Dom, 15/1/12 19:20 Mudança de filosofia no futebol de base Por: Prof.
Fabio Cunha O exemplo do Barcelona pode nos ensinar uma lição. Quando Guardiola, técnico da equipe catalã, disse em entrevista coletiva após a final do mundial interclubes: “... o que tentamos é passar a bola a um companheiro o quanto antes possível... o que o Brasil fazia, segundo o que contam meus pais e meus avós, desde sempre.”, nos transmite um misto de orgulho e vergonha. Se os espanhóis, que unanimemente jogam o melhor e o mais bonito futebol apresentado por uma equipe no mundo, mostram um jogo de toque de bola, passes rápidos e jogadas bonitas, por que nenhuma equipe brasileira ou a Seleção conseguem repetir essa forma de jogar? A desculpa de que o Barcelona é um clube rico e, assim, contrata grandes jogadores, aqui não serve, pois 8 ou 9 jogadores do time titular foram formados em sua categoria de base. Alguns usarão como desculpa que a equipe catalã joga há muitos anos junta e então os jogadores tem um bom entrosamento. Isso é um aspecto que ajuda, com certeza, mas que sozinho não justifica esse resultado. A grande explicação é a formação de base. O clube espanhol possui uma filosofia clara e bem definida para a formação dos seus atletas. No lado técnico a preocupação é formar um atleta com qualidade técnica, com os fundamentos bem desenvolvidos e afirmados. No aspecto tático o objetivo é montar equipes coesas que mantém a posse de bola, que troquem passes em velocidade e, principalmente, jogadores solidários e comprometidos com o coletivo. Não quero aqui valorizar o Barcelona, mas sim a filosofia adotada, uma filosofia que se preocupa com a formação completa do jovem atleta e não com o resultado imediato. O mais incrível é que o trabalho bem feito, bem planejado, que respeita o desenvolvimento maturacional, que respeita as características de cada faixa etária, acaba trazendo, também, resultados esportivos a curto e médio prazo. Devemos mudar a filosofia da formação de base no Brasil. Os clubes devem primeiro colocar dirigentes capacitados que não pressionem jogadores e técnicos por resultados esportivos. Em segundo lugar, devem contratar técnicos e demais membros da comissão técnica com qualificação profissional, que entendam de crescimento, maturação e desenvolvimento motor e que trabalhem os garotos pensando no futuro como atletas e cidadãos. Em terceiro lugar, o clube deve investir na infraestrutura e nas condições para que os treinamentos ocorram de forma científica e profissional, pois a estrutura é fundamental. Destaco que desses pontos o principal é a qualificação dos profissionais que atuam no dia a dia com os jovens atletas. Necessitamos de técnicos mais qualificados nas categorias de base. Quando o futebol brasileiro se atentar para esses pontos e para essa realidade, voltaremos a revelar craques em quantidade. Não podemos mais viver de um ou outro grande jogador que surja mais por sorte do que por trabalho bem feito. Com isso, ganham os clubes, a Seleção, os torcedores, os atletas e o futebol brasileiro. Poderemos assim ver não apenas um Barcelona, mas sim inúmeros times apresentando um futebol vistoso e competitivo como vimos na manhã daquele 18 de dezembro de 2011 durante a final do mundial interclubes.
DÚVIDAS? (Envie sua consultoria para o Prof. Fabio Cunha e escolha FUTEBOL)
|
|:::: Cooperativa do Fitness - Todos os direitos reservados - BH - MG - Na internet desde 05/12/1999 ::::| |