ATENDIMENTO DE EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR
Protocolo
Internacional de Atendimento Pré-hospitalar
Para qualquer assunto que você queira estudar, sempre haverá um
livro, artigo ou apostila. Em primeiros socorros também há, só que
não dá tempo de recorrer a eles !
URGÊNCIA - Situação onde não há risco à vida
EMERGÊNCIA - Situação onde há risco á vida
SOCORRO BÁSICO - são os procedimentos não invasivos.
SOCORRO AVANÇADO- são os procedimentos invasivos.
ASPECTOS
LEGAIS DO SOCORRISMO
· OMISSÃO DE SOCORRO (ART. 135º DO CÓDIGO PENAL.)
Todo cidadão é obrigado a prestar auxílio a quem esteja
necessitando, tendo
três formas para fazê-lo:
atender, auxiliar quem esteja atendendo ou solicitar auxílio.
Exceções da lei (em relação a atender e/ou auxiliar):
menores de 16 anos, maiores de 65, gestantes a partir do terceiro mês,
deficientes visuais, mentais e físicos (incapacitados).
Telefones de emergência:
CB: 193
SAMU: 192
PM: 190
A principal causa-morte pré-hospitalar é a falta de atendimento.
A segunda é o socorro inadequado.
ETAPAS
BÁSICAS DO SOCORRISMO
Toda vez que um socorrista realizar um atendimento, ele levará em
consideração dois fatores iniciais:
1 - Está consciente ou não? Vítima consciente já demonstra
estar viva.
2 É evento clínico ou traumático? Em princípio,
os eventos clínicos nos permitem maior liberdade de manipulação
das vítimas.
Análise da cena
cuidados com a segurança do profissional (prioridade)
observação
sinalização
Análise da cena - Abordagem da vítima
verificação da responsividade pode ser realizada a distância.
Procuramos
perceber as manifestações da vítima.
checagem dos sinais vitais só pode ser realizada em contato com
a vítima.
Abordagem da vítima
Se for na maca, colocamos ambas as mãos nos ombros do vítima
e falamos com ele. Se for no chão, apoiamos um joelho e colocamos ambas
as mãos nos ombros da vítima.
Sinais - são os indicativos que obtemos sem auxílio da vítima.
Sintomas - são os indicativos que obtemos com auxílio da vítima.
SINAIS
VITAIS - formas de checagem: "VER / OUVIR / SENTIR"
. respiração geralmente usa-se o dorso da mão para
sentir.
. pulso carotídeo (em adultos e crianças) / braquial (em
bebês).
. pressão arterial precisa-se de instrumental específico.
. temperatura precisa-se de instrumental específico.
Checando respiração: Em lactentes não fazemos hiperextensão
cervical.
SINAIS
DE APOIO
são os que fornecem mais informações sobre o estado da
vítima. Não são prioritários, mas são válidos
para mais informações.
. cor e umidade da pele pode indicar problemas circulatórios
e hipotermia. São avaliados pela observação e toque na
vítima. Independem do estado de consciência.
. motilidade avaliamos lesões musculares e déficit neurológico.
Avaliamos pela observação e solicitando ações à vítima.
Só pode ser avaliada nas pessoas conscientes.
. sensibilidade idem ao anterior e mais a hipotermia.
. fotorreatividade pupilar (pupilas dilatadas chamam-se midríase e contraídas
chamam-se miose) o problema não é a posição
final da pupila e sim a ausência de sua reatividade. Midríase
paralítica pode ser indicativo de hipóxia cerebral, edema intracraniano,
hipovolemia, TCE. Miose pode indicar envenenamento, intoxicação.
A presença de midríase e miose juntas, geralmente indica edema
intracraniano por TCE, sendo que o edema nesses casos localiza-se do lado da
midríase. Utiliza-se uma lanterna clínica para avaliação
e independe do estado de consciência da vítima.
Observação
Se a vítima apresentar duas midríases ou duas mioses, chamamos
de pupilas isocóricas ou estando em isocoria.
Se a apresentar midríase e miose ao mesmo tempo, chamamos de anisocóricas,
ou estando em anisocoria.
enchimento capilar pelo tempo decorrido, estimamos a perfusão
sanguínea ou se houve alguma lesão traumática naquele
segmento, que retarda a irrigação. Essa lesão também
pode ser vascular. A avaliação depende da luminosidade do ambiente,
mas independe do estado de consciência da vítima.
Comprimindo a unha e Observando o enchimento.
Observação
O tempo ideal desse teste é o que levamos para dizer enchimento
capilar após soltarmos a compressão na unha.
ROTEIRO
DE PRIORIDADES NO ATENDIMENTO
A ABERTURA DAS VIAS AÉREAS COM CONTROLE CERVICAL
B BOA VENTILAÇÃO
C CONTROLE HEMODINÃMICO (CIRCULAÇÃO / CONTROLE
DAS HEMORRAGIAS)
D DÉFICIT NEUROLÓGICO
E EXPOSIÇÃO COMPLETA DA VÍTIMA E CONTROLE TÉRMICO
* TODA VÍTIMA DE TRAUMA POSSUI LESÃO CERVICAL ATÉ PROVAR
O CONTRÁRIO!
* O ESTADO DE UMA VÍTIMA É INVERSAMENTE PROPORCIONAL AO NÚMERO
DE INFORMAÇÕES OBTIDAS PELO SOCORRISTA.
* NÃO SE ADMINISTRA NADA VIA ORAL PARA VÍTIMAS INCONSCIENTES!
A (Hiperextensão
cervical)
É
a manobra mais utilizada, pois a maior causadora de obstrução
das vias aéreas superiores é a queda da língua.
Em lactentes não fazemos hiperextensão cervical para abrir as
vias aéreas e nem para checar a respiração. A manobra
nesses casos chama-se retificação cervical.
- Cabeça na posição retificada(Mostrando a queda da língua)
- Cabeça em hiperextensão(Mostrando a língua elevada)
- Empuxo mandibular (Repare na posiçãodo polegar e indicador)
- Lateralização da vítima(Serve para liberar as vias aéreas
e exame físico)
Manobra de Heimlich
Também conhecida como compressões abdominais. Destinada às
obstruções causadas por corpos estranhos sólidos. Em crianças
e adultos é realizada no epigástrio. Em gestantes e lactentes,
essa manobra é realizada no tórax, sobre o esterno, sendo entre
os seios na gestante e na linha mamilar com os dedos indicador e médio
nos lactentes.
Estabilização cervical
O colar cervical não dispensa a estabilização manual.
B
Ventilação boca-a-boca (Pode ser boca-nariz, Em lactentes é boca-a-boca/nariz.)
Ventilação boca-máscara (Duas mãos fixando a máscara)
Ventilação ambú-máscara(Duas mãos fixando
a máscara)
Ventilação ambú-tubo (Em lactente)
C Massagem
cardíaca externa
Em crianças e adultos é realizada sobre o terço inferior
do esterno, utilizando-se ambas as mãos apoiando apenas a região
tenar e com os cotovelos estendidos. Em lactentes, essa manobra é realizada
com os dedos médio e
anelar sobre o esterno, abaixo da linha mamilar. Nas gestantes, a execução é como
nos adultos, porém é importante e tração do útero
gravídico para a esquerda, objetivando a descompressão da veia
cava inferior.
Pode ser feito a Massagem cardíaca sobre a maca ou a Massagem cardíaca
no chão.
Controle das hemorragias
Geralmente é realizado com a compressão de gaze sobre o local
da hemorragia. Mas também pode ser necessária a aplicação
de um garrote ou torniquete, dependendo do local da hemorragia e do volume
de sangue.
Pode ser Compressivo apropriado e Compressivo improvisado
D
Não se administra nada via oral para pessoas inconscientes pelo risco
da broncoaspiração.
E Exame
físico da vítima
Objetivando procurar lesões e hemorragias. O exame físico será interrompido
se for encontrada: PR / PCR / hemorragia significante / fratura bi-lateral
de fêmur e/ou de quadril.
Roteiro do exame físico vítima em decúbito dorsal.
cabeça / pescoço / tórax / abdômen / quadril / genitália
/ membros inferiores / membros superiores / coluna vertebral / nuca.
Sempre que o profissional desconfiar que há uma lesão, procederá como
se houvesse.
Controle térmico
Manter a vítima aquecida é uma das preocupações
no atendimento em via
pública ou em qualquer lugar onde possa ocorrer
queda de temperatura corporal.
PRIORIDADE ABSOLUTA (CHAMADO DE A B C DA VIDA)
A ABERTURA DAS VIAS AÉREAS COM CONTROLE CERVICAL
B BOA VENTILAÇÃO
C CIRCULAÇÃO E CONTROLE DAS HEMORRAGIAS
Em princípio, as letras D e E não são
prioridades no primeiro atendimento.
Avaliação Primária
Responsividade
Sinais Vitais
A / B / C
Atenção!
A Avaliação Primária só será interrompida
se ocorrer ou for verificada:
obstrução das vias aéreas / parada respiratória
/ parada cárdio-respiratória / grandes hemorragias / fratura
bi-lateral de fêmur.
Avaliação Secundária
Sinais de Apoio
Exame físico
REANIMAÇÃO
CARDIOPULMONAR (RCP)
·
PARADA RESPIRATÓRIA (P.R.) - INTERRUPÇÃO BRUSCA DA FUNÇÃO
PULMONAR
· PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA (P.C.R.) - SUSPENSÃO IMEDIATA
DAS FUNÇÕES PULMONAR E CARDÍACA
IMPORTANTE
NÃO HÁ PARADA SOMENTE CARDÍACA, POIS ESSA SITUAÇÃO É IMPOSSÍVEL
DE OCORRER. PARANDO O CORAÇÃO, IMEDIATAMENTE OCORRERÁ PARADA
DA FUNÇÃO PULMONAR, OU SEJA, PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA.
Em adultos (de 8 anos em diante)
1 ou 2 executantes preferencialmente com 1.
2 ventilações X 30 massagens cardíacas
Em crianças (de 1 até 8 anos)
1 executante 2 ventilações X 30 massagens cardíacas
2 executantes 2 ventilações X 15 massagens cardíacas
* CHECAGEM DA RESPIRAÇÃO (QUALQUER VÍTIMA) -
VIAS AÉREAS
* CHECAGEM DO PULSO (VÍTIMA INFANTIL E ADULTA) - NO CAROTÍDEO
¨ INICIA-SE A MANOBRA DE RCP SEMPRE PELA INSUFLAÇÃO!!
RCP em crianças e adultos
1 - checando a respiração - Realizando hiperextensão
cervical
A checagem da respiração inicialmente é realizada sem
a hiperextensão. Caso não seja constatado movimento ventilatório,
fazemos a hiperextensão da cabeça para verificar se a ausência
da respiração é devida à queda da língua
no oro-faringe.
2 ventilando- Preferencialmente boca-a-boca, mas pode ser boca-nariz.
3 checando o pulso - Carotídeo (com os dedos indicador e médio).
4 massageando - No terço inferior do esterno, apoiando a região
tenar.
Em lactentes (de 0 até 1 ano)
1 executante
2 ventilações X 30 massagens cardíacas
RCP em lactentes
1 checando a responsividade (Tocando o bebê)
2 checando a respiração (sem hiperextensão)
3 insuflando - Boca-a-boca/nariz (sem hiperextensão)
4 checando o pulso(Braquial)
5 massageando (Dois dedos na linha mamilar)
6 ventilando e massageando
- checagem da respiracao (em qualquer vítima) . vias aereas
- checagem do pulso (em criancas e adultos) . carotideo
- checagem do pulso (em bebes) . braquial
- Iniciamos a manobra de RCP sempre pelas ventilações!!
OBSERVAÇÃO
1 - a Associação Americana do Coração preconiza
que a RCP seja realizada por apenas uma pessoa, até a exaustão,
para somente então ser realizada a troca do executante, por motivo de
sincronia! Exceção para os casos onde os executantes estejam
acostumados a fazerem juntos.
2 - o centro respiratório, localizado no bulbo raquídeo é constituído
por duas partes: o apnêustico, estimulado pelo CO2 e o pneumotáxico,
estimulado pelo O2. Portanto, o alto percentual de CO2 insuflado nas ventilações
da RCP, no ato do socorro básico é essencial.
COMPLICAÇÕES NA
RCP
(PODEM OCORRER MAS NÃO SÃO INDICATIVOS OBRIGATÓRIOS DE
INTERRUPÇÃO DA RCP)
¨ FRATURAS DE COSTELAS - EM PRINCÍPIO
CONTINUAMOS.
¨ FRATURAS DE ESTERNO - TORNA-SE CONTRA-INDICAÇÃO.
¨ LUXAÇÃO COSTO-ESTERNAL - EM PRINCÍPIO CONTINUAMOS.
¨ PERFURAÇÃO DE VÍSCERAS (CORAÇÃO / PULMÕES
/ AORTA / DIAFRAGMA / ETC...) - DEPENDE DE EXAMES COMPLEMENTARES PARA QUE HAJA
CONFIRMAÇÃO DA LESÃO.
CONTRA-INDICAÇÕES DA RCP (SÃO AS SITUAÇÕES
QUE, QUANDO ENCONTRADAS, JÁ SÃO INDICATIVOS PARA A NÃO
REALIZAÇÃO DO PROCEDIMENTO DE RCP, PORÉM, EM CERTOS CASOS,
A DECISÃO DE CONTINUAR OU NÃO FICARÁ A CRITÉRIO
DO SOCORRISTA)
¨ PCR POR TRAUMA DE TÓRAX
¨ VÍTIMAS COM DOENÇAS EM ESTÁGIO TERMINAL
¨ VÍTIMAS COM MAIS DE 75 ANOS
¨ PCR OCORRIDA A MAIS DE 15 MINUTOS
¨ SURGIMENTO DE RIGIDEZ CADAVÉRICA
ATENÇÃO
NA ABORDAGEM DA VÍTIMA, CHECAMOS PRIMEIRO A RESPIRAÇÃO.
EM CASO DE AUSÊNCIA, REALIZAMOS DUAS INSUFLAÇÕES.
SÓ ENTÃO CHECAMOS O PULSO. SE AUSENTE TAMBÉM, COMBINAMOS
COM MASSAGENS CARDÍACAS!
POSSIBILIDADES DE RECUPERAÇÃO
Quanto mais rápido a vítima for atendida é aumentada a
sua chance de recuperação e sobrevivência.
1`= 98% de chance 5`
= 25% de chance 10`
= 1% de chance
HEMORRAGIAS
· DEFINIÇÃO:
PERDA AGUDA DE SANGUE. EM GERAL, TODAS AS HEMORRAGIAS DEVEM SER CONTIDAS
· CLASSIFICAÇÃO:
H. VENOSAS - SANGRAMENTO MAIS ESCURO, QUE SAI ESCORRENDO.
H. ARTERIAIS - SANGRAMENTO DE COR VIVA (RUTILANTE), QUE SAI EM JATOS.
H. EXTERNAS - SÃO AQUELAS COM ORIGEM NA SUPERFÍCIE CORPORAL.
H. INTERNAS - SÃO AQUELAS QUE NÃO OCORREM NA SUPERFÍCIE
CORPORAL
AS HEMORRAGIAS INTERNAS:
PODEM SER DIVIDIDAS EM EXTERIORIZADAS OU NÃO EXTERIORIZADAS. SÃO
EXTERIORIZADAS QUANDO O SANGRAMENTO APRESENTA- SE PARA O MEIO EXTERNO.
· INTERNAS EXTERIORIZADAS
OTORRAGIA - sangramento pelo conduto da orelha externa. Não fazemos
tamponamento. Se a vítima está consciente, posicionamos em decúbito
dorsal. Se estiver inconsciente ou com suspeita de trauma cervical, lateralizamos
com a orelha que esteja sangrando para baixo.
EPISTAXE - sangramento pelas narinas. Fazemos compressão manual com
a cabeça posicionada à frente 45º. Podemos utilizar gelo
juntamente com a compressão, principalmente nos casos de trauma. Em último
caso, fazemos
o tamponamento utilizando roletes de gaze com vaselina.
ESTOMATORRAGIA - sangramento proveniente da cavidade oral, podendo ser originada
por ferimentos na bochecha, língua e extrações dentárias.
Seja qual for o caso usamos gaze sobre a lesão, fazendo compressão,
similar ao procedimento utilizado pelos dentistas. O gelo pode ser aplicado,
na parte externa, nos casos de hemorragias dentárias.
Atenção!
As otorragias e epistaxes podem apresentar saída de líquor (líquido
cefalorraquidiano / LCR), sendo isso um indício de TCE (Traumatismo
Crânio Encefálico), e, portanto, todos os cuidados com a estabilização
cervical devem ser tomados prioritariamente!
HEMOPTISE sangramento de origem do aparelho respiratório, em
geral dos pulmões e/ou árvore brônquica. Não utilizamos
gelo nesse tipo de hemorragia. Na vítima consciente, o posicionamento é recostado
e tentamos mantê-lo calmo. Esse sangramento tem características
de coloração vermelha rutilante, espumante e é expelido
por tosse. Em caso de vítima inconsciente ou com trauma associado, adotamos
a lateralização. Se houver tosse no momento da posição
recostada, colocamos sua cabeça para o lado a fim de facilitar o escoamento
das secreções.
HEMATÊMESE sangramento originário do sistema digestório
alto (esôfago, estômago e duodeno), que normalmente é expelido
por vômito, juntamente com restos alimentares. Costuma ter coloração
escura como borra de café. Em vítimas conscientes, utilizamos
saco de gelo sobre o epigástrio em decúbito dorsal e, em casos
de vômito ou inconsciência, lateralizamos. Nos casos de hematêmese
por trauma, se o vômito ocorrer muito rápido, sua coloração
poderá ser vermelha normal, mas haverá presença de restos
alimentares.
OBSERVAÇÃO: NUNCA UTILIZA-SE GELO DIRETAMENTE SOBRE
A PELE, NEM SOBRE A GENITÁLIA E MUCOSAS!
· HEMOSTASIA: AÇÃO DE CONTENÇÃO DAS HEMORRAGIAS
· MÉTODOS DE HEMOSTASIA: - compressão direta também
chamada de compressão no local. É o
método mais utilizado e eficaz.
ELEVAÇÃO DO SEGMENTO - USA-SE A GRAVIDADE À NOSSO FAVOR
COMPRESSÃO DIRETA ( TAMBÉM CHAMADA DE COMPRESSÃO NO LOCAL, É O
MÉTODO MAIS EFICAZ)
-GARROTE - É O RECURSO EMPREGADO QUANDO OS DOIS MÉTODOS ANTERIORES
NÃO SURTIRAM EFEITO. UTILIZAMOS UM PEDAÇO DE TECIDO, FITA DE
BORRACHA OU QUALQUER MATERIAL SEMELHANTE
PARA ENVOLVER O SEGMENTO, APERTANDO FIRMEMENTE, ATÉ CESSAR A HEMORRAGIA.
-TORNIQUETE - PODEMOS DIZER QUE CONSISTE EM UM GARROTE MAIS
FIRME, POIS ALÉM DO MATERIAL ANTERIOR, USAMOS UM OBJETO COMO CANETA
OU GRAVETO PARA AUMENTAR A COMPRESSÃO.
CUIDADO: GARROTE E TORNIQUETE SÃO APLICADOS APENAS EM MEMBROS,
E O TORNIQUETE É PREFERENCIAL PARA AMPUTAÇÕES
TRAUMÁTICAS!
Observação
Não é verdade que garrotes e torniquetes tenham que ser obrigatoriamente
afrouxados a cada 15. Nos procedimentos de emergência, principalmente
pré-hospitalares, consideramos que os membros superiores podem suportar
isquemia de até 1:30h, e os membros inferiores de até 2:00h.
Portanto, se o garrote ou torniquete foi aplicado e o tempo de chegada com
a vítima ao hospital for inferior a essa margem de segurança,
não haverá necessidade de liberação do fluxo sangüíneo.
Entretanto, nos casos onde o socorro mais adequado demore muito, podemos liberar
por 1 a compressão a cada 15, não esquecendo de que
o curativo sobre a lesão deverá ficar firme durante o tempo de
circulação para impedir perda volêmica. Cirurgias em membros
só podem ser realizadas na ausência de sangue na região,
demorando geralmente mais de 2:00h. E nem por isso a isquemia provocada pelo
tempo decorrido provoca malefícios à vítima.
LESÕES
TRAUMÁTICAS
O TRAUMA É A DOENÇA QUE MAIS MATA ENTRE 05 E 40 ANOS!
CLASSIFICAÇÃO: FERIMENTOS / ENTORSES / LUXAÇÕES
/ FRATURAS
1 -FERIMENTOS
PERFURANTES
- mecanismo de ação: ocorre por pressão.
- características: geralmente apresenta orifício pequeno, o que
dificulta a antisepsia e a avaliação da extensão da lesão.
Agentes causadores: a grande maioria é de objetos pontiagudos como pregos,
tachinhas, furadores de gelo, etc, que podem ser encontrados fixados no local
da lesão, porém, não obrigatoriamente necessitam possuir
pontas. No
entanto não podem apresentar lâminas.
CORTANTE
- mecanismo de ação: ocorre por deslizamento.
- características: apresenta bordos regulares, o que em princípio
facilita a cicatrização e a sutura. Podem possuir profundidade
e extensão variáveis.
- agentes causadores: qualquer objeto que apresente lâmina, como faca,
navalha, caco de vidro, etc...
CONTUSÃO
podem apresentar-se como: hematomas / equimoses ou
escoriações
- mecanismo de ação: ocorrem por trauma.
- características: nos casos dos hematomas e das equimoses,
são os ferimentos que não rompem a integridade da pele. Quando
ocorre a ruptura da pele são chamadas de escoriações.
Os hematomas e as equimoses são identificados por manchas arroxeadas,
sendo que as equimoses são mais difusas e os hematomas mais
Considera-se que todas as manchas azuladas e / ou arroxeadas no corpo são
denominadas equimoses, mas onde puder haver coleta de sangue, será classificado
como hematoma.
As escoriações são superficiais, sangram pouco,
porém apresentam-se extremamente dolorosas.
ENTORSES
perda momentânea de contato das superfícies articulares podem
apresentar 3 graus. Ocorrem apenas em articulações.
Os graus de classificação das entorses são referentes à extensão
da ruptura dos ligamentos, sendo conferido o 1º grau para nível
microscópico, 2º grau para nível parcial e 3º grau
para ruptura total.
LUXAÇÕES
perda definitiva de contato das superfícies articulares. Ocorrem apenas
em articulações.
FRATURAS - SOLUÇÃO DE CONTINUIDADE ÓSSEA
-
· FECHADAS - OCORRE APENAS A LESÃO ÓSSEA, SEM ROMPIMENTO
DA INTEGRIDADE DA PELE.
- Procedimentos nas fraturas fechadas: evitar movimentação /
checar pulsos distais (só em membros) / estabilizar / imobilizar.
· ABERTAS (COM OU SEM EXPOSIÇÃO ÓSSEA) - NESSES CASOS,
ALÉM DA LESÃO ÓSSEA, OCORRE TAMBÉM A RUPTURA DA PELE,
PORÉM A ESPÍCULA ÓSSEA PODE ESTAR EXTERIORIZADA OU SIMPLESMENTE
TER CAUSADO A ABERTURA NA PELE E RETORNADO PARA O INTERIOR.
- Sempre que ocorrer uma fratura aberta, seja com exposição ou
não, a prioridade será a hemostasia.
- Procedimentos nas fraturas abertas sem exposição: evitar movimentação
/ hemostasia / checar pulsos distais (só em membros) / cobrir o ferimento
/ estabilizar / imobilizar.
- Procedimentos nas fraturas abertas com exposição: evitar movimentação
/ hemostasia / checar pulsos distais (só em membros) / cobrir o osso
exposto / estabilizar / imobilizar.
Pulsos distais nos membros superiores: gradial e ulnar
Pulsos distais nos membros inferiores: pedioso e tibial posterior
Cuidados básicos com os ferimentos abertos
¨ antes de qualquer atitude, proteja-se. Se a ferida apresenta sangramento,
pare a hemorragia
¨ agora, lave o ferimento com agua e sabao neutro ou preferencialmente, soro
fisológico
¨ cubra a ferida com gaze esterilizada.
¨ não use pomadas, nem qualquer outro produto que possa causar reação
alérgica
APLICAÇÃO DE GELO
Em todos os casos de lesÃo aberta, a antitetÂnica é obrigatório!
Uso do gelo. Nas lesões fechadas o gelo não pode ser usado diretamente
sobre a pele, nem em ferimentos abertos, mucosas, globo ocular e genitália.
Deve ser aplicado no local da lesao fechada, envolvido em saco plastico, por
20', com intervalos de 20' tambem, sendo repetida a aplicação
por três vezes.
ALTERAÇÕES
PSICO-MOTORAS
DISTÚRBIOS DA CONSCIÊNCIA E DO COMPORTAMENTO
Consciência lucidez e orientação no tempo e no espaço.
Comportamento conduta de acordo com o padrão da sociedade local.
Síncope - inconsciência até 3 ??
- é a perda da consciência completa e breve, levando a um estado
de morte aparente, porém com a característica da retomada de
consciência espontânea.
Coma inconsciência por mais de 3 ??
- geralmente as vítimas apresentam apenas as funções vegetativas,
mas que podem ainda assim estarem reduzidas.
No atendimento de emergência, a classificação da inconsciência
como síncope ou coma não é prioridade. O socorrista atende
da mesma forma, ou seja, os procedimentos são referentes a uma pessoa
inconsciente!
CAUSAS DE ALTERAÇÕES DA CONSCIÊNCIA
. Hipoglicemia . Diminuição do % de glicose circulante (ocorre
em qualquer pessoa)
- a administração de açucar por via oral e o procedimento
clássico, contanto que a vítima esteja consciente. Nos casos
de inconsciência, o açucar poderá ser posto na mucosa sublingual,
sem haver deglutição.
. Hiperglicemia . O aumento do %de glicose circulante (ocorre somente em diabeticos)
- a conduta e a administracao de insulina. Nos casos de inconsciência
onde não temos diagnóstico de hipo ou hiperglicemia, e colocado
açucar sublingual. Se a víitima reagir satisfatoriamente, temos
a confirmação de hipoglicemia. Em caso contrário, confirmamos
hiperglicemia. Portanto, se houver dúvida quanto ao diagnóstico,
no caso de diabéticos e inconscientes, a administracao de açúcar
sublingual e o procedimento indicado.
. Convulsão . na crise convulsiva pode ocorrer diminuicao de aporte
sanguineo cerebral com todos os resultados ja conhecidos.
ATENÇÃO
Na convulsão, a vítima não enrola nem engole a língua
e a saliva não é contagiosa. A crise convulsiva é dividida
em duas fases distintas:
1 - Fase tônico-clônica - duração de 40 a 1,
onde a principal preocupação é evitarmos outras lesões,
principalmente T.C.E., realizando a contenção da cabeça
e assim evitando choques com o solo.
2 - Fase de relaxamento - não tem duração pré-determinada. É onde
a vítima corre risco, pois estando geralmente em decúbito dorsal,
sofre a ação da gravidade, ocasionando queda da língua
e provocando asfixia. Tomamos
cuidados com a permeabilidade das vias aéreas, e a colocamos lateralizada,
para escoamento das secreções da boca.
Posição de recuperação (deitado em decúbito
lateral do lado esquerdo)
Observações
1 Essa posição é adotada nas emergências
clínicas, principalmente nas pessoas inconscientes. Devem ser posicionadas
preferencialmente para o lado esquerdo. É a posição ideal
para os casos de pessoas que não recuperaram a consciência na
fase de relaxamento da convulsão.
2 Três motivos pelos quais o lado esquerdo é preferencial
na Posição de recuperação.
- Curvatura da Aorta (Facilita o escoamento sanguíneo pelo aórtico)
- Fundo do estômago (Mantém o conteúdo gástrico
no fundo do estômago)
- Veia cava inferior (Evita compressão da veia cava inferior)
TÉCNICAS
DE IMOBILIZAÇÕES
A estabilização cervical e sempre prioridade . É claro
que se temos uma vítima com lesão traumática apenas em
membros e o mecanismo não sugere trauma cervical, não haverá essa
prioridade, porém, estabilizar a
região cervical será sempre uma preocupação, mesmo
que seja por precaução.
As imobilizações de um segmento devem abranger as articulacoes
adjacentes . Quando fazemos imobilização em segmentos, temos
que estabilizar as articulações adjacentes pelo fato das mesmas
criarem segmentos instáveis.
Pessoas inconscientes necessitam de vigilância mais próxima se
o socorrista estiver distante da vítima, a checagem dos sinais vitais
será impossível de ser realizada.
Em casos de lesões em um dos membros inferiores, utiliza-se o lado íntegro
como amparo ao lado lesado esse procedimento só é possível
nos membros inferiores, e, normalmente utilizamos algum material, como colcha
/ cobertor / etc..., na intenção de aumentar a congruência
entre os dois membros.
Nas imobilizações de membros, não esquecer da checagem
da sensibilidade, enchimento capilar e pulsos distais uma imobilização é considerada
bem feita quando permite a livre circulação sanguínea
e não diminui a sensibilidade no segmento estabilizado.
TÉCNICAS
DE TRANSPORTES
. Transporte so passa a ser prioridade quando:
1 . não há mais nada a fazer no local.
2 . quando dele depender a vida da vítima.
3 . quando o local oferecer risco a vítima ou ao socorrista.
. Metodos de transporte poderão ser com: 1, 2, 3 ou mais executantes
. Não há técnicas de transporte com mais de 3 pessoas,
pois o que ocorrerá será aumento de colaboradores, mas o método
continuará sendo o mesmo.
Porém, no ambiente hospitalar, raramente fazemos transporte e sim remoções
entre leitos, salas ou setores, e mesmo assim, em cadeiras de rodas ou macas.
. A escolha do método de transporte dependerá:
1 . da gravidade da lesão.
2 . do nº de pessoas disponíveis.
3 . do local do evento
. Antes de iniciarmos o transporte, temos que verificar: peso, posição
e lesões da vítima / percurso / local onde se encontra / ajuda
disponível.
Essas observações acima são particularmente verdadeiras
nas ocorrências pré-hospitalares.
. Toda vítima que apresentar lesão de coluna tem que ser transportado
em decúbito dorsal, sobre superficie plana e rígida (prancha),
ou em último caso, em bandeja de braços . Não é admissível
pensarmos em transportar
pessoas com TRM utilizando material que permita flexibilidade, desestabilizando
a coluna.