DANÇA
A DANÇA APLICADA NA ESCOLA
Ao ingressar
na escola a criança já traz
consigo um conhecimento amplo a respeito de seu corpo, mas muitas
vezes não o foi despertado. O professor, deverá saber
aproveitar esses conhecimentos e a partir deles, promover novos
conhecimentos mais complexos.
A criança de 1º Grau, necessita de experiências
que possibilite o aprimoramento de sua criatividade e interpretatividade, atividades
que favoreçam a sensação de alegria (aspecto lúdico),
que a partir daí , ela possa retratar e canalizar o seu humor, seu temperamento,
através da liberdade de movimento, livre expressão, e desenvolvimento
de outras dimensões contidas no inconsciente.
Esta proposta não está em predominar as aulas
de dança sobre as de Educação Física, mas sim, oferecer
uma opção a mais para o profissional da área, poder desenvolver
com seus alunos, um conteúdo curricular diferenciado e igualmente propiciador
de atingimento de seus objetivos
A Dança na escola, associada à Educação
Física, deverá ter um papel fundamental enquanto atividade pedagógica
e despertar no alunado uma relação concreta sujeito-mundo. Deverá propiciar
atividades geradoras de ação e compreensão, favorecendo
a estimulação para ação e decisão no desenrolar
das mesmas, e também reflexão sobre os resultados de suas ações,
para assim, poder modificá-las defronte a algumas dificuldades que possam
aparecer e através dessas mesmas atividades, reforçar a auto-estima,
a auto-imagem, a auto-confiança e o auto-conceito.
Não devemos nos preocupar com a quantidade de atividades
que iremos oferecer para os alunos, mas sim, qualidade, adequação
e principalmente uma participação espontânea, que acima de
tudo proporcione prazer, para não cairmos num processo instrucional mecanicista.
Através das atividades de Dança, pretendemos
que a criança evolua quanto ao domínio de seu corpo, desenvolvendo
e aprimorando suas possibilidades de movimentação, descobrindo
novos espaços, novas formas, superação de suas limitações
e condições para enfrentar novos desafios quanto aos aspectos motores,
sociais, afetivos e cognitivos.
A variedade de atividades que a dança nos possibilita
deverá permitir a máxima integração com os processos
de ensino-aprendizagem a fim de estar atendendo aos objetivos gerais propostos,
criando oportunidades para a criança se expressar, se mover, ser criativa,
espontânea e conviver com os colegas e com ela mesma.
Poderíamos dizer então, que a Dança enquanto
um processo educacional, não se resume simplesmente em aquisição
de habilidades, mas sim , poderá estar contribuindo para o aprimoramento
das habilidades básicas, dos padrões fundamentais do movimento,
no desenvolvimento das potencialidades humanas e sua relação com
o mundo. Como benefício no desenvolvimento social devemos criar condições
para que estabeleça relações com as pessoas e com o mundo;
no desenvolvimento biológico, o conhecimento de seu corpo e de suas possibilidades;
no desenvolvimento intelectual, contribuir para a evolução do cognitivo
e no filosófico, contribuir para o autocontrole, para o questionamento
e a compreensão do mundo.
As atividades a serem aplicadas com as crianças devem
ser naturais envolvendo o andar, correr, saltar, saltitar, equilibrar, rodopiar,
girar, rolar, trepar, pendurar, puxar, empurrar, deslizar, rastejar, galopar
e lançar. Desenvolvimento da noção de
tamanho, forma, agrupamento e distribuição.
Atividades que estejam voltadas para uma seqüência
pedagógica que inicie do simples para o complexo, do concreto para o abstrato,
do espontâneo para o específico, das atividades de menor duração
para as de longa duração e de um ritmo inicialmente lento , progredindo
para o "allegro". Possibilitar ao aluno desempenho individual para
que se exija sua auto reflexão frente as atividades e participação
em duplas, trios e grupos maiores para favorecer um enriquecimento de experiências
corporais.
Também atividades que envolvam emoções,
sentimentos e identificação de sua imagem pessoal; atividades que
exijam do aluno agir, reagir e interagir com seu grupo e com outros grupos.
As aulas devem evoluir ricas em variação de estímulos,
tanto da parte musical como da corporal. Da corporal, exploração
do conhecimento do corpo e suas capacidades e da musical, noções
básicas de diferentes ritmos e estilos de dança (dança de
roda, clássicas, modernas, folclóricas, danças de salão,
etc
Um fator muito importante a ser relevado é o de não
adotar uma didática massificante e mecânica (cópia de movimentos)
para o ensino da Dança na escola, pois estaria tirando a individualidade
da criança e bloqueando sua criatividade e espontaneidade. A didática
massificante e mecânica, infelizmente, via de regra, eles vivenciam nas
outras disciplinas do currículo escolar.
O professor tem que saber explorar o potencial do aluno, possibilitando
seu desenvolvimento natural e favorecer o despertar da criatividade.
Certamente que teremos um planejamento com seus objetivos e
atividades propostas, mas cabe ao professor adaptar a realidade do grupo, as
expectativas dos alunos e sua "bagagem" sócio-cultural.
O professor não deve ensinar o aluno como se deve dançar,
mas sim favorecer a aprendizagem. Não deve demonstrar os movimentos, mas
sim criar condições para que o aluno se movimente. Aqui, a dança
não tem regras, não tem certo, não tem errado.
Aqui, todo movimento é válido, desde que elaborado
a partir da concepção de movimento que o aluno possui. O professor
deve sim, favorecer a ampliação dessa concepção.
Sendo assim, nesta proposta não existe técnica,
não existe um procedimento único para se atingir o mesmo fim. O
que importa é o movimento, o ritmo, a música, o desejo e a harmonia.
Diante disso, não quer dizer que não exista um trabalho de base,
de desenvolvimento rítmico, de conhecimento do corpo, das possibilidades
de movimentação das partes do corpo.
Estaremos assim, desenvolvendo com as crianças capacidades
perceptivas motoras, conceitos acadêmicos atendendo o Domínio Cognitivo;
desenvolvimento de habilidades motoras e capacidades físico-motoras, ao
Domínio Motor; e ao Domínio Sócio-afetivo, a formação
de um auto-conceito positivo e conseqüentemente de uma sociabilização.
Para melhor entendimento, segue abaixo, elaborados a partir
do conteúdo apresentado por Tani (1988) que irá lhe auxiliar na
prática e na verificação de rendimento das atividades e
também para a criação de outras atividades.
a) Domínios
do Comportamento Humano.
Desenvolvimento Cognitivo
|
Desenvolvimento Motor
|
Desenvolvimento
sócio-afetivo
|
Desenvolvimento
das capacidades Perceptivas Motoras e Conceitos Acadêmicos.
|
Desenvolvimento
das capacidades Perceptivas Motoras e Conceitos Acadêmicos.
|
Formação de um auto-conceito
e sociabilização.
|
b) Variação no tempo-espaço, objeto e eixos do movimento.
Tempo
|
Espaço
|
Objeto
|
Noções
de Movimento
|
lento
moderado
acelerando
acelerado
desacelerando
|
direção:
frente, atraz,lado, subindo e descendo.
níveis: alto, médio e baixo.
planos: sagital, frontal e horizontal.
extensões: pequena e grande.
|
corda
jornal
bola
arco
lençol
instrumentos musicais
sucatas,
e outros.
|
Vivenciar
movi-mentos das articulações
da cabeça, cintura escapular, cintura pélvica,
cotovelo e outras.
|
c) Habilidades e Capacidades
físico-motoras.
Velocidade |
Promover
atividade que permita uma sucessão rápida
de gestos. |
Força |
Atividades
que possibilite o músculo vencer uma resistência ou produzir
uma tensão. |
Equilíbrio |
Atividades
que promovam equilíbrio dinâmico, estático
e recuperado. |
Agilidade |
Atividades
que exijam num menor tempo possível, o aluno conseguir mudar
o corpo de posição. |
Resistência |
Atividades
aeróbicas,
que promovam melhora da capacidade cardio-vascular, respiratória
e aumento da capacidade das fibras musculares. |
Coordenação |
Promover
movimentos com várias ações musculares numa seqüência
de movimento. |
Ritmo |
Atividades
com variação
de ritmo (do lento ao rápido). |
Flexibilidade |
Atividades que evidencie
amplitude dos movimentos das diferentes partes do corpo. |
Profª Ms. Érica Verderi - FEFISO/ACM
verderi@cy.com.br