VIGOREXIA
OU SÍNDROME DE ADÔNIS, EM INGLÊS CONHECIDA
POR OVERTRAINING SEGUNDO ALGUNS ESCRITORES, É A
COMPULSÃO POR PRATICAS DE EXERCÍCIOS DE
FORMA CONTINUADA, EM GRANDE VOLUME E SEM RESPEITO AOS
INTERVALOS NECESSÁRIOS À RECUPERAÇÃO
DO ORGANISMO. NORMALMENTE ESSE COMPORTAMENTO PROVOCA
ELEVADOS NÍVEIS DE CORTISOL, ENTRE OUTROS HORMÓNIOS
CATABÓLICOS QUE LITERALMENTE ATACAM A MUSCULATURA
PROVOCANDO PERDA DE MASSA MAGRA, ESPECIFICAMENTE MUSCULAR,
ANSIEDADE, INSÔNIA, AGRESSIVIDADE, QUEDA SIGNIFICATIVA
DE RESISTÊNCIA IMUNOLÓGICA E LESÕES
ARTICULARES. NORMALMENTE O INDIVÍDUO RECUSA-SE
A ACEITAR ORIENTAÇÃO DOS PROFISSIONAIS!
MODIFICA O
TREINAMENTO AUMENTANDO O VOLUME E A INTENSIDADE DO TREINAMENTO
POR CONTA PRÓPRIA. USA E
ABUSA DE SUPLEMENTOS (RECURSOS ERGOGÊNICOS) DE TODAS AS NATUREZAS. ACREDITA-SE
QUE A VIGOREXIA SURGE COMO CONSEQUÊNCIA DE UMA SOCIEDADE FRÍVOLA
QUE SE PRENDE A VALORES SUPERFICIAIS, IMATUROS E INCONSISTENTES DO CULTO À IMAGEM
MAIS QUE QUALQUER OUTRA QUALIDADE. O INDIVUO AGE COM TAL
RADICALISMO, DIRIA MESMO, UM FANATISMO COMO O QUE OCORRE EM ALGUMAS RELIGIÕES.UNE
PEQUENOS FRAGMENTOS DE LITERATURAS SUPERFICIAIS COMO REVISTAS COMUNS E, SEM
ESTUDAR O CONTEÚDO INTEIRO DA MATÉRIA, UNE AS PARTES QUE LHE
INTERESSAM PARA JUSTIFICAR SUA ATITUDE NO TREINO. A VIGOREXIA É CONSIDERADA
UM TRANSTORNO EMOCIONAL E DEVE SER ACOMPANHADA DE PERTO POR MÉDICOS
PSIQUIÁTRAS.
É A MAIS
NOVA DOENÇA EMOCIONAL! O TRANSTORNO DA ATUALIDADE JUNTAMENTE COM A ANOREXIA.
VOCÊ PODERÁ ENCONTRAR MUITO MATERIAL PUBLICADO POR Harrisom G.
Pope, da Faculdade de Medicina de Harvarde, Massachusetts, QUE INAUGUROU A
EXPRESSAO VIGOREXIA. Pope realizou estudos em três países sobre
a imagem que os homens teriam deles próprios, sobre a imagem que achariam
ideal para si e sobre a imagem que acreditam que as mulheres preferem. Os resultados
mostraram que a escolha do corpo ideal foi em média de, aproximadamente,
13 quilos a mais de massa muscular do que eles tinham. Também estimaram
que as mulheres prefeririam um corpo masculino aproximadamente 14 quilos de
massa muscular a mais do que eles tinham. Em um
estudo piloto paralelo, entretanto, os autores encontraram que as mulheres
preferiram, de fato, um corpo masculino comum e sem os músculos adicionais
que os homens pensavam ser necessários. Como conclusão, Pope
atestou a grande discrepância entre o estado real e o ideal muscular
dos homens, ajudando assim a explicar a aparente ascensão de distúrbios
tais como o Transtorno de Dismorfia Muscular, relacionado ao abuso de esteróides
anabolizantes. EXISTEM AINDA CONTROVÉRSIAS SOBRE A CLASSIFICAÇÃO
DESTE COMPORTAMENTO,
CHAMADOS POR ALGUNS DE SÍNDROME, POR OUTROS DE DOENÇA E AINDA
POR TRANSTORNO DISMÓRFICO MUSCULAR. ALGUNS TEÓRICOS SUGEREM SER
A VIGOREXIA FRUTO DE COMPLEXOS TRAZIDOS DA INFÂNCIA. TRANSTORNO OU NÃO,
A OBSESSÃO POR UMA SILHUETA PERFEITA A QUALQUER CUSTO É CHAMADA
VIGOREXIA.
"As pessoas
que treinam exaustivamente, não apenas para se sentirem bem, mas para
ficarem estupendos e perfeitos, são sérios candidatos ao diagnóstico
de Vigorexia. Normalmente essas pessoas estão dispostas a manter uma dieta
rigorosa, a tomar fármacos e a treinar duro para conseguir seu objetivo.
Elas perdem a noção de sua própria corporeidade e nunca
param ou ficam satisfeitos.
Os sintomas da Vigorexia se evidenciam pela obsessão
em tornar-se musculosos. Essas pessoas olham-se constantemente no espelho e,
apesar de musculosos, podem ver-se enfraquecidos ou distantes de seus ideais.
Sentirem-se assim "incompletos",
faz com que eles invistam todas as horas possíveis em exercícios
e ginásticas para aumentar sua musculatura. Es difícil estabelecer
limites entre um exercício saudável e um exercício obsessivo,
mas é bom lembrar que os vigoréxicos, além da musculação
continuada, comem de forma atípica e exagerada. Esses pacientes se pesam
várias vezes por dia e fazem continuadas comparações com
outros companheiros de academia. A doença vai derivando num quadro obsessivo-compulsivo,
de tal forma que eles se sentem fracassados, abandonam suas atividades e se isolam
em academias dia e noite. Alguns anoréxicos podm chegar a ingerir mais
de 4.500 calorias diárias (o normal para uma pessoa é 2.500), e
sempre acompanhado por numerosos e perigosos complementos vitamínicos,
hormonais e anabolizantes. Tudo isso é feito com o propósito de
aumentar a massa muscular, mesmo tendo sido alertados quanto aos graves efeitos
colaterais desse estilo de vida. A Vigorexia deve ser considerada um transtorno
da linhagem obsessivo-compulsiva, tanto pela obsessão em musculatura,
pela compulsão aos exercícios e ingestão de substâncias
que aumentam a massa muscular, quanto pela fragrante distorção
do esquema corporal.
Todavia, apesar
de ser clinicamente característica, a Vigorexia não está ainda
incluída nas classificações tradicionais de transtornos
mentais (CID.10 e DSM.IV), embora possa ser considerada uma espécie de
Dismorfia Corporal, já que também é conhecida com o nome
de Dismorfia Muscular.
Personalidade da Vigorexia
Podemos encontrar,
entre portadores de Vigorexia, pessoas que só buscam a figura perfeita,
influenciadas por modelos culturais atuais, ou esportistas que querem obsessivamente
chegar a ser os melhores, exigindo insensatamente de seu organismo até sua
meta ser alcançada. Recentemente temos visto também, entre os vigoréxicos,
pessoas portadoras de personalidade introvertida, cuja timidez ou retraimento
social favorecem uma busca do corpo perfeito como compensação aos
sentimentos de inferioridade. Estas pessoas possuem alguns traços característicos
de personalidade, costumam ter baixa autoestima e muitas dificuldades para integrar-se
socialmente, costumam ser introvertidas e podem, com freqüência, rejeitar
ou aceitar com sofrimento a própria imagem corporal.
Em alguns casos,
a obsessão com o próprio corpo se parece muito com o mesmo fenômeno
observado na anorexia nervosa.
O fisiculturismo é um dos esportes que mais comumente
se relaciona com este tipo de transtorno, mas isso não significa que todos
fisiculturistas tenham Vigorexia. Os vigoréxicos praticam seus esportes
e ginásticas sem levar em conta ou sem se importarem com as condições
climáticas, condições físicas limitadoras ou mesmo
inadequações circunstanciais do dia-a-dia, chegando a sentirem-se
incomodados ou culpados quando não podem realizar essas
atividades. Os critérios de diagnóstico para a Vigorexia ainda
não estão claramente estabelecidos por tratar-se de um transtorno
tornado freqüente mais recentemente, possivelmente depois da última
edição do CID.10 e DSM.IV,
portanto, ainda não reconhecido como um uma doença clássica
e característica pelas classificações internacionais.
Conseqüências
da Vigorexia
Uma das conseqüências
da vigorexia ou overtraining, dizem respeito ao excesso de treinamento e às
reações corporais que avisam, por assim dizer, que algo está errado.
São reações semelhantes ao estresse tais como: insônia,
falta de apetite, irritabilidade, desinteresse sexual, fraqueza, cansaço
constante, dificuldade de concentração entre outras. Além
da obsessão com o corpo perfeito, a Vigorexia também produz uma
importante mudança nos hábitos e atitudes dos pacientes, notadamente
na questão alimentar. Até a mínima caloria ingerida será contabilizada
e medida com máxima atenção, pois a beleza corporal dependerá disso.
A vida do anoréxico gira em torno dos cuidados com seu corpo, sua dieta é minuciosamente
regulada, eliminando-se totalmente as gorduras e, ao contrário, consumindo-se
excessivamente as proteínas. Esse desequilíbrio alimentar acaba
por sobrecarregar o fígado, obrigando-o a desempenhar um trabalho extra.
A Vigorexia causa problemas físicos e estéticos,
como por exemplo, a desproporção displásica, também
entre o corpo e cabeça, problemas ósseos e articulares devido ao
peso excessivo, falta de agilidade e encurtamento de
músculos e tendões.
A situação se agrava quando surge o consumo de
esteróides e anabolizantes com o fim de conseguir "melhores resultados".
O consumo destas sustâncias aumenta o risco de doenças cardiovasculares,
lesões hepáticas, disfunções
sexuais, diminuição do tamanho dos testículos e maior
propensão ao câncer da próstata.
Emocionalmente, segundo estudos de Pope, a Vigorexia pode ter
como conseqüência um quadro de Transtorno Obsessivo-conpulsivo, fazendo
com que os pacientes se sintam fracassados e abandonem suas atividades sociais,
inclusive de trabalho, com o propósito de treinar e exercitar-se sem descanso.
Costuma haver algum grau significativo de comprometimento social
e/ou ocupacional nos pacientes portadores de Vigorexia, e sua qualidade de vida
pode ser agravada ainda por procedimentos potencialmente iatrogênicos e
onerosos, como tratamentos cirúrgicos e dermatológicos desnecessários.
Sintomas e Patologia da Vigorexia
Psiquiatricamente o quadro mais diretamente associado à Vigorexia é a
chamada Dismorfia Muscular (ou Transtorno Dismórfico Muscular), uma patologia
psíquica das pessoas excessivamente preocupadas com a própria aparência,
constantemente insatisfeitas com seus músculos e continuadamente em obsessiva
busca da perfeição.
O sintoma central parece ser uma distorção na
percepção do próprio corpo e deste sintoma decorrem os demais,
como por exemplo, a obsessão pelos exercícios e dietas especiais.
Esse tipo de sintoma básico (percepção distorcida do próprio
corpo) também é o sintoma principal dos transtornos alimentares.
Mangweth e cols, compararam 27 homens com diagnóstico
de transtorno alimentar (sendo 17 com anorexia nervosa e 10 com bulimia nervosa),
com 21 atletas masculinos e 21 homens normais não-atletas, usando um teste
computadorizado da imagem do corpo, o "matrix somatomorphic". Quando
era pedido para todos eles escolherem o corpo ideal que gostariam de ter, os
homens com transtornos alimentares selecionaram uma imagem com a gordura de corpo
muito próxima àquela escolhida pelos homens atletas e do grupo
de controle.
Entretanto, havia grande diferença entre esses grupos
quanto à percepção da imagem corporal, principalmente no
tanto de gordura que a pessoa acredita ter. Os homens com transtornos alimentares
se percebiam ser quase duas vezes mais gordos que realmente eram, e as pessoas
do grupo controle não mostraram nenhuma tal distorção. Estes
resultados foram muito semelhantes aos estudos realizados com mulheres portadoras
de anorexia e bulimia, as quais também mostram uma percepção
anormal da gordura corporal.
Há, nos vigoréxicos, uma inclinação
patológica para o que se considera o protótipo do homem moderno,
supostamente (e erroneamente, segundo pesquisa de Pope) desejável pelas
mulheres. Há uma busca obsessiva em se tornar o modelo de homem, com um
corpo fibroso, definido, musculoso, e devidamente glorificado pela televisão,
pelo cinema, pelas revistas e passarelas de moda. A Vigorexia representa bem
a sociedade onde "uma imagem vale mais que mil palavras", tornando
os homens obcecados por seus corpos perfeitos. A mesma preocupação
e distorção com o esquema corporal constatado na Anorexia observa-se
na Vigorexia. Na Anorexia as pacientes - geralmente mulher - acham-se ainda gordas,
apensar de notavelmente magras e, na Vigorexia, acham-se fracas, apesar de notavelmente
musculosas.
O problema é mais comum ter início na adolescência,
período onde, naturalmente, as pessoas tendem a ser insatisfeitas com
o próprio corpo e se submetem exageradamente aos ditames da cultura. Na
adolescência existe uma pressão para as meninas se manterem magras
e uma cobrança para que os meninos fiquem fortes e musculosos. A importância
da identificação da Vigorexia precocemente, é no sentido
de evitar que os adolescentes façam uso
de drogas para obter os resultados desejados (ou fantasiados).
A Dismorfia Muscular é uma espécie de subdivisão
de um quadro mais abrangente chamado de Transtorno Dismórfico Corporal,
definido como uma preocupação com algum defeito imaginário
na aparência física numa pessoa com aparência normal A Dismorfia
Muscular seria uma alteração na percepção do esquema
corporal, específica da estética muscular do corpo e não
um defeito na percepção corporal imaginário qualquer. Os
quadros mais comuns no Transtorno Dismórfico envolvem, principalmente,
preocupações com defeitos faciais ou outras partes do corpo, cheiro
corporal e aspectos da aparência. Quando diz respeito à visão
distorcida e irreal da estética muscular falamos
em Dismorfia Muscular.
O DSM.IV diz que a característica essencial do Transtorno
Dismórfico Corporal (historicamente conhecido como Dismorfofobia) é uma
preocupação com um defeito na aparência, sendo este defeito
imaginado ou, se uma ligeira anomalia física está realmente presente,
a preocupação do indivíduo é acentuadamente excessiva
e desproporcional.
César Henrique Arrais, da equipe do Correio Brasiliense, na edição
de 15 de setembro de 2002 escreve um artigo que diz o seguinte (trecho):
"Dedicar a vida à academia, se sentir deprimido
ao ficar uma dia sem exercício ou uso de anabolizantes. São sintomas
da vigorexia, doença com fortes componentes psicológicos que já é considerada
epidemia na Europa e
nos Estados Unidos.
Stallone, Schwarzenegger, Van Damme, He-Man, Superman, Conan,
Vítor Belford... difícil encontrar um adolescente que não
tenha, ao menos uma vez, se inspirado num desses ícones da virilidade
masculina, com músculos enormes, corpo dividido e muita disposição
para dar porrada. Estimulados progressivamente pela mídia, que associa
a idéia do corpo perfeito a sucesso e felicidade, e pela enorme difusão
de academias de ginástica nos anos 90, os jovens marombeiros foram em
busca do sonho de ter o poder e o respeito encarnados numa silhueta musculosa.
Com o tempo, muitos quebraram a cara.
....
.... Trata-se de uma doença irmã da anorexia, com origens e sintomas
parecidos, apesar dos objetivos serem distintos. Geralmente,o sujeito nutre
uma intensa rejeição pelo próprio corpo, entrando em conflito
toda vez que se olha no espelho. Nunca ele estará magro suficiente,
no caso do anoréxico, ou musculoso o bastante, no caso do vigoréxico.
''Acontece uma alteração da imagem corporal. Ele nunca vai se
enxergar bem fisicamente, por mais que já esteja'', explica a psiquiatra
Dilma Teodoro" A ditadura estética contemporânea - esse é o
nome de um artigo de Diógenes
Alves. Veja um trechinho:
"Apesar dos avanços e estudos na área de
saúde em relação à atividade física e nutrição,
vivemos em uma sociedade de ícones de estética altamente opostos
e de características paradoxais em relação à saúde.
De um lado, temos modelos extremamente magras, muitas vezes apresentando patologias
como a anorexia nervosa, e do outro, temos "atrizes"(não estou
citando nomes, pois antes da aparição da atriz e de toda esta polemica,
já havia outras atrizes e até cantoras internacionais neste caminho,
basta ver algumas revistas antigas) com corpos musculosos próximos a uma
aparência masculina, o qual também apresenta patologia conhecida
como vigorexia (veja mais em Dismorfia muscular). Diante deste fato, chegamos
a um assustado questionamento: com a atual super exposição destes ícones
na mídia qual será sua repercussão em nossa sociedade extremamente
vaidosa?"
Os pacientes acometidos de Vigorexia compartilham com os portadores
de Dismorfia Corporal e Anorexia os mesmos pensamentos obsessivos, e todos eles
executam alguns rituais repetitivos diante do espelho, o qual sempre lhes mostra
sua imagem distorcida.
Harrisom G. Pope descreveu esse quadro pela primeira vez em
1993, chamando-o inicialmente de Anorexia Reversa. Em seus últimos trabalhos
Pope preferiu usar o termo "Complexo de Adônis", reconhecendo
que os homens eram os principais acometidos e, mais raramente, algumas mulheres.
Esse autor observou existirem muitos elementos em comum entre a Vigorexia e outros
transtornos alimentares, notadamente com a Anorexia Nervosa. Apontou algumas
das características em comum: Transtorno Dismórfico Corporal e
Transtorno Dismórfico Muscular Pacientes com Transtorno Dismórfico
Corporal sofrem de idéias persistentes sobre o modo como percebem a própria
aparência corporal, portanto, todo paciente com Vigorexia tem também
Transtorno Dismórfico Corporal. Esses pensamentos persistentes, intrusivos,
difíceis de resistir, invadindo a consciência e em geral acompanhados
por compulsões rituais de olhar-se no espelho constantemente seriam muito
semelhantes aos pensamentos obsessivos dos pacientes com Transtorno Obsessivo-Compulsivo.
Essas idéias obsessivas sobre defeitos no próprio corpo são,
em geral,
egodistônicas, ou seja, estão em desacordo com o gosto da pessoa,
portanto, fazem a pessoa sofrer.
No Transtorno Dismórfico Corporal são mais comuns
as queixas que envolvem defeitos faciais, como por exemplo a forma ou tamanho
do nariz, do queixo, a calvície, etc. mas, não obstante podem envolver
outros órgãos ou funções, como a preocupação
com o cheiro corporal que exalam, mau hálito, odor dos pés, etc.
Choi1, Pope e Olivardia definem o Transtorno Dismórfico
Muscular como uma nova síndrome onde as pessoas, geralmente homens, independentemente
de sua musculatura (embora normalmente sejam bem desenvolvidos), têm uma
opinião patológica a respeito do próprio corpo, acreditando
terem uma musculatura muito pequena.
A co-morbidade do Transtorno Dismórfico Corporal ou
de sua variante, o Transtorno Dismórfico Muscular (Dismorfia Muscular),
com outros quadros psiquiátricos, tais como a Fobia Social, o Transtorno
Obsessivo-Compulsivo, a Depressão e outros quadros delirantes é bastante
freqüente. Com Depressão e Ansiedade essa co-morbidade chega a 50%
dos casos, especialmente com quadros de ansiedade tipo Pânico.
Com o Transtorno Obsessivo-Compulsivo clássico, Fobia
Social e Anorexia Nervosa a comorbidade também é alta, em torno
de 40%. Pacientes com Transtorno Dismórfico Corporal em geral são
perfeccionistas e podem ter traços de personalidade obsessivos ou esquizóides.
Critérios Diagnósticos para F45.2 (CID.10) ou 300.7 (DSM.IV)
do Transtorno Dismórfico Corporal:
A. Preocupação com um imaginado defeito na aparência. Se
uma ligeira anomalia física está presente, a preocupação
do indivíduo é acentuadamente excessiva.
B. A preocupação causa sofrimento clinicamente significativo
ou prejuízo no funcionamento social ou ocupacional ou em outras áreas
importantes da vida do indivíduo.
C. A preocupação não é melhor explicada por outro
transtorno mental (por ex., insatisfação com a forma e o tamanho
do corpo na Anorexia Nervosa).
Causas
Ainda que não se tenham dúvidas sobre o forte
elemento sociocultural no desenvolvimento e na incidência da Vigorexia,
também parece que a patologia esteja relacionada com desequilíbrios
de diversos neurotransmissores do sistema nervoso central, mais precisamente
da serotonina.
Também a causa do Transtorno Dismórfico Corporal é desconhecida,
embora existam relatos de algum envolvimento orgânico em casos que tiveram
início pós-encefalite ou meningite. Isso reforça a hipótese
de envolvimento ou disfunção dos gânglios da base nestes
quadros. Essa mesma hipótese tem sido emprestada ao Transtorno Obsessivo-Compulsivo
e outros transtornos do espectro obsessivo-compulsivo.
Para Pope, pode-se recorrer a fármacos que atuem sobre
esses neurotransmissores para o tratamento dessa doença. A própria
resposta positiva dos medicamentos bloqueadores seletivos da recaptação
de serotonina tem sugerido que os sintomas de Transtorno Dismórfico Corporal
estejam relacionados à função da serotonina. Existem relatos
de exacerbação dos sintomas do quadro com o uso de maconha, a qual
também tem ação serotoninérgica. Veja Transtorno
Dismórfico Corporal no DSM.IV
Entretanto, a psicoterapia é fundamental e deve ser,
preferencialmente, comportamental e cognitiva. O objetivo é modificar
a conduta da pessoa, recuperando sua autoestima e superando o medo do fracasso
social.
Incidência
Os transtornos derivados da excessiva preocupação
com o corpo estão se convertendo numa verdadeira epidemia. Desejar
com ardor uma imagem perfeita não implica sofrer de uma doença
mental, mas aumenta as possibilidades de que esta apareça. Ainda que haja
hipóteses biológicas para estes transtornos, como por exemplo,
eventuais alterações nos desequilíbrios nos níveis
de serotonina e outros neurotransmissores cerebrais, não cabem dúvidas
de que os fatores sócio-culturais e educativos têm uma grande influência
em sua incidência.
Os portadores de Vigorexia são, em sua maioria, homens
entre 18 e 35 anos, os quais começam a dedicar demasiado tempo (entre
3 e 4 horas diárias) a atividade de modelação física,
resultando em algum tipo de prejuízo
sócio-ocupacional. A idade de início mais comum do Transtorno
Dismórfico Corporal também é no final da adolescência
ou início da idade adulta. A média de idade está em torno
dos 20 anos, não sendo raro que o diagnóstico seja feito mais
tardiamente. Por causa dessas coincidências é que a Vigorexia
(ou Transtorno Dismórfico Muscular) pode ser incluída dentro
do Transtorno Dismórfico Corporal.
Segundo dados de Pope, entre 9 milhões de norte-americanos
que freqüentam academias de ginástica, existe perto de um milhão
de pessoas afetadas por um transtorno de ordem emocional que os impede ver-se
como são na realidade. Por mais treinamento que essas pessoas realizem,
por mais musculatura que desenvolvam, elas sempre se acharão fracas, débeis,
raquíticas e sem nenhum atrativo físico. Esses seriam os vigoréxicos.
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