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132.
Atividade aeróbica após a Musculação
prejudica o treinamento de Hipertrofia? 17/02/01
Gostaria de que vocês me esclarecessem uma lenda da musculação: é verdade ou
mentira que se, depois da musculação, for feita uma natação ou uma aula de
ginástica se "perde" tudo o que foi feito na Musculação? Desde já agradeço!!!
- Gustavo - Prof.E.F.
Olá Gustavo, esta parece ser uma dúvida comum entre os profissionais
de E.F. e ainda mais entre os malhadores "profissionais". Sua pergunta
veio em boa hora, portanto, veja o que nossos consultores pensam a respeito:
Prof. Alfredo César, mestre em Motricidade Humana pela UNESP:
Olá, tudo bem? Tentarei ajudar. Uma sessão de treino deve ser elaborada visando
desenvolver tanto o componente neuromuscular quanto o aeróbio. Se o principal
objetivo for o neuromuscular, ou seja, com a atividade de musculação, a sessão
de treinamento deve ser iniciada com esta atividade, pois no início do treino
o organismo está mais preparado e com mais energia. O ganho de rendimento só acontece
após uma recuperação adequada com alimentação, repouso e descanso correto,
durante o treino só há desgaste do organismo (catabolismo).
Porém, deve-se tomar o cuidado para não exagerar no volume (quantidade) de
treinamento e prejudicar a recuperação e supercompensação (melhora de rendimento).
Se houver um volume muito grande de exercícios (aeróbio e/ou neuromuscular)
e a recuperação não for suficiente poderá ocorrer uma diminuição no rendimento
e como consequência diminuição na massa magra corporal.
Se o indivíduo treina diariamente, o melhor seria alternar o treino com um
dia de musculação e outro de atividade aeróbia ou controlar o volume das duas
atividades se forem realizadas no mesmo dia. Porém, existe a individualidade
biológica e a resposta aos estímulos são muito diferentes de uma pessoa para
outra, assim, somente um instrutor capacitado (profissional de educação física)
que acompanha essa pessoa e realizou uma avaliação física completa poderia
prescrever a melhor maneira de periodizar o treinamento de forma que a supercompensação
ocorra e melhore o rendimento. Espero ter colaborado. Atenciosamente, Prof.
Alfredo Cesar Antunes
Prof. Luiz Carlos de Moraes, Educador Físico, há 26 anos no Mercado
do Fitness e Esportes e Consultor de alguns jornais na área de Fisiologia
do Exercício:
Amigo leitor - Vai depender muito da intensidade e duração da atividade aeróbia
após a musculação. As pesquisas mostram resultados, até benéficos, quando essa
atividade não passa de 20 minutos com uma intensidade baixa, 40 a 60% da Freqüência
Cardíaca Máxima. Uma intensidade mais alta ou duração maior, a solicitação
motora pode ser contraditória ao desenvolvimento da força ocorrendo o que se
conhece em Fisiologia por catabolismo (alterações degenerativas da massa muscular).
Existem trabalhos comparando atividade aeróbia de 20 minutos com 40 minutos
sendo favorável à primeira hipótese.
Fleck cita conclusões de estudos de treinamento simultâneo na página 72:
1) A força muscular pode ser comprometida, especialmente em ações musculares
de alta velocidade, pela execução de treinamento de endurance de alta intensidade.
2) A potência muscular pode ser comprometida pela execução simultânea de treinamento
de força e de endurance.
3) O desempenho anaeróbio pode ser negativamente afetado pelo treinamento de
endurance de alta intensidade.
4) O consumo máximo de oxigênio não é comprometido pela ação simultânea de
treinamento de força e endurance.
5) A endurance não é afetada negativamente pelo treinamento simultânea de força
e de endurance. Entretanto, isoladamente esses dois tipos de treinamentos podem
ser benéficos e complementares, haja vista o perfil dos triatletas da atualidade.
Eles são muito mais fortes, mais rápidos e a musculação faz parte do plano
de treinamento anual em toda a periodização diminuindo consideravelmente o índice
de contusões.
Se desejar se aprofundar no assunto aí vao as referências 1) FLECK Steven J.
Fundamentos do Treinamento de Força Muscular - 2ª edição - Porto Alegre - R.S.
- Editora Artes Médicas Sul Ltda. - 1999. 2)MCARDLE, William D., Katch I. Frank & Katch
L. Victor. - Fisiologia do Exercício. Energia, Nutrição e Desempenho Humano
- Ed. Guanabara Koogan S. A. - 4ª edição - Rio de Janeiro R.J. 1998. 3) WEINECK,
Jürgen. - Biologia do Esporte. Ed. Manole Ltda. S.P. 1991. 4)ZATSIORSKY, Vladimir
M. - Ciência e Prática do Treinamento de Força - São Paulo - S.P. - Phorte
Editora Ltda,
5) Clique no site: http://web.ugf.br/lires/volu.htm
Espero ter sanado as dúvidas. Um grande abraço . Moraes - CREF/1 RJ 003529
Prof. Luiz Domingues Filho, autor de vários livros como Manual do Personal
Trainer Brasileiro :
Ele apenas diz que é lenda.
Prof. Roberto F. Costa, Especialista em Fisiologia do Exercício ,pós-graduado
em Preparação Física e Musculação pela Gama
Filho e prof. da FMU - SP:
Ele também apenas diz : É LENDA!
133. Atividade
Física e melhor intensidade
da música (BPM) - 19/02/01
Gostaria de saber como definir exatamente qual o tipo de atividade
(ginástica)
para os BPM da música ,(ou vice-vesa). Existe alguma regra básica? Existe alguma
bibliografia a este respeito? Agradeço , Vanusa -Profa. E.F.
Olá Vanusa, nossa equipe procurou pela net em alguns sites
de teses e nada foi encontrado especificamente sobre melhor BPM
para aulas práticas. Conseguimos algumas pesquisas que falam
sobre a intensidade do exercício e batimetos cardíacos,
por favor, dê uma olhada:
http://www.efdeportes.com/efd19/cardiac1.htm -
Sobrecarga e Intensidade do Esforço.
http://www.efdeportes.com/efd17a/aerobi.htm -
Controle de esforço na Ginástica Aeróbica
AFAA, 1995 , recomenda que para aulas de Aeróbicas devemos utilizar
músicas de 130-155 bpm por minuto dependendo do nível de treinamento
e tipo de atividade. Ela recomenda ainda, que quando escolhemos uma música
para determinada aula, devemos levar em conta se o aluno poderá executar
os movimentos com total amplitude de movimentos a velocidade determinada. O
mesmo ocorrendo com aulas utilizando sobrecarga (halteres, barras, rubberbands,etc)
, as quais devem ter músicas de 120-130 bpm, tendo cuidado para não
serem tão lentas que desmotivem os alunos.
De acordo com o ACSM,para exercícios aeróbicos a intensidade
do exercício deve se manter entre 55%-85% da F.C.Máxima, para
pessoas sedentárias, e 60-90%, para indivíduos treinados ou de
12-16 , na Tabela de Percepção do Esforço.
Consultamos a Profa. Mônica Marques -Especialista em Fisiologia do Ex.
(EPM) e autora de vídeos e livros sobre Hidroginástica e veja
o que ela nos diz:
O BPM da música determina a velocidade de execução, que pode afetar diretamente
a técnica e a biomecânica do exercício. Para cada tipo de aula há uma velocidade
mais adequada:
*Hidro 120 a 130 BPM
*Step 128 a 132 BPM
*Aero 140 a 160 BPM
*Local 130 a 136 BPM
Atenciosamente . Mônica Marques.
134.
Distrofia Espinhal e Atrofia Muscular e Exercícios- 20/02/01
Eu sou estudante e tenho 17 anos e sou portador de deficiência física. Meu
problema é que tenho distrofia espinhal e atrofiamento muscular. Gostaria de
saber se eu posso algum dia voltar a andar, se esses problemas tem cura e o
que eu devo fazer para essa doença não se agravar. Muito obrigado pela atenção!!
Paulino Tsurushima - Estudante.
Olá Paulino, nossa equipe pediu esclarecimentos para um de nossos consultores
o Prof.Pedro Américo de Souza Sobrinho, Prof. da EEF UFMG na área
de Educação Física para Pessoas Portadores de Deficiências
e ele gentilmente tenta lhe esclarecer:
Recomendo a você consultar um Neurologista. Não nos compete, enquanto
profissionais de educação fisica, estabelecer diagnóstico
ou prognóstico no que se refere aa possibilidade de você voltar
a andar. Pelas informacões enviadas, pode-se supor que tenha a locomoção
comprometida.
Por outro lado, o diagnóstico fornecido pode se referir a várias
ocorrências, dificultando até mesmo uma idéia mais concreta
do que você realmente tenha. Qualquer doença ou deficiência
apresenta graus de comprometimento, que nem sempre são definidos em
escalas de forma a quantificá-las. Este mesmo diagnóstico, fornecido
por você, poderia corresponder tanto a uma pessoa que ande com independência
quanto a alguém sem capacidade locomotora. Um abraço. Pedrinho.
Portanto,
Paulino, primeiro passo é procurar um neurologista de confiança.
Assim, fazer todos os exames necessários e ser encaminhado por ele a prática
de atividades físicas. Somente de posse de seus resultados é que
o Médico, será capaz de responder suas perguntas. Não deixe
de procurar ajuda ok?
Esperamos que dê tudo certo pra você..
Um abração da Equipe do CDOF.
135. Banco de Wells - 20/02/01
Gostaria de saber onde posso encontrar material para avaliação física, sem ser
da marca sunny, pois não gostei da qualidade da fita métrica, gostaria também
de saber qual a medida do banco de Wells (altura, comprimento e largura. Obrigada
pela atenção e até mais. - Valéria - prof.ª Ed. Física
Olá Valéria,
consultamos o Prof. Alfredo César, mestre em Motricidade Humana pela UNESP,
e ele nos responde o seguinte:
De acordo com meus conhecimentos o banco de Wells (Wells e
Dillon) é utilizado no teste de flexibilidade. O banco mede 35 cm de altura e
largura, 40 cm de comprimento com régua padrão
de 15 cm na ponta. É utilizado para medir a flexibilidade da parte posterior
do
tronco e pernas. O indivíduo senta-se de frente para o banco, colocando os pés
no apoio com os joelhos estendidos; ergue o braço e sobrepõe uma mão a outra
e
leva as duas para a frente até que toquem a régua do banco. É aconselhável realizar
uns 3 movimentos antes do teste como aquecimento. Os resultados são os seguintes:
até 11 = fraco
de 12 a 13 = regular
de 14 a 18 = médio
de
19 a 21= bom
acima de 22 = excelente
Espero ter ajudado. Atenciosamente,
Prof.Alfredo Cesar Antunes
136.
Improvisando um STEP - 22/02/01
Trabalho em um condomínio de classe media baixa, como eu poderia estar
improvisando o step?, tem como? Muito grata.
Nathália Gama -SP
Olá Nathália, você nos surpreende de não deixar
a falta de material embargar sua vontade de trabalhar... Parabéns !
No início, é bem difícil conseguirmos todos os acessórios
que agente precisa, sem recursos, não é? Muitos professores contratam
serviços de um carpinteiro para fabricar os steps das alturas necessárias
com compensado, ou madeira bem barata, embora reforçados para suportar
o peso e impacto dos exercícios. No step de madeira, geralmente, vem
por cima uma borracha para impedir o deslize dos pés e embaixo no contato
do step com o solo. No final acaba ficando mais em conta, apesar deles ficarem
um pouco pesadinhos.
Pedimos sugestões para alguns consultores e veja o que eles sugerem:
O Prof. Luiz Carlos de Moraes, Educador Físico, há 26 anos no
Mercado do Fitness e Esportes e Consultor de alguns jornais na área
de Fisiologia do Exercício, por coincidência, teve uma experiência
bem parecida com a sua, e ainda registrou em fotografia....veja o que ele fez:
Amigos do CDOF! Uma ocasião resolvi implantar o step numa turma onde os recursos
naquele momento eram escassos e improvisei da seguinte maneira: recolhi numa
loja que trabalha com xerox várias caixas dessas onde vem as resmas de papel
usado na máquina, cortei-as ao meio no sentido da altura. Em seguida numa firma
ao lado pedi para que guardassem as folhas velhas tamanho "A4" e depois enchi
as caixas de tal forma que o papel ficasse bem socado. Depois foi só fechá-las
bem com fitas adesivas. As caixas ficaram meio pesadinhas mas funcionou e fizemos
até uma apresentação com os steps improvisados o que resultou na doação de
step de verdade. Outra forma que pode também funcionar é com catálogos velhos
de lista de telefones, fita adesiva, papelão e cola. Também vai ficar meio "pesadinho" mas,
funciona. Vai anexo uma foto da apresentação. Espero que funcione. Um grande
abraço Moraes CREF/1 RJ003529t
Profa. Cida Conti, Pós-graduada em Treinamento desportivo
pela UNIFMU, Diretora Técnica de Fitness da Fitness Brasil , ministrou
mais de 400 cursos em 17 países e presenter IDEA 95/96 e 2001:
Olá Amigos, na verdade gostaria de colaborar com vocês de outra maneira, mas
não posso. Fico triste por saber que as coisas são difíceis em nosso país.
Os steps poderão ser construídos em madeira, desde que se trate de material
resistente. A medida aproximada é de 1.00m por 0.40m. Quanto a altura dos mesmos,
recomendo que alguns tenham 10cm, e outros com 15cm no máximo para os bem condicionados.
Um grande abraço: Cida
Prof. Luiz Domingues Filho, Pós-graduado em administração,
Engenharia e Marketing Desportivo pela UGFRJ e Consultor da Assoc. Brasileira
de Personal Trainers - ABPT , autor de vários livros e Membro da FIEP:
Use caixa maça reforçada. Para isso, utilize alguns pregos e
madeira, além de pedaços de borracha Abraços. LUIZ DOMINGUES
Retorno da usuária Nathalia: estou escrevendo para agradecer a resposta
sobre o step improvisado, muito obrigada, foi de grande utilidade!!! 28/02/01
137. Transport X Esteira - 03/03/01
Gostaria de saber de vocês qual dos dois aparelhos queimam mais rápido gordura,
o transport(sky) ou a esteira (correndo). Ambos mantendo frequência cardíaca
em RII. Desde já agradeço a atenção de vocês. Nirvane - E.F
Oi Nirvane, nossa equipe andou pesquisando e descobriu que o Transport é definido
como um aparelho aeróbico de baixo impacto, onde o praticante pedala
na posição de pé e exerce uma grande exigência de
músculos dos MMII. É considerado como uma atividade de pouco
risco para a saúde das articulações, embora deva ser evitado
por indivíduos que tenham patologias graves nos joelhos e quadris.
Pedimos a opinião de alguns consultores e veja o que eles gentilmente
nos retornaram:
Prof. César Augustus, Pós-graduado em Ginástica Postural
Corretiva em Mogi das Cruzes :
Não li nada a respeito, mas posso dizer pelo que tenho observado. A
esteira tem dado bons resultados para o objetivo da perda de gordura. Eu costumo
utilisar o Sky (transport) para pessoas que tenham problema articulares de
MMII. Pois, evita o esforço dos mesmos. Abraço César.
o Prof. Luiz Carlos de Moraes, Educador Físico, há 26 anos no
Mercado do Fitness e Esportes e Consultor de alguns jornais na área
de Fisiologia do Exercício:
Amigos do CDOF e leitores! Na verdade os dois aparelhos são bons diferenciando
apenas na análise da biomecânica onde sabidamente a esteira sobrecarrega mais
as articulações pelo próprio movimento da atividade. Entre correr na rua, nos
parques, na grama ou na pista, correr na esteira oferece a vantagem de amortecimento
do impacto na média de 15%. Isso comparando corrida com corrida.
Os aparelhos Transport mais novos mudaram a angulação do movimento elíptico
de tal forma que o impacto sobre os joelhos fosse ainda menores. Se repararmos
bem uma pessoa em atividade no aparelho, o fêmur fica sempre apoiado sobre
a tíbia em todo o movimento evitando a projeção do joelho e a conseqüente pressão
sobre os ligamentos. Conclusão. Os dois aparelhos são bons e nesse caso, vale
mais a preferência pessoal. A Freqüência Cardíaca na mesma velocidade nos dois
aparelhos são também similares. Nos dois, pode-se aumentar a resistência a
fim de aumentar o gasto calórico. De um modo geral quem gosta de correr não
gosta do Transport e só vai para ele quando na academia as esteiras estão ocupadas.
Um grande abraço Moraes CREF/1 RJ003529
Prof. Alfredo César, mestre em Motricidade Humana pela UNESP:
o processo de utilização da gordura pelo organismo, não mudará com a utilização
deste ou aquele aparelho. Durante curtos períodos de exercício moderado o organismo
utiliza quantidades semelhantes, (50%) de glicídios e lipídios (gordura). Conforme
o exercício se prolonga há um aumento gradativo na quantidade de gordura utilizada,
podendo chegar a 80% da energia dispendida. Em torno de 40 minutos de exercício
a captação de ácidos graxos pelos músculos ativos é cerca de 37%.
É bom lembrar que uma pessoa treinada utiliza mais lipídios para a produção de
energia do que uma destreinada. A intensidade de atividade aeróbia deve ficar
entre 50 e 80 % da FC máx. Para os interessados em perder peso a FC deve ficar
entre 50 e 60% com uma duração superior a 30 minutos e frequência semanal de
3 a 5 vezes por semana. Assim, eu diria que o importante é seguir esses princípios
independente do aparelho utilizado. Atenciosamente, Prof. Alfredo Cesar Antunes
Prof. Luiz Domingues Filho, Pós-graduado em administração,
Engenharia e Marketing Desportivo pela UGFRJ e Consultor da Assoc. Brasileira
de Personal Trainers - ABPT , autor de vários livros e Membro da FIEP:
Ambos são aparelhos direcionados para a parte aeróbia. Os movimentos
em parte trabalham um mesmo grupo muscular, mas de diferentes maneiras. A solução
seria mesclar em dias alternados, pois com certeza os resultados serão
satisfatórios . Quanto a frequência, vale ressaltar que ela pode
variar devido a sua vida profissional , familiar, ou seja, dependendo do que
você faz ou fez antes de ir malhar. Ela precisa ser ajustada sempre,
caso contrário, os efeitos esperados não serão os mesmos.
Abraços LUIZ DOMINGUES