Relação entre o treinamento
de força e treinamento de flexibilidade.
Segundo estudos feitos pelo Rob D
Herbert, Michael Gabriel no artigo: Effects of stretching
before and after exercising on muscle soreness and risk
of injury: systematic review onde se questionou o efeito
do alongamento na prevenção de lesões
concluíram que alongamento feito antes dos exercícios
de maneira alguma afeta o risco de lesões ou atrasam
as lesões. Pois segundo os dados das pesquisas,
houve uma diminuição de 5% do número
de lesões o que não foi considerado significante.
Ainda discutem que os testes foram desenvolvidos por
12 semanas e propõem saber se o trabalho de flexibilidade
feito por meses ou anos podem conseguir uma melhora maior
e mais significante do que encontraram.
Segundo (Dantas, 1995, p. 51; KRIVICKAS & FEINBERG, 1996
E TWELLAAR, VERSTAPPEN, HUSON & VANNMECHELEN, 1997), falar em flexibilidade é portanto,
se referir aos maiores arcos de movimentos possíveis nas articulações
envolvidas. Como a prática desportiva exige a utilização
completa dos arcos articulares especificamente envolvidos nos gestos desportivos,
fica muito difícil, se não impossível, a performance de
alto rendimento sem se dispor de um bom nível de flexibilidade nos segmentos
musculares empenhados... um nível de flexibilidade acima do desejado,
além de não acarretar melhora da performance nem diminuição
do risco de distensão muscular, propiciará aumento da possibilidade
de luxações.
Apesar disso, os hábitos posturais estão intimamente
ligados à limitação da amplitude das articulações,
da extensibilidade dos músculos e da plasticidade dos ligamentos e tendões.
A correção postural e aumento da amplitude articular além
de ter efeito relaxante, colaboram na tomada de atitudes corporais mais confortáveis,
tanto na prática de exercícios quanto nos movimentos diários
naturais e promove um alívio de tensões musculares.
Mas será que os exercícios de musculação
diminuem a flexibilidade?
Segundo, Massey e Chaudet (1956) o treinamento pesado de força não
provoca diminuição da flexibilidade. E mais tarde Trash e Kelly
(1987) concluíram que um programa de treinamento com pesos não
prejudica a flexibilidade e pode até aumentar a amplitude de determinados
movimentos.
O alongamento pode ajudar na performance?
Segundo Verkhoshanski (2000), com o alongamento anterior e
posterior às sessões de treinamento você pode aumentar o
delineamento muscular, o alcance do movimento, tamanho e força. Podendo
diminuir a chance de lesões e ajudar a remover alguns "restos" metabólicos.
A flexibilidade é uma qualidade física muito
importante tanto para a saúde quanto para a prática desportiva. É definida
como amplitude de movimento voluntário de uma articulação
ou combinação de articulações num determinado sentido.
Dentre os benefícios da flexibilidade temos o aperfeiçoamento
motor, a eficiência mecânica, a expressividade e consciência
corporal e a diminuição dos riscos de lesões (apesar de
não confirmado experimentalmente).
O alongamento consiste na utilização de toda
a amplitude do movimento que atuará sobre a elasticidade muscular propiciando
a manutenção dos níveis de flexibilidade obtidos com o mínimo
de restrição física possível.
O flexionamento utilizará exercícios ou posturas
que forçarão a obtenção de limites para o movimento
além dos normais através da ação sobre a elasticidade
muscular e a mobilidade articular causando o aumento dos níveis de flexibilidade
obtido.
Existem 3 fatores limitantes da flexibilidade e tais limitações
podem impedir uma melhor performance nos exercícios dificultando o
sucesso do treinamento.
Miogênicos: a inatividade pode causar a limitação da
musculatura, levando à diminuição de sarcômeros
como adaptação. A medida que o corpo volta a ser ativo a musculatura
volta a ampliar os sarcômeros e aumentando o grau de flexibilidade.
Neurogênicos: Em indivíduo hipotônico, os fusos musculares
estão afastados e ao receber o estímulo do ato reflexo, proporciona
menor efeito de contração. Nos indivíduos hipertônicos,
qualquer alongamento estimula mais contração que em um hipotônico.
Neste caso devemos aplicar um relaxamento antes de alongarmos, com o objetivo
de se evitar lesões, pois vamos causar primeiro aumento do tamanho
do fuso.
Tecido conectivo: Os colágenos estão entre os ligamentos, tendões,
cápsulas articulares e fibras. Nestes colágenos estão
depositados os cross links que são ligações químicas
entre as fibras de colágeno. Quanto maior o número de cross
links, menor a flexibilidade e vice-versa. Ao deixarmos que um músculo
se encurte, as fibras de colágeno vão se depositando aleatoriamente
e os cross links vão se depositando indevidamente nos lugares, criando
uma adaptação. Ao se fazer alongamentos, os cross links são
rompidos e as fibras de colágeno vão sendo endireitadas favorecendo
o grau de flexibilidade.
Segundo o ACSM exercícios de alongamento provocam o
relaxamento muscular, o que faz aliviar dores causadas pelo estresse muscular
do treinamento, além de aumentar a sensação de bem-estar
melhorando o humor dos indivíduos. Recomenda que sejam feitos de 10-30
seg, antes e após os exercícios para todos os grandes grupos musculares.
Relata ainda que o alongamento após os exercícios permite que seja
liberado o estresse muscular reduzindo as dores.
BIBLIOGRAFIA
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Sprint, 2000.
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GUEDES, Dilmar. - Personal Training na Musculação.1ª ed.
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OLIVEIRA, Roberto César de - Personal Training - Uma Abordagem Metodológica.
- Ed Atheneu, 1998.
WEINECK, Jürgen. - Treinamento Ideal. 9ª Ed. São Paulo:
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WEINECK, Jürgen. - Biologia do Esporte 9ª Ed. São Paulo:
Ed. Manole, 1991.
Diana Primo - Licenciada
em Educação Física pela UFMG
- Pós-graduanda em Musculação pela UVA - RJ - Administração
do CDOF