Sáb, 17/1/09 9:04
Hidroginástica Shallow-Water
EFEITOS DE UM PROGRAMA DE HIDROGINÁSTICA
INTERVALADA SOBRE A COMPOSIÇÃO CORPORAL, FORÇA
E EXPANSIBILIDADE
TORÁCICA DE MULHERES ENTRE 18 E 39 ANOS.
Linda Denise Fernandes Moreira
lindapfrimer@hotmail.com
Escola Paulista de Medicina - UNIFESP - São Paulo-SP
Universidade Católica de Goiás - UCG - Goiânia-Goiás.
Departamento de Educação Física e Desportos
da UCG
RESUMO
A atividade física exerce um papel fundamental
para a promoção da saúde e, especialmente, para o equilíbrio
da composição corporal de um indivíduo, sendo fator essencial
no controle da obesidade, doença que hoje representa um problema de saúde
pública mundial.Objetivos: Este estudo visa investigar se um programa
intervalado de alta intensidade em Hidroginástica é efetivo para
reduzir o percentual de gordura corporal em mulheres e qual a sua influência
sobre a força muscular e capacidade de expansão do tórax
das mesmas. Metodologia: 25 mulheres de 18 a 39 anos foram submetidas a um treinamento
de Hidroginástica intervalada, 3x semana, durante 12 semanas. Resultados:
Houve redução de 4,5% (± 2,7) na média de gordura
corporal (p < 0,001) de todas as participantes após o estudo. Quanto á expansibilidade
torácica, o grupo que antes apresentou uma média de 3,7 cm de diâmetro
do tórax (± 0,9), após as 12 semanas de treinamento teve
uma média de 5,9 cm (± 1,4), resultando em 61% de aumento nesta
medida. Houve ainda um aumento da força muscular evidenciado pelo incremento
de 25% no número de repetições de flexões de tronco
28,1% no número de flexões de cotovelo.
CONCLUSÃO
A Hidroginástica é uma atividade física
que, se planejada para esse fim, pode ser bastante eficiente para indivíduos
que buscam emagrecer e melhorar outros componentes da aptidão física.
INTRODUÇÃO
Os benefícios que a atividade física proporciona
já estão bem determinados e os novos estudos seguem constatando
a sua importância para a saúde e o bem-estar de seus praticantes.
As persuasivas experiências epidemiológicas e as que se obtém
em laboratório mostram que a prática regular de exercícios
físicos previne o desenvolvimento e progressão de muitas doenças
crônicas, sendo também um componente essencial para uma vida salutar
(ACSM1 1998).
Neste estudo a Hidroginástica
foi o alvo de nossa investigação, pois para a população
com sobrepeso, exercitar-se no meio líquido oferece uma série de
vantagens sobre as outras atividades:
· Pelas propriedades físicas da água, é possível
praticar a atividade com a sensação do peso corporal aliviado,
já que com a água na altura dos ombros, a força da flutuação
faz com que o peso corporal seja aliviado em cerca de 90%;
· O impacto sofrido pelas articulações de um indivíduo
pesado ao praticar esportes como corrida ou caminhada pode ser bastante prejudicial,
enquanto que na água esse efeito é muito reduzido pelas peculiaridades
do meio líquido;
· A água é bem mais resistente e viscosa que o ar, de maneira
que exercitar-se nesse meio com a mesma velocidade que se o faria fora d'água,
promove um gasto calórico muito maior;
· Dentro d'água, devido ao fato de se trabalhar com o corpo quase
que totalmente submerso, pode-se exercitar sem ter que se expor aos olhares críticos
de outras pessoas, fator que muitas vezes distancia os indivíduos com
sobrepeso da prática regular da atividade física;
· Na piscina não há espelhos; esse fator é muito
importante, pois mantém a pessoa acima do peso afastada daquela que mais
a critica: ela mesma.
É evidente que a atividade física é um
fator essencial quando se almeja emagrecer e melhorar o condicionamento físico
geral e dentre as diferentes modalidades a Hidroginástica merece um destaque
especial, por todas as características singulares apresentadas acima.
Assim, este estudo foi proposto visando investigar se um programa de Hidroginástica
intervalada de alta intensidade aplicado em mulheres adultas com sobrepeso induz
a uma significativa redução no seu percentual de gordura corporal,
e se provoca mudanças expressivas de força muscular e expansibilidade
torácica das mesmas.
MATERIAL
E MÉTODOS
Foram selecionadas 30 mulheres entre 18 e 39 anos de
idade , saudáveis e que apresentavam um percentual de gordura corporal
entre 20 e 35%. Só foram considerados, ao final da pesquisa, os resultados
daquelas que participaram de, no mínimo, 90% das aulas, por isso terminamos
a pesquisa com 25 indivíduos.
Todos passaram por uma avaliação
médica e física. A primeira foi feita por um médico
da confiança das participantes que emitiu seu parecer em
um Atestado devidamente analisado e arquivado .Já a avaliação
física ficou a cargo da equipe de colaboradores deste estudo
e incluiu: anamnese completa e avaliações antropométrica
e neuromuscular, visando calcular a composição corporal
e avaliar os seus níveis força muscular e expansão
da caixa torácica dos sujeitos.
Para o cálculo do percentual de
gordura corporal foi utilizado o Compasso de Pregas Cutâneas
da marca Sanny (já devidamente validado cientificamente)
e o protocolo considerado foi o de Pollock-7 dobras. O peso corporal
foi aferido através de uma balança mecânica,
modelo 31, da marca Filizoli.
O nível de expansibilidade torácica
foi aferido da seguinte forma: com o avaliado em PO (posição
ortostática) foram medidas as circunferências do tórax
nas duas situações a seguir: ao final de uma expiração
máxima e ao final de uma inspiração máxima.
Aferidas as medidas, subtraímos o valor da circunferência
maior da menor e o resultado nos serviu de parâmetro para
avaliar a capacidade de expansão do tórax de cada
participante naquele momento.
Para a avaliação neuromuscular, buscamos medir os níveis
de força/potência muscular através dos testes de Pollock
e Wilmore (1993) com um minuto de duração, contabilizando o número
total de repetições realizadas dos movimentos de flexão
do tronco (abdominais) e flexão e extensão de braços (apoios).
As participantes do projeto foram orientadas
a não mudarem o padrão de sua dieta; ou seja, apenas
evitariam exageros e comeriam exatamente o que normalmente comiam
antes da pesquisa, para que os resultados obtidos fossem exclusivamente
em decorrência da atividade física.
As aulas ocorreram na piscina coberta
do Campus II da Universidade Católica de Goiás, em
Goiânia, com profundidade de 1,20 a 1,30 m, dimensões
de 10 x 12 m e temperatura constante de 29 a 30°C.
Inicialmente foi feito um trabalho preparatório
de quatro semanas, onde foram propostas aulas de caráter
aeróbio, ou seja, entre 65 e 75% da FC máxima, nas
quais se buscou realizar uma grande variedade de exercícios
visando promover a adaptação ao meio líquido,
a familiarização com os movimentos da Hidroginástica
e o condicionamento cardiopulmonar de base das participantes.
Após esse período de adaptação
de um mês, seguiram-se oito semanas de trabalho intervalado, em que TODAS
as aulas seguiram o padrão do protocolo especificado a seguir:
2 min. Soltura (entrada na piscina, caminhada leve, ambientação
ao meio líquido)
3 min. Aquecimento articular
5 min. Aquecimento orgânico
protocolo 1 série de 4 min . a 70 % da FC máx.
propriamente 2 séries de 3 min. a 75% da FC máx.
dito 3 séries de 2 min. a 85 % da FC máx.
4 séries de 1 min. a 90 % da FC máx.
15 min. de volta a calma e alongamento.
Entre uma série e outra houve um intervalo de
1 minuto de descanso. Quaisquer exercícios característicos da Hidroginástica
poderiam ser propostos durante as séries, desde que o percentual de trabalho
estipulado para a FC fosse respeitado.
Não foram utilizados materiais durante a parte
intervalada e a tabela de esforço de Borg (Tabela 1) foi uma das formas
de controle da intensidade do treino.
Outra forma de controle de intensidade
da aula foi a verificação da FC pelo método
digital (a medição da pulsação foi
tomada com os dedos indicador e médio de uma das mãos
na região do pulso contrário). A pulsação
era contada por um período de 6 segundos (iniciando pelo
sinal da professora) e o resultado obtido era multiplicado por
10. É recomendável utilizar uma contagem de 6 segundos
para se aferir a freqüência cardíaca na água.
Estudos indicam que uma contagem de 10 ou 15 segundos (como se
faz usualmente fora da água) pode não ser tão
exata, pois a água conduz o calor 25 vezes melhor que o
ar, logo, resfria o corpo mais rápido, baixando os batimentos
cardíacos mais rápido também ( AEA2 2001).
Cada aluna sempre levava para a piscina o seu "Rate
Card" (Tabela 2): um cartão plastificado onde constavam quantos batimentos
cardíacos por minuto seu coração deveria reproduzir nas
diversas intensidades solicitadas durante a aula.
Passadas as quatro semanas de trabalho introdutório
de base e terminadas as oito semanas de aplicação do protocolo,
as participantes foram submetidas a uma última avaliação
física, idêntica à primeira, e, então, procedeu-se à coleta
de dados, que foram depurados para o início do tratamento estatístico
da pesquisa.
RESULTADOS
A análise estatística foi feita com o teste
t (de students) para amostras relacionadas, apontando para um p < 0,001, resultado
extremamente significante.
A média do grupo que antes era de 29% de gordura
corporal, depois da aplicação do protocolo foi para 24,5%. A Tabela
3 mostra um resumo de todos os principais dados coletados neste estudo, no que
diz respeito à composição corporal.
Quanto á expansibilidade torácica, o grupo
que antes apresentou uma média de 3,7 cm (± 0,9) de diâmetro
do tórax, após as 12 semanas de treinamento teve uma média
de 5,9cm ( ±1,4), resultando em 61% de aumento nesta medida .
A força muscular abdominal que foi mensurada através
do número de flexões de tronco executadas por minuto, antes acusava
uma média de 23,5 repetições (± 8,2) e após
o treinamento foi para uma média de 28,8 repetições (± 9,3),
havendo, então , um aumento de 22,5% após o treinamento.
A força muscular do braço, aferida através
do número de flexões de cotovelo executadas em um minuto, antes
apresentava uma média de 18,8 (±7,3) repetições por
minuto e depois passou para 24.1 (±7.2) repetições com um
aumento de 28,1% no número de flexões de braço após
o período de treinamento.
DISCUSSÃO
É preciso que se seja superada, definitivamente,
a concepção de que somente os exercícios aeróbios,
de baixa a moderada intensidade e de longa duração, são
indicados para quem quer emagrecer. Atualmente, em virtude dos inúmeros
estudos nesta área, já não há como negar a importância
dos exercícios anaeróbios (de curta duração e alta
intensidade) atuando tão ou mais eficazmente que os aeróbios na
perda de gordura corporal.
Existe uma íntima relação entre
a utilização de substratos energéticos e o consumo de oxigênio
pós-exercício.O consumo de oxigênio pode se manter elevado
por várias horas após o exercício, fenômeno que foi
chamado de EPOC ou consumo de oxigênio em excesso pós-exercício,
que representa a diferença entre o consumo total de oxigênio e o
consumo de oxigênio em repouso após um período especifico
pós-exercício. Pesquisas indicaram que a magnitude do EPOC está linearmente
relacionada à duração do exercício (Bahr4 1992) e
exponencialmente relacionada à intensidade do exercício (Bahr et
al.3 1990). Assim, se a atividade além de prolongada for de alta intensidade,
maior será o EPOC e conseqüentemente maior será a mobilização
de substratos energéticos, principalmente as gorduras do tecido adiposo
para fornecer energia para os vários processos orgânicos, "poupando" glicogênio.
Vários fatores podem ser atribuídos ao EPOC, como a ressíntese
de fosfocreatina, altas concentrações de catecolaminas, ácidos
graxos e íons de cálcio, bem como temperatura elevada (Gaesser
e Brooks8 1984).
"Se o objetivo é perder gordura e o tempo
for limitado, as pessoas devem se exercitar com segurança nas intensidades
mais altas possíveis..." esta foi a conclusão de Grediagin
et al.11 (1995) quando submeteram dois grupos a diferentes intensidades de exercício
(50% e 80% do VO2 máx) respectivamente, sendo que as atividades eram realizadas
até que se chegasse ao total de 300 Kcal. Ao final do estudo ambos os
grupos perderam a mesma quantidade de gordura, porém o grupo que se exercitou
intensamente ganhou mais que o dobro de massa magra em relação
ao outro.
É importante ressaltar, contudo, que o tipo de
treinamento descrito e proposto no presente estudo e nas pesquisas citadas acima,
não se destina a pessoas sedentárias ou iniciantes em uma atividade
física. Por exigir muito do organismo do praticante e provocar uma dramática
mudança no seu metabolismo, o treino intervalado de alta intensidade pressupõe
uma prévia preparação física, que possibilite a obtenção
de um condicionamento físico aeróbio e anaeróbio de base,
além da aprendizagem dos movimentos (adaptação neural),
visando uma introdução gradativa aos altos níveis de exigência
física e psicológica.
Hidroginástica
e Emagrecimento
A maior parte dos estudos relativos a atividade física
e emagrecimento se refere a atividades realizadas fora do meio líquido,
mas basta que se conheça um pouco sobre as propriedades físicas
da água para se inferir que efeitos ainda mais positivos poderão
ocorrer com um programa de Hidroginástica de alta intensidade.
Sendo a água 770 vezes mais densa que o ar (Weineck20
1991), não há dúvidas que esse é um meio propício
para o trabalho de força de resistência muscular, além de
proporcionar um gasto calórico muito maior àqueles que se exercitam
com intensidade, do que se comparado ao mesmo exercício fora da água.
Paulo14 (1994) afirma que a água, devido às
suas propriedades físicas e sobrecarga natural, proporciona ao indivíduo
uma sensação de diminuição do peso corpóreo,
livramento das articulações, bom funcionamento do sistema termorregulador,
melhor irrigação ativando veias, artérias e vasos capilares
e ainda, envolvimento da maioria dos grupos musculares. "Além de
tonificar os músculos pela resistência da água em várias
direções, na Hidroginástica é possível aumentar
a intensidade do trabalho e propiciar um maior consumo de energia transformando
o peso de gordura em peso muscular"(Gaines9 1993).
Na água a resistência é proporcional
ao quadrado da velocidade. Assim, quanto mais rapidamente for executado o exercício,
maior será a força exigida daqueles grupos musculares atuantes.
Hoeger et al. (1993) apud Sanders e Rippe17 (2001), comparou atividade aeróbia
na água e em terra e concluiu que os indivíduos que fizeram o programa
de hidroginástica tiveram uma redução de 2% de gordura corporal
enquanto que os que se exercitaram em terra perderam 1.1% ;a dieta não
foi controlada nesse estudo.
Wilbur et al., em 1995 (apud Sanders e Rippee17 2001),
fizeram um estudo com 16 homens corredores treinados em terra; compararam esses
atletas correndo em esteira e na água , com a mesma velocidade. Resultado:
a atividade na água resultou em 31% a mais de ácido lático
acumulado no sangue. Conclusão: a resistência natural da água
fez com a mesma atividade se tornasse muito mais fatigante do que seria se realizada
em terra.
Hidroginástica intervalada de
alta intensidade e emagrecimento
No presente estudo, observamos que a aplicação
de um protocolo específico para a Hidroginástica intervalada de
alta intensidade foi bastante eficiente, uma vez que praticamente todas as participantes
perderam consideráveis peso e percentual de gordura, se comparados os
resultados antes e depois do tempo de atividade física.
Todas as alunas estavam cientes da importância
do programa e se empenharam bastante durante todo o processo: não perdiam
aulas, faziam o correto controle da FC durante as aulas e mantinham o nível
de intensidade pedido em cada parte do protocolo. Esse fator, com certeza, foi
fundamental para o sucesso do projeto.
Uma das participantes (sujeito 17) aumentou o seu peso
corporal ao fim do estudo, de 72 para 74kg. Porém, ainda assim seu percentual
de gordura manteve-se estável, nos levando a concluir que esse aumento
de peso tenha sido em decorrência do aumento de massa magra.
Outra participante (sujeito 18) também aumentou
seu peso corporal, de 69 para 71 kg. Porém, seu percentual de gordura
corporal foi reduzido de 35 para 32, o que evidencia uma melhora da massa magra
durante o período de treinamento.
É preciso deixar claro que o objetivo deste trabalho
não foi o ganho de massa magra ou hipertrofia muscular. Mesmo porque,
sabemos que na água, para que se obtenha algum ganho de massa magra, é necessário
que seja feito um trabalho específico visando força muscular (potência),
o que não foi o caso deste estudo. Talvez os níveis de hipertrofia
alcançados pelas participantes se deva ao fato de serem sedentárias
antes da pesquisa e , assim, a própria resistência natural da água
já representou carga suficiente para estimular um certo nível de
hipertrofia.
Força Muscular
Vários estudos (Hoeger et al. 1993, Sanders 1993,
Miss 1998, apud Sanders e Rippee17 2001; Ruoti et al.161994; Baretta5 1996) indicaram
incrementos significantes na força e resistência muscular de indivíduos
que se submeteram a um programa de exercícios aquáticos. Observa-se,
particularmente, o estudo feito por Sanders em 1993, no qual ocorreu aumento
relevante da força muscular abdominal mesmo não tendo sido feito
nenhum exercício específico para a musculatura do abdômen.
Esse efeito foi atribuído à manutenção do alinhamento
postural dinâmico e vertical utilizando a resistência da água.
Da mesma forma, no presente estudo, mesmo não
tendo sido feito um trabalho específico para aumento da força muscular,
observamos que tanto a musculatura abdominal quanto os músculos dos membros
superiores tiveram seus níveis de força aumentados. Isso se deve
ao fato de que as participantes trabalharam o tempo todo contra a resistência
da água e em alta velocidade, exigindo naturalmente um esforço
muscular considerável para a execução dos movimentos.
Expansibilidade Torácica
A lei de Pascal afirma que "a pressão do
líquido é exercida igualmente sobre todas as áreas da superfície
de um corpo imerso em repouso, a uma dada profundidade".Quando um corpo é imerso
na água, sofre os efeitos da pressão de todos os lados. Esta pressão é mais
percebida na altura do tórax, resistindo à expansão (movimento
de inspiração), onde há uma maior solicitação
das musculaturas de inspiração: o diafragma e os intercostais (Di
Masi7 2000).
Durante a inspiração o diafragma se move
para baixo e os músculos intercostais se contraem, para expandir o gradil
costal. Essa expansão da caixa torácica gera uma pressão
que leva os pulmões a se expandirem e a se encherem de ar. Quando as pressões
dos pulmões e do exterior se equilibram, o movimento normal de inspiração
se completa.
Nas participantes da presente pesquisa, o trabalho de
12 semanas na piscina resultou em um aumento médio de 61% na capacidade
de expansão do tórax durante a inspiração, já que
a resistência natural da água fez com que os músculos responsáveis
pela respiração fossem fortalecidos. Uma contração
mais intensa do diafragma e dos músculos intercostais expande ainda mais
os pulmões, permitindo uma respiração mais profunda (AEA2
2001).
CONCLUSÃO
Diante de tudo o que foi exposto, concluímos que
a Hidroginástica, além de suas variadas indicações,
como: efeito relaxante muscular (Gaines9 1993), meio propício a sociabilização
(Paulo14 1994), ambiente favorável ao trabalho de flexibilidade (Ruoti
et al.16 2000), consegue, também, ser bastante eficaz na perda de gordura
corporal, além de ser de extrema ajuda quando se almeja obter melhora
dos níveis de força muscular e capacidade respiratória.
Para tanto, basta que o Profissional da Educação Física
planeje suas aulas para esses fins.
Se pessoas praticantes de Hidroginástica relatam
que há tempos estão engajadas nesta atividade e, contudo, não
perceberam melhoras na sua composição corporal ou em outros parâmetros
de aptidão física, com certeza deve-se questionar o desenho desse
treinamento. Não há dúvidas de que, se houver um planejamento
adequado, que utilize a resistência do meio líquido como opositor
aos movimentos e que trabalhe em intensidades apropriadas, certamente os resultados
não tardarão. Assim foi que, em quatro meses, conseguimos mudanças
expressivas na composição corporal, força muscular e expansibilidade
torácica das participantes deste estudo.
O modelo de protocolo utilizado nesta pesquisa mostrou
apenas uma das possibilidades, dentre tantas outras, que podem ser aplicadas à Hidroginástica
quando o objetivo for o controle da composição corporal de um indivíduo
que precise perder massa gorda.
Sugerimos que o estudo seja repetido, nos mesmos moldes,
porém com o auxílio de outro fator muito importante: o controle
da dieta, com o acompanhamento de um Nutricionista ou Endocrinologista, além
do Profissional da Educação Física. Assim, será possível
compararmos o quanto de gordura se perde somente com os exercícios e com
os exercícios associados ao controle alimentar. Cremos desde já,
que a segunda proposta será bem mais efetiva.
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20.Weineck J. Biologia do esporte. Tradução Anita Viviani. São
Paulo: Manole, 1991.
ANEXOS
TABELA 1. PERCEPÇÃO DE ESFORÇO - TABELA
DE BORG
TABELA 2. "RATE CARD" : NOME: Fulana de Tal
70% da FC máx.: 135 b.p.m.
75% da FC máx.: 144 b.p.m.
85% da FC máx.: 164 b.p.m.
90% da FC máx.: 173 b.p.m
TABELA 3. RESUMO
DOS DADOS COLETADOS
Sujeitos
|
Idade
(em anos)
|
Altura
(em cm)
|
Peso antes
(em kg)
|
Peso depois
(em kg)
|
gordura Antes
|
% Gordura Depois
|
1
|
27
|
158
|
59
|
57
|
33
|
24
|
2
|
30
|
156
|
63
|
61,5
|
30
|
21
|
3
|
32
|
157
|
74
|
72
|
30
|
22
|
4
|
34
|
151
|
61
|
60
|
27
|
25
|
5
|
18
|
170
|
74
|
71
|
28
|
22
|
6
|
33
|
154
|
62
|
59
|
33
|
25
|
7
|
34
|
165
|
64
|
62
|
30
|
25
|
8
|
33
|
155
|
55
|
53
|
27
|
23
|
9
|
37
|
166
|
81
|
74
|
34
|
27
|
10
|
34
|
160
|
58
|
54
|
20
|
17
|
11
|
36
|
156
|
77
|
74
|
34
|
29
|
12
|
34
|
164
|
56
|
54
|
20
|
17
|
13
|
34
|
165
|
83
|
77
|
32
|
30
|
14
|
32
|
153
|
56
|
55
|
29
|
27
|
15
|
30
|
151
|
64
|
59
|
28
|
22
|
16
|
39
|
157
|
68
|
65
|
31
|
28
|
17
|
36
|
161
|
72
|
74
|
31
|
31
|
18
|
38
|
154
|
69
|
71
|
35
|
32
|
19
|
39
|
155
|
50
|
49
|
22
|
21
|
20
|
27
|
167
|
65
|
62
|
25
|
21
|
21
|
38
|
175
|
77
|
75
|
32
|
26
|
22
|
31
|
164
|
72
|
66
|
34
|
27
|
23
|
31
|
155
|
58
|
57
|
21
|
20
|
24
|
29
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