Sex, 6/6/14 20:58 QUANTAS PROVAS DE 10 KM POSSO
CORRER EM UM MÊS? Autoria: Prof.
Consultor Marcelo Camargo*
As corridas acima são fictícias e servem apenas para ilustrar o que muita gente que conheço faz durante um mês, geralmente terminando o ano com 30, 40 ou 50 medalhas a mais em sua coleção. Confesso que meu recorde de provas em um mesmo ano foram modestas dezessete provas em uma média de 1,4 provas/mês. Então correr provas de 10 km todo final de semana é possível, afinal o corredor norte americano Dean Karnases correu 50 maratonas em 50 dias seguidos e o belga Stefaan Engels correu 365 maratonas consecutivas em um ano. Eles correram, já que correr é uma coisa. Treinar e competir é outra. Entendo que muitos gostam de correr, ir a provas sem serem adeptos a rotina de treinos. Se inscrevem e participam de provas, estando bem preparados ou não, às vezes nem ao menos cumpriram determinada distância na vida. Outros preferem o desafio de treinar, melhorar a cada dia, a cada prova e para que isso aconteça é fundamental um planejamento sistemático e coerente, que seja orientado através de períodos distintos ao que chamamos de periodização do treinamento. A esses corredores que correm por performance, qualquer que seja, desde completar uma meia-maratona abaixo de 2 horas ou aquele que deseja faz 10 km sub 40 minutos, é preciso ter o seu planejamento organizado dentro de um macrociclo, que será dividido por fases denominadas mesociclos, elaborados através de uma série de microciclos, compostos pela somatória das sessões de treino. Parece complexo? E é! Pois assim é o treinamento. Se gostamos de participar de competições considero incoerente não treinar para tal. Em um paralelo a esse meu pensamento, imagine a seleção brasileira não treinar e participar da copa do mundo. Não faz sentido! Compreendo que são atletas profissionais, vivem disso. Tudo bem, nós somos corredores amadores, queremos saúde, qualidade de vida, completar uma prova, alcançar uma distância, melhorar o tempo, não queremos machucar, estamos em provas por diversão, e mesmo assim continuo considerando incoerente não treinar, sem treinamento nada disso virá. Então, quantas provas de 10 km posso correr em um mês? Resposta de sempre: Depende! Depende de qual período o corredor estará dentro da periodização do treinamento. O objetivo de um planejamento é alcançar o ápice da preparação física, técnica-tática e psicológica em um determinado momento, ou seja, não é possível ficar correndo em alta performance o tempo todo. É fundamental que se tenha uma meta alvo e que a preparação seja voltada para ela. Participar de provas ao longo de um planejamento faz parte do treinamento. Além de adquirir experiência em competições, são provas usadas como controle. Muitos utilizam essas provas para avaliar o treinamento e realmente é uma ótima maneira de analisar o que foi feito até o momento, para então, realizar os ajustes necessários e prosseguir os treinos até atingir o pico da performance. Só não podemos usar sempre todas as provas como busca de melhores marcas. Se for correr uma prova controle, controle-se! Cumpra a meta planejada, não tente fazer neste momento o seu melhor resultado. Analisando os períodos de treinamento que levarão o corredor a sua melhor performance, iniciamos com o período de base, que não necessariamente tenha que ser feita somente no início do ano. Uma meta alvo poderá não ser somente a São Silvestre em dezembro e assim entendemos que temos a possibilidade de atingir o ápice e participar de diversas provas em vários ciclos de periodização em um mesmo ano. Exemplificando: a cada três, quarto ou seis meses podemos dividir os mesociclos e assim compor um macrociclo. Sendo assim, podemos ter alguns períodos de base durante um ano de treinamento e não somente no inicio como muitos acham. Após o período de base, iniciamos o período específico, que juntos compõe a fase de preparação até a competição. O período específico é caracterizado com treinos de intensidades mais elevadas, métodos diferenciados e numero de microciclos menores em relação ao período de base. Após essa fase de preparação atingimos o período competitivo, onde a carga de treinamento será reduzida, recuperando e mantendo a capacidade física adquirida, os métodos de treino são novamente alterados e o volume será bem menor em relação aos outros períodos. O que tinha de ser treinado já foi treinado. Se o atleta treinou bem até aqui será bem sucedido, se não treinou, não é momento de correr atrás de tempo perdido, pois qualquer treino a mais nesse período pode prejudicar o resultado na prova que está por vir. Dentro desse período é possível participar de provas em alguns finais de semanas consecutivos, já que a conduta de treino durante a semana não será mais a de aprimorar, mas de sim recuperar o pós-prova, manter o condicionamento atingido e encarar mais um final de semana de competição. O que não faz sentido é durante qualquer outro período que não seja o competitivo, ficar participando de provas atrás de provas e ainda conferir no relógio se baixou o tempo, ficando, na maioria das vezes, chateado pela não melhora e mesmo assim se inscrever para a prova do próximo final de semana. A busca do melhor resultado não acontece todos os finais
de semana. É necessário um planejamento a médio
ou a longo prazo para que isso ocorra. Vale o bom senso: a
escolha das provas no momento certo e a certeza que um treinamento
planejado lhe dará o resultado desejado. Com a meta
final alcançada é momento da entrada em um novo
período no treinamento: a transição. Hora
de descansar, recuperar física e mentalmente de todo
o treinamento realizado. Nesse período vale a dica de
deixar a corrida de lado e realizar outras atividades apenas
como forma de lazer e então iniciar um novo ciclo através
de um novo período de base. Esse é o chamado
ciclo do treinamento. |
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