Sex, 12/12/08 16:49 Análise do chute no futebol em duas idades distintas através das coordenadas esféricas. *Fabiano G. Teixeira, Walter
J. de Magalhães Junior,
Martin Wisiak, Sergio A. Cunha O futebol é o esporte mais popular
em todo o mundo e possui milhões de praticantes em todas
as faixas etárias. Por isto esse esporte tem sido bastante
explorado através de investigações científicas
durante os últimos tempos. A Biomecânica tem contribuido
nos estudos sobre o futebol, através da Cinemática,
da Dinâmica e da Eletromiografia. O presente estudo aborda
o chute no futebol e analisa suas variáveis de interesse
através da cinemetria, conjuntos de métodos utilizados
para medir os parâmetros cinemáticos do movimento
(AMADIO 1996). METODOLOGIA Para a realização deste
trabalho foram filmados chutes de 8 participantes destros do
sexo masculino, sendo 4 destes com idade de 13 anos e 4 com idade
de 20 anos. Eles pertencem às equipes de futebol da Unesp
- Rio Claro, que representam a Universidade em campeonatos regionais
e universitários. Os participantes necessariamente deveriam
ser praticantes regulares do futebol, definidos como aqueles
que treinam regularmente pelo menos duas vezes por semana. Eles
foram instruídos a respeito dos procedimentos a que seriam
submetidos e assinaram um termo de consentimento. F = arcsen (Y veort) * 180 /p Foi encontrada a mediana de cada conjunto de curvas para cada instante de tempo e seu respectivo intervalo de confiança através de rotina desenvolvida no software S-PLUS®. O gráfico da mediana em função do ciclo de movimento e o intervalo de confiança dos dois grupos foram analisados, obtendo assim os resultados que seguem. RESULTADOS E DISCUSSÃO A ação do chute é dominada por trocas na orientação do plano coxa-perna e através da movimentação destes segmentos (LEVANON E DAPENA 1998). A latitude descreveu o ângulo entre o vetor ortonormal (formado pelo plano coxa-perna) e a orientação vertical do sistema de referências adotado, seus valores estão entre 0º e 90º. O valor 0º indica que o vetor está sobre o plano horizontal enquanto o valor 90º indica que este vetor está sobre um plano vertical. Valores positivos mostraram o vetor orientado no hemisfério norte de uma esfera teórica centrada na articulação do joelho, enquanto valores negativos mostraram o vetor orientado no hemisfério sul desta mesma esfera.
A figura acima mostra a mediana da
latitude do vetor ortonormal ao plano formado pelos segmentos
coxa e perna com seus respectivos intervalos de confiança
em função do ciclo de movimento dos grupos de chutes
dos sujeitos de 13 e de 20 anos. Segundo LEVANON e DAPENA (1998)
os chutes com a parte medial do pé começam com
o plano coxa-perna em uma orientação horária.
Este plano rotaciona através de um sentido anti-horário
após a retirada do pé de chute do chão e
então rotaciona no sentido horário novamente após
o contato do pé de apoio com o solo. Anteriormente
ao impacto do pé de chute com a bola ocorre um decréscimo
nos valores da latitude devido à movimentação
do joelho para frente enquanto a coxa rotaciona externamente
para tocar a bola com a parte medial do pé. Pode-se observar
no gráfico da figura 1 um padrão parecido do comportamento
do vetor ortonormal dos dois grupos, ou seja, com a rotação
do plano no sentido anti-horário (rotação
interna) ocorre uma queda nos valores da mediana da latitude,
os sujeitos de 13 anos iniciam o chute com estes valores da latitude
entre 20º e 50º enquanto os valores dos sujeitos de
20 anos estão entre 30º e 50º. Em seguida, quando
ocorre o contato do pé de apoio com o solo, o plano rotaciona
externamente e os valores da latitude do vetor ortonormal começam
a aumentar, chegando a valores próximos aos iniciais ou
até ultrapassando estes valores em alguns chutes nos sujeitos
de 13 anos. No momento anterior ao contato do pé com a
bola ocorre a movimentação do joelho para frente
enquanto a coxa rotaciona externamente para o toque na bola com
a parte medial do pé, observando-se um decréscimo
acentuado da latitude finalizado com o contato do pé de
chute com a bola. No entanto, foi observado que as curvas estão
separadas em determinados momentos do chute, ou seja, apresentaram
padrão diferente de 19 a 28% e também de 93 a 100%
do ciclo de movimento, nos intervalos restantes foi observado
um mesmo padrão do comportamento do vetor ortonormal,
ou seja, não houve separação das curvas
da mediana nestes intervalos quando comparados os sujeitos de
20 anos com os de 13 anos. CUNHA et al (2002) utilizaram esta
mesma ferramenta, ou seja, coordenadas esféricas, apresentando,
por exemplo, a latitude dos segmentos em função
do tempo para mostrar uma acentuada redução da
latitude da perna durante sua fase de balanço até o
contato do pé com a bola e um aumento destes valores após
o contato com a bola. CONCLUSÃO Concluiu-se então que o comportamento
do vetor ortonormal ao plano coxa-perna de todos os chutes, analisados
através da mediana da latitude destes chutes e seus respectivos
intervalos de confiança, em todos os sujeitos, não
apresentou um mesmo padrão durante todo o movimento. Foram
observados padrões diferentes nos intervalos de 19 a 28%
e de 93 a 100% do ciclo de movimento. Nos demais intervalos do
ciclo, o padrão de ambos os grupos pode ser considerado
como o mesmo. REFERÊNCIAS -AMADIO, A. C. Fundamentos
biomecânicos para análise
do movimento humano. São Paulo: Laboratório de
Biomecânica/EEUSP, 1996.
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