VITAMINAS
Autora*
Introdução
A dinâmica da sociedade moderna,
além de problemas psicológicos como depressão
e estresse, acarreta também em contrapartida,
problemas físico-orgânicos, que estão
estritamentes ligados a má qualidade da alimentação
que ingerimos no dia-a-dia.
Hoje, é de fundamental importância o conhecimento
das propriedades minerais e vitamínicas dos alimentos, evitando dessa
forma a ingestão desorganizada de nutrientes e restaurando o equilíbrio
do organismo.
Os meios de comunicações de massa vivem noticiando
em que pé anda a carência nutritiva da população mundial,
enfatizando que: " Dois bilhões dos cinco bilhões de habitantes
no planeta têm deficiência de uma ou mais vitaminas, e mais, a maioria
dessa gente está no Terceiro Mundo e, no prato dos pobres, não
faltam apenas vitaminas falta comida mesmo, com todo tipo de nutriente.
Mas o fato é que outro bilhão da população padece
da chamada fome oculta, são aquelas pessoas, que apesar de terem uma mesa
farta, seu organismo funciona aos trancos e barrancos por falta de vitamina.
E essa falta não é sentida pela sensação de estômago
vazio. Por isso ser a fome oculta".
Mais a questão é: O que é preciso fazer
para suprir essa lacuna, hoje, presente na nossa alimentação?
Talvez a primeira providência seria alimentar o povo
faminto, e a segunda permitir a todos a possibilidade de conhecer os valores
nutritivos dos alimentos.
O presente trabalho tem como objetivo apresentar algumas descobertas
científicas ligadas as características e funções
das vitaminas e minerais existentes na natureza, e, que são essenciais
ao bom funcionamento das atividades biológica e fisiológica do
ser humano.
Vitaminas
Conceito: São substâncias que formam um grupos
de quatorze compostos orgânicos essências ao ser humano, as quais,
introduzidas no organismo em pequenas quantidades, participam da regulação
do metabolismo e facilitam o processo de transferência energética
e a síntese dos tecidos orgânicos, ou seja, as vitaminas desempenham
importante papel na manutenção da saúde, no crescimento,
na defesa contra as infecções , na nutrição, favorecendo
a assimilação dos alimentos. A falta delas na alimentação
do homem determina estados mórbidos definidos: xerofitalmia, beribéri,
anemia, escorbuto, raquitismo etc.
Um breve histórico
das vitaminas
As vitaminas foram descobertas no início do século
XX por cientistas que pesquisavam os efeitos dos diferentes tipos de alimentos
na dieta. Mas, muito antes desse ponta-pé inicial, a importância
das vitaminas para o bom desempenho das funções orgânicas
já havia sido reconhecida de maneira indireta. As grandes viagens marítimas
servirá não só para desenvolver a economia européia,
como também de uma forma específica, para a observação
do processo degenerativo dos corpos daqueles seres que participaram desse aventura
e que por precária fonte alimentar começaram a apresentar problemas
decorrente da carência de certos alimentos. Assim, aqueles "marinheiros
que permaneciam embarcados durante longas períodos, sem poder renovar
seus suprimentos alimenteres. Na falta de frutas frescas, alguns marinheiros
morriam de escorbuto, uma doença que causa espasmos musculares, tonteiras,
falta de apetite, grande sangramento das gengivas, deterioração
da pele, infecções e, finalmente, morte." A partir de 1750
vários experimentos foram feitos e passou-se a inserir na dieta dos marinheiros
frutas cítricas como suprimento alimentar. Percebeu-se que enquanto era
mantidsa a dieta todos permaneciam saudáveis, e quanto retirada adoeciam.
Classificação
das vitaminas
Logo após à Segunda Guerra Mundial a ciência
deu um grande passo no conhecimento das vitaminas. Essas substancias essenciais
ao bom funcionamento do organismo passaram a ser classificadas em dois grupos
diferentes: Hiposolúveis e Hidrosolúveis, ou seja, , o primeiro
grupo, apresentavam substâncias químicas solúveis em gordura.
o segundo grupo, substâncias solúveis em água.
As vitaminas hiposolúveis dissolvem-se, sendo armazenadas
na gordura e compostos oleosos dentro do organismo; a princípio a ingestão
dessas substâncias não são necessárias, pois o organismo
produz reservas. Quatro fora as substâncias identificadas: A, D, E e K.
Vitamina A
Vitamina A, também chamada "a vitamina da vista".
Foi descoberta pelos gregos, há mais de 2000 anos, apesar de não
identificá-las e nem mesmo dar um nome. " Os antigos gregos observaram
que, comendo certos alimentos ricos em gorduras e vitamina A, tais como fígado
de frango e óleos, curavam uma deficiência da visão ao escurecer
( cegueira noturna)". Também, os gregos foram os primeiros a perceberem
os efeitos colaterais decorrentes de dosagens muito elevadas dessa vitamina, "o
efeito tóxico poderia aparecer, tanto em crianças como em adultos
(. . .) a hiper-vitaminose A , revelou-se a causa da irritabilidade, ossos entumescidos
e inflamados, perda de peso, pele seca e coceiras. E, adultos os sintomas podem
incluir náuseas, dores de cabeça, sonolência, perda de cálcio
dos ossos".
O avanço nos estudos realizados sobre a vitamina A,
revelam outros benefícios possíveis causados por essa substância,
como no combate de algumas formas de câncer, por suas propriedades cancerígenas,
por seus efeitos imunológicos e por ajudar na renovação
da pele envelhecida, quando, uma outra provitamina se transforma em vitamina
D, em decorrência da exposição da pele aos raios do sol ou
aos da luz ultra violeta artificial.
Todas as vitaminas são produzidas nas folhas verdes
e raízes das plantas pelo processo de fotossíntese. Participam
dessa síntese das vitaminas a energia solar com o dióxido de carbono, água
e minerais do solo. Na verdade não existe a vitamina A propriamente dita,
o que acontece é que as plantas produzem o caroteno, uma provitamina,
cujos os pigmentos amarelo e alaranjados dão cor aos vegetais e frutas
( cenouras, melão, pêssego etc.); podem ser encontrados nos vegetais
de cor verde. O caroteno e transformado em vitamina A nas paredes dos intestinos
e no fígado.
No Brasil o consumo de vitamina A deixa muito a desejar. Dados
publicados pela Organização Mundial da Saúde, confirmam,
que em "matéria de falta de vitamina A, nós empatamos com
os haitianos no primeiro lugar. Em certas regiões brasileiras, metade
da população tem menos dessa vitamina do que seria adequado",
ocasionando todos os males decorrentes da falta dessa substância, principalmente
a cegueira noturna. No entanto, o contraditório deste fato, é que,
no Norte e Nordeste, regiões onde o problema é mais agravante,
existem frutas típicas com alto teor dessas substâncias.
Vitamina D
Essa vitamina faz parte de um grupo de vitaminas( D1,D2,D3
), todas são vitais para manutenção e controle do cálcio
e do fósforo no organismo. Essa vitamina pode ser produzida na pele, devido
a ação dos raios ultravioleta do sol, onde se acha uma provitamina
D, o ergocalciferol ou vitamina B2; também existe o colecalciferol ou
vitamina b3. As duas formas da vitamina D podem ser obtidas na alimentação,
apesasr de não se encontrar em grande quantidade. No entanto, "não
há necessidade absoluta de ingerir nauseantes óleos de peixe para
obter a vitamina D. A fim de consegui-la, basta expor às radiações
ultravioleta naturais ou artificiais".
A deficiência dessa vitamina no organismo provoca o
raquitismo, caracterizada por mineralização defeituosa dos ossos,
geralmente ocorre em crianças na fase de crescimento. Nesse casso o leite
pode ser uma das fontes principais para se obter a vitamina D , que é fundamental
no metabolismo do cálcio.
Outros benefícios da vitamina D foram divulgados recentemente,
tais como prevenção e tratamento dos canceres de cólon,
reto e de mama, na proteção contra doenças infecciosas e
seu tratamento e contra o envelhecimento.
Vitamina E
É Conhecido no grupo das vitaminas E, três tipos:
alfa, beta e gama tocoferóis. Sua função específica é garntir
a normalidade da esterelidade e do metabolismo muscular. Sua deficiência
causa a esterelidade. No macho, verifica-se a degeneração do epitélio
germinativo testicular ( azoospermia ). Na fêmea, o embrião desenvolve-se
por alguns dias, depois se atrofia, morre e é reabsorvido com a própria
placenta.
Apesar dos estudos realizados, pouco se sabe sobre o mecanismo
bioquímico da vitamina E. Existem hipóteses a respeito de sua função,
tais como: interfere nos fenômenos de oxidação e como transportador
de hidrogênio. No entanto, nada pode ser afirmado sobre os sintomas decorrentes
da carência dessa vitamina, apesar de sua importância na reprodução
de algumas espécies animais, a partir do qual, a substância recebeu
o nome de tocoferol. Porém, o fato observado, não nos permite recomendar
qualquer dose profilática ou terapêutica à espécie
humana.
Todavia, uma parte dos especialistas recomendam variadas dosagens
de vitamina E. Os benefícios são vários: Protege contra
distúrbios neurológicos, estimula o sistema imunológico,
protege contra doenças cardiovasculares etc.
Vitamina K
A vitamina K é caracterizada por um grupo de vitaminas
(K1,K2K3). Sua função específica é assegurar a coagulação
do sangue. O símbolo K vem da palavra alemã "Koagulatio",
graças à sua ação hemorrágica. Além
dessa função biológica, a vitamina K participa no processo
de mineralização óssea, facilitando a cicatrização
normal de ossos e fraturas.
Sintomas decorrentes da deficiência da vitamina K no
organismo é incomum, devido a grande quantidade dessa substância
encontrada nos alimentos e as que são sintetizadas pelas bactérias
do intestino humano.
As vitaminas hiposolúveis, são àquelas
transportadas no meio aquoso de tecidos e células. Pôr causa da
sua solubilidade em água, essas vitaminas são armazenadas no organismo
em, apreciável quantidade, sendo normalmente eliminada pela urina. Assim,
as vitaminas solúveis em água devem ser ingeridas na alimentação
diária ou, no mínimo, dentro de intervalos de poucos dias. As vitaminas
solúveis em água são as vitamina C ( ácido ascórbico)
e chamadas de complexo B ( B1,B2, B6, folacina, ácido pantotêmico
e B12). Estas vitaminas agem como parte de coenzimas.
Vitamina B1
A vitamina B1 é indispensável à saúde
do sitema nervoso, e como fator do crescimento normal, da regularidade e a manutenção
do apetite. É antiberibérica e antineurítica. A absorção
dessa substância dá-se pelos intestinos delgado e grosso, para logo
em seguida passa pelo fígado e coração( órgãos
mais ricos em tiamina) , mas também pelos , cérebro, glândulas
supra-renais, baço, pulmão e para os músculos, onde se encontra
metade da tiamina do organismo.
Foi observado que a falta dessa vitamina no organismo causa
a diminuição da memória, falta de atenção,
fraqueza muscular, redução da capacidade mental. Esses sintomas
aparecem mais visivelmente nos alcoólatras, pois o alcool é um
grande destruidor da vitamina B1.
Vitamina B2
A vitamina B2 é um componente termoestável do
complexo B, indispensável à normalidade das funções
orgânicas. Como preventiva (pelagra), intervém nos fenômenos
metabólicos, tem função de coenzima intervindo na oxidação
das células, participa no processo de crescimento, atua na regeneração
sangüínea, , no fígado, no trabalho cardíaco e no aparelho
ocular.
A carência dessa substância ( riboflavina ), acarreta
perda de apetite até distúrbios mais graves. Nos seres humanos
causam perturbações digestivas, afecções da pele,
inflamação da córnea , do olho e catarata.
Em matéria publicada na revista Superinteressante,
sobre os valores nutricionais da alimentação do brasileiro, foi
confirmado que no nosso dia-a-dia as refeições são desvitaminadas,
por exemplo, o trigo que seria a maior fonte de vitaminas B1 1 B2, no Brasil
esses índices estão abaixo das tabelas nutricionais, isso porque
as pessoas preferem o trigo branco, que é puro amido. Devido a este fato,
a MacDolnalds, maior rede de fast-food do mundo, passou a exigir da Interbakers,
empresa que fornecia os pães para hamburgueres, que inclui-se o complexo
B no trigo. Visto que os sanduiches da MacDolnads possuia a mesma qualidade
em qualquer ponto do mundo. Hoje, afirma Regina Helena Braga, ligada a empresa
Interbekrs, o pão de um Bic Mac fornece mais de 60% das necessidades diárias
de nutrientes.
Vitamina B5
A vitamina B5 ( tiacina ), que também é chamada
de ácido nicotínico , é uma vitamina antipelagrosa. Essa
vitamina participa nos mecanismos de oxidação celular, intervém
no aproveitamento normal dos prótides pelo organismo; influencia o metabolismo
do enxofre; ativa o mecanismo dos glúcides.
A carência dessa substância provoca o aparecimento
da pelagra, uma avitaminose caracterizada por eritema das partes descobertas,
pertubações disgestivas, nervosas e mentais.
A vitamina B6 chama-se também piridoxina e adermina. É solúvel
em água, estável aos álcalis e aos ácidos, resistente
ao calor, mas decompõe-se rapidamente à luz ultravioleta. Encontra-se,
na natureza, livre ou combinada com substâncias protéicas ( lêvedo
de cerveja, cereais integrais, os legumes, os vegetais verdes, o leite). Sua
deficiência produz pelagra.
No ano de 1934, cientistas demonstraram que os pacientes de
anemia careciam de ma substância que mais tarde ficou conhecida como vitamina
B12, é a única vitamina que contém um metal (cobalto),que
lhe dá uma coloração avermelhada, sendo também a
maior das moléculas vitamínicas. Suas principais funções
são: participa como coenzima na conversão da tiamina em timidina,
antianêmico, age favoravelmente sobre as degenerações nevorsas
decorrentes da anemia perniciosa, atua no crescimento, auxilia o organismo na
utilização do aminoácidos na construção de
proteínas, nas afeccões cutâneas etc.
As vitaminas B12 encontra-se no lêvedo de cerveja, nos
cereais integrais, no ovo e no leite.
Vitamina C
A vitamina C é também conhecida sob o nome de ácido
ascórbico. É uma vitamina hidrossolúvel, termolábil.
Previne o escorbuto, facilita a circulação sangüínea,
favorece a boa dentição. Outras funções da vitamina
C, está na defesa contra infecções, protege o sistema vascular,
colabora com o ferro na formação da hemoglobina, auxilia a função
glandular (supra-renal), no desenvolvimentos dos ossos, no tecido conjutivo,
nas cicartrizações das feridas.
A vitamina C faz parte de um trio de vitaminas indispensáveis
para combater um mal que persegue as pessoas os radicais livres. Numa matéria
da revista Superinteressante, especialistas em medicina ortomolecular, comprovam
que de 2% a 5% do oxigênio que nos respiramos se transforma em radicais
livres. Esse elementos reagem com tudo que encontram no organismo, roubando um
elétron, que também se transforma em um radical livre. Os radicais
livres participam de reações que levam o colesterol a se acumular
nas artérias. E as únicas vitaminas capaz de combater essa cadeia
destruidora são: a vitamina E, a vitamina C e o beta- caroteno, a matéria-
prima da vitamina A.
Os Sais Minerais
Conceito: São compostos de um grupo de 22 elementos
metálicos, onde cada um deles é vital para o funcionamentos adequado
da célula. São parte de enzimas, hormônios e vitaminas. Também
são encontrados nos músculos, tecidos conjuntivos e nos vários
líquidos do organismo.
Os sais minerais encontram-se livremente na natureza, nas águas
dos rios, lagos e oceanos, e entre as camadas superficiais da terra. Pequenas
quantidades de minerais são absorvidas pelos sistemas de raízes
das plantas e árvores, e onde, eles se incorporam aos alimentos naturais,
aos carboidratos, gorduras e proteínas. Portanto, os sais minerais fazem
parte da estrutura do organismo dos animais, e assim como o ser humano devem
suprir a necessidade de minerais através da água e dos alimentos.
A ação dos sais minerais no organismo têm
como funções: participar na constituição dos ossos
e dentes, de certos tecidos moles do organismo (músculo), agem como co-fatores
de certas enzimas, atuam no processo de contração vascular, controlam
os movimentos dos fluídos do corpo etc. Cada órgão, tecido,
célula de nosso corpo necessita de minerais.
Vários são os sais minerais, mas conheceremos
apenas alguns como: o cálcio, o flúor, o germânio, o iodo,
o magnésio, o potássio, o selênio e o zinco.
Cálcio
O cálcio é o mais importante dos sais minerais
participa de quase todos os processos vitais do organismo, e indispensável
par a coagulação sangüínea depois de um ferimento e
para a ação rítmica do coração.
O cálcio existe em abundância na superfície
terrestre, é componente essencial na composição dos tecidos
animais e vegetais.
Flúor
O flúor além de evitar a cárie dentária
pode ser usada na prevenção da osteosporose, como foi revelado
em pesquisas recentes.
As fontes em que se encontra esse mineral são as regiões
ricas em fosfato, alumínio e cinzas vulcânicas, e, consequentemente
nas águas que atravessam esse depósito. Também os vegetais
contêm só que em menor quantidade.
A dose muito elevada desse mineral é prejudicial aos
dentes, podendo provocar: flurose dental endêmica, florose crônica,
inibição das fostases etc.
Outras pesquisas revelaram maior incidência de cáries
dentárias nas regiões servidas por água desfluorizada ou
pobre em flúor.
A carência desse mineral no organismo são os
seguintes: apetite insaciável, câimbra nas pernas, cáculos,
dentes cariados, esterelidade, língua obscura e viscosa, propensão
a infecções, tend6encia a surdez etc
O flúor existe em abund6ancia nos seguintes alimentos:
Agrião, couve, couve-flor, feijão, gema de ovo, maça, trigo.
Iodo
O iodo é um elemento que entra numa proporção
assaz reduzida ( 20 a 50 mg ), no organismo humano, onde se acha assim distribuído:
músculo 50%, tiróide 20%, pele 10%, esqueleto 6%, e o restante
em diversos órgãos do corpo.
O iodo é ingerido com os alimentos e absorvido pelo
intestino como iodeto, que na tireóide é utilizado para formar
a iodotireoglobulina , assim armazenado na gl6andula, é requisitado posteriormente
para a secreçào do hormônio tireóideo. Também é absorvido
A importância do metabolismo do iodo na glândula
tireóide está no controle que exerce na nutrição
de muitos tecidos. A sua ação abrange: O estimulo no crescimento,
excita o sistema nervoso vegetativo, melhora o nível de inteligência,
aumenta a oxidação dos alimentos, regula a produção
de calor org6anico, influencia a absorção intestinal.
A carência desse mineral no organismo são as
seguintes: Bócio, condições toxicas, crescimento retardado,
deficiência mental, desenvolvimento sexual insuficiente, dores no coração,
gosto de gordura na boca etc.
Os alimentos relativamente ricos em iodo são os seguintes:
alface, alho, cebola, cenoura, couve-flor, ervilha, feijão, tomate e principalmente
as plantas marinhas.
Germânio
s O germânio passou a ser conhecido pelo público
a partir de 1987 quando um jornal americano divulgou as qualidades curativas
desse mineral, entre os benefícios considerados estão: o câncer,
distúrbios imunológicos, doenças virais, artrite, hipertensão,
alergias etc. Segundo alguns médicos, o germânio é a substância
com maiores poderes de cura do planeta e o marco de desenvolvimento no campo
da medicina nutricional.
O germânio é relativamente abundante na crosta
terrestre e figura na tabela periódica dos elementos químicos como
sendo um elemento biologicamente ativo, no entanto, o único papel biológico
conhecido é sua ação retardadora dos sinais decorrentes
da deficiência de boro.
O que acontece é que alguns estudos recentes sugerem
que os componentes orgânicos do germânio, podem ter algumas qualidades
estimulantes da imunidade, anticancerígena e antivirais.
Os argumentos positivos sobre a utilidade do germânio
está 0: no tratamento da AIDS, estimula o sistema imunológico,
no tratamento do câncer, útil no tratamento da síndrome crônica
do vírus de Apstien Barr.
Magnésio
O magnésio é um elemento que entra na constituição
da clorofila, uma substância existente nas células das plantas e
que dá a estas a cor verde.
Pelas secreções gástrica e intestinal,
o magnésio é libertado da clorofila e absorvido no intestino.
As funções do magnésio são as
seguintes: desempenha o papel de co-enzima, no metabolismo do fósforo,
ativa o metabolismo dos glicídios e exerce ação controladora
da excitabilidade neuro-muscular.
Na ausência desse mineral aprecem alguns sintomas como:
acidez, debilidade nos músculos abdominais, desejo de tomar bebidas azedas,
desmasios, dor no pescoço e nos ombros, expectoração amarelada,
gases intestinais, prisão de ventre.
Os alimentos ricos em magnésio são: ameixa,
azeitona, aveia, arroz integral, castanha, couve, trigo etc.
Potássio
O potássio existe em maior quantidade nas células
ao contrário do sódio que se encontra em maior proporção
nos líquidos biológicos.
Dentre suas principais funções podemos citar:
concorre para manter o equilíbrio ácido-básico, regula o
equilíbrio híbrido do corpo, aumenta a excitabilidade da célula
quando em baixa concentração e inibe-a em alta concentração.
A carência desse mineral provoca angústia no
estômago, atrofia dos músculos, câimbras, chagas que não
cicatrizam, hemorragias nasais, hidropsia, insônia, mau funcionamento do
fígado, olhos fundos, tornozelos inchados etc.
Fósforo
O fósforo é um elemento que se encontra na natureza.
Todas as células e líquidos orgânicos e nos alimentos naturais,
e no corpo humano está presente sob as formas orgânica ( esteres0)
e inorgânica ( fosfato).
A função de certas glândulas tem relação
com o metabolismo do fósforo. Quando há hiperpoparatireoidismo
ocorre ao mesmo tempo alta fosforemia e, quando se verifica hiperparatireoidismo
a fosforemia é baixa. O paratormônio, que é o agente regulador
do metabolismo do fósforo, aumenta o cálcio saguíneo, porém,
diminui o fósforo.
O metabolismo do fósforo, assim como o do cálcio,
está subordinado também a ação reguladora da vitamina
D.
As funções do fósforo são as seguintes:
combinado com o cálcio, o fósforo atua na formação
dos dentes e ossos, regula o equilíbrio ácido-básico do
organismo, influi sobre a reprodução e lactação.
A carência desse mineral apresenta alguns sintomas,
como: acentuada extenuação nos braços e pernas, adormecimentos,
deficiente desenvolvimentos dos ossos, dores de próstatas, fadiga mental,
impotência, neurastenia
As fontes de fósforo são: abóbora, aveia,
caju, castanha-do-pará, coco, feijão preto, milho etc.
As vitaminas roubadas no fogão da sua casa
Enquanto são preparadas, elas vão desaparecendo
das refeições e quando chegam no prato sua quantidade é bem
menor do que apontam as tabelas nutricionais.
Verduras cozidas
Por serem solúveis em água, a vitamina C e as
do complexo B sempre escapam da comida durante o cozimento. Resultado: verduras
cozidas têm 40% menos vitaminas B e 70% menos vitamica C do que verduras
cruas. Uma dica é usar o mínimo de água possível
para prepará-las.
Carne ensopada
Quanto mais molho tem a carne, mais nutrientes podem fugir.
Motivo: algumas vitaminas se dissolvem rapidamente na água usada como
ingrediente para o caldo. Sem contar que parte da gordura da carne também
acaba no molho e nela estão outras tantas vitaminas. Nos ensopados,
as perdas costumam ficar entre 40% e 50%. A diferença é pior em
relação à vitamina B1 ou tiamina, imprescindível
para o cérebro e para os músculos: ela diminui 60%.
Feijão cozido
Os cereais deveriam ser grandes fornecedores de vitaminas
B, mas elas saem dos grãos e vão para a água. Depois, durante
o cozimento, parte da água sai da panela em forma de vapor, levando as
moléculas de vitaminas junto. Como os cereais demoram até ficar
prontos, muito vapor e muita vitamina vão para o espaço. O feijão
chega a perder metade de uma de suas maiores riquezas: a vitamina B9 ou ácido
fólico [foto 131}, cuja falta causa anemia.
Peixe frito
Quanto mais quente, pior o calor "arranca" vitaminas
da comida ou, então, estraga as suas moléculas.
A temperatura do óleo para a fritura faz com que os
pescados percam cerca de 20% da vitamina B3 ou niacina, que ajuda o corpo a extrair
energia dos alimentos. Eles também ficam com 10% menos vitamina B12 [
foto 130], responsável pelo bom funcionamento das células do corpo.
Ovo frito
Por causa do calor da fritura, 20% da vitamina B6 essencial
para o corpo fabricar suas proteínas acabam indo embora. A mesma
proporção de vitaminas A, D, E e K também some porque, em
temperatura alta, suas moléculas se dissolvem no óleo da panela.
Batatas cozidas
Mais uma vez, a água é a vilã na cozinha:
por ela, escapam 40% das moléculas de vitamina C presentes na batata e
até metade de todas as vitaminas B. Quando a batata é assada, por
não ficar mergulhada na água, as perdas são menores acontecem
apenas pelo vapor.
Linus Pauling, o precursor das superdoses
Um copo de suco de laranja por dia é o que basta dizemos
nutricionistas. Duzentos copos corrigia um dos cientistas mais brilhantes
deste século, o único que ganhou dois prêmios Nobel sozinho.
É claro, o químico americano Linus Carl Pauling
(1901-1994) não tomava tanto suco diariamente. Mas engolia o equivalente às
laranjas na forma de comprimidos que, juntos, somavam 10 gramas de vitamina C.
Por que dosagens gigantes.
Pauling não se conformava com os 65 miligramas de vitamina
C recomendados pela Nutrição tradicional. Dizia que a maioria dos
animais fabrica a sua qüota do nutriente no fígado o homem
primitivo teria perdido essa capacidade. "Se as cabras produzem 13 gramas
dessa vitamina todo dia, por que o organismo humano, que é muito mais
complexo, precisaria de muito menos?", perguntava.
Segundo o cientista, que se notabilizou por ter descoberto
como os átomos formam ligações químicas, a vitamina
C rejuvenesce e evita uma série de males. Tudo começou na década
de 60, quando analisou seus efeitos em resfriados. Nos anos 70, passou a estudar
as qualidade anticâncer do nutriente foi quando publicou o seu best-seller
Como viver mais e melhor.
A Academia Nacional de Ciências, nos Estados Unidos,
se recusou a publicar seus trabalhos sobre o tema. Os adversários argumentavam
que o corpo humano não precisava mais do que poucos miligramas de vitamina
C por dia, sendo o excesso da substância eliminado pela urina.
"A vitamina C leva seis horas até ser eliminada",
explica, o médico americano Stephen Lawson, diretor do Instituto Linus
Pauling de Pesquisas. "Durante esse período, ela fica ativa, circulando
pelo sangue. E, depois, na medida que vai embora, o indivíduo já estaria
tomando uma segunda dose, mantendo o pico da substância no organismo."
Muitos cientistas dizem que, apesar da vitamina C, Pauling
morreu de câncer de próstata, no ano passado. Mas morreu lúcido
e trabalhou em seu instituto até as últimas semanas de sua longa
vida. Ele tinha 93 anos.
Nas esteira das idéias de Pauling, surgiram teorias,
apontando benefícios de megadoses de outras vitaminas. É possível
tomar tranqüilamente quantidades até cem vezes maiores do que as
dosagens diárias recomendadas pelos nutricionistas de vitamina B e C.
Com as vitaminas A, D, E e K, a história é diferente, porque se
acumulam no corpo e isso pode ter efeitos tóxicos. Mesmo nesse caso, pode-se
consumir até dez vezes mais do que a dose diária recomendada, sem
correr riscos. Até o momento, sabe-se que megadoses são válidas
para certos casos. Mas também não há provas de que não
funcionem em outras situações.
Sem
vitamina C, o ferro pode não
ser aproveitado pelo corpo humano.
Há vinte anos, entre 10% e 35% das crianças
brasileiras com menos de três anos de idade eram anêmicas. A proporção
variava conforme a região do país. Em 1992, um levantamento realizado
pela Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo apontou que a situação
se agravara terrivelmente: 55% dos paulistas em idade pré-escolar tinham
anemia. Atualmente, são 80%. "Essa porcentagem elevadíssima
indica que o problema não é privilégio das classes carentes",
diz o médico nutrólogo Mauro Fizberg, professor da Universidade
Federal de São Paulo. "A má nutrição é encontrada
nas crianças das classes média e alta."
As causas do problema
A anemia não tem a ver diretamente com a falta de uma
vitamina e, sim, com a ausência de um mineral no caso, o ferro. "Uma
das causas do aumento da incidência pode ser o desmame precoce", conta
Fizberg. "Ao contrário do leite materno, o da vaca é uma fraca
fonte de ferro." Outra suposta causa seria a dieta mal equilibrada e
esta pode ocasionar a falta de vitamina C.
O que seria do feijão sem a laranja, sem vitamina C,
visto que a quantidade de ferro fornecida pelos vegetais é irrisória.
Qualquer análise de laboratório mostra que o
feijão, por exemplo, é rico em ferro. No corpo humano, porém,
a sua contribuição é pequena: o intestino consegue absorver
apenas cerca de 10% desse mineral contido no cereal.
Se, no entanto, o feijão for acompanhado de uns bons
goles de suco de laranja ou qualquer fruta cítrica, a história
será diferente. "As moléculas de vitamina C do suco dão
uma espécie de empurrão para o ferro de origem vegetal entrar no
organismo", explica Fizberg. "Assim, sua absorção pode
chegar a 40%."
A vantagem das carnes
As carnes são diferentes, pois estão entre as
melhores fontes de ferro e, nesse caso, as moléculas do mineral não
precisam da ajuda da vitamina. Mas, pelo crescimento das anemias, tudo indica
que as carnes não estão chegando no prato das crianças.
Pelo menos, não na quantidade que chegava antigamente.
Nós e a carência
de vitaminas:
Sarampo e doenças respiratórias
Outra carência que chama a atenção dos
médicos é a de vitamina A. No Estado de São Paulo, 20% das
crianças sofrem da sua deficiência. Nelas, essa falta não
provoca apenas problemas oculares. Ela está relacionada à tendência
a diarréias perigosas. "Nessas crianças, o sarampo é mais
grave e as crises de doenças respiratórias costumam durar mais",
diz Fizberg.
A falta de vitamina e as notas ruins
Há indicações de que essa carência
também prejudica o Q.I., baixando o rendimento escolar. Por essa e outras
razões, os pediatras receitam suplementos em gotas de vitamina A nos primeiros
anos de vida.
As pistas fornecidas pelo sangue nos
exames
Exames ao microscópio apontam os danos provocados pelos
radicais livres. Indiretamente, os testes denunciam a necessidade de suplementos.
Pois é a falta de vitaminas que permite a ação devastadora
desses radicais.
Para os médicos ortomoleculares, como Wagner Fiori,
gotas de sangue são como um prato cheio (ou vazio) de vitaminas. Tiradas
de uma espetadela no delo , elas acusam a ação dos radicais livres
e das vitaminas capazes de bloqueá-los. Primeiro, Fiori analisa o "sangue
vivo" no microscópio .
A concentração dos glóbulos vermelhos
e a movimentação das células de defesa já dão
uma idéia do diagnóstico. A hora da verdade, porém, é a
do sangue coagulado, que se altera nas doenças. No caso do câncer,
ele apresenta enormes vãos entre as células vermelhas . São áreas
destruídas pelos radicais livres. Áreas assim não aparecem
em pessoas sadias .
Os
alcoólatras
O alcoolismo é a maior causa de deficiência vitamínica
no país. Doze milhões de brasileiros são viciados em bebidas
alcóolicas. No seu organismo, as dosagens de complexo B são ridículas.
Fica quase impossível extrair esse tipo de vitamina da comida, porque
o álcool forma uma barreira no intestino. E as vitaminas B estocadas no
corpo serão consumidas para degradar a bebida no fígado. Por isso,
alcoólatras devem apelar para megadoses desse complexo.
Os fumantes
A molécula de vitamina C termina aniquilada pela de
nicotina do cigarro, quando as duas se esbarram na corrente sangüínea.
De um terço a 100% de toda a vitamina ingerida pode terminar inutilizada
desse jeito.
Por esse motivo, o fumante tem necessidades muito maiores
desse nutriente do que os não-fumantes. No mínimo, ele precisa
consumir o dobro, para manter o funcionamento normal de seu corpo. Infelizmente,
essa compensação não diminui o risco de câncer no
pulmão, como demonstram as estatísticas da doença.
Ainda assim, a vitamina C está sendo ligada à prevenção
de outros tumores. Muitos cientistas suspeitam que a sua queda no organismo dos
fumantes é uma boa explicação para o fato desses indivíduos
serem mais sujeitos a tipos diferentes de câncer, como o de bexiga.
Os atletas
Ao suar a camisa, o esportista está perdendo muitas
moléculas como a da vitamina B2. Na verdade, ele perde todas as do complexo
B e a C, que se dissolvem na água do suor. "E, por ironia, elas estão
entre as coisas que mais se precisa para manter a perfomance física",
diz o nutricionista Sérgio Miguel Zucas, professor da Escola da Educação
Física da Universidade de São Paulo. As vitaminas do complexo B
e a C são importantíssimas para os músculos. "As necessidades
impostas pelos treinamentos são maiores do que o normal", explica
o especialista. "Por isso, o certo é os esportistas apelarem para
doses dez vezes maiores dessas substâncias em relação à recomendação
para não-atletas."
Os idosos
Em comparação com os adultos mais jovens, as
pessoas acima de sessenta anos devem consumir um terço a mais de vitamina
B6 com o passar do tempo, o sistema nervoso passa a necessitar de doses
maiores desse nutriente para continuar saudável. O reforço ajuda
a manter a rapidez de raciocínio e a memória.
As
grávidas
Desde 1992, o Serviço de Saúde Pública
dos Estados Unidos passou a recomendar cápsulas de B1 (o ácido
fólico) para suplementar a dieta de mulheres grávidas ou que planejam
ter filhos. A medida reduz pela metade o risco de se gerar crianças com
defeitos congênitos. Isso porque ajuda a regular o desenvolvimento das
células do embrião.
Sobre minerais.
Entrevista
feita pela revista Superinteressante com o nutricionista
americano Dennis Gordon, na ocasião
de sua visita ao Brasil para participar de um simpósio
sobre alimentação.
SUPER Como especialista em nutrição,
por que o senhor se interessa tanto pelos minerais?
GORDON Eu acho que os minerais são intrigantes
para qualquer pesquisador da minha área. Para
começo de conversa, porque são diferentes
dos outros nutrientes, já que não têm
origem orgânica. Ou seja, como substâncias
inorgânicas, eles jamais se transformam em energia
para o organismo, embora possam ser importantes para
o seu funcionamento. Os cientistas até conseguiam,
dessa maneira, medir o consumo de minerais de uma pessoa:
bastava comparar a ingestão dessas substâncias
com a quantidade jogada fora, pelas fezes, pela urina
e pelo suor. Mas essa era apenas parte da resposta, porque
como essa quantidade consumida não se traduz em
energia, eles ficavam sem saber como cada mineral estava
sendo aproveitado dentro do corpo. Além disso,
apesar de todas as pessoas, hoje em dia, falarem em minerais
a torto e a direito, muitas vezes engolindo suplementos
indiscriminadamente, o fato é que nós cientistas
ainda nem sequer sabemos como a maioria dessas substâncias é absorvida
pelo intestino.
SUPEREntão,
ingerir suplementos de minerais pode ser nocivo?
GORDON Esta é uma longa resposta, em que
vale a pena prestar atenção, porque é um
dos melhores exemplos de como as pessoas, na tentativa
de fazer bem à saúde, acabam causando a
maior confusão no organismo. Os minerais, em si,
não fazem mal. Existem 25 dessas substâncias
com alguma função para a saúde.
Elas se dividem em três categorias: existem minerais
cujas necessidades diárias são muito bem
estabelecidas; outros minerais, por enquanto, têm
uma dosagem apenas aproximada do ideal; finalmente, alguns
minerais estão sendo examinados porque certos
estudos sugerem que eles também sejam essenciais,
mas os dados disponíveis ainda são insuficientes
para elevá-los a tal categoria. Todas essas substâncias,
no entanto, são muito peculiares: hoje está provado
que quanto maior sua ingestão, menor a absorção
pelo organismo. Portanto, além de ser perda de
dinheiro, tomar suplementos pode significar, na prática,
dar menos minerais ao organismo, em vez de Ihe fornecer
doses extras, como se pretendia.
SUPERQual o mecanismo que regula a absorção?
GORDONPor enquanto, não sabemos, pois
desconhecemos como ocorre a própria absorção,
isto é, que tipo de reação acontece
na parede do intestino que faz a molécula de um
mineral saltar para a circulação sangüínea.
Uma coisa ficou clara, recentemente: a maioria dos minerais
acaba sempre sendo aproveitada somente em parte. Minerais
com 100% de aproveitamento podem ser considerados uma
exceção eles são o sódio,
o potássio, o iodo e o cloro. O restante se comporta
de maneira diferente. Apenas 10% a 20% do ferro presente
no feijão, por exemplo, é absorvido pelo
organismo; entre um quarto e a metade do magnésio
de uma banana consegue chegar ao sangue. O cromo, por
sua vez, é o pior delesmenos de 1% é absorvido.
E essa absorção pode se tornar ainda menor,
quanto maior for a dosagem em determinada refeição.
Na realidade, os cientistas só passaram a ter
certeza de que essa inversão acontecia, graças às
pesquisas sobre os efeitos das fibras na dieta, realizadas
nos últimos anos. Aliás, devemos ao estudo
das fibras uma série de novos conceitos sobre
nutrição, especialmente no que diz respeito
aos minerais.
SUPER O que têm
a ver as fibras com os minerais?
GORDONHá algum tempo, vários estudos
começaram a apontar os benefícios das fibras,
presentes nas frutas, nos vegetais, nos cereais integrais.
Elas são capazes, entre outras coisas, de diminuir
o volume de colesterol no sangue, evitar o câncer
de intestino, facilitar a digestão dos alimentos
em geral. Mesmo assim, os nutricionistas tinham dois
problemas, na hora de recomendar às pessoas que
aumentassem a proporção de fibras na dieta
do dia-a-dia. O primeiro é que, até hoje,
ninguém sabe qual a porção máxima
de fibras que alguém deve consumir diariamente.
Mas o maior fantasma era a preocupação
com a nutrição de minerais, pois algumas
experiências mostravam que a ingestão de
fibras atrapalharia a absorção dessas substâncias
no intestino. Quando fomos verificar se isso de fato
acontecia, acabamos compreendendo melhor os mecanismos
dos minerais dentro do corpo humano.
SUPERE, afinal, as fibras prejudicam a nutrição
mineral?
GORDON Minha equipe defende a teoria de que isso
não acontece. Essa relação negativa
começou ainda em 1942, quando dois pesquisadores
americanos compararam pessoas que comiam pão integral,
rico em fibras, com pessoas que comiam pão branco,
feito de farinha refinada e, portanto, pobre em fibras.
Esses cientistas notaram que as que ingeriam mais fibras,
absorviam menos cálcio, fósforo e magnésio.
Desde então, surgiram estudos parecidos, com conclusões
semelhantes. Alguns cientistas chegaram a demonstrar
que, ao menos em tubos de ensaio, as fibras se ligariam
aos minerais; assim, supunham, as fibras agarrariam essas
moléculas, arrastando-as para fora consigo, já que
não são digeridas pelo organismo humano.
No entanto, eu sempre critiquei esses estudos. Em primeiro
lugar, porque o grande argumento dos colegas que realizaram
essas experiências era de que, ao acelerar o trânsito
dos alimentos no intestino, as fibras diminuíam
o tempo de contato das moléculas de minerais com
as áreas ou sítios de absorção.
Desse modo, segundo eles, muitas moléculas não
tinham tempo de ser absorvidas. Mas nunca ninguém
provou que, aumentando a velocidade da digestão,
aumentaria também o volume de excreção
de minerais. Por isso comecei a ficar inquieto. Eu queria
bancar o detetive e resolver esse mistério.
SUPERComo é possível investigar
a ação dos minerais no organismo?
GORDON - Na Universidade
de Missouri, temos um reator nuclear que permitiu a
produção de uma
variedade de radionuclídeosno caso moléculas
de minerais, como cálcio, zinco, selênio
e ferro, que se tornaram levemente radioativas. Desse
modo elas podem ser observadas no organismo, como se
estivessem sendo perseguidas, por um aparelho chamado
espectômetro de raios gama de alta resolução.
Pela radiação captada, esse equipamento
mede a quantidade absorvida de determinado mineral e,
ainda, mostra com precisão as regiões do
corpo em que ele se concentra.
SUPERO que
esses estudos com minerais radioativos ensinaram?
GORDON - Essas experiências provaram, de uma
vez por todas, que ao engolir maiores quantidades de
minerais, você estará, na verdade, aproveitando
menos minerais. Mais do que isso: esses novos estudos
deixam claro que essa redução na absorção
deve ser um mecanismo de defesa do próprio organismo.
Pois, quando você aumenta a dosagem de um único
mineral, quebra um delicado equilíbrio existente
entre todos os minerais. O que está em maioria,
em número de moléculas no organismo, prejudica
o outro.
SUPER Então, existe uma competição
entre os minerais?
GORDON Exatamente, há uma verdadeira corrida,
eu diria. Por exemplo, o zinco, o cobre e o ferro são
substâncias muito parecidas do ponto de vista químico.
Portanto, é natural que disputem uma mesma área
de absorção no intestino. Numa experiência
com ratos, realizada pela minha equipe, quando aumentávamos
a concentração de zinco na dietamineral
que participa da fabricação do hormônio
insulina, notávamos uma diminuição
na dosagem de hemoglobina. Como se sabe, essa molécula
sangüínea, responsável pelo transporte
do oxigênio da respiração, precisa
conter uma molécula de ferro, ou seja, no organismo
que ingeriu mais zinco do que o normal, menos ferro ficou
disponível para a produção da hemoglobina.
O mesmo aconteceu quando aumentamos a proporção
de cobre na dieta. E, também, quando aumentamos
a dosagem de zinco e de ferro na alimentação,
esses dois minerais ocuparam o lugar do cobre armazenado
no fígado do rato.
SUPERCom isso o senhor quer dizer que são
os próprios minerais que atrapalham a chamada
nutrição mineral?
GORDONIsso mesmo. Os alimentos ricos em fibras
costumam ser igualmente ricos em determinados minerais,
daí o mal-entendido dos cientistas. Os cereais
integrais, por exemplo, contêm muito zinco, o que
talvez prejudique a produção da hemoglobina.
Já os legumes proporcionam muito cobre: o feijão
e o espinafre, por sua vez, são ricos em ferro.
Quando uma pessoa está acostumada a ingerir uma única
fonte de fibras, em vez de manter um cardápio
variado, o desequilíbrio entre esses três
minerais é inevitável.
Existem, óbvio, competições semelhantes
entre outros grupos de minerais. Particularmente, sou
a favor de que as pessoas até dobrem o consumo
diário de fibras, hoje em torno de 25 gramas por
dia nos Estados Unidos. Desde que, claro, não
troquem um cardápio variado por um único
prato de fibras.
SUPER Quais
outros fatores podem influenciar o aproveitamento dos
minerais pelo organismo?
GORDON Eu diria que existem diversos fatores.
pois essas substâncias são tão sensíveis
que sua disponibilidade dependerá até mesmo
de seus acompanhantespor exemplo, as proteínas
presentes em determinada refeição. A idade
da pessoa também influencia. Isso fica evidente
em relação ao cálcio, por exemplo:
todos sabem que os ossos de pessoas idosas tendem à descalcificação,
porque seu organismo tem dificuldade em absorver esse
mineral.
SUPERE o sexo, também faz diferença?
GORDON- Sem dúvida. As mulheres, por exemplo,
perdem muito ferro pelo sangue. durante o período
menstrual daí que seu organismo possui menores
quantidades desse mineral do que o masculino. No entanto,
se você oferecer uma mesma refeição,
rica em ferro, para um homem e uma mulher, notará que
o organismo desta absorve muito mais ferro, numa tentativa
de recuperar aquela perda. Ou seja. a absorção
de um mineral também é regulada pelo que
costumo chamar status da substância no organismo.
SUPERAs pessoas tentam compensar esses fatores
ingerindo os tais suplementos, um hábito que o
senhor critica, certo?
GORDON Elas só pioram a situação
com essas coleções de cápsulas coloridas.
Ingerir mais um mineral do que outro é criar um
caos, por causa da competição entre eles.
SUPER Mas essa competição não
continua existindo, mesmo sem os famosos suplementos?
GORDON É claro que sim. Mas se as pessoas
comem porções moderadas de cada prato e
se habituam a um cardápio variado, todos os minerais
no organismo ficam dentro de uma espécie de faixa
de seem que as perdas são calculadas. O grande
problema, na minha opinião, é que no mundo
atual as pessoas ou passam fome ou comem demais, exagerando
naquilo que pensam Ihes fazer bem. A mania de ingerir
um grupo limitado de alimentos, considerados saudáveis,
viola o princípio básico de uma boa alimentação,
que é justamente sua variedade.
Referência Bibliográfica
BALBACH, Afonsos. As Hotaliças na Medicina Doméstica. São
Paulo. 1989
KATCH, Frank e MCARDLE, William. Nutrição, Controle de Peso e
Exercício. Rio de Janeiro. Ed MEDSI. 1983.
DANTAS, Estélio. A Prática da Preparação Física.
São Paulo. Sharpe. 1998.
* Autora: ELEN
ROSELI TAVEIRA MARTINSKI DA SILVA - ACADÊMICA DE FISIOTERAPIA