Sex, 22/1/10 10:10 ATIVIDADES AQUÁTICAS: CONTRIBUIÇÕES PARA O DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR NO INICIO DA INFÂNCIA * Autores:
Silvana dos Santos1 Silvio Pinheiro de Souza2 Data de Publicação: 21 de Janeiro de 2010. RESUMO
A implantação da Educação Física no ensino infantil tem sido uma questão bastante discutida desde a publicação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB nº 9.394/96). De acordo com a nova LDB (Art. 26, § 3º) “a educação física, integrada à proposta pedagógica da escola, é componente curricular da Educação Básica, ajustando-se às faixas etárias e às condições da população escolar”. Quando se trabalha com Educação Física, principalmente com a educação infantil, é de fundamental importância o conhecimento do desenvolvimento psicomotor, pois esta faz parte de todos os atos da criança. Segundo Assunção e Coelho (1997, p.108) psicomotricidade é a “educação do movimento com atuação sobre o intelecto, numa relação entre pensamento e ação, englobando funções neurofisiológicas e psíquicas”. Além disso, possui uma dupla finalidade: “assegurar o desenvolvimento funcional, tendo em conta as possibilidades da criança, e ajudar sua afetividade a se expandir e equilibrar-se, através do intercâmbio com o ambiente humano” As crianças na fase pré-escolar tendem a desenvolver-se mais no aspecto motor, já que o convívio com a escola e os professores proporciona um estímulo maior para esse desenvolvimento. De acordo com Haywood e Getchell (2004) o desenvolvimento motor abrange uma ampla esfera de tópicos relacionados ao próprio físico e as capacidades de movimento. Também diz respeito a indivíduos de qualquer idade, do nascimento até a morte. É importante ressaltar que o desenvolvimento motor na criança de dois a quatro anos é diferente entre si, dependendo do grau de maturidade de cada criança. Para Teeple (1978), maturação física é o avanço qualitativo na constituição biológica e pode referir-se à célula, ao órgão ou avanço do sistema em composição bioquímica, em vez de somente ao tamanho. É na fase pré-escolar que a criança de dois a quatro anos irá demonstrar suas aptidões e interesses para determinadas práticas esportivas e recreativas. Segundo Newell (1986) os movimentos surgem da interação do individuo com o ambiente no qual, os movimentos ocorrem e com a tarefa a ser executada. Se qualquer desses três fatores muda, o movimento resultante muda. A criança de dois a quatro anos possui um crescimento lento, porém seu desenvolvimento motor é constante e está relacionado à sua idade, já que o desenvolvimento motor é diferente para cada idade. Para Haywood e Getchell (2004) o desenvolvimento está relacionado à idade, ele pode ser mais rápido ou mais lento em diferentes períodos. O desenvolvimento motor é de extrema importância, pois o não desenvolvimento na fase pré-escolar acarreta sérios problemas à vida adulta do indivíduo. Os autores ressaltam ainda que, “os organismos vivos estão sempre em desenvolvimento, mas a quantidade de mudanças podem ser mais ou menos observável nos diversos períodos da vida.” Schmidt e Lee (1999) enfatiza que a aprendizagem motora se refere aos ganhos relativamente permanentes em habilidades motoras associadas a pratica ou a experiências. Atualmente, essa questão vem recebendo uma atenção especial e adotada cada vez mais nas pré-escolas, obtendo resultados expressivos em suas tentativas de solucionar o problema citado. É importante lembrar ainda, que apesar das diferenças existentes no desenvolvimento da criança nesta fase a Educação Física contribui de forma adequada ao possibilitar a pratica da natação nas crianças em questão. Haywood e Getchell (2004) afirmam que o desenvolvimento motor esta relacionado à idade. À medida que o desenvolvimento acontece, a idade avança. Todavia, ele pode ser mais rápido ou mais lento em diferentes períodos, e suas taxas podem diferir entre indivíduos cuja idade e desenvolvimento não necessariamente avançam na mesma proporção. Para Damasceno (1992), a natação é como agente educativo para a primeira infância devido ao seu papel formativo e totalizador, reconhecendo o desenvolvimento infantil sob a ótica da promoção da saúde. A criança está sempre passando por mudanças relacionadas à idade. Isto constantemente muda a interação com o ambiente, conseqüentemente o movimento surge dessa interação. De acordo com Brandão (1984) apud Damasceno (1997), a criança não nasce com a capacidade de saber fazer, mas com condições necessárias para poder fazer, ela nasce com o potencial para aprender a fazer. Estas mudanças dependem das características de empatia entre o processo pedagógico e as condições do organismo da criança submetida a ele, como também do amplo domínio pelo professor dos conteúdos a serem ensinados. Do mesmo autor ainda, a natação para a primeira infância propicia a aquisição de sentimento de confiança, respostas adaptativas mais adequadas, exercitação das destrezas motoras, conhecimento e domínio progressivo do corpo, socialização entre outros aspectos. Diante deste contexto surge-nos a seguinte indagação crianças em fase pré-escolar podem melhorar seu desenvolvimento motor a partir da prática da natação? Com o intuito de responder a esse apontamento nos propomos neste momento fazer uma analise sobre a contribuição da prática da natação como fator de auxilio no desenvolvimento psicomotor em crianças de 2 à 4 anos, bem como refletir sobre a influência da natação no desenvolvimento motor na educação infantil, estudando ainda as características evolutivas das crianças da educação infantil. Nossa proposta esta pautada em uma pesquisa bibliográfica, que segundo Martins Junior (2008) consiste na busca de informações necessárias para desenvolver uma teoria através de fontes impressas e ou eletrônicas. Porém para discutirmos nossa proposta é necessário que se faça uma abordagem sobre o desenvolvimento das crianças em questão bem como os benefícios da natação para as mesmas.
2.1 A criança No inicio do seu desenvolvimento a criança sofre transformações. O desenvolvimento leva tempo. É um processo continuo iniciando-se com a concepção (fertilização da célula-ovo) numa seqüência ordenada. Para Gesell (2003) o fator de individualidade é tão poderoso que não há duas crianças, de determinada idade, que sejam exatamente iguais. Mas as variações individuais ligam-se a uma tendência central porque as seqüências e o plano básico do desenvolvimento humano são características relativamente estáveis. O ritmo de desenvolvimento da criança no primeiro ano de existência é bem rápido, já no segundo ano as transformações são grandes. No terceiro e quarto ano de vida, as idéias revelam-se tão significativas que devem ser tratadas separadamente. Fase por fase ajuda a estabelecer comparações entre níveis e a adquirir o sentido do fluxo desenvolvimentista. O desenvolvimento infantil, para Piaget, caracteriza-se pelas diferentes maneiras do indivíduo interagir com a realidade, adaptando-se e organizando seus conhecimentos e é dividido em estágios: sensório motor (0 à 2 anos) onde o objetivo da criança consiste em satisfazer suas necessidades. Pré – operacional (2 à 6 anos), Esse período caracteriza-se pelo aparecimento do JOGO SIMBÓLICO em que através de representações, imaginação e fantasia a criança descobre potencialidades, resolve conflitos e firma sua presença no mundo real. Aos dois anos a criança deixa de ser bebê, é necessário dar importâncias as suas limitações como a sua prodigiosa capacidade de desenvolvimento. Nesta idade ela está engrenada na atividade motora onde gosta de correr, pular, de se arrastar, puxar e empurrar, mas o faz com melhor coordenação do que há alguns meses atrás. Crianças dessa idade brincam sozinhas uma vez ou outra, conversando com elas mesmas enquanto estão brincando. Gesell (2003) salienta que a criança brinca muito pouco em cooperação entre as outras crianças, e predominam as relações iniciadas por ela própria, dado que acriança é ainda extremamente egocêntrica. O maior número de abordagens sociais, verbais, ou de outro gênero acontece quando a criança ingressa na escola e são agora entre o educador e a criança, sendo geralmente este quem toma iniciativa. A criança gosta de falar com o educador acerca do que está fazendo ou daquilo que vai fazer. A aprendizagem deve ser significativa nas primeiras fases da vida, quando depende mais do que em qualquer outra, da ação corporal. Ferreira (2000, pg. 45), elucida que, “a ação motora, o movimento, a habilidade e a experiência, são conceitos fundamentais para o currículo da Educação Física infantil”. Damasceno, (1997) apud Brandão, (1984) afirma que de fato, a criança não nasce com a capacidade de saber a fazer, mas com condições necessárias para poder fazer, ela nasce com o potencial para aprender a fazer. Brincadeiras e atividades que desenvolvam habilidades nas crianças são elementos relevantes e tem como objetivo transmitir à elas confiança em si mesmas, compreensão de seu meio ambiente e disposição à comunicação. Isto só é possível quando a criança conhece sua própria capacidade de expressão. Uma possibilidade de expressão na infância é o movimento, que transmite a criança sensação de espaço, tempo e material. O movimento é estimulante, encoraja e aumenta o espaço de ação, assim a criança aprende a fazer uso, não só de objetos, mas de si mesma. De acordo com Le Boulch (1987), o desenvolvimento de uma criança é o resultado da interação de seu corpo com os objetos de seu meio, com as pessoas com quem convive e com o mundo onde estabelece ligações afetivas e emocionais. O corpo, portanto, é sua maneira de ser, é através dele que ela estabelece contato com o ambiente, que se engaja no mundo, que compreende o outro. Segundo Negrini (1994), na utilização de atividades lúdicas, o educador dará oportunidades para que a criança adquira consciência e domínio corporal, desenvolvendo equilíbrio, coordenação geral e específica e as demais qualidades físicas. Essas atividades, ajustadas à fase da criança, poderão auxiliar no aprendizado da escrita e da leitura, estimulando a criatividade, além de aumentar sua capacidade cardio respiratória. Todo ser tem seu mundo construído a partir de suas próprias experiências corporais, sendo assim, a criança terá maior habilidade para se diferenciar e para sentir estas diferenças, pois é através dele que ela estabelecerá contato com o meio, interagindo em nível psicológico, psicomotor, cognitivo e social. Neste sentido, a escola tem um papel muito importante como facilitadora das aprendizagens, estimulando o desenvolvimento integral da criança através do trabalho em torno de desafios, fazendo com que ela explore, crie e desenvolva sua habilidade com o objetivo de expandir seu potencial. Deste modo, proporciona um meio para que a aprendizagem possa ocorrer, colaborando para a formação do individuo em cada fase de seu desenvolvimento (CURTISS, 1988). A Educação Física, enquanto uma disciplina presente no currículo da escola, adquire um papel importantíssimo na medida em que pode estruturar o ambiente adequado para a criança. Ela pode oferecer experiências que resultam numa grande auxiliar e promotora do desenvolvimento integral do aluno, desenvolvendo suas habilidades motoras e sua socialização, sendo assim possível trabalhar o corpo harmoniosamente nos seus aspectos físico, cognitivo e psicossocial. Souza e Vago, (1997) afirmam que a inserção curricular na esfera da educação infantil significa um avanço para o ensino da educação física. Dessa forma, percebe-se que a escola e, neste caso específico,
a educação física, tem um papel fundamental
no aprendizado e, conseqüentemente, no desenvolvimento dos
indivíduos, desde que estabeleça situações
desafiadoras para seus alunos. O professor deve estar sempre atento às etapas do desenvolvimento do aluno, colocando-se na posição de facilitador da aprendizagem e calcando seu trabalho no respeito mútuo, na confiança e no afeto. Ele deverá estabelecer com seus alunos uma relação de ajuda, atento para as atitudes de quem ajuda e para a percepção de quem é ajudado. Diante disso, percebe-se a importância do trabalho da psicomotricidade no processo de ensino-aprendizagem, pois a mesma está intimamente ligada aos aspectos afetivos com a motricidade, com o simbólico e o cognitivo. Assunção e Coelho (1997) salienta que, a psicomotrocidade integra várias técnicas com as quais se pode trabalhar o corpo, relacionando-o com a afetividade, o pensamento e o nível de inteligência. Diante desta visão, as atividades motoras desempenham na vida da criança um papel importantíssimo, em muitas das suas primeiras iniciativas intelectuais. Enquanto explora o mundo que a rodeia com todos os órgãos dos sentidos, ela percebe também os meios como quais fará grande parte dos seus contatos sociais. Portanto, a educação psicomotora deve ser antes de tudo uma experiência ativa, onde a criança se confronta com o meio. Segundo Aguiar e Simão (2007), a psicomotricidade é uma ciência ampla que engloba a tripolaridade do homem: o intelectual (aspecto cognitivos), o emocional (aspectos afetivos) e motor (aspecto orgânico). Também é uma ciência que está aberta a outras ciências e com esta integração, é possível compreender o ser humano de forma mais ampla e, conseqüentemente entender o que está por trás no movimento humano. A psicomotricidade precisa ser vista com bons olhos pelo profissional da educação, pois ela vem auxiliar o desenvolvimento motor e intelectual do aluno, sendo que o corpo e a mente são elementos integrados da sua formação. 2.2 Natação para crianças Desde cedo as crianças devem ser incentivadas a exercerem alguma atividade física. As vantagens de um esporte iniciado logo cedo são inúmeras. A natação é uma excelente dica ao público infantil. Melhorando a capacidade cardiorrespiratória, o tônus, a coordenação, o equilíbrio, a agilidade, a força, a velocidade, desenvolve habilidades psicomotoras como a lateralidade, as percepções tátil, auditiva e visual, as noções espacial, temporal e de ritmo, sociabilidade e autoconfiança. De acordo com Ramaldes (1987), a natação é a atividade fisica mais completa que existe, por trabalhar a harmonia, a flexibilidade, a potencia, o ritmo e a coordenação. Praticada regularmente, desenvolve mecanismos fisiológicos, como a capacidade pulmonar, o sistema cardiovascular, e permite o desenvolvimento da coordenação e equilíbrio. A natação é uma modalidade que pode fazer
parte da vida da criança logo nos primeiros meses. É praticada
de forma lúdica e recreativa, sem compromisso com as técnicas,
para uma adaptação ao meio líquido. De acordo
com Payane e Isaacs (2007), as restrições do ambiente
são fundamentais para o desenvolvimento, programas motores
interventivos têm sido implementados, destacando-se entre
tantos os de natação para bebês.
O desenvolvimento motor caracteriza-se por mudanças contínuas, ao longo da vida, em três classes gerais do comportamento: orientação ou controle postural, locomoção e manipulação. Manoel (1994) salienta que, as mudanças se iniciam após a concepção, compreendendo o período de vida intra-uterina com a presença dos chamados movimentos fetais. As mudanças continuam após o nascimento, com movimentos espontâneos e reativos até, aproximadamente, os doze meses de idade. Na seqüência, são adquiridos movimentos rudimentares e fundamentais, no período compreendido dos dois anos aos sete anos de idade. Finalmente, ocorre a aquisição da combinação de movimentos fundamentais, seguida dos movimentos especializados. Gesell (1929) afirma que, há duas explicações concorrentes para esse processo; a versão mais tradicional sugere que o desenvolvimento seria fruto exclusivo da maturação biológica do organismo, mais especificamente, a maturação das estruturas sub-corticais levariam à organização de movimentos reflexos; posteriormente, com a maturação das estruturas corticais, os movimentos reflexos são inibidos e substituídos por movimentos voluntários. Enquanto Oyama (1985) e Manoel (1994) ressaltam que, a outra explicação, denominada de desenvolvimentista sustenta que o desenvolvimento resulta da ação de múltiplos elementos, nos níveis genético, celular, orgânico e cultural. A progressão de comportamentos simples para os complexos, durante o curso da vida, seria probabilística e, portanto, dependente de como a experiência do indivíduo vai sendo construída. Isto é, o desenvolvimento depende de como a interação do indivíduo se estabelece com os contextos físico e social. As heranças genética e cultural agem de forma poderosa, gerando vínculos que levam a um desenvolvimento característico da espécie. Ao mesmo tempo, o histórico de relações entre indivíduo e contexto molda o trajeto desenvolvimentista do mesmo, de modo a acomodar as contingências de um dado ambiente ou cultura. Esses fatores, também denominados de restrições por Newell (1986), exercem forte influência na definição do padrão de respostas do indivíduo, a ponto de se afirmar que os estágios de desenvolvimento nada mais seriam que uma conseqüência da forma como essas restrições são estabelecidas. Xavier (2001) define que os estágios de desenvolvimento do nadar são sensíveis às variações de restrições ambientais, particularmente quando os indivíduos estão em estágios mais avançados. A primeira caracterização da seqüência de desenvolvimento aquático foi realizada por Myrtle McGraw, pelo final da década de 30. McGraw (1939) constatou que, ao nascer, os bebês podem apresentar movimentos coordenados de braços e pernas, para se deslocar na água desde que colocados na posição decúbito ventral na água. A seqüência de desenvolvimento da locomoção aquática foi dividida em três etapas: fase do reflexo de nadar (até os 4 meses de idade); fase dos movimentos desorganizados (do 4º aos 12 meses de idade); fase dos movimentos voluntários (dos 12 meses de idade em diante). McGraw (1939), procedeu à descrição do comportamento de locomoção aquática considerando três elementos: movimentação de braços e pernas, controle postural e controle respiratório. O reflexo de nadar consiste de flexões e extensões alternadas dos membros inferiores e superiores, coordenadas com a flexão e a extensão lateral do tronco. O mesmo autor afirma que em relação ao período compreendido entre o quarto mês e o primeiro ano de vida, ocorre uma perda no controle postural. A capacidade para permanecer na posição ventral só reaparece por volta do segundo ano de vida. Nos primeiros meses de vida, ele é muito eficiente, pois os bebês podem ficar períodos prolongados submersos sem ingerir água. Enquanto na fase dos movimentos desorganizados há a perda do controle respiratório, aumentando a possibilidade de grande ingestão de água. Segundo McGraw (1939), a manutenção da posição ventral na água é um sinal crucial de desenvolvimento. O controle postural teria, um papel importante na produção de padrões coordenados de locomoção aquática. Xavier (2001) afirma que dentro de uma abordagem dinâmica do estudo do desenvolvimento motor, pode-se dizer que o controle postural consiste num parâmetro de controle quando alterado, teria o potencial de desencadear mudanças qualitativas no padrão de locomoção. Enquanto Zelazo (1983) afirma que a estimulação sistemática desse reflexo, durante os primeiros meses de vida dos bebês, leva à eliminação da fase dos movimentos desorganizados. Dessa forma, a passagem do nadar reflexo para o nadar instrumental foi contínua. O desenvolvimento do nadar, após o segundo ano de vida, de acordo com Erbaugh (1978), alguns aspectos parecem ser mais discriminatórios, para o desenvolvimento motor aquático. Esses aspectos seriam: a) aumento da distância percorrida durante o nado; b) melhora da capacidade de propulsão com os braços; c) pernada do nado crawl mais evoluída; d) melhora na capacidade de se manter na horizontal e e) melhora na capacidade de manter a cabeça no nível da água. Para Velasco (1994), a natação é uma das atividades esportivas que mais contribui para o crescimento e desenvolvimento integral do aluno, proporcionando prazer e bem estar dentro de experiências boas e não frustrantes. Já Elkington (1977) citado por Mansoldo (1986), salienta a importância da natação, dizendo que, “nos dias de hoje, a natação é vista como um elemento de múltiplos desenvolvimentos como: educação, disciplina, segurança própria, destreza, saúde e recreação. O autor salienta também que, atualmente, a natação é um esporte de base para todos os esportes aquáticos como: vela, canoagem, surf, pólo-aquático, caça submarina, mergulho livre e autônomo, esqui aquático, saltos ornamentais, nado sincronizado e outros.” Mansoldo, (1986 p.35), afirma “hoje a natação é uma atividade que não só visa a sobrevivência e a subsistência, mas proporciona o prazer e ajuda o desenvolvimento integral do aluno”. Por essas e outras razões o meio aquático é responsável por proporcionar grandes benefícios atingindo todas as faixas etárias, de bebês à 3ª idade.
A natação adquire um papel importante na medida em que pode estruturar um ambiente facilitador e adequado para a criança, oferecendo experiências que vão resultar num grande auxilio de seu desenvolvimento motor. Vale ressaltar ainda que as crianças nesta idade necessitam de estímulos para um desenvolvimento motor sadio e adequado. A natação, quando feita adequadamente, promove vários benefícios, tanto no aspecto motor, quanto no aspecto psicológico e social da criança. O estudo evidenciou a importância da natação para a melhoria do desenvolvimento motor de crianças de dois a quatro anos. Portanto, sugere-se que novos estudos sejam realizados, pois a abordagem da natação direcionada a educação infantil ainda é limitada. Espera-se, ainda que de forma modesta esta pesquisa venha contribuir ao incentivo de profissionais da educação infantil, originando desta forma propostas para se trabalhar com a criança buscando cada vez mais possibilidades em desenvolver a coordenação motora nesta faixa etária. Referências: AGUIAR, O. X.; SIMÃO, L. M. O., Psicomotricidade e sua relação com a inteligência e a emoção, Revista cientifica eletrônica de psicologia, v.5, n.9, novembro, 2007. ASSUNÇÃO, Elizabete/COELHO, José Maia Tereza. Problemas de Aprendizagem. São Paulo: Ática, 1997. BONAMIGO, E. M. R. Como ajudar a criança no seu Desenvolvimento 0 a 5 anos. Universidade, 1982. BRANDÃO, J,S.Desenvolvimento psicomotor da mão.Rio de Janeiro: Enelivros; 1984. CHAZAUD, Jacques. Introdução a Psicomotricidade. Manole, 1976. CORRÊA, C. R. F.; MASSAUD, M. G. Escola de natação: montagem e administração, organização pedagógica, do bebê à competição. Rio de Janeiro: Sprint, 1999. CURTISS, Sandra. A alegria do movimento na pré-escola. Porto Alegre: Artmed, 1988. DAMASCENO, L,G.A estimulação essencial e a natação
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