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Qui, 3/6/10 11:56

PLATAFORMA VIBRATÓRIA E SUAS LIMITAÇÕES

Por: Luiz Carlos de Moraes CREF1 RJ 003529-P/R
E-mail: lcmoraes@compuland.com.br
Portal: www.noticiasdocorpo.com.br
Data de Publicação: 28 DE MARÇO de 2010

Introdução
  As pessoas que mais facilmente podem ser passadas para trás sem dúvida são as que estão sempre querendo levar algum tipo de vantagem. Um bom exemplo disso são as que ainda caem no golpe do bilhete premiado. Ora! Isso só acontece no encontro de dois espertos, um querendo enganar o outro. O golpista com boa lábia e a vítima cai, não por ser boba, e sim por achar que vai se dar bem.
   Na área de saúde e Educação Física também são os “espertos” que sempre se dão bem em cima das pessoas querendo ser enganadas com receitas mágicas para emagrecer sem fazer força, alimentos para ficar forte rápido e tudo o mais. Volta e meia aparece alguma coisa alardeando uma novidade quando na verdade não passa de uma reedição de tentativas frustradas anteriores.
   Depois do “choquinho”, agora parece ser a vez da tal plataforma vibratória que também não é nenhuma novidade. Um aparelho que produz uma vibração constante que visam estimular todo o aparelho locomotor do corpo. Ele foi criado para treinar os astronautas em situações de gravidade zero e para esse fim o aparelho realmente funciona. É também muito usado em clínicas de fisioterapia com fins de reabilitação física de membros paralisados por acidentes ou doenças degenerativas onde se concentra a principal indicação. Nos casos de necessidade de exercícios cinesioterápicos e/ou desenvolvimento proprioceptivo o aparelho pode ser um bom aplicativo nas seções de fisioterapia.

O Óbvio
   Outra aplicação com razoável sucesso em mulheres idosas sedentárias é no tratamento da osteoporose. A vibração pode melhorar a concentração de cálcio nos ossos, o equilíbrio, a agilidade e a marcha. Entretanto, essas conclusões são citadas em apenas dois estudos além de ser óbvio que qualquer atividade por mais simples que seja em idosos sedentários dá algum resultado. Portanto, não é sétima maravilha do mundo como costumam alardear por aí.
   Conclusões similares foram encontradas em estudos comparando treinamento de força tradicional com treinamento de força feito em cima de plataforma vibratória. O segundo promove aumento de força significativo. Também não fugiu do óbvio. Se o exercício de força é feito em cima de uma máquina vibratória o recrutamento de unidades motoras só pode ser maior. O estudo também concluiu que quanto menor o nível de força, maior é o ganho. Claro, e precisa dizer isso?
   Ora! O estudo comparou o mesmo exercício com a mesma carga na plataforma e fora dela. É evidente que se o exercício for comparado com carga maior fora dela o resultado será o mesmo ou insignificante.

As Limitações

  Já se sabe que a plataforma vibratória tem as suas limitações. Em primeiro lugar, apesar de todo exercício ser feito em cadeia cinética fechada que teoricamente recruta mais unidades motoras além de envolver músculos agonistas e antagonistas, a vibração é proporcionalmente menor à medida que se afasta do ponto inicial de contato. Além disso a vibração tem uma freqüência limite e não é recomendável nem fazer muitas seções e nem ser a única forma de treinamento. Ou seja, pode ser um treinamento complementar, seja aeróbio, anaeróbio, de força ou mesmo alternativo nas terapias e principalmente na recuperação física.
  Como sempre, uma boa parcela da população sonha com um corpinho perfeito sem fazer força, um prato cheio para os fabricantes tentarem vender esses aparelhos, que não são baratos, justamente para essas pessoas. De um lado um esperto tentando vender, do outro um esperto achando que vai se dar bem. Interessante que a própria propaganda da maioria desses aparelhos vem escrito: “É uma ótima opção junto com uma dieta saudável, de perder peso e manter a forma de maneira prática e segura”. Alguns ainda completam: “Faça exercícios regularmente!” A propaganda é audaciosa. “Com alguns minutos por dia, em alguns meses, você consegue diminuir varizes, celulite, reduzir colesterol, entre outros benefícios”. Fala sério! Algum de vocês queridos leitores inteligentes que são acreditam nisso? Quem compra um aparelho desses e não obtiver o resultado esperado não pode judicialmente acionar o fabricante porque a propaganda recomenda fazer dieta e exercício. Os milhares de artigos na Internet relativos à plataforma vibratória são propagandas de clínicas, estúdios e academias sem nenhum critério científico. De qualquer forma esses aparelhos devem ser manipulados por profissionais de saúde em clínicas de Fisioterapia. Para usar em casa é preciso ter cautela, pois o aparelho pode não satisfazer as necessidades ou trazer conseqüências indesejadas se não for manipulado profissionalmente.

Conclusão

   o treinamento em plataforma vibratória produz algum resultado no sistema neuromuscular, mas não é superior a nenhum treinamento tradicional sendo indicado ao complemento de outras atividades físicas e principalmente recuperação de lesões. Mesmo assim deve ser visto com reservas pois a aceleração pode não ser adequada às estruturas lesionadas, daí a necessidade de orientação médica, porque o uso tem contra-indicações nos casos de inflamações, artropatia, artroses, infecções, febre, arterite, enxaqueca, agudas, feridas pós-operatórias, implantes metálicos ou sintéticos como marca-passos, válvulas cardíacas artificiais, endopróteses vasculares recentes e outras a critério médico.
   Outro ponto sério de grande preocupação é que não existe norma de fabricação que garanta a qualidade do produto o que deixa o cliente totalmente descoberto judicialmente em caso de problema.
   Para Refletir: O sujeito que nunca recebeu elogios e não consegue fazer ninguém feliz tem a sua chance quando morrer. (Moraes 2010)
   Sobre a Ética: O profissional íntegro não precisa jurar que é verdade o que diz. (Moraes 2010).

Literatura Sugerida:
Batista , M. A. B.; Walerstein, L. F.; Dias, R. M.; Silva , R. G.; Ugrinowitsch, C.; Tricoli, V. Efeitos do Treinamento com Plataformas Vibratórias Revista. Brasileira de Ciência e Movimento. 2007 – Disponível em: http://portalrevistas.ucb.br/index.php/RBCM/article/view/766/769 Acesso em: 16/03/2010.
GENTIL, Paulo – Plataformas vibratórias – Disponível na Internet em: http://www.gease.pro.br/categoria_visualizar.php?id=1 – Acesso em: 16/03/2010.
Mundo Fiosio - A Plataforma Vibratória Como Recurso Terapêutico. Disponível na Internet em:
http://www.mundofisio.com/index.php?option=com_content&view=article&id=170:a-plataforma-vibratoria-como-recurso-terapeutico&catid=26&Itemid=61 Acesso em: 16/03/2010.

 

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