Flúor
O tão famoso "flúor", presente nas
pastas dentais, é utilizado principalmente para prevenir as cáries
dentárias. Mas, se administrado em doses inadequadas pode promover efeitos
indesejáveis.
Incorporado ao organismo, o flúor está presente
na saliva, banhando os dentes, e incorporado ao esmalte dentário de maneira
a torná-lo mais resistente ao "ataque" dos microrganismos.
No Brasil, a água da maioria das cidades já possui
um sistema de fluoretação, mas a administração do
flúor é feita pela água de abastecimento público
e também pelo sal de cozinha. Nas escolas, o flúor também é fornecido
através do leite oferecido aos alunos. Dessa maneira, o flúor "entra" no
organismo de forma sistêmica beneficiando o organismo de uma forma geral.
O flúor também está presente nos cremes dentais, soluções
de bochecho, vernizes fluoretados e nas aplicações locais realizadas
por dentistas. Mas deve-se evitar a ingestão dos produtos fluoretados.
Isso causa um aumento na concentração sanguínea, que se
ocorrer no período de formação do dente, pode causar manchamentos
denominados "fluorose". Mas isso não impede a utilização
de flúor nas cidades com água fluoretada.
O flúor deve ser aplicado periodicamente para reduzir
o risco de cáries. A sua administração em crianças
tem obtido resultados muito satisfatórios, comprovando sua eficiência.
Já nos adultos, essa aplicação reduz a incidência
de cáries, mas com índices menores ao das crianças.
A aplicação de flúor deve ser iniciada
o mais rápido possível. Assim que o primeiro dente de leite erupcionar
("nascer"), ele deve receber uma aplicação de flúor.
Deve-se atentar para quantidade de creme utilizado pelas crianças.
Não há necessidade de colocar tanta pasta como vemos nos comerciais.
Para os adultos, um volume de aproximadamente 2 cm2 é o suficiente e para
as crianças, a metade disso.
Bibliografia
1. Ribas, Tânia Rocha Cabral. Prevalência, em escolares, da fluorose
dentária e o uso dos cremes dentais fluorados. Jornal Brasileiro de
Clínica Odontológica Integrada, v. 7, n. 39, p. 218-221, maio/jun.
2003.
2. Francci, Carlos Eduardo. Fluoride release from a sealant and its effects
on adjacent enamel and bacterial plaque: an in situ evaluation. Journal of
Dental Research, Alexandria, v. 82, Special Issue B, Res. 1999, p. B-260, June
2003
PIERCING
Profa. Dra. Jaqueline de Souza Venturin
Você sabe
o que significa o termo "PIERCE"? Se traduzido da
língua inglesa para a portuguesa significa "furar,
perfurar ou penetrar". Ou seja, ato associado a sentimentos
como dor e sofrimento.
Este artigo tem como finalidade, abordar alguns aspectos
associados ao porquê vir a usar essa peça e o que ela representa.
A saúde bucal não deve ser observada isoladamente.
Apesar da boca ser um órgão visualmente bem definido, ela está inserida
num contexto que se estende além do que nós podemos ver. Ela está envolvida
com todo o resto do corpo.
A boca consiste de:
· Via de alimentação,
· Comunicação,
· Aparência e
· Saúde.
O "piercing" influencia no equilíbrio
do meio bucal porque:
Existe um certo exagero. Muitos não param em apenas uma peça,
querem mais. E se apenas um é prejudicial, imagine vários;
Por não serem peças fixas, é comum a sua movimentação
constante gerando traumas. Além do próprio trauma da presença
de um objeto estranho ao corpo, num local que não repousa, por exemplo,
na língua e nos lábios, atos como a fala e a deglutição
geram traumas ainda maiores, muitas vezes de maneira inconsciente e insensível;
Devido ao trauma, o "piercing" aumenta o risco de câncer
bucal;
O "piercing" pode causar traumas em regiões vizinhas
como na gengiva e no tecido ósseo levando a perda, fratura ou desgaste
de dentes.
Estruturas delicadas como nervos, vasos e glândulas podem ser perfurados
pelo "piercings";
Por ser colocado sem critérios pré-estabelecidos, não
há conhecimento anatômico e fisiológico adequados das regiões
a serem colocados;
Por não ser reconhecida como uma profissão, não há um
controle sanitário nem normas cientificamente comprovadas da higiene e
da assepsia do local de instalação;
A dificuldade de higiene do local onde repousa o "piercing" torna-o
um foco de infecção que pode levar, além da perda da peça,
infecções generalizadas ao seu portador;
O tamanho da peça tem influência direta. Lembre-se que a
boca é muito sensível. Qualquer alteração no meio
bucal pode causar, além do incômodo, problemas a curto, médio
e/ou longo prazos;
O indivíduo pode ser alérgico ao metal da peça;
Para finalizar, deixando o modismo de lado, todo material estranho
ao corpo, pode levá-lo a adaptações que podem ser danosas
para o indivíduo. Por isso, deve-se refletir muito bem antes de colocar
um "piercing". Se possível solicite aconselhamento de médicos
e/ou dentistas que são os mais capacitados para avaliar de maneira adequada
a colocação dessas peças.