APTIDÃO FÍSICA NA INFÂNCIA
E ADOLESCÊNCIA POSICIONAMENTO OFICIAL -
COLÉGIO AMERICANO DE MEDICINA ESPORTIVA
Há uma preocupação
quanto à condição física
das crianças e adolescentes nos EUA. Há uma
controvérsia em andamento sobre quanta ênfase
deve ser dada à aptidão física
em Programas de Educação Física
e ao tipo e o propósito da avaliação
física e do sistema de premiação.
A aptidão física é primariamente
determinada pela prática de atividade física
e é operacionalmente definida como a performance
atingida nos seguintes testes: potência aeróbica,
composição corporal, flexibilidade e
força e resistência dos músculos
esqueléticos. A aptidão física é importante
durante a vida para desenvolver e manter a capacidade
funcional para as demandas vitais e promoção
de saúde. O Colégio Americano de Medicina
Esportiva (ACSM) publica esse posicionamento acreditando
que isso fornecerá direcionamento relacionado à estrutura
e à abrangência dos programas de aptidão
física para crianças e adolescentes.
Declaração
É opinião do ACSM que aptidão física
para criança e adolescente deve ser desenvolvida como primeiro objetivo
de incentivo à adoção de um estilo de vida apropriado com
prática de exercícios por toda a vida, com intuito de desenvolver
e manter condicionamento físico suficiente para melhoria da capacidade
funcional e da saúde.
Recomendações para ação
1. Programas de Educação Física em escolas é uma
parte importante do processo geral de educação e devem ser
incentivados para desenvolver e manter hábitos de prática de
exercício ao longo da vida e prover instruções sobre
como adquirir e manter uma aptidão física adequada. A quantidade
de exercício necessária para uma capacidade funcional adequada
e saúde nas várias idades não foi precisamente definida.
Até que evidências definitivas estejam disponíveis, as
atuais recomendações são que crianças e adolescentes
realizem 20-30 minutos de atividade física vigorosa ao dia. Aulas
de educação física normalmente dedicam algum tempo para
instruções sobre a prática das atividades, mas o tempo
de aula é geralmente insuficiente para desenvolver e manter condicionamento
físico adequado. Por isso, programas escolares também devem
focar mudanças da educação e do comportamento para incentivar
o engajamento em atividades apropriadas fora das aulas. O aspecto recreacional
e de diversão do exercício devem ser enfatizados.
2. A influência do lar é importante e os pais devem ser incentivados
a demonstrar preocupação com a aptidão física
como um importante fator que afeta a saúde e o bem estar de seus filhos.
Os pais devem trabalhar com a escola e os professores para promover a aptidãofísica
e devem se esforçar para serem bons exemplos de condicionamento físico.
3. As oportunidades de exercício físico na comunidade devem
ser expandidas. Há muitas possibilidades para crianças interessadas
em esportes como baseball, basquete, futebol, natação e ginástica
olímpica. Outras atividades, especialmente aquelas de natureza individual
e provável de serem realizadas ao longo da vida, precisam ser mais
acessíveis e promovidas de maneira atrativa.
4. As profissões relacionadas à saúde precisam tornar-se
mais ativas em promover o condicionamento físico em crianças
e jovens. Programas continuados de educação física para
crianças e adolescentes devem ser oferecidos a profissionais da saúde.
Médicos e autoridades da Saúde Pública devem ver a aptidão
física de crianças e adolescentes como sendo de sua responsabilidade
em adição a medidas tradicionais como imunização
e investigação de escoliose. Os médicos podem ter um
grande impacto na promoção e suporte de programas de aptidão
física para crianças e adolescentes.
5. A avaliação do condicionamento físico é uma visível e importante parte
dos programas de aptidão física. Escolas, comunidades, Estados e Organizações
Nacionais devem adotar uma aproximação lógica, consistente e científica sobre
a avaliação da aptidão física. O foco da avaliação física deve ser relacionado à saúde
ao invés de ser relacionado à forma. Características como velocidade, potência
muscular e agilidade são importantes para o sucesso atlético e são primariamente
determinadas pela genética. Essas peculiaridades não devem ser consideradas
na avaliação da aptidão física, embora professores de educação física e treinadores
desejam medi-las com outros propósitos. Potência aeróbica, composição corporal,
flexibilidade e força e resistência dos músculos esqueléticos são parcialmente
influenciadas pela hereditariedade, mas podem ser significativamente alteradas
por padrões apropriados de exercícios.
6. Programas educacionais projetados para aumentar o conhecimento e o reconhecimento
do papel e do valor do exercício na aptidão física e na saúde são virtualmente
inexistentes em escolas, embora tais programas sejam comuns em faculdades
e universidades. Esforços profissionais são necessários para desenvolver,
testar e publicar materiais educativos adequados para o uso em escolas. Programas
de treinamento precisam ser desenvolvidos e iniciados para proporcionar professores
escolares com conhecimentos e habilidades para ajudar seus estudantes a atingir
qualidades cognitivas, afetivas e comportamentais associadas ao exercício,
saúde e condicionamento. Os professores também precisam dar assistência nas
formas de integrar outros aspectos da promoção da saúde (boa nutrição e não
fumar, por exemplo) nas instruções sobre exercício e aptidão física. Os componentes
educacionais de avaliar, ensinar atividades de condicionamento físico e reconhecimento
através de premiação devem ser complementares e precisam ser coordenados
para um programa compreensivo.
7. O Colégio Americano de Medicina Esportiva recomenda que os resultados
da avaliação da aptidão física sejam interpretados em relação a padrões aceitáveis,
ao invés de comparações normativas. Não é lógico declarar que crianças e
adolescentes americanos sejam fisicamente despreparados como um grupo e,
então, usá-los como um grupo de normalidade para interpretar os resultados
da avaliação física dos estudantes. Uma abordagem padronizada estabelece
um escore de aptidão física desejada para cada componente físico. Pesquisas
atuais são inadequadas para estabelecer com precisão científica padrões aceitáveis
para todos os componentes de aptidão, mas padrões preliminares devem ser
desenvolvidos baseados na melhor evidência e opinião profissional. Pesquisas
adicionais para refinar, modificar e validar padrões é uma necessidade crucial.
8. Sistemas de premiação que requerem performance excelente ou exemplar na
avaliação da aptidão física são inadequados. Prêmios adquiridos somente por
estudantes com habilidades atléticas superiores podem desestimular a maioria
das crianças e adolescentes que não conseguem se qualificar. Um sistema de
premiações graduais que compensa o comportamento da prática de exercícios
e conquista em relação a padrões de aptidão física alcançáveis devem ser
desenvolvidos e implementados.
TRADUÇÃO: Este Posicionamento foi traduzido para a Língua
Portuguesa por João P. M. Bergamaschi, Estagiário do CELAFISCS,
e revisado por Victor K. R. Matsudo & Sandra M. M. Matsudo, CELAFISCS.