Todas as pessoas podem sofrer quedas, porém, para os idosos,
                o significado disto é muito relevante, pois pode levá-lo à incapacidade,
                detrimento e morte.
                   No Brasil 30% dos idosos sofrem quedas pelo menos uma vez por
                ano. A freqüência é maior nas mulheres. 70%
                das quedas ocorrem dento de casa.
                   Para Cunha & Guimarães (1989), a queda se dá em
                decorrência da perda total do equilíbrio postural,
                podendo estar relacionada à insuficiência súbita
                dos mecanismos neurais e osteoarticulares envolvidos na manutenção
                da postura.
                   A origem das quedas pode ser associada a fatores intrínsecos
                decorrentes de alterações fisiológicas do
                envelhecimento, doenças e efeitos de medicamentos e a
                fatores extrínsecos, como circunstâncias sociais
                e ambientais que oferecem desafios ao idoso. 
                (FABRÍCIO;
                RODRIGUES; COSTA JÚNIOR, 2004).
                
                                   Como a fraqueza muscular, falta de flexibilidade, sinergia
                  e mecanismos de programação degradados e dificuldades
                  de controle motor contribuem para as quedas, um alto nível
                  de atividade física é uma estratégia eficaz
                  para preveni-las: aumenta a força muscular, a flexibilidade
                  e o controle motor.
                  
                  Em casa, o que é possível
                  mudar?
                      Sobre os cuidados que se devem implantar em uma residência
                  com idosos, a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia
                  (SBGG, 2009) informa que uma casa segura contra quedas de idosos
                  deve ter boa iluminação nas escadas e corredores;
                  devem ser eliminados os tapetes soltos, móveis baixos
                  e obstáculos do chão; deve possuir piso antiderrapante,
                  especialmente no banheiro, e tapete antiderrapante no box;
                  ter um banquinho no box, que auxilia a ensaboar e enxaguar
                  os pés durante o banho; ter suportes de parede no box
                  e ao lado do vaso sanitário, para auxiliar o equilíbrio;
                  não usar chaves na porta do banheiro, local de acidentes
                  frequentes; ter interruptor próximo à porta e
                  em boa altura; ter boa iluminação no trajeto
                  da cama ao banheiro durante a noite; ter luzes noturnas que
                  evitam a desorientação durante a noite; manter
                  telefones próximos à cama, luzes de cabeceira
                  fixas; remover soleiras altas das portas; não encerar
                  o piso; altura da cama e cadeiras apropriadas para manter os
                  pés no chão, quando sentado; manter corrimão
                  nas escadas; colocar utensílios e mantimentos em locais
                  de fácil alcance e não subir em escadas ou banquinhos.
                     No entanto, as modificações devem ser feitas
                  com o consentimento do idoso. “Cada objeto de sua moradia
                  tem um significado afetivo e ele poderá ficar magoado
                  se as intervenções forem feitas sem sua permissão.
                  (PEREIRA, 2006, p. 1).
    É 
                  de responsabilidade dos gestores manter os espaços públicos
                  favoráveis ao fácil acesso, livres de riscos
                  e adequados às necessidades da população,
                  fenômeno imprescindível na prevenção
                  de quedas no ambiente externo.
                  
                  Quanto à prevenção da saúde,
                  qual atitude tomar?
                     As quedas nos idosos podem ser prevenidas por meio de atividade
                  física regular e orientada. Trabalhando o condicionamento
                  físico, o ganho de massa muscular, proporcionando uma
                  boa postura, domínio corporal, os idosos podem adquirir
                  autoconfiança e controle da caminhada e dos movimentos.
                  (FERREIRA, 2007).
                     O treinamento de força está cada vez mais sendo
                  indicado e praticado por indivíduos da terceira idade.
                  De acordo com FLECK & KRAEMER (1999), as investigações
                  científicas durante a década de 90, demonstraram
                  que o treinamento com pesos pode ser implantado com sucesso
                  e segurança nas populações da terceira
                  idade, onde até mesmo os “idosos frágeis” e
                  muitos doentes podem se beneficiar e melhorar sua qualidade
                de vida.
                
                   Através
                  do treinamento com pesos pode-se melhorar o equilíbrio
                  e a coordenação, permitindo
                    aos indivíduos da terceira idade desempenharem atividades,
                    tal como, andar e subir escadas, com economia de energia,
                    reduzindo o risco de quedas. E em caso de uma queda, o aumento
                    da densidade óssea
                    (que também é atribuída ao treinamento
                  com pesos), previne fraturas (EARLE, 2011).
                   Seguem
                    algumas recomendações adaptadas da prescrição
                  de treinamento de força para idosos frágeis e
                  muito frágeis segundo ACSM:
                      Grupos musculares relevantes clinicamente: extensão
                  de quadril e do joelho, os flexores do joelho e coluna, dorsiflexores
                  plantares, bíceps, tríceps, ombro, extensores
                  da coluna e muculatura abdominal. Acrescentar exercícios
                  com pesos livres para treinar o equilíbrio. Intensidade:
                  a partir de 80% de 1 RM (os exercícios de alta intensidade
                  são mais seguros que os de baixa intensidade). Frequência:
                duas a três vezes por semana.
                REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
                  AMERICAN COLLEGE OF
                  SPORTS MEDICINE. Exercise and physical activity for olders
                  adults. Stand position. Med Sci sports
                  Exerc, 30(6): 992-1008, 1998
                  
                  BALSAMO, S.; SIMÃO, R.. Treinamento de Força
                  Para: Osteoporose, Fibromialgia, Diabetes Tipo 2, Artrite Reumatóide
                  e Envelhecimento. São Paulo: Phorte, 2005.
                  
                  CUNHA U.G.; GUIMARAES R.M. Sinais e sintomas do aparelho locomotor.
                  In: Guimarães RM, CUNHA UG DE V. Sinais e sintomar em
                  geriatria. Rio de janeiro: Revinter; 1989. p. 141-54.
                  
                  EARLE, LD. The epidemiology of US adults who regularly engage
                  in resistance training, presented at the annual meeting of
                  the American College of Sports Medicine, 2001. Disponível
                  em http://www.biblioteca.udesc.br/bibvirtual.htm.
                  
                  EVCI ED, ERGIN F, BESER E. Home accidents in the elderly in
                  Turkey. Tohoku J Exp Med. 2006;209(4):291-301.
                  
                  FABRÍCIO, S. C. C.; RODRIGUES, R. A. P.; COSTA JUNIOR,
                  M. L. Causas e consequências de quedas de idosos atendidos
                  em hospital público. Rev. Saúde Pública,
                  São Paulo, v. 38, n. 1, p. 93-99, 2004.
                  
                  FLECK S. J. & KRAEMER W. J. Fundamentos do treinamento
                  de força muscular.2 ed. Porto Alegre: Ed. Artes Médicas
                  Sul., 1999.
                  
                  MONTEIRO CA. Novos e velhos males da saúde no Brasil:
                  A evolução do país e de suas doenças.
                  São Paulo: HUCITEC/USP; 1995.
                  
                  PEREIRA, V. V. Cuidados para evitar quedas no dia-a-dia dos
                  idosos. 17. abr. 2006. Disponível em: <http://www.clinicacaminho.com.br/noticias.php>.
                  
                  SPIRDUSO, W.W. Dimensões físicas do envelhecimento.
                  2a ed. São
                Paulo: Manole; 2005.
                
                
                
                Por: Joziane Teixeira Santos
                  Profissional de Educação Física
                  CREF: 022359-G/MG
                
                
              ______________________________________________
                
                www.cdof.com.br - COOPERATIVA DO FITNESS
                
                PRATIQUE ESTE SITE !