Sáb, 1/6/13 16:36
EXERCÍCIO E QUALIDADE DE
VIDA NA MENOPAUSA
Autoria: Profº Carlos
André Barros de Souza*
Data de Publicação: 01/06/2013
A
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL de SAÚDE define a menopausa
como a cessação permanente da menstruação
que resulta da falência da atividade folicular ovariana (WORLD
HEALTH ORGANIZATION, 1996). A menopausa é um processo universal
e natural que ocorre na vida da mulher ao longo do processo de envelhecimento
(MORIYAMA, 2007 apud NIH, 2005).
Segundo Stephenson e O‘Connor (2004), Cerca de um quarto
das mulheres experimenta menopausa espontânea antes dos
45 anos de idade, cerca de metade a experimenta entre 45 e 50
anos, e a parte remanescente (um quarto) experimenta-a após
os 50 anos de idade.
A menopausa pode ser diagnosticada corretamente após 12
meses de amenorréia. Mesmo havendo uma variação,
a idade média para menopausa é 51 anos de idade.
Normalmente o sangramento diminui durante 1 a 3 anos, os intervalos
entre períodos menstruais aumenta (amenorréia)
e a quantidade de sangue diminui. Entretanto, em algumas mulheres,
esses períodos param rapidamente e de forma permanente.
A chegada da menopausa é caracterizada por uma variedade
de sintomas físicos e psicológicos, incluindo fatores
relacionados ao envelhecimento. As alterações mais
significativas e peculiares, que conseqüentemente co-relacionam-se
com o maior número de estudos são as queixas relacionadas às
irregularidades menstruais, os sintomas vasomotores e os sintomas
relacionados às alterações vulvovaginais
(MORIYAMA, 2007 apud SHERMAN ET AL, 2005; AVIS ET AL, 2001; DENNERSTEIN
ET AL, 2000; KOTHARI E THACKER, 1999).
Entre os sintomas observados nessa fase, os fogachos ou ondas
de calor são as queixas mais comuns, tendo sua taxa de
prevalência entre 30% e 63%, nos estudos realizados entre
a população brasileira (MORIYAMA, 2007 apud SCLOWITZ
ET AL, 2005; PINTO NETO ET AL, 2002).
Os fogachos elevam a temperatura corporal que pode ser classificada
como, moderado ou intenso e dura em média entre 5 e 10
minutos. Os locais mais acometidos são: tórax,
pescoço e face.
A atrofia genital se torna também comum entre as queixas,
que nessa fase pode causar desconforto à mulher. Coma
intensidade do declínio estrogênico após
a menopausa resulta no enrijecimento da parede vaginal, que somados
a uma menor lubrificação, causam dispareunia e
dificuldades no intercurso sexual. Por outro lado, embora ocorra
universalmente nas mulheres pós-menopausadas, a atrofia
vaginal nem sempre é vivida de maneira negativa ou sintomática
(MORIYAMA, 2007 apud DAVILA ET AL,2003).
Segundo Stephenson e O‘Connor (2004) com o início
da menopausa, as mulheres têm que enfrentar muitas alterações.
Alterações anatômicas, perda de função
e limitações físicas podem causar reflexões
psicológicas e introspecção.
Estudos mostram que os riscos de doenças cardiovasculares
aumentam quando a menopausa se instala na mulher. Os distúrbios
cardiovasculares mais comuns em mulheres são hipertensão,
doença das artérias coronarianas, insuficiência
cardíaca congestiva e fibrilação atrial
crônica. A prevalência de doença da artéria
coronária, por exemplo, passa de 1 caso em 7-entre 45
e 64 anos – para 1 em 3, a partir dos 65 anos (MORIYAMA,
2007 apud GENAZZANI E GAMBACCIANI,2000).
Outro fator relacionado à menopausa é a osteoporose,
por decorrência da diminuição na produção
de estrógeno. Segundo Stephenson e O‘Connor(2004)
Mulheres em pós-menopausa perdem osso em média
de 1% a 2% ao ano. Conseqüentemente, por volta de seus 80
anos, elas podem ter perdido metade da massa óssea total.
O tratamento de sintomas específicos da menopausa é primariamente
centrado na terapia de reposição de estrógeno.
Porém, o objetivo é mostrar os efeitos do exercício
físico como abordagem não farmacológica
para melhora da qualidade de vida das mulheres pós-menopausadas.
A participação de mulheres no período da
menopausa em atividade física regular fornece varias respostas
favoráveis que contribuem para o envelhecimento saudável
e influencia positivamente a auto-percepção física
geral, a qual, por sua vez afeta a auto-estima do indivíduo,
resultando numa melhor qualidade de vida e bem estar mental.
(Beresford et al, 2010)
Em linhas gerais as evidências sugerem que o exercício
aeróbio no climatério promove redução
do peso e gordura corporal, melhora do VO2 máx, melhora
dos níveis de glicose e aumento de densidade mineral óssea
(MORIYAMA, 2007 apud ASIKAINEN ET AL,2004).
Estudos com exercícios anaeróbios também
mostraram efeitos positivos em mulheres pós-menopausadas.
Um estudo com mulheres quando submetidas a 16 semanas de um protocolo
de treinamento com pesos visando hipertrofia, mostraram: modificações
nos indicadores da composição corporal relacionados
ao aumento da massa magra (massa muscular e massa livre de gordura),
sem modificações na adiposidade; aumento do gasto
energético de repouso relacionado positivamente à massa
muscular. (TREVISAN E BURINI,2007).
É
cada vez mais evidente que a atividade física quando bem
orientada se torna o melhor meio de prevenção,
manutenção e promoção para uma melhor
qualidade de vida.
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
MORIYAMA, C. K. Impacto isolado e associado da terapia hormonal
e exercício físico na qualidade de vida em mulheres
no climatério pós-menopausa. USP, 2007.
ARAÚJO, H. F. P; BERESFORD, H; SILVA, Í. L. O
valor do exercício físico aplicado a mulheres com
distúrbios relacionados à menopausa. EFDeportes.com,
Revista Digital. Buenos Aires, Ano 15, Nº 148, Set/2010.
TREVISAN, M. C. ; BURINI, R. C. . Metabolismo de Repouso de
mulheres pós-menopausadas submetidas a programa de treinamento
com pesos (hipertrofia). Revista Brasileira de Medicina do Esporte,
v. 13, p. 133-137, 2007.
STEPHENSON, R. G., O’CONNOR, L. J. Fisioterapia Aplicada à Ginecologia
e Obstetrícia. 2. ed. Barueri: Manole. 2004. 520p.
*Artigo Autorizado:
Profº Carlos André Barros de Souza
Professor de Educação Física
(FEFIS)
Graduando em Fisioterapia (UNILUS)
Email: c.andrefisio@yahoo.com.br
Original:http://movimenteseucorpo.blogspot.com.br/2011/03/distrofia-muscular-de-duchenne.html
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