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Qua, 21/1/09 10:49

NUTRIÇÃO

VITAMINAS
Autora*

 

Introdução

    A dinâmica da sociedade moderna, além de problemas psicológicos como depressão e estresse, acarreta também em contrapartida, problemas físico-orgânicos, que estão estritamentes ligados a má qualidade da alimentação que ingerimos no dia-a-dia.
    Hoje, é de fundamental importância o conhecimento das propriedades minerais e vitamínicas dos alimentos, evitando dessa forma a ingestão desorganizada de nutrientes e restaurando o equilíbrio do organismo.
    Os meios de comunicações de massa vivem noticiando em que pé anda a carência nutritiva da população mundial, enfatizando que: " Dois bilhões dos cinco bilhões de habitantes no planeta têm deficiência de uma ou mais vitaminas, e mais, a maioria dessa gente está no Terceiro Mundo e, no prato dos pobres, não faltam apenas vitaminas — falta comida mesmo, com todo tipo de nutriente. Mas o fato é que outro bilhão da população padece da chamada fome oculta, são aquelas pessoas, que apesar de terem uma mesa farta, seu organismo funciona aos trancos e barrancos por falta de vitamina. E essa falta não é sentida pela sensação de estômago vazio. Por isso ser a fome oculta".
    Mais a questão é: O que é preciso fazer para suprir essa lacuna, hoje, presente na nossa alimentação?
    Talvez a primeira providência seria alimentar o povo faminto, e a segunda permitir a todos a possibilidade de conhecer os valores nutritivos dos alimentos.
    O presente trabalho tem como objetivo apresentar algumas descobertas científicas ligadas as características e funções das vitaminas e minerais existentes na natureza, e, que são essenciais ao bom funcionamento das atividades biológica e fisiológica do ser humano.

Vitaminas
    Conceito: São substâncias que formam um grupos de quatorze compostos orgânicos essências ao ser humano, as quais, introduzidas no organismo em pequenas quantidades, participam da regulação do metabolismo e facilitam o processo de transferência energética e a síntese dos tecidos orgânicos, ou seja, as vitaminas desempenham importante papel na manutenção da saúde, no crescimento, na defesa contra as infecções , na nutrição, favorecendo a assimilação dos alimentos. A falta delas na alimentação do homem determina estados mórbidos definidos: xerofitalmia, beribéri, anemia, escorbuto, raquitismo etc.

Um breve histórico das vitaminas
    As vitaminas foram descobertas no início do século XX por cientistas que pesquisavam os efeitos dos diferentes tipos de alimentos na dieta. Mas, muito antes desse ponta-pé inicial, a importância das vitaminas para o bom desempenho das funções orgânicas já havia sido reconhecida de maneira indireta. As grandes viagens marítimas servirá não só para desenvolver a economia européia, como também de uma forma específica, para a observação do processo degenerativo dos corpos daqueles seres que participaram desse aventura e que por precária fonte alimentar começaram a apresentar problemas decorrente da carência de certos alimentos. Assim, aqueles "marinheiros que permaneciam embarcados durante longas períodos, sem poder renovar seus suprimentos alimenteres. Na falta de frutas frescas, alguns marinheiros morriam de escorbuto, uma doença que causa espasmos musculares, tonteiras, falta de apetite, grande sangramento das gengivas, deterioração da pele, infecções e, finalmente, morte." A partir de 1750 vários experimentos foram feitos e passou-se a inserir na dieta dos marinheiros frutas cítricas como suprimento alimentar. Percebeu-se que enquanto era mantidsa a dieta todos permaneciam saudáveis, e quanto retirada adoeciam.

Classificação das vitaminas
    Logo após à Segunda Guerra Mundial a ciência deu um grande passo no conhecimento das vitaminas. Essas substancias essenciais ao bom funcionamento do organismo passaram a ser classificadas em dois grupos diferentes: Hiposolúveis e Hidrosolúveis, ou seja, , o primeiro grupo, apresentavam substâncias químicas solúveis em gordura. o segundo grupo, substâncias solúveis em água.
    As vitaminas hiposolúveis dissolvem-se, sendo armazenadas na gordura e compostos oleosos dentro do organismo; a princípio a ingestão dessas substâncias não são necessárias, pois o organismo produz reservas. Quatro fora as substâncias identificadas: A, D, E e K.

Vitamina A
    Vitamina A, também chamada "a vitamina da vista". Foi descoberta pelos gregos, há mais de 2000 anos, apesar de não identificá-las e nem mesmo dar um nome. " Os antigos gregos observaram que, comendo certos alimentos ricos em gorduras e vitamina A, tais como fígado de frango e óleos, curavam uma deficiência da visão ao escurecer ( cegueira noturna)". Também, os gregos foram os primeiros a perceberem os efeitos colaterais decorrentes de dosagens muito elevadas dessa vitamina, "o efeito tóxico poderia aparecer, tanto em crianças como em adultos (. . .) a hiper-vitaminose A , revelou-se a causa da irritabilidade, ossos entumescidos e inflamados, perda de peso, pele seca e coceiras. E, adultos os sintomas podem incluir náuseas, dores de cabeça, sonolência, perda de cálcio dos ossos".
    O avanço nos estudos realizados sobre a vitamina A, revelam outros benefícios possíveis causados por essa substância, como no combate de algumas formas de câncer, por suas propriedades cancerígenas, por seus efeitos imunológicos e por ajudar na renovação da pele envelhecida, quando, uma outra provitamina se transforma em vitamina D, em decorrência da exposição da pele aos raios do sol ou aos da luz ultra violeta artificial.
    Todas as vitaminas são produzidas nas folhas verdes e raízes das plantas pelo processo de fotossíntese. Participam dessa síntese das vitaminas a energia solar com o dióxido de carbono, água e minerais do solo. Na verdade não existe a vitamina A propriamente dita, o que acontece é que as plantas produzem o caroteno, uma provitamina, cujos os pigmentos amarelo e alaranjados dão cor aos vegetais e frutas ( cenouras, melão, pêssego etc.); podem ser encontrados nos vegetais de cor verde. O caroteno e transformado em vitamina A nas paredes dos intestinos e no fígado.
    No Brasil o consumo de vitamina A deixa muito a desejar. Dados publicados pela Organização Mundial da Saúde, confirmam, que em "matéria de falta de vitamina A, nós empatamos com os haitianos no primeiro lugar. Em certas regiões brasileiras, metade da população tem menos dessa vitamina do que seria adequado", ocasionando todos os males decorrentes da falta dessa substância, principalmente a cegueira noturna. No entanto, o contraditório deste fato, é que, no Norte e Nordeste, regiões onde o problema é mais agravante, existem frutas típicas com alto teor dessas substâncias.

Vitamina D
    Essa vitamina faz parte de um grupo de vitaminas( D1,D2,D3 ), todas são vitais para manutenção e controle do cálcio e do fósforo no organismo. Essa vitamina pode ser produzida na pele, devido a ação dos raios ultravioleta do sol, onde se acha uma provitamina D, o ergocalciferol ou vitamina B2; também existe o colecalciferol ou vitamina b3. As duas formas da vitamina D podem ser obtidas na alimentação, apesasr de não se encontrar em grande quantidade. No entanto, "não há necessidade absoluta de ingerir nauseantes óleos de peixe para obter a vitamina D. A fim de consegui-la, basta expor às radiações ultravioleta naturais ou artificiais".
    A deficiência dessa vitamina no organismo provoca o raquitismo, caracterizada por mineralização defeituosa dos ossos, geralmente ocorre em crianças na fase de crescimento. Nesse casso o leite pode ser uma das fontes principais para se obter a vitamina D , que é fundamental no metabolismo do cálcio.
    Outros benefícios da vitamina D foram divulgados recentemente, tais como prevenção e tratamento dos canceres de cólon, reto e de mama, na proteção contra doenças infecciosas e seu tratamento e contra o envelhecimento.

Vitamina E
    É Conhecido no grupo das vitaminas E, três tipos: alfa, beta e gama tocoferóis. Sua função específica é garntir a normalidade da esterelidade e do metabolismo muscular. Sua deficiência causa a esterelidade. No macho, verifica-se a degeneração do epitélio germinativo testicular ( azoospermia ). Na fêmea, o embrião desenvolve-se por alguns dias, depois se atrofia, morre e é reabsorvido com a própria placenta.
    Apesar dos estudos realizados, pouco se sabe sobre o mecanismo bioquímico da vitamina E. Existem hipóteses a respeito de sua função, tais como: interfere nos fenômenos de oxidação e como transportador de hidrogênio. No entanto, nada pode ser afirmado sobre os sintomas decorrentes da carência dessa vitamina, apesar de sua importância na reprodução de algumas espécies animais, a partir do qual, a substância recebeu o nome de tocoferol. Porém, o fato observado, não nos permite recomendar qualquer dose profilática ou terapêutica à espécie humana.
    Todavia, uma parte dos especialistas recomendam variadas dosagens de vitamina E. Os benefícios são vários: Protege contra distúrbios neurológicos, estimula o sistema imunológico, protege contra doenças cardiovasculares etc.

Vitamina K
    A vitamina K é caracterizada por um grupo de vitaminas (K1,K2K3). Sua função específica é assegurar a coagulação do sangue. O símbolo K vem da palavra alemã "Koagulatio", graças à sua ação hemorrágica. Além dessa função biológica, a vitamina K participa no processo de mineralização óssea, facilitando a cicatrização normal de ossos e fraturas.
    Sintomas decorrentes da deficiência da vitamina K no organismo é incomum, devido a grande quantidade dessa substância encontrada nos alimentos e as que são sintetizadas pelas bactérias do intestino humano.
    As vitaminas hiposolúveis, são àquelas transportadas no meio aquoso de tecidos e células. Pôr causa da sua solubilidade em água, essas vitaminas são armazenadas no organismo em, apreciável quantidade, sendo normalmente eliminada pela urina. Assim, as vitaminas solúveis em água devem ser ingeridas na alimentação diária ou, no mínimo, dentro de intervalos de poucos dias. As vitaminas solúveis em água são as vitamina C ( ácido ascórbico) e chamadas de complexo B ( B1,B2, B6, folacina, ácido pantotêmico e B12). Estas vitaminas agem como parte de coenzimas.

Vitamina B1
    A vitamina B1 é indispensável à saúde do sitema nervoso, e como fator do crescimento normal, da regularidade e a manutenção do apetite. É antiberibérica e antineurítica. A absorção dessa substância dá-se pelos intestinos delgado e grosso, para logo em seguida passa pelo fígado e coração( órgãos mais ricos em tiamina) , mas também pelos , cérebro, glândulas supra-renais, baço, pulmão e para os músculos, onde se encontra metade da tiamina do organismo.
    Foi observado que a falta dessa vitamina no organismo causa a diminuição da memória, falta de atenção, fraqueza muscular, redução da capacidade mental. Esses sintomas aparecem mais visivelmente nos alcoólatras, pois o alcool é um grande destruidor da vitamina B1.

Vitamina B2
    A vitamina B2 é um componente termoestável do complexo B, indispensável à normalidade das funções orgânicas. Como preventiva (pelagra), intervém nos fenômenos metabólicos, tem função de coenzima intervindo na oxidação das células, participa no processo de crescimento, atua na regeneração sangüínea, , no fígado, no trabalho cardíaco e no aparelho ocular.
    A carência dessa substância ( riboflavina ), acarreta perda de apetite até distúrbios mais graves. Nos seres humanos causam perturbações digestivas, afecções da pele, inflamação da córnea , do olho e catarata.
    Em matéria publicada na revista Superinteressante, sobre os valores nutricionais da alimentação do brasileiro, foi confirmado que no nosso dia-a-dia as refeições são desvitaminadas, por exemplo, o trigo que seria a maior fonte de vitaminas B1 1 B2, no Brasil esses índices estão abaixo das tabelas nutricionais, isso porque as pessoas preferem o trigo branco, que é puro amido. Devido a este fato, a MacDolnald’s, maior rede de fast-food do mundo, passou a exigir da Interbakers, empresa que fornecia os pães para hamburgueres, que inclui-se o complexo B no trigo. Visto que os sanduiches da MacDolnad’s possuia a mesma qualidade em qualquer ponto do mundo. Hoje, afirma Regina Helena Braga, ligada a empresa Interbekrs, o pão de um Bic Mac fornece mais de 60% das necessidades diárias de nutrientes.

Vitamina B5
    A vitamina B5 ( tiacina ), que também é chamada de ácido nicotínico , é uma vitamina antipelagrosa. Essa vitamina participa nos mecanismos de oxidação celular, intervém no aproveitamento normal dos prótides pelo organismo; influencia o metabolismo do enxofre; ativa o mecanismo dos glúcides.
    A carência dessa substância provoca o aparecimento da pelagra, uma avitaminose caracterizada por eritema das partes descobertas, pertubações disgestivas, nervosas e mentais.
    A vitamina B6 chama-se também piridoxina e adermina. É solúvel em água, estável aos álcalis e aos ácidos, resistente ao calor, mas decompõe-se rapidamente à luz ultravioleta. Encontra-se, na natureza, livre ou combinada com substâncias protéicas ( lêvedo de cerveja, cereais integrais, os legumes, os vegetais verdes, o leite). Sua deficiência produz pelagra.
    No ano de 1934, cientistas demonstraram que os pacientes de anemia careciam de ma substância que mais tarde ficou conhecida como vitamina B12, é a única vitamina que contém um metal (cobalto),que lhe dá uma coloração avermelhada, sendo também a maior das moléculas vitamínicas. Suas principais funções são: participa como coenzima na conversão da tiamina em timidina, antianêmico, age favoravelmente sobre as degenerações nevorsas decorrentes da anemia perniciosa, atua no crescimento, auxilia o organismo na utilização do aminoácidos na construção de proteínas, nas afeccões cutâneas etc.
    As vitaminas B12 encontra-se no lêvedo de cerveja, nos cereais integrais, no ovo e no leite.

Vitamina C
    A vitamina C é também conhecida sob o nome de ácido ascórbico. É uma vitamina hidrossolúvel, termolábil. Previne o escorbuto, facilita a circulação sangüínea, favorece a boa dentição. Outras funções da vitamina C, está na defesa contra infecções, protege o sistema vascular, colabora com o ferro na formação da hemoglobina, auxilia a função glandular (supra-renal), no desenvolvimentos dos ossos, no tecido conjutivo, nas cicartrizações das feridas.
    A vitamina C faz parte de um trio de vitaminas indispensáveis para combater um mal que persegue as pessoas os radicais livres. Numa matéria da revista Superinteressante, especialistas em medicina ortomolecular, comprovam que de 2% a 5% do oxigênio que nos respiramos se transforma em radicais livres. Esse elementos reagem com tudo que encontram no organismo, roubando um elétron, que também se transforma em um radical livre. Os radicais livres participam de reações que levam o colesterol a se acumular nas artérias. E as únicas vitaminas capaz de combater essa cadeia destruidora são: a vitamina E, a vitamina C e o beta- caroteno, a matéria- prima da vitamina A.

Os Sais Minerais
    Conceito: São compostos de um grupo de 22 elementos metálicos, onde cada um deles é vital para o funcionamentos adequado da célula. São parte de enzimas, hormônios e vitaminas. Também são encontrados nos músculos, tecidos conjuntivos e nos vários líquidos do organismo.
    Os sais minerais encontram-se livremente na natureza, nas águas dos rios, lagos e oceanos, e entre as camadas superficiais da terra. Pequenas quantidades de minerais são absorvidas pelos sistemas de raízes das plantas e árvores, e onde, eles se incorporam aos alimentos naturais, aos carboidratos, gorduras e proteínas. Portanto, os sais minerais fazem parte da estrutura do organismo dos animais, e assim como o ser humano devem suprir a necessidade de minerais através da água e dos alimentos.
    A ação dos sais minerais no organismo têm como funções: participar na constituição dos ossos e dentes, de certos tecidos moles do organismo (músculo), agem como co-fatores de certas enzimas, atuam no processo de contração vascular, controlam os movimentos dos fluídos do corpo etc. Cada órgão, tecido, célula de nosso corpo necessita de minerais.
    Vários são os sais minerais, mas conheceremos apenas alguns como: o cálcio, o flúor, o germânio, o iodo, o magnésio, o potássio, o selênio e o zinco.

Cálcio
    O cálcio é o mais importante dos sais minerais participa de quase todos os processos vitais do organismo, e indispensável par a coagulação sangüínea depois de um ferimento e para a ação rítmica do coração.
    O cálcio existe em abundância na superfície terrestre, é componente essencial na composição dos tecidos animais e vegetais.

Flúor
    O flúor além de evitar a cárie dentária pode ser usada na prevenção da osteosporose, como foi revelado em pesquisas recentes.
    As fontes em que se encontra esse mineral são as regiões ricas em fosfato, alumínio e cinzas vulcânicas, e, consequentemente nas águas que atravessam esse depósito. Também os vegetais contêm só que em menor quantidade.
    A dose muito elevada desse mineral é prejudicial aos dentes, podendo provocar: flurose dental endêmica, florose crônica, inibição das fostases etc.
    Outras pesquisas revelaram maior incidência de cáries dentárias nas regiões servidas por água desfluorizada ou pobre em flúor.
    A carência desse mineral no organismo são os seguintes: apetite insaciável, câimbra nas pernas, cáculos, dentes cariados, esterelidade, língua obscura e viscosa, propensão a infecções, tend6encia a surdez etc
    O flúor existe em abund6ancia nos seguintes alimentos: Agrião, couve, couve-flor, feijão, gema de ovo, maça, trigo.

Iodo
    O iodo é um elemento que entra numa proporção assaz reduzida ( 20 a 50 mg ), no organismo humano, onde se acha assim distribuído: músculo 50%, tiróide 20%, pele 10%, esqueleto 6%, e o restante em diversos órgãos do corpo.
    O iodo é ingerido com os alimentos e absorvido pelo intestino como iodeto, que na tireóide é utilizado para formar a iodotireoglobulina , assim armazenado na gl6andula, é requisitado posteriormente para a secreçào do hormônio tireóideo. Também é absorvido
    A importância do metabolismo do iodo na glândula tireóide está no controle que exerce na nutrição de muitos tecidos. A sua ação abrange: O estimulo no crescimento, excita o sistema nervoso vegetativo, melhora o nível de inteligência, aumenta a oxidação dos alimentos, regula a produção de calor org6anico, influencia a absorção intestinal.
    A carência desse mineral no organismo são as seguintes: Bócio, condições toxicas, crescimento retardado, deficiência mental, desenvolvimento sexual insuficiente, dores no coração, gosto de gordura na boca etc.
    Os alimentos relativamente ricos em iodo são os seguintes: alface, alho, cebola, cenoura, couve-flor, ervilha, feijão, tomate e principalmente as plantas marinhas.

Germânio
    s O germânio passou a ser conhecido pelo público a partir de 1987 quando um jornal americano divulgou as qualidades curativas desse mineral, entre os benefícios considerados estão: o câncer, distúrbios imunológicos, doenças virais, artrite, hipertensão, alergias etc. Segundo alguns médicos, o germânio é a substância com maiores poderes de cura do planeta e o marco de desenvolvimento no campo da medicina nutricional.
    O germânio é relativamente abundante na crosta terrestre e figura na tabela periódica dos elementos químicos como sendo um elemento biologicamente ativo, no entanto, o único papel biológico conhecido é sua ação retardadora dos sinais decorrentes da deficiência de boro.
    O que acontece é que alguns estudos recentes sugerem que os componentes orgânicos do germânio, podem ter algumas qualidades estimulantes da imunidade, anticancerígena e antivirais.
    Os argumentos positivos sobre a utilidade do germânio está 0: no tratamento da AIDS, estimula o sistema imunológico, no tratamento do câncer, útil no tratamento da síndrome crônica do vírus de Apstien Barr.

Magnésio
    O magnésio é um elemento que entra na constituição da clorofila, uma substância existente nas células das plantas e que dá a estas a cor verde.
    Pelas secreções gástrica e intestinal, o magnésio é libertado da clorofila e absorvido no intestino.
    As funções do magnésio são as seguintes: desempenha o papel de co-enzima, no metabolismo do fósforo, ativa o metabolismo dos glicídios e exerce ação controladora da excitabilidade neuro-muscular.
    Na ausência desse mineral aprecem alguns sintomas como: acidez, debilidade nos músculos abdominais, desejo de tomar bebidas azedas, desmasios, dor no pescoço e nos ombros, expectoração amarelada, gases intestinais, prisão de ventre.
    Os alimentos ricos em magnésio são: ameixa, azeitona, aveia, arroz integral, castanha, couve, trigo etc.

Potássio
    O potássio existe em maior quantidade nas células ao contrário do sódio que se encontra em maior proporção nos líquidos biológicos.
    Dentre suas principais funções podemos citar: concorre para manter o equilíbrio ácido-básico, regula o equilíbrio híbrido do corpo, aumenta a excitabilidade da célula quando em baixa concentração e inibe-a em alta concentração.
    A carência desse mineral provoca angústia no estômago, atrofia dos músculos, câimbras, chagas que não cicatrizam, hemorragias nasais, hidropsia, insônia, mau funcionamento do fígado, olhos fundos, tornozelos inchados etc.

Fósforo
    O fósforo é um elemento que se encontra na natureza. Todas as células e líquidos orgânicos e nos alimentos naturais, e no corpo humano está presente sob as formas orgânica ( esteres0) e inorgânica ( fosfato).
    A função de certas glândulas tem relação com o metabolismo do fósforo. Quando há hiperpoparatireoidismo ocorre ao mesmo tempo alta fosforemia e, quando se verifica hiperparatireoidismo a fosforemia é baixa. O paratormônio, que é o agente regulador do metabolismo do fósforo, aumenta o cálcio saguíneo, porém, diminui o fósforo.
    O metabolismo do fósforo, assim como o do cálcio, está subordinado também a ação reguladora da vitamina D.
    As funções do fósforo são as seguintes: combinado com o cálcio, o fósforo atua na formação dos dentes e ossos, regula o equilíbrio ácido-básico do organismo, influi sobre a reprodução e lactação.
    A carência desse mineral apresenta alguns sintomas, como: acentuada extenuação nos braços e pernas, adormecimentos, deficiente desenvolvimentos dos ossos, dores de próstatas, fadiga mental, impotência, neurastenia
    As fontes de fósforo são: abóbora, aveia, caju, castanha-do-pará, coco, feijão preto, milho etc.
    As vitaminas roubadas no fogão da sua casa
    Enquanto são preparadas, elas vão desaparecendo das refeições e quando chegam no prato sua quantidade é bem menor do que apontam as tabelas nutricionais.

Verduras cozidas
    Por serem solúveis em água, a vitamina C e as do complexo B sempre escapam da comida durante o cozimento. Resultado: verduras cozidas têm 40% menos vitaminas B e 70% menos vitamica C do que verduras cruas. Uma dica é usar o mínimo de água possível para prepará-las.

Carne ensopada
    Quanto mais molho tem a carne, mais nutrientes podem fugir. Motivo: algumas vitaminas se dissolvem rapidamente na água usada como ingrediente para o caldo. Sem contar que parte da gordura da carne também acaba no molho — e nela estão outras tantas vitaminas. Nos ensopados, as perdas costumam ficar entre 40% e 50%. A diferença é pior em relação à vitamina B1 ou tiamina, imprescindível para o cérebro e para os músculos: ela diminui 60%.

Feijão cozido
    Os cereais deveriam ser grandes fornecedores de vitaminas B, mas elas saem dos grãos e vão para a água. Depois, durante o cozimento, parte da água sai da panela em forma de vapor, levando as moléculas de vitaminas junto. Como os cereais demoram até ficar prontos, muito vapor e muita vitamina vão para o espaço. O feijão chega a perder metade de uma de suas maiores riquezas: a vitamina B9 ou ácido fólico [foto 131}, cuja falta causa anemia.

Peixe frito
    Quanto mais quente, pior — o calor "arranca" vitaminas da comida ou, então, estraga as suas moléculas.
    A temperatura do óleo para a fritura faz com que os pescados percam cerca de 20% da vitamina B3 ou niacina, que ajuda o corpo a extrair energia dos alimentos. Eles também ficam com 10% menos vitamina B12 [ foto 130], responsável pelo bom funcionamento das células do corpo.

Ovo frito
    Por causa do calor da fritura, 20% da vitamina B6 — essencial para o corpo fabricar suas proteínas — acabam indo embora. A mesma proporção de vitaminas A, D, E e K também some porque, em temperatura alta, suas moléculas se dissolvem no óleo da panela.

Batatas cozidas
    Mais uma vez, a água é a vilã na cozinha: por ela, escapam 40% das moléculas de vitamina C presentes na batata e até metade de todas as vitaminas B. Quando a batata é assada, por não ficar mergulhada na água, as perdas são menores — acontecem apenas pelo vapor.

Linus Pauling, o precursor das superdoses
    Um copo de suco de laranja por dia é o que basta — dizemos nutricionistas. Duzentos copos — corrigia um dos cientistas mais brilhantes deste século, o único que ganhou dois prêmios Nobel sozinho.
    É claro, o químico americano Linus Carl Pauling (1901-1994) não tomava tanto suco diariamente. Mas engolia o equivalente às laranjas na forma de comprimidos que, juntos, somavam 10 gramas de vitamina C.

Por que dosagens gigantes.
    Pauling não se conformava com os 65 miligramas de vitamina C recomendados pela Nutrição tradicional. Dizia que a maioria dos animais fabrica a sua qüota do nutriente no fígado — o homem primitivo teria perdido essa capacidade. "Se as cabras produzem 13 gramas dessa vitamina todo dia, por que o organismo humano, que é muito mais complexo, precisaria de muito menos?", perguntava.
    Segundo o cientista, que se notabilizou por ter descoberto como os átomos formam ligações químicas, a vitamina C rejuvenesce e evita uma série de males. Tudo começou na década de 60, quando analisou seus efeitos em resfriados. Nos anos 70, passou a estudar as qualidade anticâncer do nutriente — foi quando publicou o seu best-seller Como viver mais e melhor.
    A Academia Nacional de Ciências, nos Estados Unidos, se recusou a publicar seus trabalhos sobre o tema. Os adversários argumentavam que o corpo humano não precisava mais do que poucos miligramas de vitamina C por dia, sendo o excesso da substância eliminado pela urina.
    "A vitamina C leva seis horas até ser eliminada", explica, o médico americano Stephen Lawson, diretor do Instituto Linus Pauling de Pesquisas. "Durante esse período, ela fica ativa, circulando pelo sangue. E, depois, na medida que vai embora, o indivíduo já estaria tomando uma segunda dose, mantendo o pico da substância no organismo."
    Muitos cientistas dizem que, apesar da vitamina C, Pauling morreu de câncer de próstata, no ano passado. Mas morreu lúcido e trabalhou em seu instituto até as últimas semanas de sua longa vida. Ele tinha 93 anos.
    Nas esteira das idéias de Pauling, surgiram teorias, apontando benefícios de megadoses de outras vitaminas. É possível tomar tranqüilamente quantidades até cem vezes maiores do que as dosagens diárias recomendadas pelos nutricionistas de vitamina B e C. Com as vitaminas A, D, E e K, a história é diferente, porque se acumulam no corpo e isso pode ter efeitos tóxicos. Mesmo nesse caso, pode-se consumir até dez vezes mais do que a dose diária recomendada, sem correr riscos. Até o momento, sabe-se que megadoses são válidas para certos casos. Mas também não há provas de que não funcionem em outras situações.

Sem vitamina C, o ferro pode não ser aproveitado pelo corpo humano.
    Há vinte anos, entre 10% e 35% das crianças brasileiras com menos de três anos de idade eram anêmicas. A proporção variava conforme a região do país. Em 1992, um levantamento realizado pela Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo apontou que a situação se agravara terrivelmente: 55% dos paulistas em idade pré-escolar tinham anemia. Atualmente, são 80%. "Essa porcentagem elevadíssima indica que o problema não é privilégio das classes carentes", diz o médico nutrólogo Mauro Fizberg, professor da Universidade Federal de São Paulo. "A má nutrição é encontrada nas crianças das classes média e alta."

As causas do problema
    A anemia não tem a ver diretamente com a falta de uma vitamina e, sim, com a ausência de um mineral — no caso, o ferro. "Uma das causas do aumento da incidência pode ser o desmame precoce", conta Fizberg. "Ao contrário do leite materno, o da vaca é uma fraca fonte de ferro." Outra suposta causa seria a dieta mal equilibrada — e esta pode ocasionar a falta de vitamina C.
    O que seria do feijão sem a laranja, sem vitamina C, visto que a quantidade de ferro fornecida pelos vegetais é irrisória.
    Qualquer análise de laboratório mostra que o feijão, por exemplo, é rico em ferro. No corpo humano, porém, a sua contribuição é pequena: o intestino consegue absorver apenas cerca de 10% desse mineral contido no cereal.
    Se, no entanto, o feijão for acompanhado de uns bons goles de suco de laranja ou qualquer fruta cítrica, a história será diferente. "As moléculas de vitamina C do suco dão uma espécie de empurrão para o ferro de origem vegetal entrar no organismo", explica Fizberg. "Assim, sua absorção pode chegar a 40%."

A vantagem das carnes
    As carnes são diferentes, pois estão entre as melhores fontes de ferro e, nesse caso, as moléculas do mineral não precisam da ajuda da vitamina. Mas, pelo crescimento das anemias, tudo indica que as carnes não estão chegando no prato das crianças. Pelo menos, não na quantidade que chegava antigamente.

Nós e a carência de vitaminas:

Sarampo e doenças respiratórias
    Outra carência que chama a atenção dos médicos é a de vitamina A. No Estado de São Paulo, 20% das crianças sofrem da sua deficiência. Nelas, essa falta não provoca apenas problemas oculares. Ela está relacionada à tendência a diarréias perigosas. "Nessas crianças, o sarampo é mais grave e as crises de doenças respiratórias costumam durar mais", diz Fizberg.

A falta de vitamina e as notas ruins
    Há indicações de que essa carência também prejudica o Q.I., baixando o rendimento escolar. Por essa e outras razões, os pediatras receitam suplementos em gotas de vitamina A nos primeiros anos de vida.

As pistas fornecidas pelo sangue nos exames
    Exames ao microscópio apontam os danos provocados pelos radicais livres. Indiretamente, os testes denunciam a necessidade de suplementos. Pois é a falta de vitaminas que permite a ação devastadora desses radicais.
    Para os médicos ortomoleculares, como Wagner Fiori, gotas de sangue são como um prato cheio (ou vazio) de vitaminas. Tiradas de uma espetadela no delo , elas acusam a ação dos radicais livres e das vitaminas capazes de bloqueá-los. Primeiro, Fiori analisa o "sangue vivo" no microscópio .
    A concentração dos glóbulos vermelhos e a movimentação das células de defesa já dão uma idéia do diagnóstico. A hora da verdade, porém, é a do sangue coagulado, que se altera nas doenças. No caso do câncer, ele apresenta enormes vãos entre as células vermelhas . São áreas destruídas pelos radicais livres. Áreas assim não aparecem em pessoas sadias .

Os alcoólatras
    O alcoolismo é a maior causa de deficiência vitamínica no país. Doze milhões de brasileiros são viciados em bebidas alcóolicas. No seu organismo, as dosagens de complexo B são ridículas. Fica quase impossível extrair esse tipo de vitamina da comida, porque o álcool forma uma barreira no intestino. E as vitaminas B estocadas no corpo serão consumidas para degradar a bebida no fígado. Por isso, alcoólatras devem apelar para megadoses desse complexo.

Os fumantes
    A molécula de vitamina C termina aniquilada pela de nicotina do cigarro, quando as duas se esbarram na corrente sangüínea. De um terço a 100% de toda a vitamina ingerida pode terminar inutilizada desse jeito.
    Por esse motivo, o fumante tem necessidades muito maiores desse nutriente do que os não-fumantes. No mínimo, ele precisa consumir o dobro, para manter o funcionamento normal de seu corpo. Infelizmente, essa compensação não diminui o risco de câncer no pulmão, como demonstram as estatísticas da doença.
    Ainda assim, a vitamina C está sendo ligada à prevenção de outros tumores. Muitos cientistas suspeitam que a sua queda no organismo dos fumantes é uma boa explicação para o fato desses indivíduos serem mais sujeitos a tipos diferentes de câncer, como o de bexiga.

Os atletas
    Ao suar a camisa, o esportista está perdendo muitas moléculas como a da vitamina B2. Na verdade, ele perde todas as do complexo B e a C, que se dissolvem na água do suor. "E, por ironia, elas estão entre as coisas que mais se precisa para manter a perfomance física", diz o nutricionista Sérgio Miguel Zucas, professor da Escola da Educação Física da Universidade de São Paulo. As vitaminas do complexo B e a C são importantíssimas para os músculos. "As necessidades impostas pelos treinamentos são maiores do que o normal", explica o especialista. "Por isso, o certo é os esportistas apelarem para doses dez vezes maiores dessas substâncias em relação à recomendação para não-atletas."

Os idosos
    Em comparação com os adultos mais jovens, as pessoas acima de sessenta anos devem consumir um terço a mais de vitamina B6 — com o passar do tempo, o sistema nervoso passa a necessitar de doses maiores desse nutriente para continuar saudável. O reforço ajuda a manter a rapidez de raciocínio e a memória.

As grávidas
    Desde 1992, o Serviço de Saúde Pública dos Estados Unidos passou a recomendar cápsulas de B1 (o ácido fólico) para suplementar a dieta de mulheres grávidas ou que planejam ter filhos. A medida reduz pela metade o risco de se gerar crianças com defeitos congênitos. Isso porque ajuda a regular o desenvolvimento das células do embrião.

Sobre minerais.

Entrevista feita pela revista Superinteressante com o nutricionista americano Dennis Gordon, na ocasião de sua visita ao Brasil para participar de um simpósio sobre alimentação.

SUPER — Como especialista em nutrição, por que o senhor se interessa tanto pelos minerais?

GORDON— Eu acho que os minerais são intrigantes para qualquer pesquisador da minha área. Para começo de conversa, porque são diferentes dos outros nutrientes, já que não têm origem orgânica. Ou seja, como substâncias inorgânicas, eles jamais se transformam em energia para o organismo, embora possam ser importantes para o seu funcionamento. Os cientistas até conseguiam, dessa maneira, medir o consumo de minerais de uma pessoa: bastava comparar a ingestão dessas substâncias com a quantidade jogada fora, pelas fezes, pela urina e pelo suor. Mas essa era apenas parte da resposta, porque como essa quantidade consumida não se traduz em energia, eles ficavam sem saber como cada mineral estava sendo aproveitado dentro do corpo. Além disso, apesar de todas as pessoas, hoje em dia, falarem em minerais a torto e a direito, muitas vezes engolindo suplementos indiscriminadamente, o fato é que nós cientistas ainda nem sequer sabemos como a maioria dessas substâncias é absorvida pelo intestino.

SUPER—Então, ingerir suplementos de minerais pode ser nocivo?

GORDON— Esta é uma longa resposta, em que vale a pena prestar atenção, porque é um dos melhores exemplos de como as pessoas, na tentativa de fazer bem à saúde, acabam causando a maior confusão no organismo. Os minerais, em si, não fazem mal. Existem 25 dessas substâncias com alguma função para a saúde. Elas se dividem em três categorias: existem minerais cujas necessidades diárias são muito bem estabelecidas; outros minerais, por enquanto, têm uma dosagem apenas aproximada do ideal; finalmente, alguns minerais estão sendo examinados porque certos estudos sugerem que eles também sejam essenciais, mas os dados disponíveis ainda são insuficientes para elevá-los a tal categoria. Todas essas substâncias, no entanto, são muito peculiares: hoje está provado que quanto maior sua ingestão, menor a absorção pelo organismo. Portanto, além de ser perda de dinheiro, tomar suplementos pode significar, na prática, dar menos minerais ao organismo, em vez de Ihe fornecer doses extras, como se pretendia.

SUPER—Qual o mecanismo que regula a absorção?

GORDON—Por enquanto, não sabemos, pois desconhecemos como ocorre a própria absorção, isto é, que tipo de reação acontece na parede do intestino que faz a molécula de um mineral saltar para a circulação sangüínea. Uma coisa ficou clara, recentemente: a maioria dos minerais acaba sempre sendo aproveitada somente em parte. Minerais com 100% de aproveitamento podem ser considerados uma exceção— eles são o sódio, o potássio, o iodo e o cloro. O restante se comporta de maneira diferente. Apenas 10% a 20% do ferro presente no feijão, por exemplo, é absorvido pelo organismo; entre um quarto e a metade do magnésio de uma banana consegue chegar ao sangue. O cromo, por sua vez, é o pior deles—menos de 1% é absorvido. E essa absorção pode se tornar ainda menor, quanto maior for a dosagem em determinada refeição. Na realidade, os cientistas só passaram a ter certeza de que essa inversão acontecia, graças às pesquisas sobre os efeitos das fibras na dieta, realizadas nos últimos anos. Aliás, devemos ao estudo das fibras uma série de novos conceitos sobre nutrição, especialmente no que diz respeito aos minerais.

SUPER O que têm a ver as fibras com os minerais?

GORDON—Há algum tempo, vários estudos começaram a apontar os benefícios das fibras, presentes nas frutas, nos vegetais, nos cereais integrais. Elas são capazes, entre outras coisas, de diminuir o volume de colesterol no sangue, evitar o câncer de intestino, facilitar a digestão dos alimentos em geral. Mesmo assim, os nutricionistas tinham dois problemas, na hora de recomendar às pessoas que aumentassem a proporção de fibras na dieta do dia-a-dia. O primeiro é que, até hoje, ninguém sabe qual a porção máxima de fibras que alguém deve consumir diariamente. Mas o maior fantasma era a preocupação com a nutrição de minerais, pois algumas experiências mostravam que a ingestão de fibras atrapalharia a absorção dessas substâncias no intestino. Quando fomos verificar se isso de fato acontecia, acabamos compreendendo melhor os mecanismos dos minerais dentro do corpo humano.

SUPER—E, afinal, as fibras prejudicam a nutrição mineral?

GORDON— Minha equipe defende a teoria de que isso não acontece. Essa relação negativa começou ainda em 1942, quando dois pesquisadores americanos compararam pessoas que comiam pão integral, rico em fibras, com pessoas que comiam pão branco, feito de farinha refinada e, portanto, pobre em fibras. Esses cientistas notaram que as que ingeriam mais fibras, absorviam menos cálcio, fósforo e magnésio. Desde então, surgiram estudos parecidos, com conclusões semelhantes. Alguns cientistas chegaram a demonstrar que, ao menos em tubos de ensaio, as fibras se ligariam aos minerais; assim, supunham, as fibras agarrariam essas moléculas, arrastando-as para fora consigo, já que não são digeridas pelo organismo humano. No entanto, eu sempre critiquei esses estudos. Em primeiro lugar, porque o grande argumento dos colegas que realizaram essas experiências era de que, ao acelerar o trânsito dos alimentos no intestino, as fibras diminuíam o tempo de contato das moléculas de minerais com as áreas ou sítios de absorção. Desse modo, segundo eles, muitas moléculas não tinham tempo de ser absorvidas. Mas nunca ninguém provou que, aumentando a velocidade da digestão, aumentaria também o volume de excreção de minerais. Por isso comecei a ficar inquieto. Eu queria bancar o detetive e resolver esse mistério.

SUPER—Como é possível investigar a ação dos minerais no organismo?

GORDON - Na Universidade de Missouri, temos um reator nuclear que permitiu a produção de uma variedade de radionuclídeos—no caso moléculas de minerais, como cálcio, zinco, selênio e ferro, que se tornaram levemente radioativas. Desse modo elas podem ser observadas no organismo, como se estivessem sendo perseguidas, por um aparelho chamado espectômetro de raios gama de alta resolução. Pela radiação captada, esse equipamento mede a quantidade absorvida de determinado mineral e, ainda, mostra com precisão as regiões do corpo em que ele se concentra.

SUPER—O que esses estudos com minerais radioativos ensinaram?

GORDON - Essas experiências provaram, de uma vez por todas, que ao engolir maiores quantidades de minerais, você estará, na verdade, aproveitando menos minerais. Mais do que isso: esses novos estudos deixam claro que essa redução na absorção deve ser um mecanismo de defesa do próprio organismo. Pois, quando você aumenta a dosagem de um único mineral, quebra um delicado equilíbrio existente entre todos os minerais. O que está em maioria, em número de moléculas no organismo, prejudica o outro.

SUPER— Então, existe uma competição entre os minerais?

GORDON— Exatamente, há uma verdadeira corrida, eu diria. Por exemplo, o zinco, o cobre e o ferro são substâncias muito parecidas do ponto de vista químico. Portanto, é natural que disputem uma mesma área de absorção no intestino. Numa experiência com ratos, realizada pela minha equipe, quando aumentávamos a concentração de zinco na dieta—mineral que participa da fabricação do hormônio insulina—, notávamos uma diminuição na dosagem de hemoglobina. Como se sabe, essa molécula sangüínea, responsável pelo transporte do oxigênio da respiração, precisa conter uma molécula de ferro, ou seja, no organismo que ingeriu mais zinco do que o normal, menos ferro ficou disponível para a produção da hemoglobina. O mesmo aconteceu quando aumentamos a proporção de cobre na dieta. E, também, quando aumentamos a dosagem de zinco e de ferro na alimentação, esses dois minerais ocuparam o lugar do cobre armazenado no fígado do rato.

SUPER—Com isso o senhor quer dizer que são os próprios minerais que atrapalham a chamada nutrição mineral?

GORDON—Isso mesmo. Os alimentos ricos em fibras costumam ser igualmente ricos em determinados minerais, daí o mal-entendido dos cientistas. Os cereais integrais, por exemplo, contêm muito zinco, o que talvez prejudique a produção da hemoglobina. Já os legumes proporcionam muito cobre: o feijão e o espinafre, por sua vez, são ricos em ferro. Quando uma pessoa está acostumada a ingerir uma única fonte de fibras, em vez de manter um cardápio variado, o desequilíbrio entre esses três minerais é inevitável.

Existem, óbvio, competições semelhantes entre outros grupos de minerais. Particularmente, sou a favor de que as pessoas até dobrem o consumo diário de fibras, hoje em torno de 25 gramas por dia nos Estados Unidos. Desde que, claro, não troquem um cardápio variado por um único prato de fibras.

SUPER — Quais outros fatores podem influenciar o aproveitamento dos minerais pelo organismo?

GORDON — Eu diria que existem diversos fatores. pois essas substâncias são tão sensíveis que sua disponibilidade dependerá até mesmo de seus acompanhantes—por exemplo, as proteínas presentes em determinada refeição. A idade da pessoa também influencia. Isso fica evidente em relação ao cálcio, por exemplo: todos sabem que os ossos de pessoas idosas tendem à descalcificação, porque seu organismo tem dificuldade em absorver esse mineral.

SUPER—E o sexo, também faz diferença?

GORDON- Sem dúvida. As mulheres, por exemplo, perdem muito ferro pelo sangue. durante o período menstrual —daí que seu organismo possui menores quantidades desse mineral do que o masculino. No entanto, se você oferecer uma mesma refeição, rica em ferro, para um homem e uma mulher, notará que o organismo desta absorve muito mais ferro, numa tentativa de recuperar aquela perda. Ou seja. a absorção de um mineral também é regulada pelo que costumo chamar status da substância no organismo.

SUPER—As pessoas tentam compensar esses fatores ingerindo os tais suplementos, um hábito que o senhor critica, certo?

GORDON— Elas só pioram a situação com essas coleções de cápsulas coloridas. Ingerir mais um mineral do que outro é criar um caos, por causa da competição entre eles.

SUPER — Mas essa competição não continua existindo, mesmo sem os famosos suplementos?

GORDON — É claro que sim. Mas se as pessoas comem porções moderadas de cada prato e se habituam a um cardápio variado, todos os minerais no organismo ficam dentro de uma espécie de faixa de seem que as perdas são calculadas. O grande problema, na minha opinião, é que no mundo atual as pessoas ou passam fome ou comem demais, exagerando naquilo que pensam Ihes fazer bem. A mania de ingerir um grupo limitado de alimentos, considerados saudáveis, viola o princípio básico de uma boa alimentação, que é justamente sua variedade.

Referência Bibliográfica
BALBACH, Afonsos. As Hotaliças na Medicina Doméstica. São Paulo. 1989
KATCH, Frank e MCARDLE, William. Nutrição, Controle de Peso e Exercício. Rio de Janeiro. Ed MEDSI. 1983.
DANTAS, Estélio. A Prática da Preparação Física. São Paulo. Sharpe. 1998.


* Autora: ELEN ROSELI TAVEIRA MARTINSKI DA SILVA - ACADÊMICA DE FISIOTERAPIA
 

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