ASMA:
IMPORTÂNCIA DE UM PROGRAMA DE EDUCAÇÃO E DE ATIVIDADES MOTORAS 
                          Introdução
    A asma é uma doença comum que afeta o indivíduo
de qualquer idade, causando inúmeros prejuízos a criança
e alto índice de utilização dos serviços de saúde.
Calcula-se que nos E.U.A. existam 12 milhões de asmáticos, dos
quais 4 milhões têm menos de 18 anos. Estas crianças têm
suas atividades restritas pela doença por mais de cem dias por ano e o
custo anual para o tratamento da asma excede a 4,6 bilhões de dólares.
Reconhecendo o impacto da asma sobre a criança, seus familiares e sociedade,
o National Heart, Lung, and Blood Institute, em 1989, elaborou um manual para
seu diagnóstico e tratamento e instituiu o programa de educação
e controle da asma.
     O principal objetivo do tratamento é dar a criança
asmática uma boa qualidade de vida; é proporcionar à criança
condições para que possa participar de todas as atividades próprias
de sua idade, a fim de que tenha um bom desenvolvimento físico e psíquico.
Este objetivo só é conseguido através de uma terapêutica
medicamentosa adequada e de um programa de educação no qual a criança é incentivada
e habilitada a participar ativamente de seu tratamento. 
     O programa de educação deve ter início
no momento do diagnóstico e deve ser integrado ao atendimento médico.
Uma consulta, embora breve, é uma oportunidade para educar a criança.
A informação deve ser clara, objetiva e apropriada ao nível
da criança. 
     Além da informação é necessário
que a criança seja treinada repetidamente, de modo que ela possa usar
seus conhecimentos de forma apropriada e obter resultados. O programa pode ser
dado individualmente ou em pequenos grupos, devendo abordar os seguintes temas:
conceito de asma, fatores desencadeantes e controle ambiental, noções
sobre os medicamentos usados, técnicas de administração
dos aerossóis, sinais de exacerbação e um plano de ação
(o que fazer quando a asma sair de controle).
    É importante também que a escola seja envolvida
no Programa de educação e controle da asma, pois é uma das
principais causa de falta escolar. Nas aulas de educação física
o professor, muitas vezes, impede que a criança participe das atividades
com receio que ela entre em "crise".
                          O controle da asma
   O adequado controle da asma pode não ser conseguido
por motivos relacionados a criança e sua família e/ou por motivos
relacionados ao médicos e tratamento:
                          a) Causas relativas a criança
                          · Não adesão ao tratamento;
· Distúrbios de ordem emocional;
· Não reconhecimento de uma exacerbação da doença;
· Exposição a fatores desencadeantes de crise;
· Técnica incorreta de uso das medicações em aerosol;
· Preconceitos em relação aos medicamentos anti-asmáticos;
· Fumo ativo ou passivo;
  
  b) Causas relativas ao médico
                          · Má avaliação do estado
                            do paciente;
· Não prescrição de medicamentos preventivos;
· Indicação inadequada de broncodilatadores;
· Uso de doses ineficazes de corticóides inalados;
· Sub-utilização dos métodos disponíveis para
a inalação de drogas;
· Falta de consenso entre os médicos sobre o manuseio da asma.
                          
                          Asma e objetivo das atividades
                            motoras
   As atividades físicas (motoras) são importantes
para a saúde física e mental, tanto da criança e adolescente
como do adulto. São essenciais para as crianças, pois proporcionam
as experiências básicas de movimento, importantes no seu desenvolvimento.
Proporcionam oportunidades de relacionamentos pois é através das
atividades físicas que as crianças relacionam-se entre si, seja
no brincar ou no engajamento em atividades esportivas, fato que vai prevenir
o isolamento psicológico/social e melhorar a auto-imagem e auto-confiança.
   Na adolescência, onde geralmente as atividades esportivas
são mais intensas e competitivas, o asmático muitas vezes sente-se
preferido e menos capaz.
  Esse comportamento acaba por leva-lo a evitar atividades físicas/esportivas
  e assim torna-se realmente menos apto, por falta de prática e não
  por incapacidade física.
   Na idade adulta as atividades viram manter as capacidades físicas
(força, elasticidade, mobilidade), a função cárdio-pulmonar,
a mobilidade torácica e conseqüentemente uma adequada mecânica
respiratória.    A melhoria da capacidade aeróbia,
diminuição dos depósitos de gorduras e proteção
contra o estresse também são importantes ganhos.
  
  As atividades físicas para o asmático objetivam:
  1 - Aumentar a mobilidade torácica
  2 - Melhorar a mecânica respiratória
  3 - Reduzir o gasto energético da respiração
  4 - Prevenir as alterações posturais e torácicas
  5 - Melhorar a condição física geral
  6 - Favorecer o desenvolvimento normal
                             As atividades físicas devem
                            portanto ser incentivadas como fator de saúde. É importante
                            que os profissionais da área saibam orientar
                            e incentivar sua prática, respeitando a tolerância
                            do asmático quanto à intensidade e
                            duração da mesma.
  
  Recomendações e conclusões
   Um programa de atividades físicas adaptadas ao asmático
deve conter: exercícios respiratórios diafragmáticos intercaladas
nas atividades; caminhadas com respiração diafragmática;
corridas curtas e sem provocar perda do controle/rítmo respiratório;
exercícios posturais; exercícios de quadrupedismo em extensão
e alongamento, que são preventivos de alterações posturais/torácicas
e promovem mobilidade torácica.
   Um programa regular de atividades físicas pode melhorar
a mecânica respiratória e tornar mais eficaz a ventilação
pulmonar de asmáticos e assim aumentar sua tolerância ao exercício
físico.
   A reeducação da mecânica respiratória,
associada a um plano de exercícios tem ação preventiva sobre
as alterações torácicas e posturais.
   São necessárias orientações quanto
ao tipo e intensidade das atividades físicas para se evitar o broncoespasmo
induzido pelo exercício.
  
                          
                           Prof°.
                              Dr°. Luzimar Teixeira
  Universidade de São Paulo - USP
  Instituto Punin de Informação e Referência em Asma - INSPIRA