Atletismo
Marcha
Atlética
Existem algumas
regras que todos os especialistas da marcha devem
atender escrupulosamente e que servem para distinguir
a marcha da corrida. A marcha, é definida,
nos regulamentos competitivos, do seguinte modo:
os passos devem ser executados de modo que um dos
pés esteja sempre em contato com o solo. O
pé deve assentar primeiro com o calcanhar.
A perna de apoio tem de estar estendida em certo
momento do ciclo. Os juízes da prova têm
a incumbência de verificar se os movimentos
são conformes a estas regras e podem advertir
ou eliminar os atletas que as não respeitem.
O atleta experiente não necessita de prestar
atenção no movimento durante a prova
, ele pode se concentrar inteiramente no ritmo e
no resultado a obter.
Falta grave: perda de contato com
o solo.
Três gestos básicos pra
observarmos o risco de perdermos o contato com o
solo:
*Durante a sustentação
em apenas 1 perna (fase de transição),
a perna deverá estar reta ;
*Na movimentação dos braços, as mãos passarem pelo
eixo da Cintura Escápulo-Umeral;
*A coluna inclinada para frente ou pra trás . São gestos indicativos
de perda de contato com o solo.
Distância
As distâncias regulamentares
da marcha, nos Jogos Olímpicos e nos campeonatos
europeus, são de 20 e 50 km, mas em 1976,
o percurso de 50 km foi suprimido do programa olímpico.
Para crianças as distâncias
são:
6,7 e 8 anos - 1000m
9,10,11 anos - 2000 m
13,14 e 15 anos- 5000 e 10 000 m
15,16 e 17 anos - 10.000 e 20.000 m
juniores - 10km, 20 km e 50 km
A
Técnica
Para obter resultados satisfatórios, é necessário
dominar completamente a técnica da marcha.
Por isso se tem de dar a devida importância
ao treino das aptidões técnicas, visto
que deficiências neste assunto podem mais tarde
impedir que faça progressos um atleta bem
preparado noutros aspectos. O rítmo deve ser
trabalhado o quanto antes para que não se
acostume a erros que ficarão difíceis
de corrigir com o tempo.
Pernas: Um passo longo e econômico é conseguido
por meio de acentuada impulsão com a perna
traseira. É preciso dar atenção
, desde o início, à correta impulsão.
O impulso é obtido com o desenrolamento do
pé da planta aos dedos. Um instante antes
do pé abandonar o solo, deve dar-se o contato
do calcanhar do outro pé com o solo , a chamada
de duplo apoio.
O assentamento do pé deve ser
suave e tem de verificar-se antes da completa extensão
de joelhos , que evita um efeito de travagem que
prejudicaria o impulso de avanço.
Após o contato do pé dianteiro
com o solo, a perna traseira é suave e descontraidamente
puxada à frente , sem descrever um arco de
curva, e sem virar, portanto, o pé nem o joelho
para fora. A fim de conseguir um passo "rasante",
deve-se evitar uma exagerada elevação
dos quadris. O avanço de pé , se for
demasiado alto ou amplo, pode provocar uma marcha "saltada".
Em conjunto , o bom marchador caracteriza-se por
uma ação de pernas comedida e "rasante".
É importante observar que o praticante deve aumentar o comprimento dos
passos quando se aumenta o ritmo e não o contrário.
Tronco: O tronco deve ficar inclinado
para frente ligeiramente ou se manter ereto. A inclinação
excessiva , provoca a corrida, enquanto que a inclinação
para trás denuncia mau desenvolvimento dos
músculos abdominais e dorsais e envolve risco
de perder o necessário contato com o solo.
Membros Superiores: Os braços,
auxiliam com movimentos ritmados, a manter o ritmo
da passada. Quanto mais rápida for a marcha
, mais os braços se flexionam, apesar de variar
de acordo com o praticante. Os movimentos dos braços
devem reforçar o impulso de avanço
dado ao corpo pela ação da perna traseira.
Nesses movimentos, devem participar os ombros que
têm de ser contrários aos movimentos
dos quadris e exercem assim um efeito benéfico
sobre o comprimento do passo. A melhor forma de movimentação
dos braços é um balanço, naturalmente
executado, quase até ao meio do tórax.
Deve evitar encolher os ombros,pois, provoca um deslocamento
desfavorável do centro de gravidade e tende
a desligar o atleta do solo. A mão vai no
máximo até a altura dos ombros .
Aos principiantes de passo curto e
irregular, que tendem a "saltar" é aconselhavel
que mantenham os braços mais baixos e menos
fletidos, visto que poderão com isso contrariar
tais deficiências.
Quadris: Uma boa flexibilidade nas
articulações dos quadris é decisiva
para a suavidade e regularidade do rítmo da
marcha atlética. O atleta deve procurar colocar
o pé em frente ao outro, quase no prolongamento.
Para isso, necessita de aprender a marchar com um
movimento de rotação das articulações
dos quadris. A cada passo, quando a perna de trás
avança , o quadril tem de executar um movimento
de desvio para o outro lado. Além da torção
do corpo, há na marcha também um deslocamento
horizontal dos eixos do quadril e do ombro. Deve-se
evitar o exagero no desvio lateral dos quadris, pois,
dificulta o avanço.
Diferença
da Caminhada para a Marcha Atlética
*A marcha atlética sempre
tem 1 pé no chão e outro em suspensão
, ao passo que a caminhada pode ter um ou os 2 no
chão sem exigências ;
*Na marcha atlética conseguimos cerca de 2,5 vezes a velocidade da caminhada
comum.
Exercícios
Preparatórios Especiais para a Marcha Atlética
Devem ser executados exercícios
que reforcem os músculos das costas, abdômem
e membros inferiores. Os programas de treino, devem
incluir ainda exercícios de flexibilidade
dos músculos e articulações
dos quadris, ombros e tornozelos. Claro que a Marcha
em si é a melhor maneira de preparação.
O técnico também poderá tirar
proveito da corrida para o treinamento mas terá que
observar certos princípios.
Se o corredor quiser dedicar-se a
Marcha Atlética, terá que treinar muito
a fim de automatizar bem os movimentos da Marcha.
Em todos os exercícios preparatórios
, a maior atenção deve ser voltada
para aqueles que só fortalecem os membros
inferiores e superiores, mas, que também aumentem
a mobilidade e amplitude desses músculos.
Exemplo:
*Marchar normalmente mas acelerado;
*Marchar ao longo de uma linha reta em quadra de esportes a fim de aprender
a manter os pés paralelos e movê-los na direção
da marcha;
* Mudança alternada e descontraída no mesmo local, do peso do
corpo de um pé para outro, a fim de assimilar as noções
de extensão dos joelhos e rotação de quadris;
*O mesmo exercício mas com grandes passadas;
*Todos os tipos de jogos que melhorem a descontração e flexibilidade,
bem como ginásticas para melhorar a força e flexibilidade de
membros inferiores.
Exercícios
Técnicos de Base
Para aperfeiçoar a técnica
da Marcha Atlética:
*Marcha: Objetivo: aprender os elementos
fundamentais da técnica da marcha - passos
descontraídos com o corpo ereto.
*Marchar a rítmos mais intensos: Objetivo: uma velocidade maior exige
ação de braços mais vigorosos e correspondente impulsão
com o pé atrás - Os cotovelos devem fletir em ângulo reto,
os passos devem ser mais longos e o desenrolamento dos pés deve ser
mais acentuado.
*Marchar a rítmos médio e rápido: Objetivo: aplicar e
coordenar com suavidade todas as características da técnica de
marcha - Contato ininterrúpto com o solo e sequência de moviemntos
executados economicamente.
*Marchar com mudanças de rítmo: Objetivo: consolidação
e aperfeiçoamento das aptidões técnicas-Manter contato
ininterrúpto com o solo; ao acelerar, evitar encurtar o passo; marchar
em descontração.
Erros
Comuns
Se o atleta cometer erros contra regras
competitivas ou contra a sequência econômica
dos movimentos é indispensável a correção
de tais erros. Mas se tratar apenas de aspectos de
estilo, não será necessário
prestar-lhes muita atenção.
1.Quebra de contato com o solo: O
rítmo pode não estar de acordo com
as aptidões do atleta, que não domina
a correta sequência de movimentos- Reduzir
o rítmo e melhorar o estilo.
2.Excessiva Inclinação
para trás: Fadiga, músculos dorsais
e abdominais mal desenvolvidos - Aplicar exercícios
de fortalecimento para tais regiões.
3. Elevação do Corpo
(saltar): Extensão da perna traseira antes
de estar concluído o desenrolamento calcanhar-planta-dedos.
O impulso é por isso orientado para cima em
vez de o ser para a frente- Prestar mais atenção
ao correto desenrolamento calcanhar-planta-dedos.
Manter a perna atrás o mais possível
, manter os braços baixos. Melhorar a flexibilidade
das articulações dos tornozelos .
4. Pernas muito afastadas lateralmente
ou pés virados para fora: tendência
natural do atleta ou mau movimentos de braços
- Exercicios de marcha na linha reta traçada
na pista com especial atenção ao paralelismo
dos movimentos de braços.
5.Flexão persistente de joelhos
da perna de apôio: O rítmo escolhido
está além das capacidades do atleta,
os músculos das pernas estão mal desenvolvidos
e portanto surge a fadiga - Prestar especial atenção à completa
extensão de joelhos, reduzindo o rítmo
se for necessário e fortalecer a musculatura
geral de membros inferiores.
6.Dureza no assentar do pé,
com efeitos sobre o calcanhar: Ação
do desenrolamento incorreto do pé de trás.
A perna da frente é estendida demasiado cedo,
antes do contato com o solo, e assim o atleta "trota
na passada" ao invés de deslizar - Prestar
atenção à suavidade dos movimentos.
Assentar o bordo do pé , manter a perna de
trás no solo tanto quanto possível
e completar os desenrolamento do pé.
9.Passos muito curtos: Falta de força
específica para a marcha ,má ação
dos braços e fadiga - Alongar gradualmente
o passo , tentar dar passos largos e se necessário,
aperfeiçoar os movimentos de braços.
Importância
da Forma Física
A fim de atingir bons resultados na
Marcha Atlética, os atletas de grande estatura
têm vantagem sobre os mais baixos, dado que
estes dão passos mais curtos. O especialista
em Marcha típico é , em geral, um atleta
alto e seco, com boa resistência geral.
RESISTÊNCIA: O principal atributo
para o sucesso da marcha é a resistência
, que só poderá ser adquirida com um
programa de treino extensivo em que se dá forte
preferência à eficácia e que
há grande influência das qualidades
morais e da força de vontade do atleta.
FORÇA: Na marcha, o papel da
força consiste principalmente no aumento do
potencial de resistência. Isto significa que
o treino não deve orientar-se primordialmente
para o desenvolvimento de massa magra mas sim para
a melhoria da economia do trabalho muscular, que
permita aos músculos trabalhar durante longos
prazos com o mínimo esforço possível.
No entando, o atleta de Marcha Atlética deve
possuir musculaturas dorsais, abdominais e membros
inferiores bem desenvolvidos, para poder cobrir longos
percursos (até 50km) e a rítmo relativamente
rápido.
VELOCIDADE: Em sentido estrito, pode-se
dizer que todos os marchadores são suficientemente
rápidos e que a distância ao longo da
qual poderão manter o rítmo é apenas
uma questão de resistência e boa forma.
O treino especial da velocidade da marcha é hoje
em dia cada vez menos usado. Os atletas , principalmente
, que muito gostam de o praticar, devem ser dissuadidos
dele.