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Sex, 9/1/09 15:21

ESPORTES EM GERAL
OS BENEFÍCIOS DO BASQUETE PARA O DESENVOLVIMENTO FÍSICO DA CRIANÇA

Autor: GUSTAVO HENRIQUE BITTENCOURT ANTONIALLI
Orientador: LUIZ PEDRO ABICHABKI NETTO

RESUMO INFORMATIVO

   O trabalho se deu com uma bateria de testes que foram: impulsão vertical, impulsão horizontal, agilidade e velocidade. A primeira bateria foi realizada no final de agosto e a reavaliação foi realizada no final de novembro. Foi feita a uma comparação de dados e onde foi constatado que houve uma melhora de todos os resultados, fora dois alunos que não obtiveram melhoria em apenas um item. Com isso, constata-se que o basquete contribui para o desenvolvimento das aptidões físicas das crianças.

1- INTRODUÇÃO

   O basquetebol surgiu da necessidade de proporcionar aos alunos do Instituto Técnico de Springfield, Massachusetts, EUA, uma atividade física durante o inverno, que não fosse somente ginástica, pois a mesma não conseguia despertar o interesse dos alunos. Não foi criado em uma noite, ele foi fruto de um intenso trabalho e dedicação do professor James Naismith., e ele teve seus fracassos, o primeiro foi quando pretendeu utilizar os jogos que havia brincado quando criança. Depois tentou modificar as regras dos esportes que eram praticados com freqüência pelos estudantes no verão, o Futebol Americano e o Atletismo, mais uma vez não teve sucesso. Foi quando Naismith notou que deveria criar um jogo, esse totalmente novo. Naismith então criou um jogo no qual a bola, maior do que o já conhecido, deveria ser lançado em alvos colocado a cerca de 3 metros de altura do solo, esses alvos eram cestos de pêssegos e por esse motivo que o professor nomeou essa atividade de BASKETBALL que etmologicamente significa bola ao cesto. Estava criado em 1891 o esporte que rapidamente se alastraria pelo mundo.
   Naismith elaborou juntamente com os jogos cinco princípios fundamentais que tornaram o jogo exclusivo, são eles:

1.A bola será, grossa leve e esférica devendo ser jogada com as mãos;
2.Todo jogador poderá se colocar em qualquer parte do terreno, podendo receber a bola a qualquer momento;
3.Ele será proibido de correr com a bola ;
4.As duas equipes jogarão em conjunto sobre o terreno, mas todo o contato entre os jogadores é proibido;
5.O alvo (objetivo) será elevado, horizontalmente e de pequena dimensão para que o arremesso seja feito com mais habilidade do que força.
   Estava criado um novo jogo, dinâmico e atrativo que ia sendo adaptado as necessidades que surgiam, uma dessas foi o numero de jogadores por equipe, que no inicio variava entre 3 e 40 e que em 1897 veio a ser fixado em 5, começava a surgir o nosso BASKETBALL .
   Em 1896 foi praticado no Brasil, sendo introduzido pelo professor F. Shaw, do colégio Mackenzie, com isso o Brasil se tornava o primeiro país da América do Sul a conhecer o Basquete.
A aceitação nacional do novo esporte veio através do Professor Oscar Thompson, na Escola Nacional de São Paulo e Henry J. Sims, então diretor de Educação Física da Associação Cristã de Moços (ACM), do Rio de Janeiro. Em 1912, no ginásio da rua da Quitanda nº 47, no centro do Rio de Janeiro, aconteceram os primeiros torneios de basquete. Henry Sims, convenceu os dirigentes do América a introduzir o basquete no clube da rua Campos Salles, no bairro da Tijuca. O plano vingou e o América foi o primeiro clube carioca a adotar o basquete.

2- OBJETIVOS

Através de testes realizados com os alunos das escolinhas de basquete de Casa Branca, o objetivo deste trabalho é:

a) Descobrir se o basquete, para crianças de 8 a 13 anos, ajuda no desenvolvimento de suas aptidões físicas;
b) Descobrir se houve melhora das aptidões físicas (força muscular) após um período de 3 meses;
c) Mostrar se as escolinhas de basquete de Casa Branca estão atingindo alguns de objetivos, fora a socialização, tirar as crianças das ruas, etc.;

Os teste realizados serão: teste de impulsão vertical, horizontal, velocidade e agilidade (Shuttle Run); que são algumas habilidades físicas utilizadas no jogo de basquete.

3- MATERIAL E MÉTODOS

3.1- População

   A população consiste em um grupo de 19 garotos de 1 das 12 escolinhas de basquete de Casa Branca, na faixa etária de 6 a 14 anos, onde alguns fazem as aulas há mais tempo, outros há menos tempo.

3.2- Programa de treinamento das aulas

   As aulas já são ministradas desde o começo do ano, mas constará no trabalho um programa de aproximadamente 3 meses, onde será trabalhado 2 vezes por semana durante 2 horas/dia. Sua seqüência consiste:
   Primeiro era feito um aquecimento seguido de um alongamento. Após esse alongamento eram trabalhados os fundamentos do basquete, como: manejo de corpo, manejo de bola, drible, passe, giros, fintas, arremessos, bandeja, etc. Após isso era dado uma dinâmica de jogo, colocando em prática os fundamentos treinados.

3.3- Levantamento das habilidades físicas do basquete que foram alvo dos testes

   Esse levantamento foi feito levando-se em conta algumas habilidades físicas que são utilizadas em um jogo de basquete. Das muitas habilidades utilizadas, foram escolhidas as seguintes: impulsão vertical, horizontal, agilidade e velocidade. Não se foi levado em conta as habilidades específicas do jogo, como passe, arremesso, drible, etc.
Após as duas baterias de testes, fez-se uma comparação para averiguar se houve melhora ou piora de tais habilidades.

3.4- Bateria de testes

3.4.1- Teste de impulsão vertical

- Objetivo: Medir a força muscular dos membros através de seu desempenho em se impulsionar verticalmente.
- Material:
· 1 fita métrica de metal ou tecido fixada verticalmente de maneira descente;
· Pó de giz ou magnésio para marcar os dedos;
· 1 cadeira;
· Material para anotação.
- Procedimento:

   Impulsão vertical sem ajuda dos membros superiores: o avaliado coloca-se em pé, os calcanhares ao solo, corpo lateralmente a parede, membros superiores elevados verticalmente. Considera-se o ponto mais alto a mão dominante comparada à fita métrica. Após a determinação do ponto de referência a avaliada se afasta com relação a parede para realizar uma série de dois saltos, mantendo os membros superiores elevados verticalmente, obedecendo a voz de comando "Atenção!, Já!", ele executa o salto tentando com as polpas distais da mão dominante com pó de giz ou magnésio tocar o ponto mais alto da fita métrica. O braço tem que se manter elevado.
   Impulsão vertical com a ajuda dos membros superiores: será efetuado o mesmo procedimento para determinação do ponto de referência, porém só o braço dominante será elevado verticalmente. Após isso, o avaliado se afasta no sentido lateral, para poder realizar uma série de dois saltos sendo permitido o movimento de braços e tronco, ficando o restante do movimento idêntico ao anterior. Serão registradas as marcas atingidas pelo aluno avaliado a cada série de saltos.
   O teste utilizado neste trabalho foi o de impulsão vertical com a ajuda dos membros superiores, onde foram realizados 2 saltos, sendo registrado o melhor.

- Precauções:
1. Invadir o salto se for procedido de marcha, corrida ou outro e olhar o movimento dos braços se não for permitido;
2. Verificar se o braço está efetivamente elevado, e sem flexão do quadril, joelho e tornozelo no momento de determinação do ponto de referência;
3. O avaliador deve ficar sobre uma cadeira para melhor observação.

3.4.2- Teste de impulsão horizontal
- Objetivo: Medir a indiferença da força muscular dos membros inferiores através do impulso horizontal.
- Material:
· Fita métrica;
· 1 esquadro;
· Material para anotação.

- Procedimento: O avaliado se coloca com os pés paralelos no ponto de partida, onde através da voz de comando "Atenção!, Já!", o avaliado salta no sentido horizontal, com impulsão simultânea de ambas as pernas, objetivando a ponta mais distante da fita métrica. É permitida a movimentação de tronco e membros.

Foram realizados 2 saltos, sendo registrada a marca feita pela parte anterior do salto.

- Precauções:
1. Invadir o salto caso ele seja precedido de marcha, corrida ou deslize após a queda;
2. Saltar longe da fita dificultando a medição.

3.4.3- Teste de agilidade (Shuttle Run)
- Objetivo: Avaliar a agilidade dos alunos.
- Material:
· 2 blocos de madeira (5cmx5cmx10cm);
· 1 cronômetro;
· Espaço livre de obstáculo;
· Material para anotação.

- Procedimento: Constam de duas linhas paralelas traçadas ao solo em uma distância de 9,14 metros marcados pela borda externa, onde serão colocados dois blocos de madeira, a aproximadamente 10cm da linha externa, deixando 30cm de espaço entre os dois.
O avaliado se coloca no sentido antero-posterior das pernas, e com a voz de comando "Atenção!, Já!", o avaliado inicia o teste. Ele corre na maior velocidade possível e pega um dos dois blocos, retornado ao ponto de partida. Em seguida, sem interromper a corrida, ele volta e pega o outro bloco de madeira. O cronômetro é parado quando o avaliado coloca o último bloco no solo e ultrapassa com pelo menos um dos pés a linha final.

Cada avaliado realiza duas tentativas, com intervalo mínimo de 2 minutos, permitindo a recuperação do ATP-CP.

- Precauções:
1. As linhas demarcadas no solo são incluídas na distância de 9,14 metros;
2. O avaliado deverá colocar o bloco no solo, não joga-lo;
3. O cronômetro só é parado quando o segundo bloco e pelo menos um dos pés tocarem a linha de chegada;

3.4.4- Teste de velocidade

- Objetivo: Medir, de maneira indireta, a potência anaeróbica alática, pois como sabemos, o pico máximo do metabolismo do ATP-CP é alcançado aos 10 segundos de atividade física; e também é em torno desse tempo que percorremos os 50 metros.

- Material:
· Cronômetro preciso;
· Local sem obstáculo e que possua, além dos 50 metros, um espaço suficiente para a saída (1 metro pelo menos) e outro para a chegada (15 a 20 metros);
· Material para anotação.

- Procedimento: Para realizarmos esta medida, devemos explicar ao avaliado que teste máximo, ou seja, deve sair na máxima velocidade e passar a faixa de chegada também na máxima velocidade. A posição de saída é em afastamento antero-posterior das pernas e com o pé da frente o mais próximo possível da faixa. A voz de comando "Atenção!, Já!"; o avaliado deverá se preparar ao escutar a palavra "Atenção" e sair correndo quando escutar a palavra "Já". Então, de posse do cronômetro, o avaliador se colocará na linha de chegada e comandará o teste com as já ditas palavras, acionando o cronômetro no momento em que estiver pronunciando a palavra "Já" e parando no momento em que o avaliado cruzar a faixa de chegada. Caso ocorra qualquer problema no teste e tenha que ser repetido, aconselhamos um intervalo mínimo de 5 minutos. O avaliado ao realizar o teste deverá estar trajando tênis, calção e camiseta. Sempre que formos executar reavaliações, devemos tentar manter as mesmas condições do primeiro teste, como solo, horário, cronômetro, etc., para não chegarmos a um resultado que não corresponda à realidade. Foram permitidas 2 tentativas e o resultado do teste é o tempo de percurso dos 50 metros, com precisão de décimo de segundo.

- Precauções:
1. Explicar com calma o teste quando se tratar de crianças ou pessoas que não estão acostumadas a correr. Reforçar a idéia de que o teste deve ser realizado na máxima velocidade, devendo o avaliado passar pela faixa de chegada na maior velocidade possível;
2. O cronômetro deve ser acionado no momento em que se estiver pronunciando a palavra "Já" e não quando a criança iniciar o movimento;
3. Desaconselham-se sinais de comando com o braço ou bandeira, pois não permitem uma boa precisão de início do teste;
4. Observar para que nada atrapalhe o avaliado a correr com pessoas passando no percurso do teste, aglomerado perto dele na saída ou chegada, local escorregadio, etc;
5. Quanto ao aquecimento, consideramos sem necessidade, principalmente tratando-se de crianças. No entanto quando se tratar de atletas acostumados a se aquecerem, o mesmo poderá ser realizado normalmente. Nesse caso devemos dar um pequeno intervalo de 2 minutos entre o final do aquecimento e o início do teste permitindo assim a reposição dos estoques de ATP-CP.

4- RESULTADOS FINAIS DA PRIMEIRA BATERIA DE TESTES

NOME

IDADE

IMPULSÃO VERTICAL

IMPULSÃO HORIZONTAL

AGILIDADE

VELOCIDADE

Adalberto

11

0,31

1,64

12,30

10,62

Carlos Alberto

14

0,50

1,60

12,00

10,38

Danilo

10

0,22

1,29

12,50

11,00

Denílson

11

0,22

1,13

11,81

10,93

Denis

10

0,39

1,83

10,72

9,66

Diego

12

0,54

1,60

11,12

9,04

Diego César

10

0,31

1,13

12,13

10,50

Everton

11

0,40

1,86

10,69

9,75

Guilherme

08

0,27

1,41

12,59

10,35

João Paulo

11

0,19

1,36

12,63

10,59

Luciano

12

0,31

1,37

12,38

10,19

Paulinho

08

0,28

1,15

15,14

11,12

Ricardinho

10

0,15

0,95

14,40

12,78

Richard

09

0,21

1,22

14,00

11,62

Serginho

06

0,13

0,90

14,13

11,94

Silas

11

0,24

1,35

12,91

11.66

Thiago

11

0,31

1,36

11,56

10,04

Ubirajara

10

0,29

1,41

12,59

10,78

Vinícios

09

0,23

1,30

13,22

12,13


5- RESULTADOS FINAIS DA SEGUNDA BATERIA DE TESTES

NOME

IDADE

IMPULSÃO VERTICAL

IMPULSÃO HORIZONTAL

AGILIDADE

VELOCIDADE

Adalberto

11

0,35

1,76

10,94

10,00

Carlos Alberto

14

0,44

1,68

10,98

10,22

Danilo

10

0,26

1,33

12,22

10,63

Denílson

11

0,25

1,19

11,72

10,75

Denis

10

0,40

1,94

10,56

9,47

Diego

12

0,55

1,63

10,69

9,00

Diego César

10

0,37

1,63

11,28

10,12

Everton

11

0,46

1,97

10,41

9,53

Guilherme

08

0,31

1,51

10,33

9,53

João Paulo

11

0,22

1,41

12,54

10,04

Luciano

12

0,33

1,65

11,35

9,97

Paulinho

08

0,28

1,34

15,00

10,97

Ricardinho

10

0,18

1,10

13,90

12,50

Richard

09

0,27

1,33

12,75

11,00

Serginho

06

0,14

0,95

13,75

11,69

Silas

11

0,29

1,75

11,93

10,97

Thiago

11

0,37

1,67

10,78

9,63

Ubirajara

10

0,31

1,51

12,31

10,62

Vinícios

09

0,25

1,33

12,94

11,81

6- DISCUSSÃO
   Todos os teste foram realizados dando-se 2 tentativas para cada crianças. Foram registrados, nas duas tabelas acima, apenas os melhores resultado dessas 2 tentativas. As crianças foram avaliadas uma a uma.
As condições climáticas e do solo estavam praticamente as mesmas e os materiais utilizados foram os mesmo nas duas baterias de testes.
Algumas crianças, por problemas internos, não obtiveram alta melhora na performance.

7- CONCLUSÃO

   Analisando-se com cautela os resultados dos testes podemos perceber que a grande maioria das crianças obteve melhora de suas aptidões físicas. Apenas duas crianças, por problemas particulares, não obtiveram melhora em apenas um dos testes (impulsão vertical). Mas o importante é que foi demonstrado que o basquete ajuda no desenvolvimento de aptidões físicas, além de outras habilidades.

8- REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DAIUTO, Moacyr; Basquetebol: Metodologia do Ensino; São Paulo Editora S.A.;
3ª edição; São Paulo/SP; 1971.
FERNANDES, Filho José; A prática da avaliação física; Shape Editora; Rio de
Janeiro/RJ; 1999.
MATSUDO, Victor Keichan R.; Teste em ciências do esporte; 4ª edição; São
Caetano do Sul/SP; 1987.
 

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