EDUCAÇÃO FÍSICA
ESCOLAR
A CORRIDA DE ORIENTAÇÃO
ENQUANTO CONTEÚDO DA
EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
Fábio
Souza de Oliveira
Johelio Santana Barroso
Osvaldo Moura Costa Junior
UNIVERSIDADE GAMA FILHO
INTRODUÇÃO
Esta pesquisa teve como ênfase o estudo da corrida de
orientação enquanto conteúdo da Educação Física
Escolar. O anseio por pesquisar este desporto e sua relação com
o meio escolar, nasceu do fato de que muitas escolas ainda fazem das suas aulas
de Educação Física, meras reprodutoras de aulas aplicadas
em clube para formação de atletas, tendência que se manifesta
desde a década de 40, quando o movimento de massificação
do esporte se inicia, dando prioridade ao esporte nos conteúdos das aulas
de Educação Física. (SOARES, 1996).
Esta tendência de esportivizar a Educação
Física escolar, esteve muito forte até a década de 80 quando
surge uma nova, que procura entender o homem como ser cultural e que tem no movimento
uma forma de expressão e de aprender. Este movimento chama esta área
de estudo de cultura corporal. (COLETIVO DE AUTORES, 1992).
A partir de inquietações nossas, depois de conhecer
o Esporte de Orientação, que nos mostrou inúmeras possibilidades
de relações com as mais variadas faixas etárias de alunos
e com as relações possíveis com outras áreas de conhecimento,
decidimos verificar suas possibilidades pedagógicas. Este esporte abre
um leque de possibilidades de atuação, tanto de locais: como a
própria escola, clubes, chácaras, bairro; como de materiais: com
ou sem bússola, utilizando mapa da cidade, do bairro, planta de um clube;
ou mesmo de participantes: portadores de necessidades especiais, estudantes mais
ou menos hábeis fisicamente, contribuindo para os mais novos ideais de
educação inclusiva.
Observando estas possibilidades, surgiu a problemática:
A Corrida de Orientação nas aulas de Educação Física
Escolar oferece contribuições pedagógicas e para o processo
de aprendizagem de escolares? Surge então como objetivo deste estudo,
analisar a interferência da Corrida de Orientação no processo
de construção do conhecimento de escolares.
Para o aprofundamento desta pesquisa, dividimos este estudo
em três capítulos. No primeiro, abordamos a orientação,
sua historia, suas características e a difusão da orientação
no Brasil e no mundo. O segundo capítulo trata dos conteúdos tradicionalmente
abordados pela Educação Física, a relação
destes com a transversalidade e interdisciplinaridade, além das propostas
existentes de conteúdos segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais
para a Educação Física. O terceiro e último
capítulo apresenta os processos cognitivos envolvidos no aprendizado.
Tentou-se relacionar os pontos discutidos e chegar a uma síntese que
ressalte a importância do Esporte de Orientação, criando
novas possibilidades, ou novos caminhos a serem explorados pela educação.
REVISÃO
DE LITERATURA
ESPORTE
DE ORIENTAÇÃO E SUAS CONTRIBUIÇÕES
PARA A ESCOLA
A Orientação, desde sempre foi utilizada em todos
os deslocamentos terrestres e marítimos com o objetivo de ir o mais rápido
possível de um local para outro (FERREIRA, 1999). Segundo Palmer (1997),
existem registros que indicam a utilização de mapas rudimentares
pelos egípcios a 2.000a.C. Em relação à bússola,
embora a sua origem não seja clara, sabe-se que, ela foi utilizada pelos
chineses, escandinavos e árabes em tempos muito remotos, havendo indícios
do seu surgimento na Europa a partir do século XI (FERREIRA, 1999).
Como modalidade desportiva, a Orientação, atualmente
conhecida como Esporte de Orientação, é hoje praticada nos
cinco continentes, tendo nascido na Suécia através do Major Ernest
Killander em 1918, considerado, portanto o "Pai da Orientação" (PALMER,
1997). Preocupado com o desinteresse dos jovens pela corrida, killander associou
ao cross-country, a escolha do percurso entre um ponto e outro. Formulou os princípios
básicos da competição nesta modalidade, incluindo as regras,
os tipos de provas, o critério para escolha dos postos de controle e a
forma de como se deve organizar um evento deste desporto. Tratava-se de uma corrida
onde os participantes teriam em seu poder um mapa e uma bússola através
dos quais, conheceriam o percurso por onde deveriam passar. Cada ponto a ser
visitado, o local da chegada, os obstáculos a serem superados eram descobertos
a cada momento durante a execução da atividade, o que a tornava
excitante, motivante e com a vantagem de apresentar aspectos sempre diferentes
de uma corrida para outra. (PALMER, 1997).
No Brasil, o Esporte de Orientação chega através
de militares que, em 1970, foram à Europa observar as competições
de Orientação do CIMS (International Military Sports Council).
Em 1971, eram realizadas as primeiras competições neste país
(FERREIRA, 1999). Em 1974, foi incluído no Currículo da Escola
de Educação Física do Exército e neste mesmo ano
surge a primeira publicação técnica brasileira sobre este
desporto. Em 1984, foi realizado em Curitiba, o XVII Campeonato Mundial Militar
de Orientação que, contribuiu para o desenvolvimento do desporto
entre os militares e civis brasileiros. Em 1991, foi fundado o Clube de Orientação
de Santa Maria (COSM), iniciando um movimento de expansão por todo o Estado
do Rio Grande do Sul e apoiando a fundação de outros clubes (FERREIRA,
1999).
Somente em 1998, o Esporte de Orientação foi
incluído nos currículos das escolas municipais de Cachoeira do
Sul - RS, e na atualidade encontra-se incluído como disciplina em algumas
escolas e Universidades, inclusive ao nível de pós-graduação
na Universidade do Paraná. De acordo com a Confederação
Brasileira de Orientação (2007), o Esporte de Orientação
cresce no universo escolar por sua capacidade de unir, sobretudo aspectos físicos
e cognitivos, o que amplia a possibilidade de participação dos
estudantes em condições de igualdade, por sua necessidade de se
conhecer a leitura precisa de mapas, avaliação e escolha da rota,
uso da bússola, concentração sob tensão, tomada rápida
de decisão, entre outras.
A Orientação pedestre é uma modalidade
de endurance que, envolve grande componente mental e físico (PASINI, 11/12/2007).
Como o próprio nome sugere é praticada a pé, sendo, portanto,
a mais viável para utilização em meio escolar. Não
há impedimentos quanto à sua realização correndo
ou andando, uma vez que uma boa leitura do mapa e correta utilização
da bússola, ou seja, boa orientação, fará maior diferença
do que o simples condicionamento físico. A Orientação pedestre
pode ainda, ser realizada em duplas, trios ou equipes, gerando situações
de conflito ou cooperação, o que será matéria-prima
para discussão dos trabalhos em grupo.
Antes de tratarmos da vertente pedagógica, foco deste
trabalho, é relevante tratar do conceito da palavra pedagogia ou pedagógico.
Pedagogia significa "dar direção à", que no âmbito
da educação, trata-se evidentemente de dar direção
aos processos educativos significativos. Por extensão, pedagógico
significa direcionador (SOUZA, 2007). Logo, o Esporte de Orientação
em termos educacionais, corresponde ao conjunto de ações que visam
colocar o desporto a serviço do aluno, direcionando-o ao aprendizado significativo.
Nesse caso, procura-se a melhor qualidade do ensino e a motivação
do aluno, não importando a performance; mas, sim, a participação,
visando a formação do indivíduo para o exercício
da cidadania e para a prática do lazer.
Na escola, o desenvolvimento do esporte e, especificamente
do esporte de orientação, deve estar focado em questões
que atendam à participação, onde todos tenham acesso e,
sobretudo com chance de sucesso, contextualizado às realidades individuais;
formação, com vistas aos conteúdos que incrementem seu acervo
conceitual nas diferentes áreas do saber, já que se trata de um
projeto interdisciplinar; lazer, tornando-o apto ou consciente do uso do seu
tempo em atividades que lhe permitam prazer, repouso ou crescimento cultural;
atividade física, onde deve se ter claro os objetivos da atividade enquanto
envolvimento motor: quais os sistemas energéticos envolvidos, de que forma
pode-se através deste esporte enriquecer o repertório motor, quanto
será necessário se praticar para atingir estes objetivos, etc.
Os esportes podem ainda propiciar o desenvolvimento do trabalho em equipe, seja
durante os planejamentos e elaboração do evento ou da própria
atividade, seja durante a execução propriamente dita do desporto
ou, em última análise, posterior à sua execução
na forma de grupos de discussão e avaliação. Por fim, é necessário
estar atento também à motivação para a atividade.
Há que se ter claro que qualquer atividade rotineira, sem diferencial,
que não atenda aos anseios ou à realidade dos alunos está fadada à desmotivação,
ao desinteresse ou à falta de dedicação plena ao participar.
CONTEÚDOS DA EDUCAÇÃO
FÍSICA E A RELAÇÃO DA TRANSDICIPLINARIDADE
E INTERDISCIPLINARIDADE.
Observando a disciplina Educação
Física no ensino fundamental, nota-se que, a predominância
dos conteúdos está relacionada aos esportes,
sendo os que têm maior receptividade aos planejamentos
dos professores, são os esportes de quadra: Voleibol,
Handebol, Futsal e Basquetebol. Estes têm grande
popularidade, em grande parte devido à mídia,
ou são os mais conhecidos e, portanto, de domínio
do professor.
A
segunda dimensão da critica
diz respeito à função do
esporte que acontece na escola, sustentando-se,
por um lado na idéia de que o esporte
que acontece na escola está a serviço
da instituição esportiva, na revelação
de atletas, constituindo-se na base da pirâmide
esportiva e, por outro lado, na dimensão
axiológica, nos valores que ele transmite,
perpassa e constrói. A escola, por meio
da educação física, estaria
assumindo os códigos, sentidos e valores
da instituição esportiva (ASSIS,
2005, p. 16).
Porém, durante a história
da Educação Física, os conteúdos
prioritários foram mais diversificados enquanto
manifestação corporal, mas, sempre atendendo
a um anseio que a realidade social do momento impunha para
esta disciplina reproduzir, juntamente com todas as outras
disciplinas da escola. Como afirma Paulo Freire (1996),
a educação nunca estará neutra no
processo de formação, ela atenderá sempre
a um propósito dentro da sociedade.
(...) a educação é uma
forma de intervenção no mundo.
Intervenção que além do
conhecimento dos conteúdos bem ou mal
ensinados e/ou aprendidos implica tanto o esforço
de reprodução da ideologia dominante
quanto o seu desmascaramento (FREIRE, 1996, p.
98).
A partir da década de 80, surge
uma nova concepção de Educação
Física, que vem para romper com essa reprodução
do esporte competição dentro da escola, questionando
qual a importância para a formação
do aluno desta abordagem, de treinamento precoce de atletas
na escola. Esta corrente propunha-se a utilizar o esporte
como uma rica forma de transformar o aluno. A idéia
era utilizar não o jogo pelo jogo, mas sim, contextualizá-lo,
destacando sua relação com a estrutura social,
e, fazendo o aluno, a partir daí, poder criticar
a sua realidade.
O esporte não é certamente o único recurso
metodológico que a Educação Física escolar tem; o
homem é um ser cultural, e este, tem um repertório corporal capaz
de jogar, dançar, lutar, brincar... O esporte por sua vez, deve ser então,
considerar as potencialidades deste homem e não reduzi-lo a um reprodutor
de normas, deve permitir re-elaboração de normas, aprendizado,
questionamento.
Como referencial para a sistematização das aulas
da disciplina Educação Física, temos no Brasil os Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCN), que auxiliam com questões e objetivos que
devem ser abordados durante os ciclos escolares.
Os PCN trazem alguns objetivos para a disciplina Educação
Física, cabendo aqui, ressaltar os que chamam mais atenção
para esta pesquisa:
- Participar
de atividades corporais, estabelecendo relações equilibradas e construtivas
com os outros, reconhecendo e respeitando características
físicas e de desempenho de si próprio
e dos outros, sem discriminar por características
pessoais, físicas, sexuais ou sociais;
- Reconhecer-se como elemento integrante do ambiente,
adotando hábitos
saudáveis de higiene, alimentação e atividades
corporais, relacionando-os com os efeitos sobre a própria
saúde e de recuperação, manutenção
e melhoria da saúde coletiva;
- Solucionar problemas de ordem corporal em diferentes contextos
regulando e dosando o esforço em um nível compatível
com as possibilidades, considerando que o aperfeiçoamento
e o desenvolvimento das competências corporais decorrem de
perseverança e regularidade e devem ocorrer de modo saudável
e equilibrado;
- Conhecer, organizar e interferir no espaço de forma autônoma,
bem como reivindicar locais adequados para promover atividades corporais
de lazer, reconhecendo-as como uma necessidade básica do ser
humano e um direito do cidadão. (BRASIL, 1997, vol. 7, p.43).
Para alcançar estes objetivos o próprio PCN
indica conteúdos divididos em três blocos, os
quais devem ser distribuídos durante a sistematização
da disciplina.
Quadro 1 - Blocos
de conteúdo da Educação Física.
Esportes,
jogos, lutas e ginásticas
|
Atividades
rítmicas e expressivas
|
Conhecimentos sobre o corpo
|
Fonte: BRASIL 1997, vol. 7
Analisando esta proposta de conteúdos,
mais os objetivos elencados pelos PCN para a disciplina Educação
Física, nota-se que, o conteúdo esporte pode
e deve ser meio de transformação do aluno em
um cidadão crítico ao fim dos ciclos escolares.
Para tanto é preciso romper com o modelo de esporte,
repensando o modelo de aula atualmente empregado, para que
estas sejam mediadoras da aprendizagem destes objetivos que
vão além do simples jogar, correr, dançar
ou lutar.
O grande desafio da educação física da
escola é promover aprendizado significativo e relevante para o cotidiano
do aluno.
Os PCN trazem um módulo específico para tratar
da transversalidade e da interdisciplinaridade e definem como transversalidade:
Possibilidade
de se estabelecer, na prática
educativa, uma relação entre aprender
na realidade e da realidade de conhecimentos teoricamente
sistematizados (aprender sobre a realidade) e as
questões da vida real (aprender na realidade
e da realidade). (BRASIL 1997, vol. 8, p. 40).
E discorre sobre Interdisciplinaridade:
Questiona a segmentação
entre os diferentes campos de conhecimento, produzida
por uma abordagem que não leva em conta a
inter-relação e a influência
entre eles - questiona a visão compartimentada
(disciplinar) da realidade sobre a qual a escola,
tal como é conhecida, historicamente se constituiu.
Refere-se, portanto, a uma relação
entre disciplinas. (BRASIL, 1997, vol. 8, p. 40).
Apesar de serem definidas de formas distintas,
a transversalidade e interdisciplinaridade, são dependentes,
não dá para tratar de uma destas, sem diretamente
utilizar também a outra. As duas vêm questionar
a segmentação que existe na escola, em que cada
disciplina trata isoladamente de suas questões sem relacioná-las
a um todo, mesmo diversas vezes tendo conteúdos bem
parecidos e comuns, para proporcionar ao aluno um aprendizado
de melhor qualidade, com maior ligação com o
mundo fora da escola, ou seja, o cotidiano dos alunos.
O conhecimento
das informações ou
dos dados isolados é insuficiente. É preciso
situar as informações e os dados em
seu contexto para que adquiram sentido. Para ter
sentido, a palavra necessita do texto, que é o
próprio contexto, e o texto necessita do contexto
no qual se enuncia. (MORIN, 2000, p. 36).
Há inclusive de se pensar se, os
conteúdos são mais importantes que os objetivos
elencados para a formação do aluno. Sendo assim,
os educadores terão que repensar sua forma de tratar
os conhecimentos dentro da escola e qual o significado que
estes têm para o aluno.
A educação deve favorecer a aptidão
natural da mente em formular e resolver problemas
essenciais e, de forma correlata, estimular o uso
total da inteligência geral. Este uso total
pede o livre exercício da curiosidade, a faculdade
mais expandida e a mais viva durante a infância
e a adolescência, que com freqüência
a instrução extingue e que, ao contrário,
se trata de estimular ou, caso esteja adormecida,
de despertar. (MORIN, 2000, p. 39).
Enfatizando a interdisciplinaridade e transversalidade
dentro do planejamento escolar, as disciplinas passarão
a não ter mais conteúdos independentes e sim
os conteúdos passarão a ser de todas na unidade
ou bimestre. E todas as disciplinas ou um conjunto de disciplinas,
se encarregarão de tratar destes de forma integrada.
Para que este processo interdisciplinar obtenha sucesso dentro
da escola, é imprescindível que o professor antes de tudo, tenha
a convicção que este projeto de intervenção pode
e tem condições para transformar o aluno e assim terá condições
para enfrentar as possíveis resistências que surgirão.
Pois é notório que além do sistema educacional
estar, viciado historicamente na segmentação do conhecimento, tem
o agravante da acomodação dos professores enquanto, oferecer e
buscar novas possibilidades para mediação do conhecimento com o
aluno.
Temos então que, ressignificar o processo de ensino
e aprendizagem e também a classificação de conteúdos.
Zabala (1998) trata de como estão situados os diferentes conteúdos
de aprendizagem sob a perspectiva disciplinar, fazendo com que cada disciplina
veja seus conteúdos de forma isolada e usando de uma didática específica
para tratar cada um do "seu" conteúdo.
Para esclarecer do que se trata esta nova visão dos
conteúdos, vamos então apresentar o que são os conteúdos
atitudinais, procedimentais e conceituais segundo Zabala.
Conteúdo
Procedimental:
É um conjunto de ações ordenadas e com um fim, quer dizer,
dirigidas para a realização de um objetivo. São conteúdos
procedimentais: ler, desenhar, observar, calcular, classificar, traduzir, recortar,
saltar, inferir, espertar, etc. (ZABALA, 1998).
Conteúdos atitudinais
Englobam uma serie de conteúdos que por sua vez podemos agrupar
em valores, atitudes e normas. Cada um destes grupos tem uma natureza
suficientemente diferenciada que necessitará, em dado momento,
de uma aproximação especifica. (ZABALA, 1998, p. 46).
Conteúdos
conceituais (Factuais)
Tratam do conhecimento de fatos, acontecimentos,
situações,
dados e fenômenos concretos e singulares: a idade de uma pessoa,
a conquista de um território, a localização
ou a altura de uma montanha, os nomes, os códigos, os axiomas,
um fato determinado num determinado momento, etc. (ZABALA, 1998,
p. 41).
Partindo destas definições
de cada conteúdo no processo de aprendizagem, podemos
fazer esta ligação com a Educação
Física e com a corrida de orientação.
A Educação Física, como foi exposto, focou
por décadas a esportivização com ênfase
na performance, fazendo assim uma redução da
aprendizagem ao saber fazer e nisto, ao campo do conteúdo
procedimental, restringindo assim aprendizagem ao mero fazer
pelo fazer.
PROCESSOS COGNITIVOS ENVOLVIDOS NA APRENDIZAGEM
O processo de aprendizagem pode ser definido
de forma sintética como o modo como os seres adquirem
novos conhecimentos, desenvolvem competências e mudam
o comportamento (VYGOTSKY, 1993). Uma mudança relativamente
durável do comportamento, de uma forma mais ou menos
sistemática, adquirida pela experiência, pela
observação e pela prática motivada (VYGOTSKY,
1993).
A aprendizagem é influenciada pela inteligência,
incentivo, motivação, e, segundo alguns teóricos, pela hereditariedade.
Estímulo, impulso, reforço e resposta são os elementos básicos
para o processo de fixação das novas informações
absorvidas e processadas pelo indivíduo. Por exemplo, aprende-se melhor
e mais depressa se houver interesse pelo assunto que se está a estudar.
Motivado, um indivíduo possui uma atitude ativa e empenhada
no processo de aprendizagem e, por isso, aprende melhor. Daí depreende-se
que, as atividades escolares devem atender a este apelo. Atividades monótonas,
rotineiras e sem apelo motivacional, ou seja, que não atendem aos anseios
dos alunos tendem a ser mais dificilmente assimiladas. Em contrapartida,
as que contemplam seus interesses, ou atendem à sua realidade, são
por si só, interessantes e os conduzem ao fazer, à participação
motivada, que finalmente propiciam aprendizagem efetiva.
Independente da linha de pensamento seguida sabe-se que, o
indivíduo desde o nascimento vai ampliando seu repertório e construindo
conceitos, em função principalmente do meio que o cerca. Estes
conceitos são regidos por mecanismos de memória onde as imagens
dos sentidos são fixadas e relembradas por associação a
cada nova experiência. Os efeitos da aprendizagem são retidos na
memória, onde este processo é reversível até um certo
tempo.
É fato que, o ser humano nasce potencialmente inclinado
a aprender, necessitando de estímulos externos e internos (incentivo,
motivação) para o aprendizado. Há aprendizados que podem
ser considerados natos, como o ato de aprender a falar, a andar, necessitando
que eles passem pelo processo de maturação física, psicológica
e social. Porém, na maioria dos casos, a aprendizagem
se dá no meio social e temporal em que o indivíduo convive; sua
conduta muda, normalmente, por esses fatores.
Uma das análises da aprendizagem pode ser feita a partir
da concepção de Vygotsky. Para ele, o pensamento verbal não é uma
forma de comportamento natural e inata, mas, é determinado por um processo
histórico-cultural com propriedades e leis específicas que não
podem ser encontradas nas formas naturais de pensamento e fala (VYGOTSKY, 1993).
Sendo o pensamento sujeito às interferências históricas às
quais está o indivíduo submetido, entende-se que, o processo de
aquisição da ortografia, a alfabetização e o uso
autônomo da linguagem escrita, são resultantes não apenas
do processo pedagógico de ensino aprendizagem propriamente dito, mas,
das relações subjacentes a isto.
Vygotsky (1993), diz ainda que o pensamento propriamente dito é gerado
pela motivação, isto é, por nossos desejos, necessidades
e interesses. Por trás de cada pensamento há uma tendência
afetivo-volitiva. Desta forma, não seria válido estudar as dificuldades
de aprendizagem sem considerar os aspectos afetivos.
É necessário fazer uma análise do contexto
emocional, das relações afetivas e do modo como a criança
está situada historicamente no mundo. Levando-se em conta o pensamento
acima descrito de Vygotsky, não é possível planejar nenhuma
ação pedagógica sem antes diagnosticar o universo de cada
aluno em seus diferentes aspectos. Ou ainda, a preocupação com
a aprendizagem versa sobre horizontes ainda maiores que o simples planejar de
atividades de cunho cognitivo, há que se pensar no sujeito como um todo,
pensamento que, também é corroborado por Zabala (1998).
Nos estudos de Piaget (1978), o desenvolvimento do pensamento
e da inteligência resulta da atividade e da interação que
o indivíduo estabelece com o meio, num processo contínuo e ativo,
como resposta aos estímulos exteriores. No desenvolvimento da inteligência
e do pensamento, Piaget chama a atenção para a atividade da criança
sobre o seu meio ambiente, que resulta por um lado, do seu interesse, curiosidade
e necessidade de ação, e por outro, das estruturas físicas
e psíquicas que possui.
Neste sentido, o autor salienta a capacidade e necessidade
de cada pessoa ser a construtora do seu próprio processo de desenvolvimento
e aprendizagem, o qual se estrutura numa relação direta com o meio,
interagindo com os objetos, os acontecimentos e as pessoas, ao longo do tempo
(PIAGET, 1978). Assim, verifica-se já aqui, uma relação
estreita entre a percepção de aprendizagem de Piaget e o esporte
de orientação com suas diferentes situações de interação,
seja com materiais, com pessoas, com o meio ou com o conhecimento tradicionalmente
abordado na escola.
Segundo Piaget (1978), a criança no seu processo de
desenvolvimento e aprendizagem passa por diferentes etapas ou estágios,
cada uma delas apresentando diferentes níveis de relação
com o meio e diferentes estruturas cognitivas ou esquemas mentais.
Sua teoria da equilibração, de uma maneira geral,
trata de um ponto de equilíbrio entre a assimilação e a
acomodação. Na assimilação, o sujeito busca solucionar
uma determinada situação utilizando uma estrutura mental já formada,
ou seja, o novo elemento é incorporado e assimilado a um sistema já pronto.
Quando as estruturas antigas são inadequadas ou insuficientes para solucionar
o novo elemento, o sujeito tentará novas formas de agir, havendo necessidade
de modificar suas estruturas antigas para dominar uma nova situação,
processo este, denominado, acomodação (PIAGET, 1975).
É de Piaget o postulado de que, o pleno desenvolvimento
da personalidade sob seus aspectos mais intelectuais é indissociável
do conjunto das relações afetivas, sociais e morais que constituem
a vida da instituição educacional. À primeira vista, o desabrochamento
da personalidade parece depender sobretudo, dos fatores afetivos; na realidade,
a educação forma um todo indissociável e não é possível
formar personalidades autônomas no domínio moral se o indivíduo
estiver submetido a uma coerção intelectual, tal que o limite a
aprender passivamente, sem tentar descobrir por si mesmo a verdade: se ele é passivo
intelectualmente, não será livre moralmente. Mas reciprocamente,
se sua moral consiste exclusivamente numa submissão à vontade adulta
e se as únicas relações sociais que constituem as relações
de aprendizagem são as que ligam cada estudante individualmente a um professor
que detém todos os poderes, ele não pode tampouco ser ativo intelectualmente
(PIAGET, 1982). Piaget afirma que, adquirida a linguagem, a socialização
do pensamento manifesta-se pela elaboração de conceitos e relações
e pela constituição de regras.
A motivação é afetada por incentivos intrínsecos
e extrínsecos (DAVIDOFF, 2001). O indivíduo intrinsecamente motivado é aquele
que se relaciona com o objeto sem interferências exteriores. Na educação,
provavelmente na maioria dos casos, a motivação extrínseca,
conduzida pelo uso de incentivos que não a própria atividade, são
mais freqüentes e necessários. Isso pode se dá, por exemplo,
pela diversificação das abordagens a um tema, quanto mais diferenciadas
as tarefas, maior é a motivação e a concentração
e melhor decorre a aprendizagem.
Outro ponto importante a respeito da aprendizagem é que,
não é possível integrar grandes quantidades de informação
ao mesmo tempo. É necessário proceder-se a uma seleção
da informação relevante, organizando-a de modo a poder ser gerida
em termos de aprendizagem. Este é um problema comum enfrentado nas escolas.
Com a obrigatoriedade de se cumprir a ementa, muito conteúdo é fornecido
a um só tempo, sem preocupações com o aprender motivado.
Então, certamente alguns alunos terão problemas com a assimilação,
o que irá gerar frustração desestimulando-o.
É consenso entre os estudiosos que, cada indivíduo
apresenta um conjunto de estratégias cognitivas que mobilizam o processo
de aprendizagem. Em outras palavras, cada pessoa aprende a seu modo, estilo e
ritmo. São postulados quatro estilos de aprendizagem: a) visual: aprendizagem
centrada na visualização; b) auditiva: centrada na audição;
c) leitura/escrita: aprendizagem através de textos; e d) ativa: aprendizagem
através do fazer.
METODOLOGIA
Desenvolvemos nosso estudo através
da análise e interpretação de dados obtidos
em pesquisa indireta do tipo bibliográfica. Segundo
Mattos, Rosseto Junior e Blecher (2004), a pesquisa bibliográfica
tem como finalidade, colocar o pesquisador em contato com materiais
e informações que já foram escritos anteriormente
sobre determinado assunto. A pesquisa adotou
o método qualitativo exploratório, proporcionando
maior familiaridade com o problema através de levantamento
bibliográfico (RODRIGUES, 2007).
Desta forma, a base desta pesquisa foi o estudo de livros,
artigos especializados, dissertações e teses, o que possibilitou
o acesso e manipulação de informações relevantes
para nossa reflexão sobre as relações entre esporte de orientação,
psicologia da aprendizagem e os conteúdos da Educação Física
Escolar.
O levantamento bibliográfico específico sobre
o esporte de orientação foi feito em bases de dados disponíveis
via Internet, selecionando apenas os trabalhos dos autores mais relevantes para
o tema de nossa pesquisa. Os trabalhos ou documentos acadêmicos sobre este
esporte são escassos, sobretudo no Brasil dada sua difusão pelo
mundo. Portanto, as bibliotecas setoriais da Unicamp, bem como
a Biblioteca Central, o google acadêmico, a faculdade de Traz-os-Montes,
e os sites das federações e confederações deste esporte
foram pesquisados todos por meio eletrônico.
Após o levantamento bibliográfico, o material
foi estudado através da realização de fichamentos, que visaram
abranger todas as informações relevantes para o estudo da relação
entre o esporte de orientação e a aprendizagem na escola, fazendo
posteriormente uma síntese das principais idéias de cada texto
pesquisado.
Para analisar os dados, fizemos uma análise de todo
o material estudado para que pudéssemos obter uma visão global
do assunto pesquisado. A partir desta análise pudemos destacar os principais
temas abordados pelos vários autores em seus estudos.
O material fichado foi então organizado segundo estes
temas, o que nos permitiu cruzar as idéias dos diversos autores em relação
a cada tema. Assim, pudemos situar o trabalho de cada autor no contexto mais
amplo do assunto que nos propusemos a estudar, associando suas idéias
a outras semelhantes.
Por fim, relacionamos as informações dos diferentes
aspectos estudados, estabelecendo uma reflexão ampla e integradora. Acreditamos
que através de uma pesquisa bibliográfica que agregue os conhecimentos
sobre as relações entre esporte de orientação, psicologia
da aprendizagem e conteúdos da Educação Física Escolar,
estamos disponibilizando um conhecimento que poderá dar suporte a profissionais
de educação, ampliando uma discussão que já existe,
além de poder servir de base para outras pesquisas na área, pois
o material é escasso, porém, o assunto é amplo e de grande
interesse para aqueles interessados no estudo deste esporte.
CONCLUSÃO
Através dos estudos da Psicologia
da Aprendizagem constatou-se que, o esporte é um precioso
coadjuvante escolar. Assim, pode-se utilizar
inicialmente a motivação quase espontânea
do aluno em relação ao desporto com o intuito
de provocar ou facilitar a aprendizagem na Educação
Física.
Dado o seu potencial interdisciplinar, pode-se utilizar o esporte
de orientação como ferramenta motivadora também em outros
campos do conhecimento como no aprendizado da latitude, longitude, leitura cartográfica,
regras de conservação do meio ambiente, ângulos, cálculos,
endurance, força, velocidade, escalas, vegetação, características
do relevo, etc. O esporte de Orientação, por tratar de questões
como meio ambiente, saúde e possivelmente outros temas, propicia dentro
da escola a transversalidade, que conforme discutido é a lida com temas
relacionados ao tema central, abrangendo uma realidade maior que o simples conceito
tratado.
Em segunda análise, ainda considerando-se a Psicologia
da Aprendizagem, Piaget salienta a capacidade e necessidade de cada pessoa ser
a construtora do seu próprio processo de desenvolvimento e aprendizagem,
o qual se estrutura numa relação direta com o meio, interagindo
com os objetos, os acontecimentos e as pessoas, ao longo do tempo. No esporte
de orientação, cada aluno entra em contato com o conhecimento vivo,
num meio real e a possibilidade de interação com outros alunos,
com objetos e com o meio é total.
É ele, o aluno, quem toma as decisões durante
o jogo, fazendo uso consciente dos objetos, do seu corpo e de suas capacidades,
administrando seus próprios recursos para atingir seu próprio objetivo,
que pode ser, vencer a disputa em primeiro lugar, ou obter o prazer de descobrir
todos os prismas com somente interpretação do mapa e uso da bússola,
tendo para isto feito uso de todos os recursos de que dispor como condicionamento
físico, domínio das características do relevo e da vegetação,
etc.
A Psicologia da Aprendizagem trata ainda dos estilos de aprendizagem,
que em sala de aula, podem não ser completamente atendidos e com isso
ficando alguns alunos à margem do aprendizado. Neste esporte, o conhecimento é tratado
nas mais diferentes formas, contemplando alunos auditivos, visuais ou cinestésicos.
Os diferentes prismas pelos quais são observados os conteúdos permitem
melhor e mais efetiva apreensão.
Este trabalho também evidenciou a potencialidade deste
desporto para o trato dos conteúdos nas diferentes dimensões defendidas
por Zabala. Ao planejar, o professor pode pensar em atitudes, conceitos e procedimentos
que levam em conta o aluno como ser integral e não como um mero recebedor
de conceitos.
Por fim, este esporte permite sua utilização
no contexto do jogo ou do esporte mesmo, em contexto recreacional, competitivo
ou pedagógico. Mas, sua principal característica é a possibilidade
de alunos de diferentes níveis escolares ou mesmo de características
físicas diferentes, interagirem no mesmo instante por estarem envolvidos
não só atributos físicos ou só cognitivos.
Desta forma, fica clara a importância do esporte de orientação
como atividade lúdico-desportiva contribuindo pedagogicamente para o processo
de ensino-aprendizagem.
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Salvador
12 de janeiro de 2008