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Ter, 14/9/10 10:50

RESENHA CRÍTICA DE ARTIGO CIENTÍFICO
Efeito do Treinamento Concorrente no Desenvolvimento da Força Motora e da Resistência aeróbia.

Por: * Milton Odivaldo da Cunha Sampaio Junior
* Thiago Batista Bezerra
Data de Publicação:
14/09/2010
Tipo de Publicação:
Artigo de investigação.

Obs: Treinamento Concorrente (combinam treinamento de força (TF) e de resistência aeróbia)

Autores do Trabalho: PAULO, Anderson Caetano; SOUZA, Eduardo Oliveira de; LAURENTINO, Gilberto; UGRINOWITSCH, Carlos; TRICOLI, Valmor.
Periódico:
Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte São Paulo, Ano 4, número 4, páginas de 145 – 154, 2005.

3. RESUMO DA OBRA
· Objetivo: compreender os mecanismos que afetam o TC e propor diretrizes para a elaboração de programas de treinamento que atenuem o fenômeno da concorrência.
· Problema: Qual o efeito do TC no desenvolvimento da força motora e da resistência aeróbia, e quais suas implicações práticas. · . Justificativa: Escassez de material teórico na literatura nacional que possa embasar a prática.
· Método: Revisão bibliográfica, predominantemente quantitativa, hipotético dedutivo.
· Principais Teóricos: Bell, G. J.; Hickson, R. C.; Leveritt, M. A.; Nelson, A. G.; Docherty, D.

   O estudo objetivou investigar a interferência negativa no desempenho quando utilizado o TC, para assim, buscar a possibilidade de atenuação do efeito desse fenômeno na prática. 7
   Aos programas que combinam treinamento de força (TF) e de resistência aeróbia (TRA) num mesmo período de tempo, tem-se utilizado a terminologia Treinamento Concorrente (TC) (Bell et AL., 2000; Hakkinen et AL., 2003; McCarthy et AL., 2002).
  Através de extensa revisão bibliográfica, verificou-se que o TC ocorre pela necessidade, em várias modalidades desportivas, de se desenvolver em um mesmo período de treinamento, a força e a resistência aeróbia, buscando otimizar o rendimento esportivo nas competições. A ocorrência do TC também irá depender do tipo, da intensidade, da duração e da freqüência de treinamento.    Leveritt et al. (1999) apontam três possíveis causas da interferência relacionadas ao efeito da concorrência, sendo elas: a) Hipótese Crônica; b) Hipótese do Overtraining; c) Hipótese Aguda.
   Na Hipótese do Efeito Crônico é levado em conta o princípio da especificidade, ou seja, o TF causa adaptações específicas, diferenciadas e, em alguns casos, antagônicas em comparação com as adaptações ocorridas pelo TRA.
   O estudo de Nelson et AL. (1990) sugere que o TRA com intensidades >90% VO2 max, e o TF acima de 70% de 1RM, ambos recrutariam muitas fibras do tipo II, assim, o estresse produzido poderia ser tão grande que as fibras não teriam tempo adequado para se adaptarem, tanto ao aumento de força, quanto à resistência aeróbia.
  Quanto às adaptações antagônicas causadas pelos dois tipos de treinos, o TF causa decréscimo da densidade mitocondrial e capilar, fatores esses de suma importância para o desempenho da resistência aeróbia. Enquanto o TRA causaria uma atenuação da hipertrofia muscular, afetando assim, o aumento da força.
   No entanto, os estudos ainda são controversos, desse modo, acredita-se que a hipótese crônica interfira no aumento de força e na resistência aeróbia, quando essas valências são treinadas de forma isolada.
   Hickson (1980), verificou que ao submeter não atletas a um TC, sendo, cinco dias TF e seis dias TRA por semana, à partir da 8ª semana até a 10ª, os sujeitos apresentaram decréscimo de força, possivelmente ocasionado pelo overtraining, pois o volume elevado de treinamento gerou um estado de fadiga, assim, a falta de recuperação adequada pode gerar o efeito da concorrência.    Outros estudos observaram que com protocolos de TC, aplicados três vezes por semana em atletas, não seria suficiente para gerar o overtraining, porém quando aplicados em não atletas, gerava um ambiente catabólico, ocasionando a perda de 8 força. Então, o estado de treinamento, também estaria relacionado aos efeitos negativos da concorrência.
  Kraemer et al. (1995) em seu estudo, onde aplicou um grande volume de TC, durante 12 semanas, se deu conta de um grande aumento do nível de cortisol. E como a literatura sugere que as mulheres são hipercortisólicas. Com um grande volume de TC, elas teriam uma diminuição da razão testosterona/cortisol, com isso, comprometeria o ganho de força, potência e massa muscular.
  O estudo Concluiu, então, que os protocolos de TC poderiam ocasionar um estado de overtraining, dependendo do nível de treinamento, gênero e período de recuperação insuficiente.
  Estudando a Hipótese do efeito agudo, Leveritt e Abernethy (1999) testaram a produção de força dos membros inferiores no exercício de agachamento precedido de uma atividade intermitente no cicloergômetro. Observou-se uma diminuição significante no número de repetições máximas em comparação com a sessão em que não houve a atividade aeróbia. A mesma observação foi feita em outro estudo em que eram realizadas sessões de corrida antes do treinamento de força. Concluíram então, que a queda aguda na produção de força após o exercício aeróbio pode comprometer o desenvolvimento de força durante o TC. No entanto, Sporer & Wenger (2003) demonstraram que houve recuperação completa após 24 horas de descanso da atividade aeróbia para o teste de repetições máximas, e ainda, Craig et al. (1991) relataram que não houve interferência nos membros superiores.
   Dando continuidade à investigação sobre a hipótese aguda Leveritt et al. (2000) não acharam queda significante na produção de força, com exercícios sendo realizados entre oito e trinta e duas horas após uma atividade no cicloergômetro. E Collins e Snow (1993) testaram se, a ordem das sessões de TF e TRA, interferiria no desenvolvimento da força ou da resistência aeróbia, não encontrando diferenças estatísticas significativas, independente da ordem da sessão.
   De acordo com os autores, para esclarecer o efeito agudo do TC se faz necessário mais estudos quanto a ordem das sessões e o tempo de recuperação adequado.
   Dispostas as três hipóteses da influência negativa do TC, estudos buscaram formas de atenuar o efeito da concorrência, então, Sale et al. (1990b) ao testar dois grupos, o primeiro treinando TF e TRA no mesmo dia, e o segundo grupo com 9 sessões de TF e TRA em dias alternados, vislumbrou o aumento de força máxima e no número de repetições até a fadiga, apenas no grupo dois, sendo que a melhora no VO2 max foi similar para ambos.
   Já no estudo de Dudley e Djamil (1985) ficou demonstrado que a interferência do TC é maior quando a força é desenvolvida em alta velocidade, pois o TRA pode afetar negativamente a força rápida. O que aos autores, parece interessante não aplicar TC quando a melhora da potência for o objetivo.
   Nelson et al. (1990) ao estudarem a influência do TC na resistência aeróbia, foi o ú nico estudo a observar uma diferença significativa no VO2 max entre os grupos TC e TRA, talvez porque em outros estudos eram utilizados períodos de 10 à 12 semanas, e o de Nelson et al. (1990) teve um período de 20 semanas. Porém fica evidente a dificuldade em mensurar o efeito da concorrência na resistência aeróbia, pois os estudos utilizam protocolos diferentes. Podendo ter como referencia o VO2 max, o limiar aeróbio ou o teste de exaustão. Assim, os estudos de Paavolainen et al. (1999) e Millet et al. (2002), constataram uma melhora no tempo de corrida do grupo TC em relação ao TRA isolado, e uma influencia positiva na economia de corrida, respectivamente, sem que houvesse um aumento do VO2 max. E quando investigada a influência do TC na resistência de força por Sale et al. (1990b), ficou claro que para a manutenção de rendimento em exercícios nos quais a resistência de força é necessária, o TC se faz importantíssimo.
   Por fim, utilizando-se dos estudos revisados, o trabalho concluiu, que a correta utilização de protocolos de TC é um grande aliado no aumento da performance. Tendo apenas que se ater nos seguintes aspectos práticos do TC para diferentes objetivos:
   Os autores sugerem que para a melhora da resistência de força, aumento da velocidade de corrida de longa distância e tempo de exaustão em atividade aeróbia, o TC deve ser aplicado.
   No entanto, complementa, que para a melhora da força máxima ou da potência muscular o TC pode ser utilizado, tendo algumas precauções como: O TF e o TRA devem ser realizados em dias alternados; Não treinar na zona de interferência (TRA > 90% VO2 max e TF >de 8 à 12RM); se duas capacidades motoras forem treinadas no mesmo dia (o autor não indica), o TF deve preceder o TRA e treinar a força dos membros superiores no dia do TRA; se o TC for aplicado em mulheres, aumentar os 10 intervalos de descanso entre as sessões; e identificar o estado de treinamento do sujeito para melhor prescrever a intensidade das sessões.

5 CRÍTICA DO RESENHISTA
   5.1 Título
   O título se apresenta bastante claro, porém não demonstra do que se trata o estudo em sua totalidade, pois além de discutir o “Efeito do treinamento concorrente no desenvolvimento da força motora e da resistência aeróbia”, também propõe possíveis formas, de atenuar o efeito negativo e de utilizar de forma positiva o TC na prática. Assim, os autores poderiam complementar o título, com a expressão, precedida de “dois pontos”, “implicações práticas”. Além de suprimir a expressão “ efeito do” que traz ao título uma redundância, pois se subtende que o artigo científico estuda o efeito de algo. Tendo, assim, um novo título: “Treinamento concorrente no desenvolvimento da força motora e da resistência aeróbia: implicações práticas.”. Assim, o título estaria abrangendo todo o objetivo da obra, fazendo com que o leitor tenha uma idéia mais ampla a respeito do artigo.
   5.2 Resumo
  É um resumo breve e conciso, onde os autores informam o problema de pesquisa, definem sucintamente o TC, expõem o objetivo do trabalho, revelam o tipo de estudo (revisão bibliográfica) e citam as três hipóteses para o fenômeno da concorrência. Esta última de forma incoerente para este resumo, pois as três hipóteses são apenas alguns dos tópicos que serão discutidos no trabalho com a mesma relevância de todos os demais, e que não foram contemplados neste trecho. O resumo do presente artigo também poderia ter adiantado os resultados e as limitações do estudo. Assim, enriquecendo-o com um maior numero de palavras, pois foram utilizadas apenas 67, quando poderiam chegar ao numero de até 250 palavras (ABNT, NBR 6022:2003). Os autores utilizam três palavras chaves, todavia poderiam se utilizar do termo “Treinamento Concorrente” ao invés de somente ”Treinamento”. Assim, 11 especializariam a palavra-chave, visto que “treinamento” é um termo, por demais, geral e amplo.
   5.3 Introdução
   Marconi e Lakatos (2007) expõem que na introdução do artigo científico deve constar a apresentação do assunto, o objetivo, a metodologia, as limitações e a proposição da obra. Os autores utilizam a Introdução para contextualizar o Treinamento Concorrente, realçando o porquê de sua utilização no treinamento desportivo, porém ao mencionar “período de treinamento”, não se fazem claro quanto a magnitude deste “período”. Assim, a leitura fica vaga, pois este período pode ser minutos, horas ou dias, de intervalo entre um treinamento e outro. A definição clara dos termos é importante, pois diminui o risco de interpretações erradas por parte do leitor. Continuando a apresentação do assunto, os autores retomam o estudo de Leveritt, onde levam ao conhecimento do leitor, de maneira bem breve, as três hipóteses de interferência do TC. Por fim, no último parágrafo os autores contemplam o objetivo, a metodologia e a proposição do trabalho. No entanto, as limitações do trabalho não foram consideradas na introdução, ou não ficaram claras à leitura.
   5.4 Objetivo
   O objetivo se mostra claro, tanto no resumo, quanto na introdução, levando ao conhecimento do leitor, o que os autores pretendem com a pesquisa, pois respondem a questão “Para que fazer?” (Martins 2007).
   5.5 Materiais e métodos
   Os autores se utilizaram de Revisão bibliográfica como tipo de estudo, de forma coerente, visto que, os estudos práticos e pesquisas de campo, usados como referência, demonstravam protocolos distintos e resultados diversos. Desta forma, a 12 revisão bibliográfica serviu para realizar um compêndio. E em face da escassez de bibliografia nacional o estudo se tornou uma referência para novas investigações. A abordagem predominantemente quantitativa, foi uma maneira lógica de comparar os resultados, assim definindo os conceitos objetivamente, fazendo o texto ficar bem acessível e de fácil compreensão, sem perder a fidedignidade com os resultados dos estudos utilizados de base de informação. Os Autores utilizaram para sua metodologia, o método Hipotético-Dedutivo, pois se visualiza na obra as etapas deste método segundo Popper: Expectativas; problema; conjecturas; e falseamento (MARCONI e LAKATOS, 2007).
   5.6 Resultados/Discussão
   O artigo em voga tem como fator principal, a constante discussão dos resultados de outros estudos, o que o torna rico em conteúdo acadêmico. Cada tópico é discutido e concluído com respeito aos trabalhos revisados, confirmando, refutando, ou ainda, mostrando a insuficiência de dados, para julgar as hipóteses propostas. Portanto, os Resultados e Discussões se fazem presentes a todo instante no Corpo do Artigo, deixando de ter um tópico específico, sem prejudicar o conteúdo da obra, pelo contrário, agrega conhecimento científico à todos os tópicos.
   5.7 Conclusão
   A conclusão, que neste artigo, foi renomeada para “Considerações Finais” nos traz, não só a dedução lógica, baseada no texto, de forma resumida, (MARCONI e LAKATOS, 2007), como também a preocupação dos autores em recomendar as formas de aplicação prática na elaboração de protocolos de TC. Este último, levando em consideração a capacidade motora a ser treinada; o período de descanso entre um treino e outro; a zona de interferência; o gênero e o estado de treinamento do sujeito. 13 As considerações finais da obra, foi de grande valor para o conhecimento científico, pois relata o objetivo, que neste trabalho foi alcançado, e também sugere as implicações práticas, o que acaba aproximando o pensamento (teoria) e o dia-a-dia do profissional (prática).
   5.8 Limitações
   As principais limitações do estudo foram descritas pelos autores ao final de cada tópico, quando neste havia limitação à discussão ou resultado. No entanto, poderiam ser explanados também na introdução (MARCONI E LAKATOS, 2007).
   5.9 Referências
   A referência nacional foi uma das limitações do estudo, pois o TC é citado na literatura à bastante tempo, porém somente à alguns anos a temática tem sido abordada mais profundamente no Brasil. No entanto, os autores fizeram uma boa pesquisa bibliográfica, fazendo uso de 43 referências, sendo apenas uma referência brasileira e em português.
   5.10 Confrontos com outros estudos
   Após a revisão bibliográfica realizada por este estudo, outros trabalhos investigaram a temática do Treinamento concorrente, como o artigo de VIANA et al. (2008) que problematizou os efeitos do TC sobre a massa muscular, a potência aeróbia e a composição corporal, em adultos com características histoquímicas da musculatura; aeróbias; anaeróbias; e aeróbias-anaeróbias. Os sujeitos realizaram 3 vezes por semana durante 24 semanas o TF, segundo a proposta de montagem do treino de musculação de Dantas, precedido pelo TRA de 40 minutos com a zona de intensidade entre 55-72% do VO2máx. Com os resultados, este estudo ratificou a eficácia TC para o aumento da potência aeróbia, sugerida por NELSON et al. (1990), levando em consideração a influência do TC na resistência aeróbia, pois o trabalho foi realizado durante 24 semanas, tempo suficiente para se constatar melhoras no VO2máx; e também nos trouxe uma relação do treinamento concorrente e emagrecimento, a qual não foi cogitada pelo estudo de PAULO et al. 14 O TC se mostrou eficaz para a diminuição do %G, pois o aumento da capilarização e da capacidade de oxidação na musculatura, favorece a perda de peso, principalmente em sujeitos aeróbios.
   No que tange a analise dos efeitos do TC em grupos musculares diferentes, o estudo de RADDI et al. (2008), corroborou a conclusão de que o desenvolvimento da força dos membros superiores, segundo a hipótese do efeito agudo, não são comprometidos quando se realiza sessões de corrida antes da sessão de TF (CRAIG et al. 1991), acusando o efeito da concorrência, no mesmo grupo muscular, decorrente da fadiga residual instalada nos músculos recrutados na atividade anterior.
  Já os estudos de AOKI et al. (2003) e GOMES e AOKI (2005), investigaram a suplementação de carboidrato e creatina, respectivamente, como forma de atenuar os efeitos adversos do TC. A maltodextrina foi administrada em concentrações de 6% em 500ml, antes e durante a sessão de endurance, em seguida os sujeitos realizaram testes de 1-RM. Foi verificado que os efeitos negativos do TC (decréscimo na força) continuaram a aparecer, assim concluindo que o carboidrato foi incapaz de reverter esse efeito prejudicial do TC. No entanto, a suplementação de creatina fez com que o número de repetições máximas realizadas no legpress 45º, após o exercício de endurance (corrida), fosse maior no grupo que recebeu a suplementação. Com esses resultados, sugeriram os autores, que o sistema ATPCP contribui para a realização do TC e uma das possíveis causas da fadiga no exercício de força está relacionada à depleção dos estoques de Creatina-fosfato.
   Ainda realizando investigações com base na hipótese aguda do TC, outro estudo (RUAS et al. 2007), confirmou através de testes em bicicleta ergométrica e legpress 45º, que a velocidade de contração muscular no exercício aeróbio é um fator importante na diminuição do volume de treino de força subseqüente. Pois se observou, que o TRA realizado em uma maior cadência de pedaladas produzia o efeito negativo do TC no TF.
   BRUNETTI et al. (2008) por sua vez, resolveu auferir a influencia da ordem de sessão do TC, nas variáveis: Lactato sanguíneo, Freqüência cardíaca e consumo de Oxigênio. Tendo como conclusão que em nenhum destes fatores houve diferença entre os grupos que realizaram o TF antes ou depois do TRA.
   A ordem de sessão também foi apreciada nos estudos de PANISSA e colaboradores (2009); e LIRA et al. (2007), porém em relação ao gasto energético 15 total e o EPOC, respectivamente. Concluíram os estudos que a ordem de sessão do TC influencia no tempo de EPOC, quando é aplicado TRA seguido do TF, porém o gasto energético total não é afetado significativamente, independente da ordem da sessão.
  Baseados nestes estudos apresentados e na revisão bibliográfica de SILVA e NAVARRO (2007), quando comparados com o artigo de PAULO e colaboradores (2005). Mantém-se os achados no artigo investigado e podemos acrescentar a respeito das aplicações de protocolos de TC:
  1 - Com o objetivo de emagrecimento e ganho de VO2máx o TC deve ser aplicado por um período superior à 12 semanas, carecendo de maiores investigações sobre a ordem de sessão.
  2 – A suplementação de Creatina pode ser um auxílio na busca da atenuação dos efeitos agudos da concorrência.

   6 INDICAÇÕES DO RESENHISTA
   O artigo possui um texto bem organizado, com as idéias interligadas e um fluxo de informações que favorece ao leitor. Desta maneira, o autor atingiu o objetivo proposto à obra, que era fazer um compendio das informações sobre TC disponíveis na literatura, até a data do trabalho, e elucidar algumas questões quanto a aplicação prática dos protocolos de TC.
   O autor não se ateve apenas em conceitos literários do TC, mas também mostrou e discutiu diversos estudos, disponibilizando inclusive os resultados dessas pesquisas, através de números obtidos nos diversos trabalhos.
   O ponto alto do artigo se dá através da interseção de todos os outros trabalhos, sendo transformados em medidas de caráter prático, da influência negativa e a influência positiva do TF e TRA quando utilizados em um mesmo plano de treino.
   Assim, a revisão literária em questão, continua bastante atual, mostrando-se de grande valia para o desenvolvimento científico na área do treinamento desportivo.
   A temática do TC tem obtido avanço em estudos nacionais, contendo hoje um bom número de trabalhos, porém ainda observamos a dificuldade de se desenvolver pesquisas com foco na Hipótese do efeito crônico e na Hipótese do overtrainig, visto a necessidade de se observar os sujeitos por um longo período de tempo, tornando- 16 se um obstáculo para este tipo de investigação. Por fim, quanto a hipótese do efeito agudo, a qual vem sido mais testada nos estudos, ainda carece de comprovações em diversos aspectos, inclusive no aspecto da ordem das sessões.

  7 REFERÊNCIAS
1. ANDRADE, Nataly Vasconcellos S. de; GONÇALVES, Ronald Nascimento; MONTEIRO, Luciana Leone; PEREIRA, Ealerson Fernando M. Uma revisão sobre treinamento concorrente. Ensaios e ciência: Ciências Biológicas, Agrárias e da Saúde, Vol. XII, Nº2, 17-33, 2008.
2. AOKI, Marcelo Saldana; PONTES JR., Francisco Luciano; NAVARRO, Francisco; UCHIDA, Marco Carlos; BACURAU, Reury Frank Pereira. Suplementação de carboidrato não reverte o efeito deletério do exercício de endurance sobre o subseqüente desempenho de força. Rev Bras Med Esp. Vol.11, Nº2 : 131-134, Mar.- Abr. 2005.
3. BRUNETTI, Aleixo Pedro; ADOLFO, Jussara; BRUM, Poliana Peixoto; SAMPAIO, Viviane Maciel; DANTAS, Estelio H. Martin; DOS SANTOS, Miguel Ângelo Alves. Influência da ordem de sessão do treinamento concorrente sobre a resposta aguda do lactato sanguíneo, freqüência cardíaca e do consumo de oxigênio. Fit Perf J, Vol 7, nº5. 326-331, set./out 2008.
4. ELLIOT, Bruce; Mester Joachim. Treinamento no Esporte: Aplicando Ciência no Esporte. 1ª ed. São Paulo: Phorte, 2000.
5. FLECK, Steven J.; Kraemer, William J. Fundamentos do treinamento de força muscular. 3ª ed. Rio Grande do Sul: ARTMED, 2006. 6. GOMES, Rodrigo Vitasovic; AOKI, Marcelo Saldana. Suplementação de creatina anula o efeito adverso do exercício de endurance sobre o subseqüente desempenho de força. Rev Bras Med Esp. Vol.11, Nº2 : 131-134, Mar.- Abr. 2005. 17
7. LIRA, Fabio Santos de, OLIVEIRA, Rodrigo da Silva Fermino de; JULIO, Úrsula Ferreira; FRANCHINI, Emerson. Consumo de oxigênio pós-exercicio de força e aeróbio: efeito da ordem de execução. Rev Bras Med Esp. Vol.13, Nº6 : 402-406, nov.- dez. 2007.
8. MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos da metodologia científica. 6ª edição. São Paulo: ATLAS, 2007 9. MARTINS, Gilberto de Andrade. Manual para elaboração de monografias e dissertações. 3ª Edição.São Paulo: ATLAS, 2007.
10. PANISSA, Valéria L. Gonçalves; BERTUZZI, Rômulo Cássio de Moraes; LIRA, Fábio Santos de; JULIO, Úrsula Ferreira; FRANCHINI, Emerson. Exercício concorrente: Análise do efeito agudo da ordem de execução sobre o gasto energético total. Rev Bras Med Esp. Vol.15, Nº2 : 127-131, mar.-abr. 2009.
11. PAULO, Anderson Caetano; SOUZA, Eduardo Oliveira de; LAURENTINO, Gilberto; UGRINOWITSCH, Carlos; Tricoli Valmor. Efeito do treinamento concorrente no desenvolvimento da força motora e da resistência aeróbia. Rev Mackenzie Edu Física Esp, V.4, n.4, p. 145-154, 2005.
12. PAULO, Anderson Caetano; FORJAZ, Cláudia Lúcia de Moraes. Treinamento físico de endurance e de força máxima: adaptações cardiovasculares e relações com a performance esportiva. Rev. Brás. Ciênc. Esporte, Vol. 22, Nº 2, p. 99-114, jan. 2001.
13. RADDI, Leandro Luís Oliveira; GOMES, Rodrigo Vitasovic; CHARRO, Mario Augusto; BACURAU, Reury Frank Pereira; AOK, Marcelo Saldanha. Treino de corrida não interfere no desempenho de força de membros superiores. Rev Bras Med Esp. Vol.14, Nº6 : 544-547, nov.-dez. 2008.
14. RUAS, Vinicius D. de Araújo; FIGUEIRA, Tiago Rezende; DENADAI, Benedito Sérgio; GRECO, Camila Coelho. Efeitos do exercício aeróbio prévio realizado em 18 diferentes cadências de pedalada sobre a força muscular. Rev Bras Cienc Esporte, Vol 29, Nº1, 163-176, set 2007.
15. SILVA, Diego de Arruda; NAVARRO, Antonio Coppi. Interferências do treinamento de endurance no ganho de força e massa muscular. Rev. Bras. de Prescr. e Fisio. do Exercício, Vol. 1, Nº 5, p.37-46. Set-Out.2007.
16. SILVA, Sandro Fernandes; ROCHA, Cíntia Campolina Duarte; COLLADO, Pilar Sanchez; FERNANDEZ, José Antonio de Paz. Adaptações do treinamento cruzado aeróbico e de força nas variáveis ergométricas. Fitness Performance Journal, 8 (3): 183-190. 2009.
17. VIANA, Michell Vetoraci; FERNADES, José Filho; DANTAS, Estélio H. Martin; Perez, Anselmo José. Efeito de um programa de exercícios físicos concorrentes sobre a massa muscular, a potência aeróbica e a composição corporal em adultos aeróbicos e anaeróbicos. Fit Perf J, Vol 6, nº3. 135-139, mai./jun 2007.

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