Seg, 12/1/09 7:23
FISIOLOGIA DO
EXERCÍCIO Os
Exercícios
com Pesos Os
chamados exercícios resistidos, ou exercícios
contra-resistência, geralmente são realizados
com pesos, embora existam outras formas de oferecer
resistência à contração
muscular. Musculação é o termo
mais utilizado para designar o treinamento com pesos,
fazendo referência ao seu efeito mais evidente,
que é o aumento da massa musular. Assim sendo,
musculação não é uma modalidade
esportiva, mas uma forma de treinamento físico. MASSA MUSCULAR O
volume dos músculos das pessoas é determinado
pelas suas condições genéticas
e pelas características da atividade física à qual
foi submetido. Algumas pessoas apresentam boa massa
muscular, mesmo com estilo de vida sedentário,
o que se explica por um código genético
favorável. No entanto, com o avançar
da idade, mesmo essas pessoas irão perdendo
massa muscular por falta de exercícios. Diferenças metabólicas também podem ter influência no potencial para massa muscular, mas este aspecto ainda não está bem esclarecido. O efeito do treinamento é estimular a hipertrofia ou seja, o aumento de volume das fibras musculares. Tanto as fibras musculares brancas (do tipo II ou glicolíticas ou rápidas) quanto as vermelhas (do tipo I ou oxidativas ou lentas) apresentam hipertrofia. As fibras brancas são maiores do que as vermelhas, tanto nos sedentários quanto nos atletas. Algumas evidências sugerem que o treinamento com pesos grandes e baixas repetições (menos de 5) estimulam mais as fibras brancas, e que o treinamento com repetições mais altas (acima de 5) estimulam a hipertrofia de ambos os tipos de fibras. O
treinamento com pesos apresenta dois tipos de sobrecargas, úteis
para a hipertrofia: sobrecarga tensional e sobrecarga
metabólica, esta do tipo energética anaeróbia.
A sobrecarga tensional é o grau de tensão
que ocorre no músculo durante a contração,
e é proporcional à resistência
oposta ao movimento. Quanto maior o peso, maior a sobrecarga
tensional. A sobrecarga metabólica é a
solicitação acentuada dos processos de
produção de energia, e nos exercícios
com pesos é dada pelas repetições
mais altas e pelos intervalos curtos entre as séries.
Estas sobrecargas ocorrem sempre juntas, embora seja
possivel enfatizar uma ou outra. Pesos grandes e consequentemente
baixas repetições, enfatizam a sobrecarga
tensional, enquanto que pesos não tão
grandes, que permitem mais repetições,
enfatizam a sobrecarga metabólica. O grau de sobrecarga tensional ou seja, a quantidade de peso a ser utilizada, costuma ser determinada experimentalmente em cada sessão: utilizam-se pesos leves nas primeiras séries para aquecimento, e nas últimas séries do exercício escolhe-se um peso que permita a realização das repetições planejadas com dificuldade. O método de determinação de carga máxima para uma repetição (1 RM) costuma ser utilizado como parâmetro de avaliação do desempenho em trabalhos científicos. Em nível de treinamento, técnicos experientes em musculação não utilizam o teste de 1 RM. Mesmo com os estímulos adequados, a hipertrofia muscular poderá não ocorrer caso não haja completa recuperação do organismo entre as sessões de treinamento. As programações mais eficientes em induzir o aumento de massa muscular caracterizam-se por serem curtas, e por incluirem pelo menos dois dias de descanso total do organismo em cada semana. O uso de anabolizantes permite que o treinamento seja mais exaustivo, mas não garante que os resultados sejam muito diferentes do treinamento sem drogas bem orientado. Geralmente os anabolizantes só fazem grande diferença quando a pessoa treina excessivamente. Embora não se possa negar que os anabolizantes favoreçam a musculação, essas substâncias não mudam o potencial genético, e portanto não são "formadoras de campeões" como popularmente se imagina. Além disto, colocam os usuários em grupos de risco estatístico para várias doenças graves. EFEITOS DOS EXERCÍCIOS COM PESO NA APTIDÃO FÍSICA A sobrecarga tensional do treinamento com pesos estimula diretamente a força, e a sobrecarga metabólica, a resistência anaeróbia. Esta é a capacidade de prolongar esforços de alta intensidade. A coordenação é altamente estimulada devido aos movimentos localizados, amplos e relativamente lentos que caracterizam os exercícios com pesos. A
flexibilidade tende a aumentar porque a hipertrofia
se acompanha sempre de importante aumento do tecido
conjuntivo elástico intra-muscular, mesmo quando
os exercícios forem parciais. Além disto,
os exercícios com pesos forçam os limites
de amplitude dos movimentos, principalmente quando
as articulações estão limitadas
por retrações capsulares como as induzidas
pelo sedentarismo. A velocidade de movimentos é uma característica genética que parece não se modificar com a musculação. As diversas manisfestações de potência são bastante estimuladas porque dependem da força e da resistência anaeróbia que aumentam bastante. Até mesmo a resistência aeróbia aumenta com os exercícios com pesos, embora não aumente significativamente o VO2 máx. A explicação é o aumento do limiar anaeróbio ou seja, a maior intensidade de esforço que a pessoa consegue realizar aerobiamente. Uma hipótese para explicar o aumento do limiar anaeróbio é a maior capacidade contrátil das fibras vermelhas hipertrofiadas, que conseguiriam realizar maior quantidade de trabalho antes que as fibras brancas fossem recrutadas. Para o objetivo de uma preparação física completa, os exercícios com pesos costumam ser associados à alguma forma de exercício aeróbio, para aumentar o VO2 máx. QUALIDADE DE VIDA Entende-se
por "boa qualidade de vida" a
condição das pessoas não se sentirem
limitadas para tarefas que desejam realizar por falta
de condição física. Evidentemente
uma pessoa que tenha bem desenvolvidas tôdas
as qualidaders de aptidão estará preparada
para qualquer tipo de esforço. MEDICINA DO EXERCÍCIO Entende-se
por medicina do exercício o estudo
das relações que existem entre os exercícios
físicos e as doenças humanas, nos aspectos
profiláticos, terapêuticos e de concomitância.
Medicina do exercício não é uma
especialidade médica. Trata-se de uma área
do conhecimento, de importância para todos os
médicos, e para várias especialidades
como a epidemiologia, clínica médica,
medicina esportiva, fisiatria, ortopedia, geriatria,
e outras. Também na educação física,
na fisioterapia, e em outras áreas onde os profissionais
utilizam a atividade física, é importante
conhecer as relações do exercício
com as doenças. PERÍODO DE CRESCIMENTO A literatura científica não confirma as hipóteses de prejuizo à saúde ou ao desenvolvimento de crianças e adolescentes em treinamento com pesos. No entanto, por prudência, técnicos experientes concordam em evitar grande sobrecarga tensional e grandes volumes de treinamento. PESSOAS IDOSAS Pessoas
idosas e sedentários devem ser treinados
com pesos com os mesmos cuidados dispensados às
crianças e aos adolescentes, com mais uma precaução:
as amplitudes dos movimentos precisam ser cuidadosamente
adaptadas para cada caso individual. Frequantemente,
idosos apresentam retrações capsulares
e processos degenerativos articulares que impedem grandes
amplitudes de movimento. ATEROSCLEROSE A
deposição de placas de colesterol
(ateromas) na parede das artérias recebe o nome
de aterosclerose. Arteriosclerose é outra situação:
trata-se do endurecimento das paredes arteriais. As
pessoas idosas costumam apresentar arteriosclerose
mas nem todas apresentam depósito de ateromas. HIPERTENSÃO ARTERIAL A
pressão arterial elevada em repouso é uma
doença cuja causa na maioria das vezes é desconhecida,
provavelmente com um importante componente genético.
A pressão arterial constantemente elevada favorece
a aterosclerose, e produz o enfraquecimento do coração,
podendo se instalar a insuficiência cardíaca. *Sugestão do CDOF de Prescrição de Exercício para Hipertensos feita pela Profa. Dra. Claudia Forjaz, encontrado no site Sociedade Brasileira de Hipertensão : A
prática regular de atividades físicas
promove uma série de alterações
benéficas ao sistema cardiovascular do indivíduo
hipertenso, auxiliando no controle da pressão
arterial, o que resulta muitas vezes na redução
de medicamentos hipertensivos ou mesmo na eliminação
do medicamento. FC
de treino = (FC máxima - FC repouso) x 0,5
+ FC repouso
O
perigo dos exercícios para a maior parte
das cardiopatias está no aumento da taxa metabólica
do miocárdio durante o esforço. OBESIDADE A
maior parte das pessoas obesas apresentam colesterol
alto e HDL baixo, favorecendo a aterosclerose. Além
disto, a obesidade leva à hipertensão
arterial, o que também agrava a aterosclerose.
O
diabetes mellitus caracteriza-se por aumento da glicose
no sangue e consequentemente na urina. Ocorre
aumento na quantidade de urina (poliúria) por
ação osmótica, sêde intensa
(polidipsia) e emagrecimento (uso de gordura como energia
pela impossibilidade de usar a glicose). Leia: Atividade Física e Diabetes Mellitus - ATUALIZAÇÃO LESÕES MÚSCULO-ESQUELÉTICAS A
sobrecarga tensional dos exercícios com
pesos estimulam o aumento da massa óssea e da
massa muscular, e a proliferação do tecido
conjuntivo elástico nos músculo, tendões,
ligamentos e cápsula articular. Tudo indica
que também estimulam troficamente a cartilagem
hialina das articulações. As
cãibras, que predispõem às
distensões musculares, são frequentes
quando os músculos estabilizadores são
sobrecarregados em contrações isométricas.
Para evitar essa situação, devemos buscar
sempre a posição de melhor equilíbrio
do centro de gravidade, que coincide com a posição
de maior conforto. Deformidades ósseas podem ser resultado de músculos encurtados ou espásticos, produzidos por lesões neurológicas, traumáticas ou infecciosas. Não existe possibilidade de que músculos hipertrofiados produzam os mesmos efeitos. A hipertrofia se acompanha de aumento de elasticidade muscular e não ocorre hipertonia ou encurtamento. Mesmo no treinamento não equilibrado entre agonistas e antagonistas, o grau de contração em repouso de um músculo forte é apenas o suficiente para equilibrar o tônus do seu oponente mais fraco. Os
Efeitos Fisiológicos do Exercício
na Gravidez A
gravidez é um momento muito especial da
mulher e por sí só pode trazer diversas
modificações em seu corpo. O exercício
físico nesta fase é impressindível
para garantir seu bem estar físico e mental,
desenvolvendo saúde para ela e seu bebê. Resumindo algumas alterações: *
Melhora a redistribuição da circulação
de sangue favorecendo a irrigação do útero; Com relação ao bebê, de acordo com recentes pesquisas desenvolvidas por Michelle Mottola, diretora do laboratório de pesquisas sobre gravidez em Ontário,Canadá, durante uma gravidez normal, nem a temperatura, nem a circulação dentro do útero são elevadas a níveis perigosos durante os exercícios físicos, como era antes alvo de grande preocupação. Embora alguns estudiosos aconselhem a mulher grávida exercitar-se a 60-70% de sua frequência cardíaca máxima e não excederem 144 batimentos cardíacos por minuto. Ainda: *
evitarem exercícios vigorosos, dando prioridade
a exercícios leves a moderados pelo menos 3
vezes por semana , sendo que para mulheres sedentárias
deve ser recomendado apenas de 15-20 min de exercícios
aeróbicos em uma sessão; Devem evitar exercícios durante a gravidez, mulheres que apresentarem: *Hipertensão arterial, problemas importantes
de tireóide, anemia ou obesidade excessiva. Exercícios recomendados: *Alongamentos (pode optar pela yoga); Finalizando, uma pesquisa feita por Clapp, M.D e diretor de pesquisas em obstetrícia e ginecologia em Ohio, onde acompanhou dois grupos de grávidas que exercitaram toda a gravidez e outro que optou por não exercitar , descobriu que ao fim de 15 semanas, as mulheres que se exercitaram apresentaram maior disposição, melhor postura, força muscular,apresentação física (mais bonitas) e estavam mais saudáveis que o outro grupo que mostrava ainda, indisposição para a atividade sexual.
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