ESPORTES
Drogas nos esportes
O problema do uso de substâncias
ilícitas para promoverem o aumento da performance
física não é novo. Nunca em toda a
história esportiva houve tanto consumo de drogas,
principalmente por praticantes de modalidades não
olímpicas. Paralelamente observamos na população
em geral o uso descontrolado de medicamentos e drogas estimulantes
e alucinógenas.
A partir da década de oitenta, houve um grande estímulo à prática
de exercícios físicos, que culminou na imensa procura por academias
de ginástica. A valorização da estética muscular
desenvolvida ou hipertrofiada inclusive para mulheres, passou a ser bem vista
e explorada pela mídia.
Existe hoje um comércio paralelo que vende drogas anabolizantes
e outros ergogênicos, o qual é denunciado constantemente por matérias
televisivas. A busca desequilibrada por um corpo escultural, e o baixo nível
de conhecimento dos praticantes de musculação e outras atividades
físicas, mantém o presente mercado negro em plena ascensão.
Devemos tomar muito cuidado no trato com as novidades que surgem
no mercado de suplementos alimentares. Os produtos anunciados pelo fabricante
são muitas vezes colocados como verdadeiros os efeitos que promovem sobre
a performance e estética. Trazem ainda declarações de usuários
e afirmações não concluídas por meio de pesquisas
cientificamente desenvolvidas.
Os volumes para ingestão e os possíveis efeitos
das substâncias contidas nos produtos, mesmo que indicadas para suplementação
alimentar, variam de um indivíduo para outro, as recomendações
terão que ser ajustadas e feitas por médico ou nutricionista, para
que não haja dano ou mesmo efeito tóxico sobre o organismo.
O cuidado para não confundir substâncias dopantes,
com suplementos alimentares faz-se urgente. O doping é considerado quando
do uso de recursos que promovem o aumento da performance por meio de substâncias
artificiais e proibidas pelos comitês esportivos.
Os anabolizantes esteróides são manipulações
químicas sintéticas de substâncias que promovem o anabolismo
tecidual orgânico tais como a testosterona, e são usados por atletas
ou praticantes de esportes de força e visam principalmente aumentar a
massa muscular.
Os anabolizantes podem ser ingeridos por via oral (anabólicos
alquilados) ou por via intramuscular (anabólicos ésteres).
Os pais e ou responsáveis precisam ficar atentos aos
recursos que estão sendo usados no treinamento. É possível
o indivíduo estar usando recursos ergogênicos dopantes, afirmando
serem de procedência natural e inócuos. O uso de qualquer substância
ou suplemento deve ser verificado pelos pais e pesquisado sempre junto a um nutricionista
ou médico.
Abaixo encontra-se uma lista contendo algumas substâncias
dopantes e as categorias ou classes a que pertencem. As mesmas só podem
ser administradas por médicos e estão restritas no uso para tratamento
de doenças. Algumas drogas são lícitas e nem por este motivo
são menos degradantes da saúde, como exemplos temos o tabaco e
o álcool. Fique sempre atento!!!
Drogas estimulantes:
Anfetaminas, cafeína em altas dosagens, cocaína, efedrina, salbutamol
e outras.
Drogas anabólicas:
Nandrolona, 19-norandrostenediol, 19-norandrostenediona, oxandrolona, androstenediol,
androstenediona, dehidroepiandosterona ou DHEA, testosterona etc.
Outras:
Maconha, álcool, tabaco, insulina, HGH etc.
Alguns efeitos colaterais sobre o organismo e saúde
estão relacionados ao câncer de fígado, hipertrofia cardíaca,
hipertensão arterial, dores ósseas, hipertrofia da próstata,
cefaléia grave, redução grave dos níveis de colesterol
HDL, aumento do colesterol LDL e morte.
Prof. Luiz Carlos Chiesa:
Graduado pela UFES/81; pós-graduado em treinamento
desportivo UNIVERSO/99; autor dos livros: Musculação:uma proposta
de trabalho e desenvolvimento humano, editora da UFES, 1999 e Musculação
aplicações práticas: técnicas de uso das formas e
métodos de treinamento, Shape editora, 2002.