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Qua, 21/1/09 11:29

ODONTOLOGIA

HIPERSENSIBILIDADE DENTINÁRIA

   Muitas pessoas relatam uma "dor-de-dente" sem ter qualquer sinal de cárie, fratura ou doença aparente. A dor ocorre na região do dente próxima à gengiva, no local que chamamos "colo" do dente.
   Essa sensibilidade, geralmente, é provocada com a ingestão de alimentos frios, doces, cítricos e também na escovação.
   Em condições normais, a parte exposta do dente é recoberta pelo esmalte, que é uma estrutura dura, resistente e insensível aos estímulos. Já a raiz, é recoberta por uma outra estrutura denominada cemento. O esmalte e o cemento recobrem uma outra estrutura dental, a dentina que também é dura e resistente, mas não tanto quanto o esmalte e por isso se desgasta mais facilmente. No interior da dentina encontra-se a polpa dentária, um feixe vásculo-nervoso responsável pela nutrição, saúde e sensibilidade dental. Como a dentina possui milhões de canais microscópicos comunicando o feixe com o meio externo, quando o esmalte e/ou o cemento se desgastam, o elemento dental torna-se mais sensível. Como não há cárie, a hipersensibilidade também é denominada como lesão cervical não cariosa.
   A hipersensibilidade é causada pela exposição da dentina ao meio externo resultante da interação entre o contato dos dentes (oclusão), tipo de alimentação (açúcares, ácidos) e a escovação dental. Enquanto o contato entre os dentes causa fadiga na região do colo, os alimentos ácidos dissolvem o esmalte e a escovação termina por removê-lo mecanicamente. Existem ocasiões que somente a escovação causa exposição dentinária, os traumas por escovação, quando são utilizadas escovas ou técnicas inadequadas. Casos como a bulimia, refluxos gastroesofágicos, hipertireoidismo e redução no fluxo salivar também ajudam na degradação das estruturas dentárias.
   Trata-se a hipersensibilidade eliminando-se a exposição dentinária, utilizando-se recursos dessensibilizadores como materiais fluoretados e terapia com laser, restaurações e ajustes oclusais.
   Diferencia-se esse tipo de dor da provocada pela cárie pela sua origem, sua causa. A hipersensibilidade cessa quando o estímulo é removido, tem curta duração e nunca ocorre espontaneamente.
   Deve-se procurar ajuda profissional para diferenciar apropriadamente a dor de dente por cárie da hipersensibilidade ou lesão cervical não cariosa de maneira a tratá-la adequadamente.

Bibliografia
1. Guimarães Júnior, Jayro. Cuidando da hipersensibilidade dentinária: que tratamento recomendar aos pacientes. Revista da Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas, v.47, n.1 , p.983, jan./fev. 1993.
2. Sobral, Maria Ângela Pita. Fatores etiológicos da hipersensibilidade dentinária cervical. Revista da Pós-graduação da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo, v.3 , n.1 , p.7-15, jan./mar. 1996.


MOBILIDADE DENTAL


   Os dentes apresentam naturalmente uma pequena mobilidade dentro do alvéolo (osso em volta da raiz do dente).    Entre o dente e o alvéolo existe o ligamento periodontal que tem como função, além de "prender" o dente ao alvéolo, distribuir as forças da mordida. Mas existem situações em que notamos aumento nessa mobilidade. Situações como acidentes, traumas, doença periodontal, mal posicionamento dentário, pulpites, próteses e restaurações e tratamentos ortodônticos podem aumentar a mobilidade dentária.
   Quando o dente sofre um acidente ou trauma quando o dente não "sai" do seu alvéolo, as fibras do ligamento periodontal são estiradas ou comprimidas aumentando a mobilidade dentária. Normalmente, não se necessita tratamento, pois a cura é espontânea, mas em casos mais severos necessita-se "imobilizar" o dente por algum tempo.
   Nos casos de doença periodontal, ela causa perda de tecido ósseo que circunda o dente e do ligamento periodontal diminuindo a sustentação do mesmo e aumentando sua mobilidade. O tratamento consiste na remoção da causa, ou seja, da inflamação dos tecidos periodontais que é inicialmente feita pela remoção das bactérias aderidas à raiz do elemento dentário.
   Quando um dente está mal posicionado, pode haver interferências na mordida gerando aumento na carga nele exercida, isso também pode provocar uma inflamação dos tecidos periodontais aumentando a mobilidade dental. Trata-se esse quadro melhorando-se a distribuição das forças mastigatórias pelos dentes.
   Nos casos de próteses e restaurações, estas podem causar contatos prematuros que também são uma forma inadequada de mordida, sobrecarregando um elemento dental, aumentando a sua mobilidade. O ajuste ou troca da restauração ou da prótese corrige o contato prematuro.
   A inflamação da polpa (pulpite) também pode promover inflamação das fibras periodontais, causando deslocamento e dando a sensação de dente "crescido". O tratamento de canal promove a desinflamação do ligamento e o dente retorna ao seu lugar natural.
   Finalmente, o tratamento ortodôntico também pode provocar aumento na mobilidade dentária, pois o tratamento ortodôntico tem como princípio a movimentação dos dentes, mas terminado o tratamento, com o passar do tempo os dentes voltam a ter a mobilidade normal.

Bibliografia
Maciel, Roberto Nascimento. ATM e Dores Craniofaciais: fisiopatologia básica. São Paulo: Santos, 2003

 

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