ESTUDO COMPARATIVO DAS LESÕES
OSTEOMUSCULARES E DESVIOS POSTURAIS ENTRE ATLETAS QUE FAZEM RESPIRAÇÃO
BI-LATERAL E UNILATERAL
Consultora CDOF: MELINA
BRANCO BARBOSA CORRÊA
UNIFMU,SÃO PAULO-SP-BRASIL-2005
ORIENTADOR:PROF .MS. ADRIANO CAMPOS
Data de Publicação: 30/07/2012
RESUMO
A respiração bilateral frequentemente é tratada
por atletas técnicos e professores como uma habilidade importante, mas
nem todos afirmam categoricamente sua validade.
Autores diversos afirmam sua importância, mas tem a dúvida quanto à capacidade
de adquirir esta habilidade já no aprendizado.
Sendo assim optam por permitir que o aluno defina seu lado de preferência
ensinando a respiração unilateral.
A comparação entre bilateral e unilateral não indicou fatores
contraditórios a bilateral, a não ser as decorrentes das dificuldades
do aprendizado ser unilateral e ser automatizado desta forma.
Os dados encontrados na pesquisa de campo indicam uma incidência maior
de lesões e desvios posturais nos nadadores que executam a respiração
unilateral.
Finalmente entende-se que a iniciação da respiração
na natação é o diferencial entre a possibilidade ou não
de se executar a respiração bilateral citada e reconhecida por
todos como necessária. Mas lembrada como uma dificuldade exatamente por
não ter sido aprendida e fixada no aprendizado.
Palavras chave: respiração
bi-lateral; respiração unilateral; lesões
INTRODUÇÃO
Os problemas posturais, as dores no ombro, podem estar
relacionados ao tipo de respiração utilizada devido à predominância
lateral. É importante que se promova um equilíbrio corporal na
prática da natação.
Ao contrário de outras modalidades esportivas onde a prevalência
de lesões se relaciona à competição, na natação é no
treino que se encontra a origem da quase totalidade dos casos clínicos.
Com o intuito de oferecer novos conhecimentos a respeito deste esporte que hoje
tem grande número de adeptos faço este estudo.
Um estudo que tem como objetivo analisar a influência do tipo de respiração
no físico do atleta. Alguns estudos já realizados apresentam resultados
positivos quanto à relação da respiração unilateral
e o aparecimento de desvios posturais.
REVISÃO
DE LITERATURA
Shaw & D’angour (2001) definem bem a importância
da respiração ao citar este provérbio ZEN “A respiração é a
dobradiça que abre e fecha a porta da vida”.
“
Deixe a criança definir que lado a cabeça quer virar”.
Idorn (1974)
Das discordâncias a respeito da respiração a ser utilizada,
alguns professores dizem que: é melhor respirar para o mesmo lado todas às
vezes enquanto que outros ensinam a respirar por cada 3ª braçada,
3X1.
Mas Idorn (1974) acredita que “isto é demasiado complicado para
principiantes, mas afirma que atletas têm vantagens na visualização
de sua prova neste tipo de respiração”.
Gambril (1975) diz que “Minha única recomendação consiste
que o nadador comece logo a respirar dos dois lados, de preferência, num
esquema alternado”.
O autor sugere uma opção para se manter a simetria no caso do nadador
que não consegue realizar a respiração alternada.
Ele sugere uma “falsa” respiração que consiste em rodar
a cabeça além da linha mediana do corpo para o lado que não
respira o que permitira a manutenção da simetria e a mais fácil
recuperação do braço.
Steven e Armand (2001) aconselham o aprendizado pelo lado mais fácil,
mas enfatizam a importância da simetria no seu corpo.
Sugerem então que depois de aprender o lado mais fácil, iniciar
o outro lado lembrando que a grande dificuldade é que neste caso o rolamento
do quadril não acontece naturalmente o que não permite um espaço
suficiente para respirar confortavelmente.
Maglischo (1999) afirma que “os movimentos da cabeça devem ser coordenados
com o rolamento do corpo para que seja reduzida a tendência que os nadadores
têm de levantar sua cabeça para fora d’água para dar
uma respirada”.
Isto vem reforçar a importância do rolamento do corpo na respiração
o que vai indicar uma assimetria no caso de se utilizar a respiração
bilateral.
Arroyo (1968) acredita na unidade funcional que deve construir o exercício
natatório.
Todas as funções e movimentos integrados devem ter como objetivo
uma só maneira coordenada e também uma intima relação
de intensidade e amplitude.
Não é de se estranhar o fato da preocupação dos professores
com o aprendizado da respiração, pois o domínio da mesma é ponto
de muita importância para o nadador.
Quanto ao tipo de respiração que o atleta irá utilizar no
decorrer da sua carreira devemos analisar também o efeito deste tipo de
respiração no físico do atleta.
Na sua pesquisa “Análise das implicações da respiração
unilateral no nado crawl unilateral sobre a coluna vertebral”, o professor
Gerhard Waack Braga cita Lobo (1995) que diz que: “através de estudos
elotromiográficos das fases aquáticas das braçadas do nado
crawl, que esses nadadores apresentam grandes picos de forças com um dos
braços”, contribuindo para uma maior rotação do tronco
para um dos lados e favorecendo um desenvolvimento muscular desigual.
São opiniões e dados que se relacionam e traz a tona a necessidade
de se avaliar como o corpo do atleta se comporta diante de cada tipo de técnica
respiratória para poder prevenir problemas futuros.
MÉTODO
o AMOSTRA
- Número de indivíduos: 162 atletas de natação
- Faixa Etária: Categoria juvenil a sênior
- Local de Origem: Esporte Clube Pinheiros, A. E. União
Jundiaí, Unicamp,A. A. Ferroviária ,Unisanta,C.
R. Flamengo, Paineiras do Morumbi, Clube Espéria
- Seleção de Amostra
Atletas que tem uma média de tempo no esporte de 10,06 anos e nadam uma
média de 3.500 ms de crawl por treino.
o INSTRUMENTOS
Questionário
•
1. Em média quanto você nada por dia? ms
•
2. Desta metragem qual o porcentual de nado crawl? %
•
3. Você nada crawl com respiração bi – lateral? Sim
() Não ()
•
4. Quantifique a porcentagem de crawl bilateral no seu treino? %
•
5. Tem alguma lesão de membros superiores ou coluna relacionada ao treinamento?Sim
() Não ()
•
6. Tem algum desvio postural relacionado à sua atividade esportiva? Sim
() Não ()
•
Deixe sua opinião sobre a respiração bilateral
o PROCEDIMENTOS
Questionário entregue para técnicos para encaminharem aos seus
atletas, seguido de orientação para resposta dos mesmos e a carta
para obtenção de consentimento e autorização da
entidade.
Comparecimento em competição e entrega de questionário aos
atletas participantes com carta de consentimento.o.
RESULTADO
162 atletas foram pesquisados através de questionário.
Os resultados encontrados são os seguintes:
88 executam em mais de 50% do treino a respiração
unilateral
74 executam em mais de 50% do treino a respiração
bilateral
Dos que executam unilateral temos:
11 relataram a presença de desvio postural =12,50%
10 relataram a presença de lesões de MS = 11,36%
57 não apresentam problemas = 64,78%
10 relataram a presença de desvio postural e de lesões
de MS = 11,36%
Sobre a importância do nado bilateral:
113 atletas afirmam ser importante a respiração
bilateral = 69,75 %
20 não acham importante a respiração bilateral
= 12,35%
29 não opinaram = 17,90 %
CONCLUSÃO
Os resultados encontrados na pesquisa de campo permitem
tirar algumas conclusões importantes.
35,22% dos que nadam unilateral apresentaram lesões ou desvios enquanto
que apenas 24,33 dos que fazem bilateral declararam a ocorrência de problemas.
Pode ser uma diferença percentual pequena, mas que vem demonstrar a
existência de alguma influência física quanto ao tipo de
respiração utilizada.
Na questão da respiração bilateral pode-se concluir uma
consciência geral muito grande a respeito da sua importância já que
70% dos entrevistados afirmaram sua validade.
Mesmo aqueles que não conseguem utilizar a mesma, por não terem
desenvolvido esta habilidade, reforçam a sua importância e se lamentam
por não terem tido a possibilidade de desenvolvê-la.
Conclui-se que existem fatores no tipo de respiração executada
que podem propiciar o aparecimento de lesões e desvios e que devemos manter
a atenção no desenvolvimento destas habilidades no aprendizado
para possibilitar que nossos alunos tenham a opção de se utilizar
o tipo de respiração que lhe for mais conveniente com segurança
e tranquilidade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Manole,1975
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