DESEQUILÍBRIOS
POSTURAIS
Não importa qual a etiologia, mas os problemas posturais
se disseminam pela população em geral, já se manifestando
na infância e adolescência. Os problemas na adolescência se
desenvolvem a partir de 10 anos e uma criança sem orientação,
pode adquirir vícios posturais, principalmente no manuseio com materiais
escolares, nas atividades do dia-a-dia e nas aulas de Educação
Física praticadas na escola.
A maior parte dos problemas com a nossa postura é resultado
de efeitos acumulados de uma má postura, uma vida stressante, maus posicionamentos
no trabalho, maus hábitos no dormir e levar uma vida sedentária.
Poderemos dizer então, que os desequilíbrios são classificados
como mecânicos, emocionais e orgânicos.
Podemos observar que por diversos fatores descuidamos de nosso
corpo e muitas vezes sem conhecermos realmente seu funcionamento, utilizamo-os
de forma errada, causando-lhe danos.
A má postura é um hábito que adquirimos
na nossa infância, portanto é fundamental que zelemos pela saúde
de nossos alunos e através de análises e observações
diárias de suas posturas possamos em nossas aulas estar orientando e prevenindo
os maus hábitos posturais. Podemos incluir em nossas aulas, atividades
que lhes dê autoconfiança com seu corpo, devemos proporcionar conhecimento
corporal que, transportados para o dia-a-dia, eles possam melhor conviver com
suas necessidades diárias de uma forma mais saudável.
O conhecimento do corpo deve-se iniciar na infância,
quando a criança está em fase de desenvolvimento e seu corpo sujeito
a transformações, porque depois, na fase adulta, sem a presença
deste conhecimento, as pessoas terão maior dificuldade de educar posturalmente
seu corpo. Atividades domésticas, digitadores, manicures e outros, são
os que mais acarretam alterações posturais, causadas pelo uso repetitivo
e inadequado de seus segmentos.
Com nossas orientações, estaremos favorecendo
um bom desenvolvimento e prevenindo vários problemas para a fase adulta,
período em que se exige mais nos estudos, no trabalho e na prática
esportiva.
Os desequilíbrios são analisados em três
planos, sagital, frontal e posterior. Através destes, podemos avaliar
nosso aluno e perceber quais são seus desequilíbrios quando houver.
Estaremos analisando mais a frente como estar avaliando esses planos e as observações
essenciais em cada um deles.
O que precisamos entender é que nossa função
estática não é regida por músculos isolados, mas
sim, por um conjunto de músculos que, alguns estudiosos se referem como "cadeias
musculares". Todo desequilíbrio ou desarranjos que ocorram nessas
cadeias nos levará a um desequilíbrio do tônus muscular e
conseqüentemente a má postura.
Poderemos perceber ao longo do tempo desequilíbrios
articulares, musculares como já foi dito, tendíneo, capsulares,
todos estes e outros não citados, fruto de forças anormais inserindo
sobre nosso corpo como: compressões, torções, rotações
e outras. Os danos são muito grandes quando não detectados inicialmente.
No caso da criança, a prevenção e um trabalho conservador, é de
grande valia.
Para o atleta, os desequilíbrios podem provocar queda
no rendimento, torções distensões, cãibras e outras
limitações que com certeza prejudicarão a sua performance.
E aqui, não podemos dizer que os tratamentos habituais serão totalmente
eficazes, pois eles, em grande maioria, estarão tratando as causas e não
as conseqüências.
Por isso, considero importante um trabalho corporal com nossos
alunos/clientes de maneira a desenvolver não só habilidades corporais,
mas também, uma educação postural que oriente essa criança
para um trabalho corporal e que, ela saiba respeitar seu corpo, não exigindo
dele além do necessário, mas quando iniciar quem sabe, um trabalho
mais direcionado, mais específico ou quem sabe atlético, ela possa
compensar seus esforços e evitar grandes males para um futuro próximo.
Cabe ao profissional de Educação Física
esta tarefa, afinal, ele é o educador do corpo! Ele é o responsável
pela educação do corpo de nossas crianças, jovens, adolescentes,
adultos e veteranos na arte de se movimentar.
Nas academias, clubes e até mesmo na indústria,
uma boa orientação com os praticantes torna-se bastante pertinente
para que se consiga um trabalho global de boa estruturação e conscientização,
para que assim, a prática da atividade física seja completa em
seus objetivos de bem estar físico, mental e em sua performance profissional.
Sabemos, que um corpo saudável é responsável
pelo bom desempenho de todas as atividades diárias do ser humano; sabemos
também, que a ausência de saúde leva o ser humano a um desequilíbrio
físico, mental, social e profissional.
Sendo assim, acredito profundamente na competência dos
profissionais de Educação Física, pois têm capacidades
e conhecimentos suficientes para desenvolverem um trabalho nas instituições
em que atuam ou atuarem; de maneira a conscientizar seus alunos/clientes da importância
de conhecerem seu corpo e de educá-los posturalmente.
Considerando então estes aspectos, nossa abordagem postural é sem
dúvida bastante significativa, podemos dizer até, que é a
base de toda compreensão funcional de nosso corpo e de suas alterações,
norteando procedimentos educativos progressistas, para nosso sistema músculo-esquelético.
No entanto, mesmo com toda essa preocupação,
muitas pessoas quando chegam até nós, já trazem um histórico
de deseducação postural, sendo assim, o profissional de educação
física deverá adaptar suas atividades objetivando a reeducação
postural, e para aqueles que se apresentarem satisfatoriamente dentro dos padrões
morfológicos e funcionais, desenvolver atividades preventivas.
Muitos sintomas como dores de cabeça, formigamento nos
braços, dores em certas regiões do corpo, dores abdominais entre
outras, tem sua origem nos desequilíbrios posturais. Porém, muitas
pessoas, poderíamos dizer a maioria, não possuem essa informação
e nem imaginam que as dores que estão sentindo são conseqüências
desses desequilíbrios e ficam "pulando de um médico para outro",
em busca de melhores resultados.
Dessa forma, considero necessário ao profissional de
Educação Física, implementar em suas atividades um conteúdo
adaptativo que esteja de acordo com as necessidades básicas de seus alunos/clientes
e que também possa servir como instrumento preventivo e corretivo nos
desequilíbrios posturais que forem encontrados quando na realização
das avaliações no início do trabalho físico.
Profª Ms. Érica Verderi - FEFISO/ACM
verderi@cy.com.br
Site: www.programapostural.com.br