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Qui, 8/1/09 11:04

DANÇA

A EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO DA DANÇA


   Convém esclarecer que Educação Física é uma área do conhecimento diretamente relacionada com a corporeidade do educando, ou seja, com o movimento humano consciente e sua capacidade de movimentação. Para um melhor esclarecimento, quando digo movimento humano consciente, falo que a Educação Física enquanto ciência, preocupa-se com o estudo do que simboliza e da materialização do movimento corporal no espaço.
   Mas por que falamos em movimento humano? Por que relata-nos os estudiosos que estudando os movimentos do homem estaremos estudando o próprio homem.
   Este é um aspecto que nos leva a uma reflexão para podermos estar entendendo o movimento humano, o movimento de nossos alunos.
   Nossa conduta motora nos revela aspectos biológicos e culturais que são determinantes na evolução do corpo e da mente. Podemos dizer que as atividades motoras dão lugar as atividades mentais e vice-versa, no entanto quero deixar claro que esse predomínio está no sentido de preponderância e não exclusão.
   Não consigo pensar numa ação propriamente dita, consciente ou não, que não seja elaborada pela mente para depois se transformar na ação desejada.
   Podemos perceber com isso que, o movimento humano, qualquer que seja ele, é dotado de significados elaborados através da mente que quando exteriorizados expressam sua linguagem através do corpo.
   É chegado o momento de ousarmos em busca de novos métodos e estarmos abertos para as contribuições de outras ciências, ciências estas, que acompanhem de perto a evolução do homem como um todo.
   Não certos do paradigma teórico a seguir, pelo fato de estarmos engajados numa produção de conhecimentos muito diversificado, mas convém que adotemos uma proposta que considere o educando como um todo que se movimenta, que pensa, age e sente, que explore suas possibilidades naturais na prática das atividades, que possibilite a liberação das emoções, o prazer da participação, que favoreça ao educando condições para o novo , que através de experiências ele possa perceber o que seu corpo é capaz de fazer e desenvolver todas as suas potencialidades.
   A nova Educação Física, deve promover e observar os corpos em movimento, deve possibilitar a seus alunos participar da construção do conhecimento de si mesmo e de seus colegas; ela deve relevar a opinião de seus alunos, considerar suas percepções, para que se torne uma ação educativa libertadora que possibilite o aluno descobrir-se como sujeito de sua própria história e não um objeto dela.
   Uma ação pedagágica na qual possamos incluir o desenvolvimento do organismo enquanto complexidade bio-físico-social, assegurando um bem-estar físico e mental, procurando suprir as eventuais deficiências que o educando possa apresentar em sua constituição nativa ou no decorrer de seu desenvolvimento, criando condições para o desabrochar de processos corporais mais complexos no que se refere a fatos, conceitos, procedimentos, valores e atitudes.
   Estaremos com isto ampliando sua visão de totalidade e interdependência, estaremos dando novas possibilidades para a busca do novo e também lhe oferecendo a valorização do sentir, pensar e agir quando no momento da prática educativa.
   A partir daí, a Educação Física realmente estará fundamentada para estar desenvolvendo e expressando sua plasticidade, no sentido de ser capaz de responder a diferentes situações com que se deparar no cotidiano em atividades desportivas, recreativas ou de qualquer outra natureza, adequando facilmente essa mesma plasticidade a toda complexidade que envolve um corpo no tempo e no espaço.
   Este corpo, deverá ser visto como um organismo dinâmico que age e interage num constante fluxo e refluxo no expressar de suas atividades. São formas que se movimentam e dançam num universo de sons, imagens e sentimentos.
   Como profissionais do corpo, temos o poder e o dever de interferir no rumo que a Educação Física deva tomar, que temos acima de tudo um compromisso ético-político como educadores que somos. Compromisso este, que nos torna responsáveis pela formação de nossos alunos, devendo então e também, estarmos propiciando melhores situações para a construção do conhecimento, melhores contextos cognitivos e melhores possibilidades de integração bio-psico-energética, independentemente se estivermos jogando, brincando, pulando... ou dançando!

Profª Ms. Érica Verderi - FEFISO/ACM
verderi@cy.com.br

 

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