DEFICIENTES
A importância do Basquetebol em cadeira
de rodas nos aspectos físicos e sociais para os portadores
de deficiência física
* Autora: Izabela
Pereira
1.2.1- Objetivo Geral
A pesquisa busca investigar: quais os benefícios físicos e sociais
obtidos, com a prática do basquetebol em cadeira de rodas, para o portador
de deficiência física.
1.2.2- Objetivos Específicos
- Verificar a contribuição do basquetebol para os portadores
de deficiência física nos aspectos social e físico.
- Identificar os benefícios do basquetebol em cadeira de rodas para
o portador de deficiência física.
- Verificar os problemas que os deficientes físicos enfrentam para a
prática do basquetebol em cadeiras de rodas.
1.3-Questões de Estudo
- Qual a contribuição do basquetebol para os portadores de deficiência
física nos aspectos social e físico?
-Quais os benefícios do basquetebol em Cadeira de Rodas para o portador
de deficiência física?
-Quais os problemas que os deficientes físicos enfrentam para a prática
do basquetebol em cadeiras de rodas?
1.4-Delimitação
do Estudo
A presente pesquisa será realizada na Associação de Basquetebol
em cadeira de rodas do Rio de Janeiro (ADEZO) situada a rua Nuretama , S/N
Padre Miguel -RJ,com professores e alunos portadores de deficiência Física
no Município do Rio de Janeiro.
1.5-fatores Limitantes
- Falta de locais que haja o trabalho de Basquetebol em Cadeira de Rodas
- Assiduidade dos alunos
- Fator psicológico
- Fator social
1.6-Variáveis
1.6.1- Variável dependente
-Basquetebol em Cadeira de Rodas.
-Resposta ao questionário.
1.6.2 -Variável Independente
Benefícios nos aspectos físicos e sociais que o basquetebol em
cadeira de rodas pode trazer para o portador de deficiência física.
1.6.3- Variável Interveniente
- O portador de deficiência mentir na resposta ao questionário
de coleta de dados
- Falta de professores para responderem ao questionário.
- Aluno não devolver o questionário.
1.7-
Significância
do estudo
No estudo proposto relaciona-se ao esclarecimento das necessidades
da prática de atividades físicas para portadores de necessidades
especiais, nos aspectos físicos, mental e social, propiciando especificamente
a melhoria da qualidade de vida dos mesmos .
Neste estudo, é enfatizada a situação
dos praticantes de Basquetebol em cadeira de rodas na zona Oeste do Rio de Janeiro
no campeonato Carioca de Basquetebol em cadeira de rodas do Rio de Janeiro.
A importância deste estudo na área de Educação
Física destina-se a estudar a prática desportiva dos portadores
de necessidades especiais que sofrem tanto com limitações físicas,
psicológicas e sociais, assim, mostrando a importância da prática
desportiva na vida dos deficientes físicos.
Para os deficientes físicos, as dificuldades são
enormes e aos pesquisadores este estudo é muito importante, pois, não é um
tema comumente abordado, até pelos estudantes de educação
física, muitos tem optado por atuar na área de academias ou a área
escolar que também deve inserir os portadores de deficiência física.
Na atualidade, fica cada vez mais difícil ignorar as necessidades dos
portadores de necessidades especiais e da prática desportiva para os mesmos
estarem inseridos na sociedade, melhorando a saúde, auto-estima
1.8-Definição
de Termos
Potencialidade - Tudo o que é virtual no indivíduo e através
da educação se transforma em manifesto. (OUVÍDIO, 1988)
Deficiência Física - A condição de saúde
física que impossibilita a participação integral de atividades
sociais, culturais, por dificuldade de realizá-los. (Secretaria de educação
especial-RJ)
Andar - progredir ou regredir com a bola sem quicá-la . (PAULA, 1994)
Bloqueio - um passe seguido de um deslocamento em direção a um
marcador de um companheiro de equipe, fazendo um breve bloqueio, permitindo
a passagem do companheiro pelo lado contrário. (PAULA, 1988)
Corta - luz - é quando se passa entre o marcador e o adversário,
fazendo com que o marcador perca momentaneamente a visão do adversário.
Pode ser executada com quem está ou não com a posse de bola.
(PAULA, 1988)
Amputado - Indivíduo com ausência de um dos membros ou parte dele.
(COSTA, 1992).
Portador de deficiência: Indivíduo que apresenta alguma forma
de anormalidade ou diferenciação perante os demais, quer nas
dimensões cognitiva, afetiva e motora. (NETTO E GONZALES, 1990)
Paraplegia - Paralisia dos membros inferiores e parte inferior do corpo: afeta
o movimento e sensação. (NETTO E GONZALES, 1996).
Coordenação geral - qualidade física que permite ao homem
assumir a consciência e a execução levando a uma integração
progressiva de aquisições e favorecendo uma ação ótima
dos diversos grupos musculares na realização de uma seqüência
de movimentos com o máximo de eficiência e economia (TUBINO, 1971)
Percepção motora e sinestésica - habilidade de perceber
a posição, esforço em movimento das partes do corpo interno,
durante uma ação muscular. É tida como tendo o sexto sentido,
as fontes da propriocepção ou percepção sinestésica
são presumivelmente alocadas nas articulações, músculos
e tendões (JOHNSON E NELSON, 1979)
1.9-Referencial teórico
"A pessoa deficiente e aquela que é incapaz de
assegurar-se por si mesma, total ou parcialmente as necessidades de uma vida
individual ou social normal, em decorrência de uma deficiência ou
não em suas capacidades físicas ou mentais". (Dalton, 1990)
CAPÍTULO
II
2-REVISÃO DA LITERATURA
2.1-Aspectos sociais , políticos e psicológicos
da deficiência física.
Dentro da filosofia em que se fundamentam os direitos humanos é evidente
que todos devem ter as mesmas oportunidades de aprender e de desenvolver as suas
capacidades para assim alcançar a independência social e econômica,
bem como poder se integrar à vida comunitária.
Esse direito , que se estende a essas pessoas vem se constituindo
um constante desfio à sociedade e aos seus sistemas educacionais necessitando
, por essa razão , especializados , que nos permitem aproveitar -se adequadamente
desses recursos.
Por esse motivo, torna-se evidente que as instituições
regulares devem conter com meios apropriados a ser suficientemente flexíveis
, para facilitar a tais pelo desenvolvimento e reintegração social
na comunidade em que vive.
Todas as sociedades , e grupos dentro delas ,orientam-se por
regras e padrões de comportamento , valores éticos , estéticos
,etc.Estas regras e padrões são mediatizados por tipos de símbolos
que relacionam significante significado,constituindo assim , o imaginário
simbólico , a visão do mundo , uma dimensão fundamental
de cada cultura.
Um deficiente físico deve ser tratado como uma pessoa
qualquer , havendo apenas uma diferença no aspecto motor , e nunca como
uma pessoa "deficiente", a limitação em uma característica
física não atinge a sua totalidade de ser , contida no conceito
de pessoa deficiente".
Os efeitos sociais e psicológicos , que acompanham alguns
deficientes podem criar maiores problemas do que a incapacidade física
.quando se lida com o deficiente , deve ser dirigido para as qualidades mais
similares àqueles de uma pessoa normal .
Freqüentemente a aparência física da pessoa
deficiente é notadamente diferente às vezes até bizarra
,privando -a das atividades normais da vida .Quanto mais diferente for a sua
aparência ,maior será a possibilidade de o deficiente físico
ser alvo de chacotas ,de ser ridicularizado, e ser motivo de pena ,uma atitude
que servirá para aumentar e perpetuar o mórbido conhecimento de
sua diferença.
As tarefas principais do professor de educação
física adaptado a promover a auto- aceitação e confiança
que permitirão à pessoa deficiente desenvolver habilidades e talentos
que compensam a sua deficiência física. Ele deve ser persuadido
de que todas as tentativas são válidas.
(NOVAES, .24,1986.)
2.1.1-Aspectos
sócio econômicos
e culturais da deficiência .
A pessoa deficiente é aquela incapaz de assegurar-se
por si mesma,total ou parcialmente às necessidades de uma vida individual
ou social normeal , em decorrência de uma deficiência congênita
ou não em suas capacidades físicas ou mentais .
Este conceito de deficiente enfoca os limites e a incapacidade
e não as possibilidades do deficiente enquanto pessoa .Segundo RIBAS ,
o trabalho nos centros de reabilitação volta-se para o deficiente
e não para a sociedade .Trabalha com reflexo social e não com o
social propriamente dito.A instituição se fecha em si mesma .
2-Por
que atividade física para o deficiente
?
A atividade física , compreendendo a realizada sob a
forma de movimento contínuos ou intermitentes ,visando melhorias específicas
e localizadas , seja na intensidade que for realizada: fraca , moderada ou de
grande exigência -se respeitados os critérios de individualidade
que são próprios de cad um de nós , contribuíra sempre
efetivamente na reabilitação de qualquer tipo de deficiência
que conhecemos.
Isto ocorre a partir do momento que ativamos a circulação,estimulamos
os músculos (através do aumento do VO²) , evitamos o acúmulo
de gordura localizada , através da queima da mesma no ciclo energético,
equilibramos o eixo glandular do tálamo, hipotálamo, gônadas,
supra-renal,etc.Melhorando a habilidade para coordenar movimentos, estando mis
rápido, ágil e flexível. (NETTO,GONZALES,p.13.1996)
2.2.1-Atividade
Fisica para portadores de deficiência
física.
"UNESCO estabelece que a prática da educação
física é um direito de todos e que programas devem dar prioridade
aos grupos menos favorecidos no seio da sociedade (carta internacional de educação
física e desporto, 1978)."
A escolha de um esporte depende em grande parte das oportunidades
oferecidas da condição econômica para a seleção
de determinado esporte, da aptidão da criança ou da falta de condição
do próprio deficiente tendo em vista o grau de sua deficiência.
Os esportes podem ser praticados pelos deficientes em quase
sua totalidade considerando-se seu grau de deficiência e suas dificuldades,
devido a estas são feitas algumas modificações de regras
e adequações que facilitam a prática promovendo a participação
de um maior número de deficientes.
O deficiente é carente e traz consigo uma série
de "nãos", que lhe são impostos no dia a dia.
Ficam neles retidas as capacidades de pensar, sentir e agir. É preciso
dar a esse aluno deficiente plenas capacidades de desenvolver suas capacidades
criativas e espontâneas.
2.2.1
- Novas perspectivas da integração
do deficiente.
A integração das pessoas portadoras de deficiência
insere-se no conjunto do processo político, econômico e social exige
a formulação e o desenvolvimento de programas nos diferentes níveis
da administração e a conjugação de esforços
de todos os segmentos da organização social e da vida coletiva.
Pois não só os indivíduos sofrem no corpo e na mente as
deficiências que o atingem: o preconceito e o desconhecimento ferem a cidadania,
afetam a organização da sociedade, introduzem na economia um ônus
que poderia ser evitado.
Para a integração portadoras de deficiência
tem, aliás, raízes nas condições de vida de grande
parte da população, determinadas pelas distorções
de renda vigente.
Constata-se desse modo que a maioria das pessoas portadoras
de deficiência não recebem nenhum atendimento semelhante ao prestado
ao restante da população e que não foi atingida por qualquer
medida que a habilite a integrar-se normalmente à sociedade.O governo
entende que, coordenando e incentivando ações por órgãos
de diferentes esferas administrativas, há de se obter a racionalização
dos resultados a alcançar. a ampliação de prevenção
e atendimento e a efetiva integração social das pessoas portadoras
de deficiência."
(AUSTIN,p.13,1986).
Sociedade e Estado são uma só realidade no ataque
a este problema, pois só é a nação que sofre, numa
décima parte de seus filhos, limitações que podem ser evitadas,
recuperadas ou compensadas, mas cuja manutenção já não
se pode tolerar.
Um programa de conscientização não estará completo
enquanto se limitar à divulgação de informações
- importantíssimas e essenciais; ele visa, em última instância,
a mudança de ordem prática: uma atitude de atitude. Seu objetivo
central é permitir que a sociedade venha se tornar sujeito deste programa, única
forma duradoura de encontrar o caminho para a sua superação.
2.3-Histórico do esporte para pessoas
portadoras de deficiência física.
Os primeiros registros de esporte para pessoas portadoras
de deficiência foram encontrados em 1918 na Alemanha, nos quais consta
que um grupo de soldados alemães que se tornaram portadores de deficiência
física após a guerra, se reuniam para praticar tiro e arco e flecha.
Em 1932 na Inglaterra formou-se uma associação de jogadores de
Golfe com um só braço.
Em 1944 o neurologista alemão Sir Ludwig Guttmann começou
a trabalhar com arco e flecha no Hospital de Reabilitação de Stoke
Mandeville, em Aylesbury, Inglaterra.
Em 1948, paralelo aos XIV Jogos Olímpicos, Sir Guttmann
realizou os I Jogos Desportivos de Stoke Mandeville , com a participação
de 14 homens e 2 mulheres da Forças Armadas Britânicas em uma única
modalidade, Arco e Flecha.
Em 1952, Sir Guttmann realizou o II Jogos Desportivos de Stoke
Mandeville com a participação de 130 atletas entre ingleses e holandeses.
Em 1960, acontece a Primeira Paraolimpíada na Cidade
de Roma, Itália, com a participação de 23 países
e 400 atletas. A palavra PARA (olimpíadas) não tem a conotação
de Paraplégico mas sim de Paralelo as Olimpíadas, pois os jogos
são realizados duas semanas após as Olimpíadas e no mesmo
país , sendo utilizadas as mesmas instalações desportivas,
com as necessárias adaptações.
Em 1964, foram realizados os II Jogos Paraolímpicos,
em Tóquio, Japão.
Em 1968, os III Jogos Paraolímpicos em Tel Aviv, Israel.
Em 1972, os IV Jogos Paraolímpicos em Heidelberg, Alemanha.
Pela primeira vez, o Brasil participa da competição na modalidade
de BOCHA mas , pela pouca experiência, não consegue conquistar nenhuma
medalha.
Em 1976, nos V Jogos Paraolímpicos em Toronto, Canadá,
o Brasil conquista as suas duas primeiras medalhas Paraolímpicas, e são
de prata, na modalidade de BOCHA.
Em 1980,nos VI Jogos Paraolímpicos em Arnhem, Holanda,
a primeira vez em que o Brasil participa na modalidade de basquetebol em cadeira
de rodas e natação, mas não conquista medalhas.
Em 1984, nos VII Jogos Paraolímpicos em Aylesbury,
Inglaterra e Nova Iorque, EUA, foi a melhor participação do Brasil
em todas as Paraolimpíadas, com apenas 21 atletas na Inglaterra, foram
conquistadas 6 medalhas de ouro, 12 de prata e 3 de bronze, batendo 2 recordes
Paraolímpicos e 3 mundiais. Foi a primeira participação
dos atletas brasileiros portadores de deficiência visual nos EUA e conquistaram
a medalha de prata na modalidade de atletismo.
Em 1988, nos VIII Jogos Paraolímpicos em Seul, Coréia
do Sul, o Brasil novamente dá um Show : conquista 27 medalhas, sendo 4
de ouro, 10 de prata e 13 de bronze.
Em 1992, nos IX Jogos Paraolímpicos em Barcelona, Espanha,o
Brasil conquista 7 medalhas, sendo 3 de ouro e 4 de bronze.
Em 1996, nos X Jogos Paraolímpicos de Atlanta, EUA,
o Brasil conquista 21 medalhas, sendo 2 de ouro, 6 de prata e 13 de bronze. A
XI Paraolimpíadas será realizada entre os dias 18 e 29 de Outubro
de 2000, na cidade de Sidney, Austrália, com a participação
de 125 países, mais de 4.000 atletas, 2.000 técnicos, 1.000 árbitros,
2.000 repórteres, 18 modalidades esportivas, 14 modalidades paraolímpicas, é o
segundo maior eventos esportivo do mundo e será televisionada para mais
de 110 países. O Comitê Paraolímpico Brasileiro deverá estar
levando em torno de70 atletas brasileiros. (www.add.com.br), 2001.
2.4-Histórico
do Basquetebol em cadeira de rodas.
Após a segunda guerra mundial, surgiu um grande número
de pessoas portadoras de deficiência, e nos hospitais a PVA, Paralyzed
Veterans of América ( Veteranos Paralisados da América) , começaram
a se organizar e desenvolver atividades esportivo- recreativas.
O primeiro registro do basquetebol em cadeira de rodas foi
encontrada em 1946 na divisão da PVA em New England, EUA, mas a mais popular
foi a divisão da PVA na Califórnia,EUA, indo depois para Boston,
Memphis , Richmond, New York, Canadá e Inglaterra. A equipe mais popular
nos EUA era a equipe da região Oeste, a Birmingham Flying Wheels,que também
era uma divisão da PVA.
Em 1948, no I Campeonato Nacional da PVA nos EUA de basquetebol
em cadeira de rodas, obteve a participação de 6 equipes, sendo
que a equipe da Flying Wheels da Califórnia conquistou a medalha de ouro.
E foi também em 1948, que se formou a primeira equipe de basquetebol em
cadeira de rodas de cidadãos americanos que não eram militares
ou veteranos de guerra. A equipe se chamava Kansas City Wheelchairs Bulldozers.
(www.iwbf.org)
2.5-Iniciação
do Basquete em cadeira de rodas no Brasil.
O basquetebol em cadeira de rodas chegou ao Brasil no final
dos anos 50, através dos atletas Sérgio Del Grande e Robson Sampaio
de Almeida.Teve, no Rio de Janeiro, grandes idealizadores e verdadeiros obstinados
neste esporte, como JOSÉ GOMES BLANCO(SADEF) e ALDO MICOLLIS(Clubes do
OTIMISMO, ANDEF, PARAPLÉGICOS).
O Brasil tem também seus ATLETAS-DESTAQUE : ADRIANA,
que hoje joga nos Estados Unidos e ROBERTO CARLOS, que atuou na Itália
, sendo que ambos foram jogadores da seleção Brasileira de Basquetebol
em cadeira de rodas.
Atualmente, O Brasil conta com mais de 60 equipes masculina de basquetebol
em cadeira de rodas, 6 equipes femininas, sendo que a Instituição
denominada ADD ( Associação Desportiva para Deficientes), dirigida
pelo Professor STEVEN DUBNER, que no momento é uma das pessoas mais
importantes e entusiastas com o progresso deste esporte em nosso País,
sendo inclusive, responsável pela formação da primeira
equipe de Basquetebol em cadeira de rodas para crianças no Brasil, com
a (ADD / Magic Hands); foi Técnico da Seleção Brasileira
Masculina..
O Basquetebol em cadeira de rodas, é um dos principais
esportes para as pessoas portadoras de deficiência física. Infelizmente,
no Torneio Pré-Olímpico realizado na cidade do México, em
1999, o BRASIL perdeu a sua chance de classificar-se para as Paraolimpíadas
de SYDNEY , tanto no Masculino como no feminino,tendo perdido ambas classificações
para a equipe do México. Nas duas categorias o BRASIL classificou-se em
4º Lugar. Anteriormente, em 1996, em ATLANTA ( EUA) , o BRASIL participou
das Paraolimpíadas na categoria Feminino, ficando classificado em 8º lugar.
2.6- A cadeira de Rodas.
Sempre que possível, é feita sob medida, levando
em consideração a limitação física e a característica
do jogador quanto ao jogo de basquete. Os atletas que iniciam a prática
do basquetebol em Cadeira de rodas devem passar pelo seguintes processos: Preenchimento
de uma ficha individual do atleta. Avaliação como médicos,
psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas, preparadores físicos
e classificadores funcionais e outros profissionais afins.Trinta minutos antes
do início de cada partida, o Árbitro realiza uma avaliação
e medição da cadeira de rodas (seating) .
Técnicamente,para fins de possibilitar um melhor desempenho
desportivo-funcional, é feita uma avaliação, por parte dos
profissionais, com o atleta sentado na nova cadeira,onde são acrescentadas
faixas de fixação(straps) , para lhes dar maior segurança.
São explicados detalhadamente o desenvolvimento do manejo da cadeira;
a pegada, propulsão e a freiada (para frente e para traz), giros, inclinação
(tilt), etc.
É de vital importância a orientação
no desenvolvimento dos fundamentos técnicos do basquetebol : diversas
variações de dribles, passes, recepção, arremessos,
bloqueios, rebotes, corta-luz e falso corta-luz, e muitos outros. Desenvolvimento
dos fundamentos táticos do basquetebol, ofensiva e defensivamente; transição,
quadrado, jogadas defensivas e ofensivas, read and react, jogadas em situações
específicas. Todos os itens acima são desenvolvidos conforme o
planejamento e as avaliações realizadas pela equipe multidisciplinar.
2.7-Regulamento do jogo.
Como no basquete convencional, o jogo consiste de cinco jogadores
em cada time com duração de dois tempos de 20 minutos cada,ou,
quatro quartos de 10 minutos, medidos com cronômetro com escala de 30 segundos.
No caso de empate no escore,ao final do último quarto,será jogado
com uma prorrogação de 05 minutos para o desempate. Em caso de
novo empate, tantas prorrogações de 5 minutos quantas forem necessárias.
2.7.1-Regulamento da quadra.
A quadra regular para o jogo é de tamanho normal, 28.00
m x 15.00 m, usada para competições da I W B F . A quadra deverá ser
marcada com linhas divisórias de áreas, linhas para lances livres
e linhas para arremesso de 3 pontos, de acordo com o regulamento da FIBA/IWBF.
O basquete em cadeira de rodas usa uma cesta padronizada, instalada a 3.05 m
de altura, idêntica a cesta usada para o jogo de basquete comum.
2.8-Medidas da cadeira de rodas.
A cadeira deverá ser dotada de certos requisitos (medidas),
no intuito de garantir a segurança e igualdade na competição.
A cadeira deverá ter 3 ou 4 rodas; duas rodas grandes localizadas na parte
traseira da cadeira e uma ou duas rodas pequenas na parte da frente.
Atualmente, a Regra permite que uma pequena rodinha seja colocada
na parte traseira, para que, em contato com o solo possa dar uma maior segurança
ao jogador.
Os pneus traseiros deverão ter um diâmetro máximo
de 0,66 m, e a roda deverá possuir um aro para o seu manejo (impulsão).
A altura máxima do assento não pode exceder
a 0,53 m do solo e o descanso para os pés não poderá ultrapassar
os 0,ll m do solo, com as rodas dianteiras em posição alinhada
para movimento para frente.
A parte de baixo do descanso para os pés deverá ser
desenhada de tal maneira que não danifique a superfície da quadra.O
jogador deve usar uma almofada de material flexível sobre o assento da
cadeira .
A almofada deverá ser da mesma largura e comprimento
do assento da cadeira e não pode exceder 0,10 m de espessura, exceto para
os jogadores das classes 3.5, 4.0 e 4.5, onde a espessura máxima permitida é de
0,05 m. os jogadores são obrigados a usar cintas e suportes para segurar
o corpo na cadeira e cintas para manter as pernas juntas. É permitido
o uso de órteses e próteses.
A ficha de classificação do jogador deverá indicar
o uso de órteses ou próteses, assim como as adaptações
para o posicionamento do jogador na cadeira.
Não permitidos, pneus pretos, mecanismos de direção,
freios ou mecanismos de acionamento na cadeira. Antes do início da partida,
o Árbitro fará a vistoria em todas as cadeiras para verificar se
estão de acordo com os requisitos do jogo. (RIBAS,p12 , 1986.)
2.9-Pontuação
do jogo.
Como no basquete comum, um arremesso da linha de lance livre
conta 1 (um) ponto.
Um arremesso da área de jogo 2 (dois) pontos. Um arremesso da linha
de 3 pontos conta 3 (três)pontos.
2.10-Regra para iniciar a bola em jogo.
Para começar cada tempo de jogo será feito um
arremesso vertical da bola (bola morta), no circulo central da quadra, um jogador
de cada time ficará posicionado frente a frente para tomar posse da bola
que será arremessada pelo arbitro da partida. Como ao jogador não é permitido
se elevar do assento da cadeira (falta técnica), o jogador com maior estatura
terá maior chance de obter a posse da bola. No caso de bola presa ou seja
os dois jogadores segurar a bola, é assegurado a cada um dos times a posse
para por a bola em jogo em alternadas sucessões, a direção
da próxima posse após a bola presa será indicada por uma
seta colocada na mesa do apontador ou no placar. Por exemplo: Se após
o bola ao alto o time A obtiver a posse de bola, quando da marcação
de uma próxima bola presa, esta será resposta de fora para dentro
da quadra por um atleta da outra equipe.
2.11-Violações específicas no Basquetebol
em cadeira de rodas
Violações são infrações
cometidas contra as regras, onde o time que comete perde a posse da bola. A devolução
será feita pelo time adversário por intermédio de um lançamento
de fora para dentro da quadra, no ponto mais perto do local onde foi cometida
a violação.
2.12-Violação das linhas divisórias.
O jogador é considerado fora da quadra quando ele ou
alguma parte de sua cadeira estiver em contato com o solo sobre ou fora da linha
divisória. A bola é considerada fora, quando a mesma ultrapassar
a linha divisória. O causador da bola fora será o ultimo jogador
a tocá-la. Entretanto, se um jogador atirar deliberadamente a bola contra
seu adversário ou contra sua cadeira e a esta sair da quadra, a mesma
será reposta pelo adversário no ponto ais próximo onde ocorreu
a violação.
2.13-Violação
de percurso.
O jogador só poderá impulsionar as rodas duas
vezes antes de: driblar, passar, ou arremessar a bola. Se o jogador impulsionar
as rodas três vezes, incluindo movimentos de pivô, será considerado
violação de percurso.A famosa "ANDADA".
2.14-Violação
de 3 segundos .
O jogador não pode permanecer mais que 3 (três)
segundos na área restritiva do adversário. A não ser que
a bola esteja no ar durante um arremesso para a cesta, durante o rebote ou quando
a bola estiver parada. O jogador que permanecer mais de 3 segundos na área
restritiva do adversário, receberá uma falta por violação
de 3 segundos. Durante o período de bola morta, os três segundos
não são contados.
2.15-Violações
de 5 ou 10 segundos.
Um jogador marcado de perto que estiver de posse da bola deverá passá-la,
arremessá-la, driblá-la ou rolá-la dentro de cinco segundos.
Igualmente, o time deverá movimentar a bola do fundo de seu campo para
a frente dentro de dez segundos. Tempo excessivo associados a estas duas situações
resulta em violação.
2.16-faltas.
Faltas são infrações das regras envolvendo
contatos pessoais com o oponente ou comportamento ante esportivo. A falta é cobrada
contra o ofensor e a penalidade poderá ser tanto a perda de posse da bola,
como um arremesso livre ou uma serie de 3 arremessos livres em favor do adversário,
dependendo da natureza da falta. A cada jogador só será permitido
cometer 5(cinco) faltas durante o jogo,quando este jogo for realizado em dois
tempos de vinte minutos. Após a Quinta falta o jogador será automaticamente
excluído do jogo.
2.16.1-Faltas pessoais.
O Basquete em cadeiras de rodas é um esporte sem contatos
físicos. Uma falta pessoal é cobrada contra o jogador que bloquear,
segurar, empurrar, carregar ou impedir o progresso de jogo do adversário
com seu corpo ou com sua cadeira. Agressão desnecessária também é sancionada
como falta pessoal. Para estas faltas a cadeira de rodas é considerada
como parte componente do corpo do jogador, o contato não acidental entre
cadeiras constitui em falta. Se o jogador que receber a falta estiver no ato
de um arremesso e pontuar, a ele será concedido um arremesso livre. Se
o arremesso for nas áreas de 2 ou 3 pontos a ele será concedido
2 e/ou 3 arremessos livres respectivamente.
2.16.2-Falta
técnica.
Uma falta técnica será cobrada sempre que um
jogador demonstrar deliberadamente conduta anti-desportiva; quando um jogador
elevar-se do assento da cadeira ou quando um jogador remover os pés do
descanso de pé ou usar outra parte do corpo que não as mãos,
para obter vantagens, tais como frear ou manobrar a cadeira. A cobrança
para a falta técnica é de 2 (dois) arremessos livres concedidos
ao adversário. O capitão do time cobrador da falta designará o
jogador que executará os arremessos.
2.16.3-Falta antidesportiva.
É aquela que é aplicada contra o atleta que
a houver cometido intencionalmente. É quando o atleta despreza a bola
e faz contato físico deliberado com o seu oponente ou sua cadeira. Anteriormente
era mais conhecida como Falta Intencional.
2.17-Classificação funcional: A pontuação
de cada atleta varia de 1.0, 1.5, 2.0, 2.5, 3.0, 3.5, 4.0 e 4.5
pontos, sendo que o ponto 1.0 são jogadores que normalmente
apresentam uma lesão alta, podendo comprometer o seu equilíbrio
de tronco e os seus membros superiores; o ponto 4.5 pode ser,
por exemplo, aquele atleta que apresenta uma amputação
do membro inferior (abaixo do joelho) lesão baixa. (www.add.com.br)
2.18-Técnicas
de manejo em Cadeiras de Rodas.
Durante a 1ª fase de ativação do futuro
usuário de cadeira de rodas , o aprendizado e treinamento do manejo de
cadeira de rodas representam uma função terapêutica importantíssima
.Este aprendizado contribuirá para uma maior autonomia da pessoa .
Nesta fase , as técnicas de manejo , transferência
e condicionamento físico básico são ministradas Por um fisioterapeuta,
as demais , com aperfeiçoamento das técnicas de manejo ,aprimoramento
da condição física geral , iniciação desportiva
e vivências de dinâmicas De grupo visando a reinserção
social e melhor equilíbrio emocional .
O treinamento de manejo de cadeira de rodas conduz não
apenas ao aprendizado e ao aperfeiçoamento de suas técnicas , mas
também a ativação do sistema cardiovascular .
O treinamento do manejo de cadeira de rodas engloba outros
aspectos:
Formas diversas de locomoção .
1- As transferências de cadeira de rodas para uma cama , uma cadeira
ou para um assento de carro .
2- O manejo de cadeira de rodas em pisos acidentados e nas ruas .
3- A locomoção mis veloz e mais resistente .
Fase preparatória: tem por finalidade o posicionamento
dos braços e das mãos para que se possa efetuar
a propulsão de maneira econômica , eficaz e segura
.Sua maior característica se baseia nos movimentos de
flexão dos cotovelos com o direcionamneto dos braços
para traz .
Pegadas: o apoio das mãos nas rodas é feito principalmente com
a região tênar das mãos ,região média , polegar
e ponta dos dedos .
2.19-Sugestão
de Educativos.
Segundo NETTO E GONZALES (1996).
-Quicar a bola ao chão, ao lado , um pouco mais à frente da cadeira,
ora com uma mão, ora com outra mão.
-Em coluna , os atletas deslocam-se na quadra , cada um com uma bola ;
-Andar na quadra , em linha reta na cadeira de rodas .
-Andar na cadeira de rodas com velocidade, ficar com as duas mãos e
depois com uma alternadamente ;
-Fazer movimentos de reversão para um lado e para o outro , até realizar
o pivô;
-Exercícios envolvendo destreza por entre os obstáculos;
-Trabalho específico de habilidade com a bola na cadeira de rodas :
recepção , arremessos parados , em movimento , passes longos
, recepção com uma só mão , passe c0om uma só mão
parado e em movimento e, após desviando-se dos obstáculos;
-Trabalhos de arremessos à cesta , parado e em deslocamento ;
-Com a cadeira em movimento , comprimir a bola contra os raios da roda , eixar
a bola girar junto com a roda, segurando-a com leve pressão e trazendo-a
para si.