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Terça 28/01/2025 12:01:05 |
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Resumo enviado em 12/06/2012 15:24:20 por leoncio dantas junior |
O DESENVOLVIMENTO DO PASSE NO FUTEBOL, ATRAVÉS DE JOGOS LUDICOS. |
Resumo:
O lúdico tem-se mostrado importante, e alvo de discussões no meio acadêmico, pelas possibilidades e contribuições no desenvolvimento da criança. E no futebol que a cada ano mostra evolução, sejam técnicas, táticas, ainda carece de um maior aprofundamento cientifico no tocante aos métodos de ensino. A partir do pressuposto acima, essa revisão de literatura cientifica, tem como objetivo demonstrar o desenvolvimento do passe no futebol através de jogos lúdicos. O passe por ser um dos principais fundamentos do futebol, gera discussões, pela forma como é tratado nas escolas e escolinhas de futebol, um aprendizado mecanizado, deixando de lado os benefícios que as atividades lúdicas possam contribuir para uma realidade mais próxima do jogo. Apesar da importância que o lúdico traz de beneficio na aprendizagem do passe, ainda deparamos nas escolas e escolinhas de futebol, métodos de ensino tecnicistas, métodos esses, de um modo geral, caracterizados por uma preocupação excessiva no desenvolvimento das habilidades físicas e motoras dos alunos, buscando apenas os mais aptos. Palavras-Chave: Futebol, passe, lúdico, métodos de ensino.
ABSTRACT
The novelty has proved important, and the subject of discussion in academia, the opportunities and contributions to the development of the child. And in football every year shows evolution, are techniques, tactics, still needs further clarification with regard to scientific methods of teaching. Assuming the above, this review of scientific literature, aims to demonstrate the development of the pass in soccer through games lúdicos.O pass for being one of the main fundamentals of football, generate discussions, the way it is treated in schools and preschools football, a mechanized learning, leaving aside the benefits that recreational activities may contribute to a deeper reality of the next game. Despite the importance that the ludicrous brings benefit in learning the pass, still faced in schools and soccer schools, teaching methods, techniques, methods such, generally characterized by an excessive focus on development of physical and motor skills of students , seeking only the fittest.
Keywords: football, pass, play, teaching methods of the pass.
Introdução
O futebol moderno nasceu em 1863, é o esporte mais popular do mundo e foi codificado pelos ingleses e difundiu-se mundo afora a partir do século XIX. No Brasil o esporte foi introduzido pelo inglês Charles Miller no ano de 1854, trazendo consigo na bagagem a primeira bola de futebol e um conjunto de regras. O primeiro jogo de futebol no país foi realizado em 15/04/1895 entre os funcionários de empresas inglesas que atuavam em São Paulo, a Cia. de Gás e a Cia. Ferroviária São Paulo Railway. E teve imensa repercussão tornando-se o principal esporte do país de tal maneira que hoje temos até um rei do futebol, Pelé. Entre os vencedores de copa, o Brasil é o recordista com cinco copas do mundo vencidas e é um grande exportador de jogadores para o mercado futebolístico mais rico do mundo, o europeu, bem como novos mercados como paises da Ásia (Japão, Catar entre outros). Apesar de termos o futebol como primeiro esporte no Brasil, o mesmo ainda carece de mais estudos relativos às metodologias de ensino, praticadas nas escolas e escolinhas de futebol, o que levanta muitas discussões no meio cientifico acerca da utilização do lúdico no processo ensino aprendizagem. E o passe por ser um dos elementos de suma importância na pratica do futebol, esta inserido nesse contexto, devido à evolução que vem ocorrendo dentro do futebol. A partir do pressuposto acima, essa revisão de literatura cientifica, tem como objetivo demonstrar o desenvolvimento do passe no futebol, através de jogos lúdicos.
Conceituando o fundamento Passe
Para Frisseli e Mantovani (1999) denomina-se passe a movimentação de bola entre companheiros da mesma equipe objetivando chega à meta adversária ou manter durante o maior tempo possível a posse de bola). Segundo Apolo (2004), o passe nada mais é do que enviar a bola a um companheiro ou a um setor do jogo. Mas para que tenha endereço certo, devem ser observados alguns aspectos:
Equilíbrio para a execução do movimento Cabeça erguida Pé de apoio próximo à bola precisão no toque Intenção e objetivo ao tocar na bola Toca a bola de modo que a mesma percorra a distância desejada Braços ligeiramente afastados
Classificação do passe segundo Frisseli e Mantovani (1999. p.130-136):
1-Quanto a distancia:
- Passe curto: passes executados em distancia de ate 10 metros. Os atletas estão posicionados próximos uns aos outros, facilitando a ligação da bola. È o mais usado dentro do futebol pela sua precisão em curtas distancias e poucas interceptações. Executa-se com varias partes do corpo, porem as mais utilizadas são as partes internas e externas dos pés.
- Passe médio: passes executados em distancia de 10 a 20 metros, segue a mesma recomendação dos passes curtos, porem dificilmente será utilizada uma parte do corpo que não seja os pés. Cabeça ombro, peito, coxa, joelho, calcanhar, ficam em segundo plano.
- Passe longo: passes executados em distancia maiores quando a bola é passada de um lado a outro ou em situações superiores a 20 metros. Podem ser utilizadas as partes internas, externas e dorso dos pés. Na maioria das vezes esses passes são altos para evitar as interceptações, mas podem ser rasteiros quando a zona de atuação estiver livre.
2-Quanto à trajetória:
- Passe rasteiro: a bola sai dos pés do executante rente ao solo ate chegar ao seu destino. È um passe que oferece maior segurança por parte do executante e para quem recebe fica bem mais fácil, pois a bola já esta em contato com o solo. È um dos passes mais utilizados dentro de uma partida, principalmente quando são curtos. No passe rasteiro o pé de apoio deve estar ao lado da bola, a bola deve ser tocada preferencialmente no centro ou na sua parte superior, o tronco deverá estar ao lado da bola ligeiramente flexionado e os braços semi flexionados, com o olhar dirigido à bola.
- Passe alto: acontece uma parábola da bola em direção a quem recebe. Quem for receber esse passe terá que ter uma habilidade mais acentuada, pois o grau de dificuldade é maior e rapidamente devera colocar a bola em contato com o solo. Quanto à execução:
- Passe com a parte interna dos pés: É considerado o mais simples e mais eficiente porque a área de contato com a bola se torna maior facilitando a trajetória desejada. Nessa execução o tronco estará ligeiramente flexionado sobre a bola.
- Passe com a parte externa dos pés: Superfície de pouco contato com abola, executado entre a articulação da falange do metatarso lateral ate o maléolo externo. Tronco ligeiramente inclinado para frente e voltado na direção do pé de apoio que estará afastado da bola em uma situação confortável de posicionamento.
- Passe com o dorso dos pés: Execução com a parte de cima dos pés (dorso). Posição do pé de apoio deve variar conforme a trajetória da bola.
- Passe com a ponta dos pés: Não é muito comum em atletas habilidosos, mas os iniciantes utilizam esse recurso.
- Passe de calcanhar: Muito utilizado em passes curtos, mas requer do praticante uma habilidade acentuada, pois é utilizado como surpresa dentro do jogo. Sua área de contato é a parte posterior do calcâneo.
- Passe com planta dos pés: Utilizado nas cobranças de falta e em dois lances (rolar a bola para o companheiro), superfície de contato com a planta do pé (sola), pé de apoio próximo da bola, movimento de fácil utilização.
- Passe com a coxa: Superfície de contato o quadríceps, utilizado em passes curtos e bolas a meia altura, requer certa habilidade do praticante.
- Passe com peito: Superfície de contato região superior anterior do tronco, ir de encontro à bola de trás para frente.
- Passe com ombro: Superfície de contato a articulação escapulo umeral, o tronco faz uma pequena rotação para o lado do ombro de contato com a bola.
- Passe com a cabeça: Superfície de contato principal a parte frontal da cabeça. A posição de toque na bola ira determinar sua trajetória.
A Importância do Lúdico na Aprendizagem do Passe
A palavra “lúdico” vem do latim ludus e significa brincar. Neste brincar estão incluídos os jogos, brinquedos e divertimento e é relativa também a conduta daquele que joga que brinca e que se diverte. “A função educativa do jogo oportuniza a aprendizagem do individuo, seu saber, seu conhecimento e sua compreensão de mundo.” (Santos, 1999, p.09). Para Romera (2007), o conceito do lúdico, trás diversas interpretações junto à língua portuguesa, pela sua imprecisão quanto ao vocábulo, alem das múltiplas abrangências que sua manifestação sugeri. Diante de tantas discussões a respeito do jogo, representado pelo lúdico na educação, surgiram duas correntes de pensamentos contrários da sua utilização no processo pedagógico (Romera, 2007). -A primeira corrente defende o lúdico como uma forma de diversão, totalmente descompromissada, adesão de quem pratica deve ser livre, sem qualquer possibilidade de produtividade. -A segunda corrente defende que o jogo ensina qualquer coisa que complete o individuo em seu saber, conhecimentos e preocupação com o mundo. O lúdico tem sido destaque em congressos e eventos na área educacional, dando um enfoque muito grande ao tema, discutindo suas contribuições no desenvolvimento dos domínios cognitivo, afetivo e motor das crianças, na área pedagógica. (Le Boulch, 1987). Segundo Vygotsky (1994), o lúdico influi em muito no desenvolvimento da criança, e é através do jogo que a criança aprende a agir, sua curiosidade é estimulada, adquire iniciativa e autoconfiança, proporciona o desenvolvimento da linguagem, do pensamento e da concentração, criando uma situação imaginaria. Vygotsky (1994) acredita que o brinquedo não é uma ação simbólica no sentido próprio do termo, de forma que se torna essencialmente o papel da motivação no brincar. Se o brincar é realmente, a realização na brincadeira das tendências que não podem ser imediatamente satisfeitas, então os elementos das situações imaginárias constituirão, automaticamente, uma parte da atmosfera emocional do próprio brinquedo. (Vygotsky, 1994). Segundo Huizinga (2000), o fato de apontarmos a presença de um elemento lúdico na cultura não quer dizer que atribuímos aos jogos um lugar de primeiro plano, entre as diversas atividades da vida civilizada, nem que pretendem afirmar que a civilização teve origem no jogo através de qualquer processo evolutivo, no sentido de ter havido algo que inicialmente era o jogo e depois se transformou em algo que não era mais jogo, sendo possível ser considerada cultura. Para Le Boulch (1987) o jogo é uma atividade própria da criança, que torna diferentes formas de acordo com a idade, este centrado no prazer proporcionado por sua prática, ao mesmo tempo em que se constitui no motor essencial do seu desenvolvimento. Nesta perspectiva de plena utilização do jogo, seria útil lembrar que o grupo de crianças não é uma simples miniatura do grupo de adultos, mas uma realidade coletiva peculiar tendo suas próprias características. Huizinga (2000), já cita o jogo como uma atividade ou ocupação voluntária, exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e de espaço, sendo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias dotadas de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento, de tensão e da alegria e de uma consciência de ser diferente da vida “cotidiana”. Para Le Boulch (1987), a criança é influenciada pela atividade do adulto e os imita por unidade de identificação. Porém, não é por prática, aparentemente, a mesma atividade objetiva, basquetebol, futebol, handebol, etc., que ela vive em conformidade com o modo adulto. Alguns estudos defendem a aplicação e a vinculação do jogo ao processo educativo. Conforme Kishimoto (1998), citada por Romera (2007) a importância do jogo foi destacada por filósofos como Platão e Aristóteles, e posteriormente Quintiliano, Montaigne e Rousseau, pensadores que já defenderam o papel do jogo na educação. A educação física tradicional e a atual concepção da formação pelo esporte centram a atenção na finalidade prática do movimento e no condicionamento gestual. Esta preocupação, justificada pela necessidade de domínio do “real e pela busca de eficácia, corre, no entanto, o risco de resultar numa concepção de um corpo instrumento”, que conduz diretamente ao adestramento. É a critica que faz as séries de progressões feitas, concebidas com a finalidade de fazer a criança adquirir habilidades técnicas. (Le Boulch, 1987). De acordo com Le Boulch (1987), a função imaginativa exercida durante estes jogos simbólicos e de imaginação, implica a volta do sujeito sobre si próprio e representa uma etapa indispensável à formação do eu individual e social. Huizinga (2000) fala do jogo como algo que todos conhecem e ao procurar analisar ou definir a idéia que essa palavra exprime, precisa ter sempre que essa noção é definida e talvez até limitada pela palavra que usa para exprimi-la. A competição segundo Huizinga (2000), é geralmente desprovida de objetivo, isto quer dizer que a ação começa e termina em si mesma, não tendo o resultado qualquer contribuição para o processo vital do grupo. A essência do lúdico esta contida na base, “há alguma coisa em jogo”. Mas esse alguma coisa, não é o resultado material do jogo, mas o fato ideal de se ter acertado ou de o jogo ter sido ganho, idéia de ganhar esta estritamente relacionada com o jogo. O que restaria se o brinquedo fosse estruturado de tal maneira que não houvesse situações imagináveis? Para Vygotsky (1994) restariam às regras, havendo uma situação imaginária no brinquedo, haverá regras, não regras previamente formuladas e que mudam durante o jogo, mas aquelas que têm sua origem na própria situação imaginária, e o jogo é utilizado como recurso pedagógico. De acordo com Vygotsky (1994) a utilização de jogos educativos no ambiente escolar traz muitas vantagens para o processo de ensino e aprendizagem, sendo um impulso natural da criança funcionando assim como um grande motivador, a criança através do jogo obtém prazer e realiza um esforço espontâneo e voluntário para atingir o objetivo, mobilizando esquemas mentais, estimulando o pensamento, a ordenação de tempo e espaço. Para Vygotsky (1994) isto integra várias dimensões da personalidade: afetiva, social, motora e cognitiva, favorecendo a aquisição de condutas cognitivas e desenvolvimento de habilidades como coordenação, destreza, rapidez, força, concentração, etc. A participação em jogos, de acordo com Vygotsky (1994), contribui para a formação de atitudes sociais: respeito mútuo, cooperação, obediência às regras, senso de responsabilidade, senso de justiça, iniciativa pessoal e grupal, criando uma forma de vínculo que une a vontade e o prazer durante a realização de uma atividade. O ensino utilizando meios lúdicos segundo Vygotsky (1994), cria ambientes gratificantes e atraentes servindo como estímulo para o desenvolvimento integral da criança. Houve grandes avanços na literatura, sobre esporte coletivo nos últimos anos, devido às semelhanças estruturais das modalidades esportivas. As discussões sobre o tema foram impulsionadas, devido à publicação do livro “o Ensino dos esportes coletivos”, de Claude Bayer (1979), citado por Daolio (2002).
O Ensino da técnica e as abordagens metodológicas
Para Libaneo (1994), o conceito de “método” é o caminho para atingir um objetivo. O processo de ensino se caracteriza pela combinação de atividades do professor e dos alunos, desse modo, sob direção do professor, atingir progressivamente o desenvolvimento de suas capacidades mentais. Segundo Vygotsky (1994), problemas encontrados na análise psicológica do ensino não podem ser corretamente resolvidos ou mesmo formulados sem nos referirmos a relação entre o aprendizado e o desenvolvimento em crianças em idade escolar. Essencialmente, todas as concepções da relação entre desenvolvimento e aprendizado em crianças podem ser reduzidas a três grandes posições teóricas (Vygotsky, 1994). A primeira centra-se no pressuposto de que os processos de desenvolvimento da criança são independentes do aprendizado. O aprendizado é considerado segundo Vygotsky (1994), um processo puramente externo que não esta envolvido ativamente no desenvolvimento. A segunda grande posição teórica é a que postula que aprendizado é desenvolvimento. Essa identidade é a essência de um grupo de teorias que, na sua origem, são completamente diferentes (Vygotsky, 1994). Resumindo, não existe melhor maneira de descrever a educação do que considerá-la como organização dos hábitos de conduta e tendências comportamentais adquiridas. (Vygotsky, 1994). A terceira posição técnica sobre a relação entre aprendizado e desenvolvimento tenta superar os extremos das duas outras, simplesmente combinado-as. O processo de aprendizagem, então, estimula empurra para frente o processo de maturação. (Vygotsky, 1994). Os métodos de ensino para Libaneo (1994) são determinados pela relação objetivo-conteúdo e referem-se aos meios para alcançarem objetivos gerais e específicos do ensino, ou seja, do processo de ensino, englobando as ações a serem realizados pelo professor e pelos alunos para atingir os objetivos e conteúdos. Em virtude da necessária vinculação dos métodos de ensino com os objetivos gerais e específicos, a decisão de selecioná-las e utilizá-las nas situações didáticas especificas depende de uma concepção metodológica mais ampla do processo educativo. O professor, ao dirigir-se e estimular o processo de ensino em função da aprendizagem dos alunos, utiliza intencionalmente um conjunto de ações, condições externas e procedimentos a que chamamos de métodos de ensino. Libaneo (1994). Seguindo esse raciocínio, dizer que o professor “tem método”, para Libaneo (1994), é mais do que dizer que domina procedimentos e técnicas de ensino, pois o método deve expressar também uma compreensão global do processo educativo na sociedade, os fins sociais e pedagógicos do ensino, as exigências e desafios que a realidade social coloca as expectativas de formação dos alunos para que possam atuar na sociedade de forma critica e criadora, as implicações da origem de classe dos alunos no processo de aprendizagem, a relevância social dos conteúdos de ensino. O método vai à busca das relações internas de um objeto, de um fenômeno, de um problema, uma vez que esse objeto de estudo fornece pistas, o caminho para conhecê-los. E ai, como proceder no ensino do futebol? Para Freire (2006) existem vários livros que sugerem atividades que visam principalmente o ensino através dos fundamentos e, em seguida o aperfeiçoamento dessas técnicas através de uma série de repetições. Freire (2006) defende que o futebol brasileiro foi gerado nos centros urbanos, quando ainda havia espaços para jogarem futebol nas cidades, mas com o seu crescimento, e um grande número de gigantescas construções, os espaços foram diminuindo, Freire (2006) percebeu esta perda de espaço, e viu nesta lacuna a criação das escolas de futebol, sendo os professores, jogadores do passado. Hoje as escolinhas de futebol têm como proprietário ex-jogadores de futebol, mas que o problema não esta no fato de a pessoa que dirige ou quem ensina ser conhecida, mas sim, de estar preparada para o que faz. Não basta saber praticar um esporte para poder ensinar? (Nista-Picollo, 1999). Para Nista-Picollo (1999), parece simples e obvio que qualquer jogador de basquete saiba ensinar uma criança a jogar basquete ou, ainda, que um ex-jogador de futebol tenha habilidade suficiente para ensinar essa modalidade esportiva. Na verdade não isso que acontece, ex-jogadores nem sempre são capazes de adaptar suas habilidades a exercícios educativos, que possam preparar novos atletas hábeis. O profissional devera elaborar procedimentos pedagógicos adequados à realidade que encontra, sempre com base nas experiências motoras que as crianças apresentarem, vivenciadas por elas anteriormente, podendo assim estruturar o trabalho (Nista-Picollo, 1999), sempre procurando nas dificuldades demonstradas, criar meios, caminhos viáveis para a aprendizagem de todos. Para Nista-Picollo (1999), ensinar a pratica do esporte é preparar o aluno para executar determinadas habilidades por meio da descoberta do prazer de executar o exercício, mostrando diferentes maneiras de aprendizagem de um movimento. Ensinar futebol no Brasil é aproximar-se do nível de competência pedagógica da rua, isto segundo (Freire, 2006), é trazer a pedagogia da rua para a escola. Resgatar essa cultura de rua para a escola será preservar o espaço lúdico, esse espaço de brincadeira tão produtivo para a aprendizagem. (Freire, 2006). A rua e a escola segundo Freire (2006), são instituições distintas, mas com diferentes funções que em alguns casos se assemelham, e em outros de se diferenciam radicalmente. Segundo Freire (2006), praticar futebol de maneira lúdica e divertida fará com que os seus participantes gostem e continuem a praticá-lo, mas será que ensinar a jogar futebol, fazer com que os praticantes gostem de praticá-lo, pode ser feito em uma escola de futebol. Em seu livro, Freire (2006) elege quatro princípios norteadores de sua proposta de ensino de futebol: ensinar futebol a todos, ensinar futebol bem a todos, ensinar mais que futebol a todos, e ensinar a gosta de esporte e atividade física. Segundo Nista-Picollo (1999), o Brasil busca de todas as maneiras, atletas olímpicos que possam representá-los em muito dos eventos esportivos internacionais. Mas essa busca, de massificação do esporte, vem sem uma profunda análise da pedagogia utilizada no ensino das modalidades, podendo resultar em prejuízos para esses atletas. As conseqüências de um treinamento rigoroso, que força a especialização precoce, não se mostram a curto prazo e, portanto, muitas vezes, são menosprezadas. A criança deve sentir satisfação naquilo que faz primeiramente brincar. Brincar de praticar esportes. Ainda segundo Nista-Picollo (1999), ainda copiamos os modelos internacionais, há varias décadas, tendo a ilusão de que quanto mais certo a criança começa um treinamento, maior será o seu índice técnico, não observando que países desenvolvidos no esporte já abandonaram esse referencial, pois as crianças devem aprender o esporte brincando e, quando adultas, treinarem sob concepção humana, talvez continuem a brincar no esporte, por mais sério que ele possa parecer. A ludicidade pode ser o caminho dessa conscientização. Assim, a preocupação de um professor segundo Nista-Picollo (1999), que vai ensinar a seus alunos, determinado esporte deve ser centrada nas questões pedagógicas que penetrem nessa aprendizagem, nas propostas em si, no ambiente do trabalho e na metodologia a ser desenvolvida na aplicação das atividades. Segundo Souza e Homrich (2005), o mundo mudou, a sociedade mudou e o futebol também mudou. Do futebol praticado nos campinhos, ao futebol ensinado nas escolinhas de aprendizagem de futebol, e a intenção pela qual se aprende ou ensina a jogar futebol também. Tempos em que o futebol era descompromissado da utilidade e do rendimento. O futebol de acordo com Souza e Homrich (2005) renunciou ao prazer pelo dever, a alegria pela seriedade, ao brinquedo pelo trabalho. A palavra técnica, para Souza e Homrich (2005) passa a fazer parte constante do vocabulário esportivo. A técnica nos esportes acaba traduzindo num tecnicismo, o que impõe ao treinamento um severo ordenamento, as ações passam a ser automatizadas e dentro de um determinado espaço e tempo programados. O saber-fazer (técnica) substituiu o saber-pensar (sentido), (Kunz, 1994), citado por Souza e Homrich (2005). O movimento ganhou grau de importância maior do que o ser que se movimenta. Sendo assim, passa a ser exigência no processo de formação de atletas aos moldes do treinamento desportivo. E o fim da velha frase que “o jogador brasileiro já nasce feito”. De acordo com (Kunz, 1994) citado por Souza e Homrich (2005), o futebol moderno rompe com surgimento de jogadores vindos da várzea, que sem duvida traziam consigo, para as muitas competições, a criatividade, a liberdade, a malandragem do jogo, a alegria do futebol, que sobravam nas descompromissadas peladas nos muitos campinhos de futebol, que se encontravam a disposição dos jogadores. Com esta nova exigência, surge a figura do especialista em futebol, que para (Kunz, 1994) citado por Souza e Homrich (2005), entende-se ex-jogador, que trás consigo a vivencia dentro esporte para as escolinhas de futebol. Para Kunz (1994) citado por Souza e Homrich (2005), outra concepção de ensino vem da teorização, do método, da sustentação cientifica proveniente dos cursos universitários de educação física, tudo isso sedimentado sobre as bases cientificas do treinamento desportivo. Esta atuação de acordo com Souza e Homrich (2005), deve passar por uma reflexão e criticidade do esporte, tanto para quem ensina como para quem aprende futebol, e não simplesmente uma reprodução dos muitos manuais de treinamento, que trazem valores extraídos de uma abordagem cientifica, na qual um dos maiores problemas localiza-se no conhecimento de pessoas a partir do que representam numa determinada escala de aptidão. Para Souza e Homrich (2005), esta atuação deve ultrapassar a rigorosidade do método, da instrumentalização técnica, dos conteúdos de ensino utilitaristas, fragmentados, descontextualizados do processo histórico e cultural do próprio esporte, caracterizado por um fazer embasado em fundamentos de ordem técnica, tática e física, chamados fundamentos de jogo. De acordo com Souza e Homrich (2005), o ensino do futebol tem sido levado pela lógica do mercado esportivo e tem se restringido apenas a um ensinar futebol com o objetivo final de rendimento, utilizando um tecnicismo exagerado, acreditando que é apenas este modelo que poderá talvez formar novos talentos no futebol, um fator de relevância para o ensino da aprendizagem dos esportes. Segundo Souza e Homrich (2005), destacam-se a questão da reflexão e inserção no esporte, não só pela pratica, mas principalmente ela ação reflexiva, do entendimento deste fenômeno enquanto pratica sociocultural. Tornar-se necessário percebermos o esporte, no caso o futebol, alem de uma visão restrita deste, mas percebê-lo num sentido mais amplo, que vai alem da mera prática. Conforme Kunz (199, p.28) citado por Souza e Homrich (2005, p.62), o “fenômeno” social do esporte para poder ser transformado numa atividade de “interesse social” a todos participantes, deve ser compreendido nos muitos significados”. Souza e Homrich (2005.p.63) destacam três pontos que entendem como fundamental: - A primeira é a questão do movimento como condição de interpretação do mundo vivido, buscando compreender o futebol e suas particularidades. - No segundo salientam a percepção da representatividade social do jogador de futebol. - No terceiro ponto direciona a compreensão do futebol como forma de interação social. Devido às dificuldades que existe no esporte, em não permitir que os sujeitos movimentem-se partindo de suas vivencias de mundo e de experiências próprias, isso deixa uma lacuna muito grande entre experimentar futebol ensinado nas escolinhas e nas categorias de base. Para Shigunov (1997), o ensino deve partir da realidade do educando para ensinar os fatos, que os alunos conhecem da vida, ampliando seus conhecimentos. A forma como o professor orienta e incentiva o aluno, fará com que o mesmo seja agente de sua própria aprendizagem, como a comunicação, determina no processo de ensino, o aluno adquire uma determinada informação. Shigunov (1997) acredita que dessa forma a comunicação tem uma grande importância em relação ao professor e ao aluno, para a realização de uma determinada tarefa, exercendo uma forte e positiva incidência, sobre a informação direcionada ao aluno, daquilo que pretende em relação às diferentes capacidades motoras. As metodologias devem ser consideradas na sua dinâmica e esta mais centrada no estudo dos métodos, e não em receita didática, pré-estabelecidas. Betti (1996) classifica a educação física em dois grandes grupos: a matriz cientifica, dando ênfase a área de conhecimento e a matriz pedagógica, que concebe como pratica social de intervenção. A educação física para Shigunov (1997) se caracteriza como uma ciência especifica, dentro de uma área acadêmica profissional com necessidades e característica próprias, valendo-se de diversas ciências e da filosofia para construção de uma reflexão e direcionamento e intervenção pedagógica. Betti (2003) define a educação física como “uma área de conhecimento e intervenção profissional-pedagógica que lida com a cultura corporal de movimento, objetivando a melhoria das praticas constituídas daquela cultura, mediante referenciais científicos, filosóficos e estéticos” (p.150). As escolinhas de futebol trazem uma forte ligação entre o esporte de massa e a prática pedagógica, destinada ao ensino do esporte, fora do ambiente escolar, a preocupação esta na forma como são utilizadas as estratégias pedagógicas e metodológicas, destinados ao ensino (Rezer e Shigunov, 2004), afirmam que a prática pedagógica de ensino nas escolas de futebol deverá ser direcionada para um rumo em que as crianças sejam tratadas como crianças e não miniaturas de adultos. Nos últimos anos, conforme Costa e Nascimento (2004) houve significativas mudanças, no aprofundamento de estudo relativo à metodologia de ensino e ações pedagógicas, utilizadas pelos professores de educação física. Mas, apesar dessas mudanças, ainda segundo Costa e Nascimento (2004,) é aplicado no ensino dos esportes à abordagem tradicional. Isso requer dos profissionais, um senso de critica reflexão, para as mudanças no conceito pedagógico. De acordo com Costa e Nascimento (2004), utiliza-se muito a abordagem tradicional, algo comum nos treinamentos do ensino da técnica, priorizando a rápida necessidade da aprendizagem motora mais eficiente, justificando a opção pela reprodução de movimentos considerados perfeitos. Para Werneck (1999), citado por Costa e Nascimento (2004), o método de ensino parcial é utilizado na execução de movimento complexo, treinado em partes, os quais serão articulados quando forem dominados. Para Venlioles (2001. p.47-50), no aprendizado do jogo esportivo é necessário que o processo seja colocado de maneira que reúna situações de aprendizado as mais variadas, possibilitando a obtenção de diferentes experiências do jogo. Segundo Dietrich, Gerhard e Schaller (1984), citado por Venlioles (2001, p. 47), os métodos mais utilizados atualmente são:
• Método de confrontação Consiste em jogar, ou seja, separam-se duas equipes que jogam entre si, as regras são rudimentares e simplificadas. Vantagens: Alegria do jogo entre os participantes, em relação a educativos monótonos. Os elementos do jogo são aprendidos desde o inicio. A integração social pode ser mais rápida O conhecimento do jogo e as habilidades Experiência de jogo Maior motivação entre os participantes com mais habilidade Planejamento das aulas não exige recursos Desvantagens: dificulta o entendimento do jogo já que a quantidade de informais é muito grande. O processo de aprendizagem pode ser consideravelmente retardado. Dificulta o aprendizado da técnica, já que muito dos recursos serão aplicados de maneira errada, assim como o posicionamento tático. Problemas de conflitos sociais, já que existem alunos mais habilidosos e outros menos, criando diferenças e discussões. • Método Parcial Os jogos são divididos em pequenos trabalhos técnicos, táticos e de condicionamento. Dominando essas habilidades, o aluno poderá desenvolver melhor os grandes jogos. Antes do inicio do jogo, o aluno devera treinar todas as destrezas básicas: técnica e tática. Esse método é geralmente utilizado por escolas de futebol formativas, pois exige melhor rendimento e desenvolvimento da técnica bem apurada. Vantagens: Treino motor correto O principiante tem a possibilidade de conhecer e executa todos os movimentos do jogo Facilita a correção por parte do professor Permite um ensino gradual Não gera conflitos como no método anterior Desvantagens: Cria um ambiente desmotivante por parte dos alunos, devido ao excesso de detalhes para a execução dos movimentos. A aula tornar-se monótona Dificulta a socialização entre os participantes Dificulta o espírito de equipe e o entrosamento, já que a ênfase é em cima da técnica individual, e não da coletiva. Perdem-se a vivencia e a capacidade de criar em certas situações, por exemplo, o movimento de se utilizar de um drible ou de chutar. • Recreativo do jogo esportivo Esse método assume o papel de jogar desde o inicio de forma gradual, seguindo uma progressão. As crianças aprendem o jogo esportivo jogando livremente, de forma que a construção social do jogo é feita de acordo com as capacidades sociais de cada faixa etária. O objetivo do conceito recreativo do jogo é fazer com que os participantes possam colecionar experiências corretas, que serão de grande valor para o aprendizado. Vantagens: Os alunos começam logo a participar do jogo que desejam aprender Há uma adaptação do jogo esportivo, ao nível de compreensão de cada idade. O aprendizado progride de forma lenta, sem pular etapas. Evita, aos participantes, fracassos que possam trazer traumas ao menos habilidosos. Conceitos recreativos fazem com que os alunos reconheçam o valor dos exercícios, pois visam a objetivos próximos e não deixam que as aulas se tornem monótonas. O aluno iniciante deve encontrar situações de jogo em que possa dar sugestões, que ele possa reconhecer e, de acordo com a necessidade, modificar. Souza e Homrich (2005) nos fazem refletir acerca do ensino dos esportes no que diz respeito ao aprendizado do jogo, diferentemente do procedimento de fundamentos – os quais vinham denunciando – técnicos táticos e físicos, fragmentados, estereotipados, alienantes, que ditados por uma forma hegemônica de ensinar esportes em nada corresponde às ansiedades do mundo infantil? Optando por um ensino do futebol que respeite a cultura primeira dos jovens, possibilitando vivencias para alem da racionalização pela qual passam os esportes, orientados pelos princípios da civilização industrial. Bayer (1994) citado por Souza e Homrich (1999), destaca que os jogos coletivos, enquanto atividades lúdicas, atividades desportivas ou matéria de ensino, são abordados de varias maneira e com isso se inicia um debate epistemológico, tentando abordá-los tanto na questão metodológica como na pratica cotidiana, destacando algumas teorias para a aprendizagem do ensino do passe:
• Abordagem mecanicista: Surge a partir de um período tecnicista, ou mecanicista, referido ao corpo mecânico de Descartes, muito utilizado no ensino dos esportes. Esta abordagem entende o aprendizado sob um repertorio de gestos considerados básicos, sem os quais se torna difícil praticar a atividade proposta. Nesta concepção os poderes decisórios e as reações afetivas do jovem em formação são escondidas em favor de uma habilidade técnica, objetivo único dos treinadores, tendo como principal problema no que se trata do ensino esportivo ao jovem a centralidade na busca do gesto perfeito, construído sobre um modelo adulto perfeito.
• Abordagem baseada nas combinações de jogo: Esta concepção de ensino preconiza não situar no jogador o ponto de partida como elemento da equipe dotado de um repertorio técnico, mas adaptá-lo a um coletivo que esta predeterminado. Nesta abordagem prepara-se o jogador para assumir um papel especifico dentro da equipe. O jogador torna-se um robô que circula conforme o treinador.
• Abordagem dialética: Nesta perspectiva a base foi inspirada no materialismo dialético, articulando-se em dois eixos: no primeiro, numa perspectiva dialética ilustrada a partir da luta de classes no plano socioeconômico, acentua-se a importância de relações de força. Isto expresso no jogo é entendido como sendo este uma unidade dialética de ataque e defesa, tendo no resultado esta oposição a fonte do progresso. Nesta ótica a competição tornar-se o motor pedagógico. No segundo eixo, uma perspectiva histórico-social do movimento. Esta tem a atividade esportiva como fator cultural e cada especialidade criou sua própria motricidade, evoluída e complexa na evolução histórica. Esta concepção, diferentemente da anterior, entende o jogo como fases dinâmicas e variáveis, em que de uma forma poder passar-se a outra, como por exemplo, de um 4x4x2 passar a um 3x5x2, etc... Privilegia-se a competição como ação pedagógica.
• Abordagem centrada numa pedagogia das situações: Valoriza-se ao processo de coleta de informações, a qual, segundo Bayer, influenciado pela fenomenologia, direciona a atenção a capacidade de percepção do sujeito nas suas ações. Nesta concepção o gesto isolado do sujeito, ou seja, uma motricidade e avaliada do exterior, fica de lado. O jovem percebendo uma situação de jogo terá autonomia de selecionar, hierarquizar soluções cabíveis. Apresentadas as concepções, Souza e Homrich (2005), entendem que diferentes formas de ensino/aprendizagem de futebol podem ser revistas e consideradas, apesar das diversas correntes e diferentes conceitos para a atuação no ensino de jovens em escolinhas de futebol e categorias de base. Para Souza e Homrich (2005), entende-se que a forma mais acessível para ensinar/aprender futebol, ou qualquer jogo coletivo, parte do conteúdo apresentado, motivando-o por meio de situações que explorem sua ludicidade, levando em consideração o seu repertorio de movimentos trazidos consigo, induzindo a questionamentos e a autonomia de respostas e que também seja objeto de prazer. Segundo Rius (2003, pg. 82-100), os exercícios coletados em sua obra têm a intenção de oferecer uma ampla variedade de exercícios, oferecendo uma correta execução da técnica e tática do futebol, procurando a melhoria nas qualidades físicas que sobressaem no futebol, tais como resistência, velocidade, força, etc. Exercícios para execução do passe segundo Rius (2003): - Objetivo: passe curto (entre quatro jogadores) N° de jogadores: grupos de quatro Material: uma bola por grupo Descrição: o jogador A recebe os passes de B e C, alternadamente, evitando a presença do jogador D, que tenta interceptar os passes feitos ao jogador A.
- Objetivo: passe curto (entre quatro jogadores) N° de jogadores: grupos de quatro Material: uma bola por grupo Descrição: os jogadores A e D se situam nos extremos da área do pênalti, o os colegas B e C no meio. O jogador A passa a C, que toca para trás sobre B, que domina e passa a D. Depois de a bola ter chegado a D, repete-se o exercícios.
- Objetivo: passe curto (entre quatro jogadores) N° de jogadores: grupos de quatro Material: duas bolas e quatro cones por grupo Descrição: Os jogadores A, B, C e D posicionam-se quadrangularmente. Somente A e B possuem a bola, que passam aos seus colegas C e D, que, após devolverem o passe, devem trocar as suas posições.
- Objetivo: passe longo (entre quatro jogadores) N° de jogadores: grupos de quatro Material: duas bolas e quatro cones por grupo Descrição: Os jogadores A e B passam a bola diagonalmente para os seus colegas C e D. Estes dão um passe frontal para A e B, para recomeçar o exercício. - Objetivo: passe longo (entre quatro jogadores) N° de jogadores: grupos de quatro Material: duas bolas e cinco cones por grupo Descrição: Os jogadores A passa ao seu colega C, enquanto B faz o mesmo com D, A e B, depois do passe, tocam as posições, contornando o cone central, em suas novas posições, receberão os passes de C e D, respectivamente.
- Objetivo: passe longo (entre quatro jogadores) N° de jogadores: grupos de quatro Material: uma bola por grupo Descrição: Os jogadores A passa para B e corre para contornar o cone central. O jogador B recebe o passe de A, passa a bola para C e, depois do passe, também contorna o cone central. Atividades lúdicas
Sugestões de atividades para ensinar o fundamento do passe, segundo Freire (2006). - Bobinho A: com três toques e um bobinho – faz-se uma roda e um é escolhido para ficar no meio, tentando tomar a bola do companheiro, quem perder a bola troca de lugar. B: com dois toques um bobinho: C: com um toque e um bobinho D: com três toques e dois bobinhos E: com dois toques e dois bobinhos F: com um toque e dois bobinhos G: bobinho em movimento Nesses exercícios só há mudanças nas exigências, quanto à habilidade de passar. Freire (2006) - A direita vaga Material: cadeiras Formação: em circulo Organização: as crianças formam um circulo sentadas sobre cadeiras, ficando uma das cadeiras vaga. No centro do circulo, fica uma criança em pé. Execução: a criança que esta no centro do circulo procura sentar na cadeira que esta vaga e as demais, que estão sentadas, se deslocam sempre para o lado direito, tentando impedi-la. Quando a criança do centro conseguir ocupar a cadeira vaga, aquela que permitiu ira para seu lugar. - Variação 1: o mesmo processo do exercício anterior, só que para o lado esquerdo. - Variação 2: o mesmo processo do exercício anterior, só que a criança que esta tentando sentar na cadeira livre ficara com a bola nos pés. - Variação 3: o mesmo processo do exercício anterior, só que as crianças que estão se deslocando para o lado proposto no exercício estarão equilibrando um balão na mão sem deixar cair
- Espirra gato Material: banco Formação: fileira Organização: as crianças estarão sentadas sobre o banco em fileira e de braços cruzados. Execução: As crianças que estão sentadas nas extremidades do banco deslizarão para o centro, apertando aquelas que estão no centro e obrigando-as a deixar o banco. - Variação 1: as duas crianças que estão sentadas no centro do banco começam a deslizar para as extremidades, obrigando as outras a deixarem o banco.
- Barra manteiga Formação: fileiras Organização: duas fileiras, uma de frente para a outra em uma distancia de 15 a 20 metros. Todas as crianças ficarão com uma das mãos estendidas para frente. Execução: um par sairá de sua fileira e batera na palma da mão dos adversários. Assim que for dada a segunda batida, toda a fileira correra atrás do par, que volta para sua fileira. Quem for pego pelos adversários passa para a mesma fileira que seus adversários. Vencera a equipe que, após determinado tempo, tiver maior numero de pessoas na sua fileira. - Variação 1: o mesmo processo do exercício anterior, só que as crianças que estão batendo na ma dos adversários ficarão com uma bola nos pés. - Variação 2: o mesmo processo do exercício anterior, só que os adversários estarão com uma bola nos pés. - Variação 3: o mesmo processo do exercício anterior, só que todas as crianças estarão com um bolão na mão equilibrando, sem deixar cair no chão. Também podem equilibrar o balão com a cabeça, com o ombro, com a coxa ou com o braço.
- Tira e põe Material: caixa e bolas de varias modalidades Formação: livres pela quadra Organização: crianças, divididas em duas equipes, caminham livremente pela quadra, sendo uma das equipes com bolas e a outra sem bolas. Uma caixa ficara no meio da quadra. Execução: ao sinal do treinador, a equipe que estiver com as bolas devera colocá-las dentro da caixa, enquanto que a outra equipe deverá retirá-las. Passando-se o tempo estipulado pelo treinador, invertem-se as posições. Vence a equipe que colocar mais bolas dentro da caixa no tempo determinado.
- Estafeta tradicional Dois grupos de crianças ficam atrás de uma linha predeterminada pelo. Ao sinal, a primeira correrá, dará a volta no cone e voltará, batendo na mão da segunda, que devera realizar o mesmo movimento e, assim sucessivamente, ate a última criança. - Variação 1: o mesmo processo do exercício anterior, só que as crianças que as crianças realizarão o exercício com uma bola nos pés. - Variação: o mesmo processo do exercício anterior, só que as crianças estarão com um balão na Mão equilibrando, sem deixar cai no chão. Também podem equilibrar o balão com a cabeça, com o ombro, com a coxa ou com o braço. Formação: livres pela quadra As crianças ficam espalhadas pela quadra ou em outro local predeterminado. Uma ira pegar as outras e aquela criança que for pega dará a Mão a que esta pegando, formando uma corrente ate pegar a ultima. - Variação 1: o mesmo processo do exercício anterior, só que com duas crianças pegando, formando duas correntes. - Variação 2: o mesmo processo do exercício anterior, sua que as crianças realizarão o exercício com uma bola nos pés. - Variação 3: o mesmo processo do exercício anterior, só que todas as crianças realizarão o exercício com um balão na Mão sem deixar cair.
CONCLUSÃO
Procurou-se deixar claro que a prática pedagógica de forma lúdica em escolinhas de futebol necessita ser direcionada de modo que as crianças sejam tratadas como crianças, e não como miniatura de adultos, em suma, uma aprendizagem formativa que faça do seu aluno um ser pensante, autônomo, criativo e crítico. Apesar da importância que o lúdico traz de beneficio na aprendizagem do passe, ainda deparamos nas escolas e escolinhas de futebol, métodos de ensino tecnicistas, métodos esses, de um modo geral, caracterizados por uma preocupação excessiva no desenvolvimento das habilidades físicas e motoras dos alunos, buscando apenas os mais aptos. A criança deve encontrar na prática esportiva, um modelo de esporte que respeite a sua identidade, suas diferenças e seus limites, e sinta prazer naquilo que esta executando, e o professor têm de ter o discernimento de estar respeitando dentro das faixas etárias, o desenvolvimento da criança.
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Instituição:
Universidade Gama Filho - sao paulo (SP)
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