanto às lateralidades e lados dominantes. Desta forma o peso e o tamanho da raquete deverão respeitar o biótipo da pessoa na aprendizagem e ser incorporada respeitando suas características. Entre essas possibilidades, a raquete, por exemplo, é um material difícil de ser adquirido pela escola, devido o seu alto custo. Poderia então ser utilizado o material oficial ou o adaptado. Existem raquetes de madeira (frescobol) que podem ser muito bem utilizadas no trabalho do tênis na escola e as crianças farão um bom uso delas. Mas, e se eu não tiver nem as raquetes de madeira? Ao lembrarmos do histórico do tênis, veremos que ele era jogado com a palma das mãos, isso é mais do que o suficiente para a criança vivenciar muitas situações do jogo em si. Outro material considerado caro pela escola é a rede, porém sabe-se que todas as escolas possuem rede de voleibol, esta colocada baixa, sem dúvida essa adaptação fará dela uma rede de tênis aos olhos dos alunos. Existem situações que professores prendem a rede de voleibol em duas pernas de pau e fixam-nas no “buraco” dos postes do vôlei e pronto, resolvido o problema. Também se sugere a utilização de cordas, barbantes, faixas listradas (zebra), entre outras opções. Para realizar os exercícios de mini tênis, a ITF (2008) refere que devem ser avaliadas as seguintes características: distribuição das crianças no campo, distribuição dos níveis similares do jogo para cada um destes campos mini. Para isso, Souza e Martins Junior (2009) destacam que os professores:
Então, a possibilidade do trabalho voltado ao tênis na escola é real em relação aos materiais, tendo em vista que alguns materiais a escola já possui, ficando mais fácil à adaptação aos demais, assim, torna-se claro ainda que a criança ao utilizar o seu próprio corpo, poderá vivenciar muita das atividades propostas. 2.2.2 CONTEÚDOS DE TÊNIS QUE PODEM SER TRABALHADOS NA ESCOLA Os professores de educação podem diversificar e criar diferentes formas de atividades com enfoque no tênis, aproveitando da vasta gama de exercícios criados ou utilizados de outros esportes. Para tanto, Miranda (2005) aponta uma série de exercícios apresentados por professores de tênis e educadores físicos em cursos organizados pela ITF destinados ao ensino de crianças na iniciação esportiva, especificamente no tênis. Sugere ainda uma hierarquia metodológica que compreende os seguintes itens: • Exercícios com o próprio corpo. O mesmo autor destaca ainda, que as características dos jogos de iniciação, que devem ser divertidos, adaptáveis aos jogadores através dos objetivos, devem ser variadas, seguir um planejamento, suficientemente exigentes, regras e pontuações fáceis, demonstrações, nível equilibrado dos alunos, professor ser imparcial e também participar das atividades caso necessário, animar os alunos continuamente. As crianças podem iniciar estas atividades seguindo a progressão pedagógica, partindo do simples para o complexo, desta forma varía dos exercícios que se faz apenas com bola, agora pode ser inserida a raquete. Buscam-se cem estes exercícios uma familiarização com a bola e a raquete. Buscam-se com estes exercícios uma familiarização
com a bola e a raquete, cuja execução abrangeria
os seguintes exercícios (ITF, 2008):
Ainda em relação a essas possibilidades a CBT – Confederação Brasileira de Tenis (2004) sugere ainda os seguintes exercícios:
Gonzalles (2005) propõe ainda, outras formas de trabalho com bola como o Alerta ou Stop, A Queimada e o Hokey Tênis. Budinger (1982, apud, PINTO e CUNHA, 1998); Jaquet (1984, apud, PINTO e CUNHA, 1998); e Dhellemes e Bechade (1988, apud, PINTO e CUNHA, 1998), em trabalhos sobre a iniciação ao tênis propõem dezenas de outras possibilidades. Contribuindo com a seqüência pedagógica, Figueiredo (2007) propõe alguns conteúdos, com enfoque na familiarização do tênis. (Anexos 1 e 2) 2.3.1 – ATIVIDADES EXTRA-CLASSE Sabe-se que a Educação física escolar compreende uma série de ações na aula, que devem ser complementadas por outras atividades extra-classe e extra-escolar. Dentre as possibilidades de atividades nas aulas, podem-se destacar as possíveis construções dos materiais, dos espaços e de equipamentos. As aulas de educação física podem ser propostas em conjunto com outras disciplinas como a de educação artística, promovendo a interdisciplinaridade na escola. Mangrich e Stinghen (2009) sugerem a confecção de uma raquete pelos alunos a partir de papelão ou cartolina grossa e redes adaptadas com corda e materiais alternativos tais como retalhos do tecido, tira de papel ou plásticos. Segundo esses autores, ao se oportunizar atividades de construtivismo, os alunos são hoje mais críticos, motivados para a prática do Tênis e as demais atividades propostas para a Educação Física, nas quais participam agora com outro olhar, descobrindo e exigindo do professor novas formas de abordagem, com adaptações de regras e espaços. A partir de 2009, a ITF sugeriu um modelo de quadra com adaptações
para o mini tênis com as seguintes características:
Figura 1. Quadras oficiais propostas por ITF (2009), segundo as progressões de ensino do mini-tênis. Para Rennó et al (2010), o esporte adaptado é em primeiro plano, o meio para simplificar o entendimento e a prática esportiva que o professor pretende ensinar, eliminando as resistências com relação àqueles que não possuem aptidão atlética para o esporte. E em um segundo plano, é o mote para produzir conhecimento, com a pesquisa de materiais para a realização do jogo no espaço escolar, elaborando regras para organizar as partidas, desenvolvendo com isso novas relações sociais na comunidade escolar e logo mais na sociedade, levando esse aprendizado para à sua formação acadêmica, para o trabalho e para a vida.
Figura 2. Adaptação de uma quadra poliesportiva, com possibilidade de se transformar em 12 quadras de mini tênis (MIRANDA, 2005). 2.3.2 - Opinião de professores de educação
física sobre a implantação do tênis
nas No estudo de Mangrich e Stinghen, 2009, os professores relataram suas experiências com os seguintes depoimentos: • “Foi bom observar que os alunos se mostraram bastante motivados diante das atividades propostas e isso se dá principalmente por eles tomarem parte destas decisões. O professor tutor mostrou ser possível diversificar as atividades nas aulas de Educação Física. Além dessa possibilidade de implantar o tênis na escola, mostrou como fazer este trabalho dentro de uma teoria crítica, tornando o curso bastante positivo para os participantes”. Heidy Silva Pinto Donadio – Maringá. • “A minha observação mais importante foi que o tênis na escola é uma grande idéia que veio para complementar a nossa prática docente, é uma novidade na nossa escola, e até quebrando alguns tabus de que o tênis é um esporte só da elite. Fico feliz por ter participado de todo este projeto, tenho todos os textos, já fiz debates na escola com o aluno, já trabalhamos com parte do material, e esta sendo muito bem aceito. Eu acho que a nossa educação está precisando e de grandes idéias como essa”. (Elio Mann – Terra Rica). • “Outro fator positivo de todo o processo, foi a tarefa constante de simplificar o processo de implantação da nova modalidade. Enquanto esporte adaptado, o Tênis na escola se fundamentou na fácil aplicação e no dinamismo, para com isso motivar os alunos a sua prática”. • “Com um planejamento elaborado de simples execução, conseguimos eliminar o marasmo instalado a muito nas aulas da disciplina, a discriminação feita pelos alunos mais hábeis aos de menor desempenho esportivo, nas modalidades tradicionalmente abordadas no currículo da disciplina”. • “Desenvolver projetos de ensino como o Tênis na escola, leva ao aprimoramento da prática pedagógica, do ato de lecionar, uma vez baseado em estudos, seminários, palestras e num documento de referência para todos os professores de Educação Física: As Diretrizes Curriculares da Educação”.
Dentre as propostas existentes de aplicação do tênis na escola, verificou-se que estas tiveram resultados positivos, partindo das atividades simples às complexas realizadas durante as aulas. No rol das atividades propostas para o tênis, as sugestões são muitas, podendo ainda, ser criadas diversas atividades com o conhecimento dos professores oriundos de outros esportes e experiências profissionais. Verificou-se também que as instalações, equipamentos e materiais utilizados nesta modalidade podem ser os oficiais ou adaptados, podendo ainda ser explorados e construídos pelos próprios alunos. Diante as opiniões dos professores e de alunos sobre a inclusão do tênis na educação física escolar, podem-se verificar em seus relatos, a satisfação e o entusiasmo para com a modalidade. A revisão efetuada, que visava refletir sobre uma proposta de aplicação do tênis na educação física escolar, permitiu verificar que, a partir da favorabilidade por parte dos professores e diante da possibilidade de adaptações das instalações, equipamentos e materiais, é perfeitamente possível incluir o tenis entre tantas atividades ministradas nas aulas de educação física escolar. REFERÊNCIAS BARROSO, A. L. R.; DARIDO, S. C.; Escola, educação física e esporte: possibilidades pedagógicas. Revista Brasileira de Educação Física, Esporte, Lazer e Dança, v. 1, n. 4, p. 101-114, dez. 2006. BRASIL. PCN – Parâmetros Curriculares Nacionais – Educação Física: Brasília, MEC/SEF: 1997. CBT - Confederaçao Brasileira de Tenis. Curso Nível 1. Texto apostilado. Londrina: 2004. CHIMINAZZO, J. G.; Esportes de raquete na escola: uma possibilidade de trabalho. Movimento & Percepção, v. 9. n. 12, jan./jun. Espírito Santo do Pinhal, SP: 2008. DIAS, J. M.; RODRIGUES, O. A. F. O TENIS NAS ESCOLAS: uma prática apropriada à cultura escolar. 2009. In BALBINOTTI, C. e Colaboradores; O ensino do tênis: novas perspectivas de aprendizagem. Artmed. Porto Alegre: 2009; p. 61 A 79. FERRAZ E KNIJNIK. Prefácio. In SILVA, S.; Tênis: esporte. 1. ed. São Paulo: Odysseus Editora Ltda: 2007; pág. 5 a 9. FIGUEIREDO, E. C. G. Oficina de Tênis. V Seminário Interdisciplinar de Educação. Texto apostilado. Cesumar, Maringá: 2007 GONZALLES, R.; Workshop sulamericano para treinadores de tenis ITF / COSAT. Rosário, Paraguai: 2005. ITF - INTERNATIONAL TENNIS FEDERATION; 11º Workshop Sul-Americano para Treinadores de Tênis. Texto gravado em CD de mídia. Foz do Iguaçu, 2008. ___. Tennis Europe Conference: Developing 10 & Under Tennis Players. Espanha: 2009. disponível em: http___www.etracker.de_lnkcnt.php_et=hnsqBE&url=http___www.tenniseurope.org_pdf_development_ESTC_Presentations_BM.pdf. acesso em: 13/03/2010. MARTINS JUNIOR, J.; Como escrever trabalhos de conclusão de curso. 3. ed. Petrópolis: Vozes. 2009. ____.A escola como espaço da atividade física continuada. In VIEIRA, J. L.; (Org) Educação física e esportes: estudos e proposições. Maringá: EDUEM, 2004 (p.73-102). MANGRICH, F. J. V.; STINGHEN, F. M”.; A implantação da prática do tenis de campo adaptado na escola - limites e possibilidades” Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, 2009: Curitiba, Paraná. MIRANDA, M.; Juegos de Pre Tenis y Mini Tênis. workshop sulamericano para treinadores de tênis ITF / COSAT. Rosário, Paraguai: 2005. OLIVEIRA, A. A. B.; Planejando a educação física escolar. . In VIEIRA, J. L.; (Org) Educação física e esportes: estudos e proposições. Maringá: EDUEM, 2004 (p. 25-55). PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. DCE - Diretrizes curriculares: da educação fundamental da rede de educação básica do estado do Paraná, ensino fundamental, educação física. Versão preliminar; Curitiba: SEED. 2008. PINTO, J. A.; CUNHA, F. H. G.; O Tênis como alternativa no currículo escolar para crianças entre 8 e 12 anos. Motriz, v. 4, n.1. junho: 1998. RENNÓ, T.; SANTOS, A. M. M. M.; GIMENEZ, L. C. P; CARLOS, E. R.; SÉRGIO. L. S.: Esportes no Brasil: situação atual e propostas para desenvolvimento. Disponível em: :http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/export/sites/default/bndes_pt/Galerias/Arquivos/conhecimento/bnset/esporte.pdf; Acesso em: 20/04/2010. SILVA, S.; Tênis: esporte. 1. ed. São Paulo: Odysseus Editora Ltda. 2007. SOUZA, S. P.; MARTINS JUNIOR, J. O Tênis na escola: diagnóstico da necessidade e perspectivas para sua implantação. Monografia em Educação física licenciatura. Cesumar. Maringá: 2009. Disponível em www.cdof.com.br, acesso em 10/05/2010. STUCCHI, S. Tênis de Campo. Movimento & Percepção. v.7; n.10; jan./jun. SP: 2007. ___. Esporte e Lazer: Conceitos e Reflexões. Campinas: UNICAMP/FEF: GEEL, 2004. ___. O Jogo de “Tênis de Campo” Como Uma Prática
a Favor da Qualidade de Vida no Campo do Esporte de Lazer. Campinas:
UNICAMP, 2004. Endereço do autor: Silvio Pinheiro de Souza CESUMAR: Avenida Guedner, 1690 Bairro: Aclimação silviotenis@hotmail.com
|
|:::: Cooperativa do Fitness - Todos os direitos reservados - BH - MG - Na internet desde 05/12/1999 ::::| |