IDOSOS
                 Hidroginástica
                  para Idosos
  Consultora: Profa. Msda. Linda Denise
  Fernandes Moreira
              
   Sabe-se que a Hidroginástica hoje é uma atividade
com inúmeras subdivisões. Basta que vejamos a quantidade de tipos
de aulas praticadas nas academias: hidro-abs, hidro-jump, hidro-bike, power-hidro,
dentre outros. A população alvo desta modalidade de atividade física
já não é mais somente o público da terceira idade;
hoje podemos encontrar pessoas das mais diversas faixas etárias procurando
na Hidroginástica a solução para o aumento de força,
diminuição de gordura, melhora do condicionamento físico
geral, recuperação de lesões e muito mais. Contudo, devido às
características singulares do meio líquido, a Hidroginástica
continua sendo a queridinha da turma da terceira idade.
                 Sobre esta Hidroginástica direcionada
                aos idosos, é preciso dizer que o ponto principal será saber
                como lidar com o conjunto de doenças que geralmente acompanham
                o indivíduo na velhice. 
                
   Assim, sabendo qual o perfil do aluno e quais doenças
ele apresenta, o profissional da Educação Física saberá como
trabalhar respeitando as especificidades de cada enfermidade. Vejamos ,em termos
gerais, algumas dicas:
                
                Idoso diabético:
                Verifique o horário de aplicação da insulina, sempre afira
  os níveis glicêmicos para saber dosar a intensidade do exercício,
  tome cuidado para não ferir os pés do aluno já que a circulação
  periférica é bem prejudicada no diabético (sugira o uso
  de sapatilhas, evite colocar o aluno próximo a ralos ou outra protuberância
  no chão ou parede da piscina);
                
  Idoso obeso: 
  Procure trabalhar na parte mais funda da piscina na qual ele consiga por os
  pés no chão; isso aliviará mais o peso sobre as articulações
  e fará o exercício mais intenso para ele, já que terá que
  se movimentar contra a resistência de uma maior quantidade de água.
  Cuidado ao colocar caneleiras flutuantes, pois o obeso, pela grande quantidade
  de gordura corporal (gordura é menos densa que a água) tem muita
  facilidade de flutuar, e , com as caneleiras, poderá perder o equilíbrio,
  subir as pernas e se afogar (prefira, inicialmente, trabalhar com caneleiras
  flutuantes sempre com o apoio da barra na parede).
                
                Idoso hipertenso:
  Muito cuidado com as entradas e saídas na água. Em geral, trabalha-se
  dentro da água com uma pressão arterial (PA) menor do que o seria
  fora da água (pois o empuxo facilita o retorno venoso facilitando, assim,
  o trabalho do coração). Porém, durante a entrada e saída
  da água, a PA tende a aumentar um pouco devido à diferença
  de temperatura entre pele e água (ocorre vasoconstricção
  e contração muscular, além da diferença entre a
  pressão da água e do ar). Logo, sugira o uso de rampas ou escadas
  para que a adaptação ao diferente meio seja gradativa. Cuidado
  também com excessivas elevações de braços acima
  da cabeça, pois isso poderá contribuir para um eventual aumento
  da PA. Um sintoma típico de elevação da PA é a
  dor de cabeça, principalmente na nuca; se o seu aluno se queixar, suspenda
  a aula e afira sua PA. 
              Idoso
                  Osteoporótico:
  Primeiramente é fundamental que o Professor de Educação
  Física saiba qual o estágio da doença no seu aluno. Para
  isso, vale a pena pedir que seu aluno traga um exame de Densitometria Óssea
  laudado por seu médico, que lhe informará sobre a quantidade
  de osso que ele já perdeu. Além de verificar os valores da Densitometria, é preciso
  avaliar o risco de fratura deste sujeito , pois uma pessoa pode ter um osso
  menos denso e nem por isso ter grande chances de se fraturar, ou vice-versa.
  Basta ligar para o médico do aluno e pedir a ele uma avaliação
  do risco de fraturas daquele idoso. Em geral, para indivíduos bem acometidos
  pela osteoporose, os movimentos mais perigosos e que propiciam fraturas são
  as grandes flexões de coluna além dos movimentos de rotação
  da coluna. Assim, ao pensar em uma rotina de exercícios procure eliminar
  esses componentes da aula. Após escolher exercícios seguros,
  inclua séries de trabalho de força muscular, pois um músculo
  mais forte exercerá maior pressão no osso gerando assim um maior
  potencial para nova formação óssea.
              Idoso
                  sem doença nenhuma:
  Parece impossível mas existe sim. Caso seu aluno apresente um quadro
  físico satisfatório, você ainda assim deverá tomar
  alguns cuidados específicos, indicados sempre que se trabalha com a
  terceira idade:
  .Dar aulas com o som mais baixo e usando músicas mais melodiosas do
  que com batidas fortes;
  .Explicar os movimentos falando mais alto e lentamente, de frente para o aluno,
  e demonstrar o exercício mais vezes, pois geralmente as acuidades auditiva
  e visual já estão diminuídas e o uso da touca e o barulho
  da água atrapalham muito;
  .Ter paciência com o idoso já que seus reflexos e sua coordenação
  motora não são mais tão apurados;
  .Deixar um tempo maior da aula destinado ao aquecimento pois muitos deles sofrem
  de limitações articulares que se beneficiam com a elevação
  da temperatura.
                 Finalmente, trabalhe com alegria, seriedade,
                estude cada doença nova e cada limitação
                do seu aluno, pois dessa maneira , ganha o seu aluno, que receberá um
                serviço seguro e efetivo, e ganhamos nós profissionais,
                que teremos a oportunidade de melhorar a qualidade do nosso trabalho.
                