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Ter, 13/1/09 10:50

GINÁSTICA CORRETIVA

DESEQUILÍBRIOS POSTURAIS


   Não importa qual a etiologia, mas os problemas posturais se disseminam pela população em geral, já se manifestando na infância e adolescência. Os problemas na adolescência se desenvolvem a partir de 10 anos e uma criança sem orientação, pode adquirir vícios posturais, principalmente no manuseio com materiais escolares, nas atividades do dia-a-dia e nas aulas de Educação Física praticadas na escola.
   A maior parte dos problemas com a nossa postura é resultado de efeitos acumulados de uma má postura, uma vida stressante, maus posicionamentos no trabalho, maus hábitos no dormir e levar uma vida sedentária. Poderemos dizer então, que os desequilíbrios são classificados como mecânicos, emocionais e orgânicos.
   Podemos observar que por diversos fatores descuidamos de nosso corpo e muitas vezes sem conhecermos realmente seu funcionamento, utilizamo-os de forma errada, causando-lhe danos.
   A má postura é um hábito que adquirimos na nossa infância, portanto é fundamental que zelemos pela saúde de nossos alunos e através de análises e observações diárias de suas posturas possamos em nossas aulas estar orientando e prevenindo os maus hábitos posturais. Podemos incluir em nossas aulas, atividades que lhes dê autoconfiança com seu corpo, devemos proporcionar conhecimento corporal que, transportados para o dia-a-dia, eles possam melhor conviver com suas necessidades diárias de uma forma mais saudável.
   O conhecimento do corpo deve-se iniciar na infância, quando a criança está em fase de desenvolvimento e seu corpo sujeito a transformações, porque depois, na fase adulta, sem a presença deste conhecimento, as pessoas terão maior dificuldade de educar posturalmente seu corpo. Atividades domésticas, digitadores, manicures e outros, são os que mais acarretam alterações posturais, causadas pelo uso repetitivo e inadequado de seus segmentos.
   Com nossas orientações, estaremos favorecendo um bom desenvolvimento e prevenindo vários problemas para a fase adulta, período em que se exige mais nos estudos, no trabalho e na prática esportiva.
   Os desequilíbrios são analisados em três planos, sagital, frontal e posterior. Através destes, podemos avaliar nosso aluno e perceber quais são seus desequilíbrios quando houver. Estaremos analisando mais a frente como estar avaliando esses planos e as observações essenciais em cada um deles.
   O que precisamos entender é que nossa função estática não é regida por músculos isolados, mas sim, por um conjunto de músculos que, alguns estudiosos se referem como "cadeias musculares". Todo desequilíbrio ou desarranjos que ocorram nessas cadeias nos levará a um desequilíbrio do tônus muscular e conseqüentemente a má postura.
   Poderemos perceber ao longo do tempo desequilíbrios articulares, musculares como já foi dito, tendíneo, capsulares, todos estes e outros não citados, fruto de forças anormais inserindo sobre nosso corpo como: compressões, torções, rotações e outras. Os danos são muito grandes quando não detectados inicialmente. No caso da criança, a prevenção e um trabalho conservador, é de grande valia.
   Para o atleta, os desequilíbrios podem provocar queda no rendimento, torções distensões, cãibras e outras limitações que com certeza prejudicarão a sua performance. E aqui, não podemos dizer que os tratamentos habituais serão totalmente eficazes, pois eles, em grande maioria, estarão tratando as causas e não as conseqüências.
   Por isso, considero importante um trabalho corporal com nossos alunos/clientes de maneira a desenvolver não só habilidades corporais, mas também, uma educação postural que oriente essa criança para um trabalho corporal e que, ela saiba respeitar seu corpo, não exigindo dele além do necessário, mas quando iniciar quem sabe, um trabalho mais direcionado, mais específico ou quem sabe atlético, ela possa compensar seus esforços e evitar grandes males para um futuro próximo.
   Cabe ao profissional de Educação Física esta tarefa, afinal, ele é o educador do corpo! Ele é o responsável pela educação do corpo de nossas crianças, jovens, adolescentes, adultos e veteranos na arte de se movimentar.
   Nas academias, clubes e até mesmo na indústria, uma boa orientação com os praticantes torna-se bastante pertinente para que se consiga um trabalho global de boa estruturação e conscientização, para que assim, a prática da atividade física seja completa em seus objetivos de bem estar físico, mental e em sua performance profissional.
   Sabemos, que um corpo saudável é responsável pelo bom desempenho de todas as atividades diárias do ser humano; sabemos também, que a ausência de saúde leva o ser humano a um desequilíbrio físico, mental, social e profissional.
   Sendo assim, acredito profundamente na competência dos profissionais de Educação Física, pois têm capacidades e conhecimentos suficientes para desenvolverem um trabalho nas instituições em que atuam ou atuarem; de maneira a conscientizar seus alunos/clientes da importância de conhecerem seu corpo e de educá-los posturalmente.
   Considerando então estes aspectos, nossa abordagem postural é sem dúvida bastante significativa, podemos dizer até, que é a base de toda compreensão funcional de nosso corpo e de suas alterações, norteando procedimentos educativos progressistas, para nosso sistema músculo-esquelético.
   No entanto, mesmo com toda essa preocupação, muitas pessoas quando chegam até nós, já trazem um histórico de deseducação postural, sendo assim, o profissional de educação física deverá adaptar suas atividades objetivando a reeducação postural, e para aqueles que se apresentarem satisfatoriamente dentro dos padrões morfológicos e funcionais, desenvolver atividades preventivas.
   Muitos sintomas como dores de cabeça, formigamento nos braços, dores em certas regiões do corpo, dores abdominais entre outras, tem sua origem nos desequilíbrios posturais. Porém, muitas pessoas, poderíamos dizer a maioria, não possuem essa informação e nem imaginam que as dores que estão sentindo são conseqüências desses desequilíbrios e ficam "pulando de um médico para outro", em busca de melhores resultados.
   Dessa forma, considero necessário ao profissional de Educação Física, implementar em suas atividades um conteúdo adaptativo que esteja de acordo com as necessidades básicas de seus alunos/clientes e que também possa servir como instrumento preventivo e corretivo nos desequilíbrios posturais que forem encontrados quando na realização das avaliações no início do trabalho físico.


Profª Ms. Érica Verderi - FEFISO/ACM
verderi@cy.com.br
Site: www.programapostural.com.br

 

 

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