DANÇA
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO
DA DANÇA
Convém esclarecer que Educação Física é uma área
do conhecimento diretamente relacionada com a corporeidade do educando, ou seja,
com o movimento humano consciente e sua capacidade de movimentação.
Para um melhor esclarecimento, quando digo movimento humano consciente, falo
que a Educação Física enquanto ciência, preocupa-se
com o estudo do que simboliza e da materialização do movimento
corporal no espaço.
Mas por que falamos em movimento humano? Por que relata-nos
os estudiosos que estudando os movimentos do homem estaremos estudando o próprio
homem.
Este é um aspecto que nos leva a uma reflexão
para podermos estar entendendo o movimento humano, o movimento de nossos alunos.
Nossa conduta motora nos revela aspectos biológicos
e culturais que são determinantes na evolução do corpo e
da mente. Podemos dizer que as atividades motoras dão lugar as atividades
mentais e vice-versa, no entanto quero deixar claro que esse predomínio
está no sentido de preponderância e não exclusão.
Não consigo pensar numa ação propriamente
dita, consciente ou não, que não seja elaborada pela mente para
depois se transformar na ação desejada.
Podemos perceber com isso que, o movimento humano, qualquer
que seja ele, é dotado de significados elaborados através da mente
que quando exteriorizados expressam sua linguagem através do corpo.
É chegado o momento de ousarmos em busca de novos métodos
e estarmos abertos para as contribuições de outras ciências,
ciências estas, que acompanhem de perto a evolução do homem
como um todo.
Não certos do paradigma teórico a seguir, pelo
fato de estarmos engajados numa produção de conhecimentos muito
diversificado, mas convém que adotemos uma proposta que considere o educando
como um todo que se movimenta, que pensa, age e sente, que explore suas possibilidades
naturais na prática das atividades, que possibilite a liberação
das emoções, o prazer da participação, que favoreça
ao educando condições para o novo , que através de experiências
ele possa perceber o que seu corpo é capaz de fazer e desenvolver todas
as suas potencialidades.
A nova Educação Física, deve promover
e observar os corpos em movimento, deve possibilitar a seus alunos participar
da construção do conhecimento de si mesmo e de seus colegas; ela
deve relevar a opinião de seus alunos, considerar suas percepções,
para que se torne uma ação educativa libertadora que possibilite
o aluno descobrir-se como sujeito de sua própria história e não
um objeto dela.
Uma ação pedagágica na qual possamos incluir
o desenvolvimento do organismo enquanto complexidade bio-físico-social,
assegurando um bem-estar físico e mental, procurando suprir as eventuais
deficiências que o educando possa apresentar em sua constituição
nativa ou no decorrer de seu desenvolvimento, criando condições
para o desabrochar de processos corporais mais complexos no que se refere a fatos,
conceitos, procedimentos, valores e atitudes.
Estaremos com isto ampliando sua visão de totalidade
e interdependência, estaremos dando novas possibilidades para a busca do
novo e também lhe oferecendo a valorização do sentir, pensar
e agir quando no momento da prática educativa.
A partir daí, a Educação Física
realmente estará fundamentada para estar desenvolvendo e expressando sua
plasticidade, no sentido de ser capaz de responder a diferentes situações
com que se deparar no cotidiano em atividades desportivas, recreativas ou de
qualquer outra natureza, adequando facilmente essa mesma plasticidade a toda
complexidade que envolve um corpo no tempo e no espaço.
Este corpo, deverá ser visto como um organismo dinâmico
que age e interage num constante fluxo e refluxo no expressar de suas atividades.
São formas que se movimentam e dançam num universo de sons, imagens
e sentimentos.
Como profissionais do corpo, temos o poder e o dever de interferir
no rumo que a Educação Física deva tomar, que temos acima
de tudo um compromisso ético-político como educadores que somos.
Compromisso este, que nos torna responsáveis pela formação
de nossos alunos, devendo então e também, estarmos propiciando
melhores situações para a construção do conhecimento,
melhores contextos cognitivos e melhores possibilidades de integração
bio-psico-energética, independentemente se estivermos jogando, brincando,
pulando... ou dançando!
Profª Ms. Érica Verderi - FEFISO/ACM
verderi@cy.com.br