|
Seg, 19/1/09 16:55
MUSCULAÇÃO
Séries de exercícios para
os alunos intermediários
Prof.Luiz
Carlos Chiesa
Alunos intermediários
são aqueles que passaram pelos períodos
de treinamento básico e adaptativo, e estão
iniciando o primeiro ciclo do período de treinamento
específico. Comumente o primeiro ciclo de treinamento
para intermediários é composto por um
mesociclo de 8 a 12 semanas.
A série de exercícios para o treino das 4 semanas iniciais,
poderá ser a mesma, já familiarizada pelo aluno nos períodos
preparatórios anteriores. A partir da semana 5 devemos modificar a
seqüência de trabalho.
A introdução de exercícios mais elaborados e diversificados
faz-se necessária para cada grupamento muscular, visando dar um aporte
técnico maior e de caráter específico, para o desenvolvimento
pleno dos objetivos de cada aluno.
A reestruturação das seqüências em relação
ao volume de grupos, força de treinamento ou percentual de carga,
assim como a forma ou sistema de aplicação de cargas, torna-se
periódica e obrigatória a cada 4 semanas (microciclo)de treino.
O tempo de treinamento em cada microciclo, só deve ser ampliado na
periodização, em caso de afastamento imprevisto do tipo viagens,
gripes e resfriados etc. A possibilidade de interrupção forçada
durante um microciclo de 4 semanas, cria a situação para que
seja ampliada para até 6 semanas o presente microciclo.
Não devemos esquecer que nas situações de interrupções
do treinamento entre duas a três semanas, incrementa-se a necessidade
de aplicação de um microciclo readaptativo. Nos casos de doenças
transitórias de até sete dias, precisamos reduzir, na maioria
das vezes, o volume de grupos por treinos, com a manutenção
dos exercícios e das cargas ou pesos.
A redução da intensidade das cargas ou pesos e do volume dos
treinos, será necessária a partir de interferências ou
interrupções que provoquem afastamentos acima de quatro semanas.
Os exercícios para alunos intermediários tendem a ser mais
específicos e gradualmente vão substituindo os exercícios
que compunham a seqüência inicial. Dá-se preferência
aos exercícios de peso livre, tipo halteres de disco e anilhas. Algumas
máquinas que são de preferência do aluno devem ser mantidas,
porque proporcionam prazer no seu uso diário.
A rigidez do treinamento contra resistência deve ser quebrada, sempre
que for observado rendimento baixo ou pouca vontade em executar os treinos.
Quando surgirem dores musculares ou articulares desagradáveis e prolongadas,
são bons sinais, para que seja feita uma revisão das séries
de exercícios.
Devemos estimular nossos alunos a colocar em pratica com mais seriedade,
todos os elementos relacionados à restauração orgânica
como o sono, a reposição alimentar equilibrada e regular etc,
e a tentar sempre a execução dos limites máximos de
movimentos ou a superação das repetições pré determinadas.
As séries consideradas prioritárias, começam a tomar
mais espaço ao longo da evolução do treinamento. O volume
de dias semanais dedicados aos objetivos traçados, passam a ser mais
bem estudados ou elaborados.
As séries para a hipertrofia muscular começam a ser introduzidas
gradativamente e o volume de exercícios ou de grupos por aparelhos,
neste caso, será um pouco mais elevado, principalmente quando visamos
a hipertrofia.
Para que seja feito um trabalho com garantias de resultados evolutivos e
satisfatórios, deve-se periodizar e controlar cada passo do treinamento
desde os períodos básico, passando pelo adaptativo e chegando
ao específico.
Durante os períodos específicos as series tornam-se tão
importantes como as cargas de treinamento, em função direta
com os objetivos traçados no plano geral de treinamento ou macrociclo.
Um modelo que temos seguido visando a hipertrofia, é começar
o primeiro período específico de treinamento, estimulando ao
máximo o desenvolvimento da força ou da velocidade, para em
seguida introduzirmos especificamente os modelos especiais de seqüências
para a hipertrofia. Temos observamos paralelamente um melhor rendimento e
com pouca estabilização física. Estamos encontrando
também uma grande motivação psicológica, quando
da aplicação de microciclos de quatro semanas com percentuais
de cargas fixos nas seqüências objetivando a força. Durante
as quatro semanas seguintes, aplicamos séries mistas, com percentuais
de carga variados e assim sucessivamente.
Veja exemplo periodização abaixo:
Quadro 01
Microciclo
01
|
Semana
|
%de
carga
|
Repetições
|
Grupos
|
Repouso
|
Forma
de treino
|
1a a
4a
|
70
|
7
a10
|
4
|
1min
a 3min
|
Constante
|
5a a
8a
|
70
e 60
|
7
a10 /11 a 15
|
3
|
1min
e 30seg
|
Onda
|
9a a
12a
|
70
|
7
a10
|
4
|
1min
a 3min
|
Constante
|
13a a
16a
|
50/60/70
|
7 a
10/11 a 15/16 a 20
|
3
|
1min
a 3min
|
Pirâmide
|
Comumente as séries
com percentuais de cargas fixos são bem clássicas
e os intervalos de recuperação entre
os grupos são maiores, entre 1 minuto e 30 segundos
até 3 minutos. As séries mistas possuem
períodos de repouso entre 30 segundos a no máximo
1 minuto e 30 segundos visando especificamente a hipertrofia
e as repetições realizadas de forma lenta
principalmente na fase negativa do movimento (retorno à posição
inicial).
Abaixo encontra-se um modelo básico (quadro 02) de series de exercícios
para alunos intermediários que treinam de 5 a 6 vezes por semana.
Percentuais
de cargas de 70% a 79% - repetições: 7 a 10 - grupos
ou sets 3
|
Serie
A
|
Serie
B
|
Serie
C
|
1.
Agachamentos livre |
1.
Supino reto |
1.
Pulley alto |
2.
Agachador máquina |
2.
Supino declinado |
2.
Remada curvado |
3.
leg press 45º |
3.
Supino 45º |
3.
Remada baixa |
4.
leg press baixo |
4.
Tríceps pulley |
4.
Rosca direta |
5.
Flexora |
5.
Tríceps testa |
5.
Rosca scotch |
6.
Extensora |
6.
Tríceps francês deitado |
6.
Rosca apoiada |
7.
Remada alta |
7.
Adutora máquina |
7.
Panturrilhas máquina |
8.
Desenvolvimento barra |
8.
Adutor da coxa |
8.
Panturrilhas leg press |
9.
Desenvolvimento halteres |
9.
Lombares |
9.
Abdominais |
10. |
10. |
10. |
11. |
11. |
11. |
A próxima série é um
modelo básico de exercícios para alunos intermediários que
treinam 3 vezes
por semana em dias intercalados.
Percentuais
de cargas de 70% a 79% - repetições: 7a 10 -
grupos ou sets 4
|
Serie
A
|
Serie
B
|
Serie
C
|
12.
Supino reto
|
12.
Pulley alto
|
1.
Supino reto
|
13.
Supino declinado
|
13.
Remada curvado
|
2.
Pulley alto
|
14.
Supino 45º
|
14.
Remada baixa
|
3.
Desenvolvimento barra
|
1.
leg press baixo
|
1.
Flexora
|
4.
Agachamento livre
|
2.
Extensora
|
2.
Leg press baixo
|
12.
Agachador smith machine
|
3.
Rack Machine
|
3.
Leg press 45º
|
13.
Leg press 45º
|
4.
Desenvolvimento Barra
|
4.
Rosca direta
|
14. Rosca direta
|
5.
Tríceps pulley
|
5.
Rosca scotch
|
5.
Tríceps testa
|
6.
Tríceps testa
|
6.
Panturrilhas Leg press baixo
|
6.
Panturrilhas Smith machine
|
7.
Panturrilhas máquina
|
7.
|
7.
|
8.
|
8.
|
8.
|
9.
|
9.
|
9.
|
|
|
|
|
|
As séries que visam grandes ganhos de força devem ser compostas
por exercícios que possibilitem volumes altos de cargas, estes exercícios
são aqueles de caráter multiarticular na maior parte das vezes.
Por este motivo devemos introduzir já nas séries dos alunos
intermediários, boa parte dos exercícios que irão compor
as seqüências principais, no período específico
de treinamento.
Os
trabalhos visando o desenvolvimento da força, devem ser incorporados
ou introduzidos lentamente no decorrer dos treinamentos. Há duas formas
distintas de evolução da intensidade nos treinos, estas são:
1. Aumento progressivo do percentual de cargas.
2. Aumento brusco do percentual de cargas.
Aumento progressivo do percentual de cargas
Os percentuais de cargas quando são elevados gradativamente tornam-se
menos lesivos e constituem um mecanismo de melhor controle sobre os picos
evolutivos da força. A força facilmente adquirida também é facilmente
perdida, esta regra do treinamento alerta-nos para uma maior necessidade
e controle das evoluções/involuções.
Antes da elevação do percentual de carga, faz-se necessário
treinar e garantir uma fixação da força adquirida, para
que a mesma não atinja a estabilização e caia posteriormente.
As cargas de trabalho, sempre que possível, devem ser revisadas (ajustadas),
porém haverá a manutenção do numero das repetições
previstas para o equivalente percentual. Com esta sistemática garantimos
a manutenção do treinamento da força específica
a que foi objetivada.
A manutenção de períodos de treinamento com o mesmo
percentual de carga até momentos antes da estabilização
da força, é o sinal da necessidade para o aumento do percentual
de carga.
Devemos ficar alertas ao momento em que não verificamos aumentos das
repetições com os pesos de trabalho diário. Reajustar
neste caso o percentual de cargas para um patamar mais elevado ou acima do
atual, só é indicado quando há uma estabilização
visível da força.
Em alguns casos podemos registrar até uma queda da força, a
qual pode ser sentida ou percebida por meio da redução dos
pesos de trabalho diário. Quando a presente situação
de queda de rendimento acontecer, deve-se tomar cuidado para que o aluno
não seja sobre estimulado, por meio da elevação das
cargas com o novo percentual de cargas.
A atitude de controle a ser colocada em prática, é a criação
de um mesociclo de transição, entre duas a quatro semanas,
com percentuais de carga entre 50% a 59% da força máxima atualizada.
Não insista em criar um microciclo com elevação no percentual
de cargas (microciclo de choque).
Aumento brusco do percentual de cargas
Após alguns meses de treinamento, deparamo-nos com a situação
de estabilização no desenvolvimento da força, mesmo
quando aplicamos períodos de treinamento de transição
equilibrados. Após ser retomado o treinamento de força, a mesma
encontra-se estabilizada ou pouco evolutiva. Nestes casos existe a necessidade
de aplicar um microciclo de choque, com percentuais de cargas mais elevados.
Veja o artigo: musculação para iniciantes: a organização
do treinamento.
Final
Durante a fase intermediária de treinamento, as séries de exercícios
tornam-se gradativamente mais especializadas, em função direta
com os objetivos pessoais. A intensidade e o volume dos treinamentos, são
sempre a base para uma boa e positiva evolução, por este motivo
deve-se controlar com afinco máximo, cada ciclo de treinamento previsto
no macrociclo.
Caso o seu professor orientador não faça um planejamento mínimo
de 4 semanas em seu treinamento e com objetivos bem definidos, procure questiona-lo
sobre tal atitude. No caso de resposta afirmando negativamente a necessidade
de utilização da periodização, ou dos aspectos
de organização e controle. Procure imediatamente informar-se
sobre a formação acadêmica do mesmo.
Profissionais competentes utilizam sempre a periodização, visando
o desenvolvimento pleno de seus educandos.
|
|