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Perda de Peso em Lutadores Nome
da Instituição: Universidade Católica de Santos Por mais de meio século, a perda rápida de peso entre lutadores tem sido uma preocupação entre educadores, profissionais da saúde, cientistas da prática esportiva e pais. Desde que o Colégio Americano de Medicina do Esporte (CAME) publicou o posicionamento “Perda de peso em lutadores” em 1976, diversos artigos foram publicados sobre o assunto. Semanalmente, a perda rápida de peso entre lutadores do ensino médio ou superior atinge aproximadamente 2kg, podendo chegar até 3kg entre 20% dos lutadores. Um terço dos lutadores de ensino médio e faculdades foram reportados por fazerem uso dessa prática por mais de 10 vezes durante a temporada de lutas. Essas práticas vêm sendo documentadas nos últimos 25 anos e, durante esse tempo, parece ter havido pouca mudança em suas ocorrências. Os lutadores normalmente justificam
suas escolhas de categoria acreditando que têm excesso de gordura
para perder. A maior parte desses lutadores faz uso dessas técnicas de redução de peso acreditando que suas chances de sucesso nas competições aumentarão. Ironicamente, a perda de peso pode prejudicar o desempenho e colocar em risco a saúde do lutador. A combinação de restrição de alimentos e privação de líquidos cria um efeito psicológico adverso no corpo, deixando o lutador pouco preparado para competir. Além disso, formas de desidratação, como transpiração e purificação (uso de laxantes ou vômito provocado), contribuem para a perda de eletrólitos, bem como de água. Os lutadores esperam repor os fluidos corporais, eletrólitos e glicogênios no breve período entre a pesagem e a competição. Entretanto, a reposição de fluidos corporais pode levar de 24 a 48 horas. A reposição de glicogênios musculares pode levar até 72 horas e a de tecido magro pode levar ainda mais. Resumindo, a perda de peso parece influenciar a reserva de energia do lutador, o nível dos fluidos e também o equilíbrio de eletrólitos. Apesar do continuo alerta por parte da comunidade médica, a redução de peso (perda rápida de peso) continua sendo bastante popular entre lutadores amadores. Essa redução tem conseqüências adversas significativas, que podem afetar o desempenho competitivo, a saúde e os níveis normais de crescimento e desenvolvimento. Para aumentar a experiência educacional e diminuir os riscos para a saúde dos participantes, o Colégio Americano de Medicina do Esporte (CAME) recomenda o preparo de técnicos e lutadores no que diz respeito a uma boa alimentação, modos de controlar o peso para restringir a perda rápida de peso e o decreto de leis que limitem essa perda. Em função dos benefícios questionáveis e do potencial risco à saúde causado pelos procedimentos usados por lutadores (principalmente adolescentes) para perder peso, o CAME faz as seguintes recomendações: 1) Educar treinadores e lutadores sobre as conseqüências adversas que o jejum e desidratação prolongados provocam na saúde e no desempenho. 2) Desencorajar o uso de roupas de borracha, salas de vapor, caixas de suor, saunas, laxantes e diuréticos para perda de peso. 3) Adotar nova legislação estadual ou nacional que agende pesagens no momento que antecede as competições. 4) Agendar pesagens diárias antes e depois dos treinos para monitorar perda de peso e desidratação. O peso perdido durante o treino deve ser reposto através da ingestão de líquidos e alimentos. 5) Avaliar a composição corpórea de cada lutador no início da temporada, utilizando métodos adequados para o grupo envolvido de pessoas. Homens de até 16 anos, com gordura corporal abaixo de 7%, ou homens com mais de 16 anos, com gordura corporal abaixo de 5%, precisam ser liberados por um médico antes de poderem competir. Lutadoras precisam de, no mínimo, 12 a 14% de gordura corporal. 6) Enfatizar a importância da ingestão diária de calorias, obtida por meio de uma dieta balanceada, rica em carboidratos (>55% das calorias), com baixo teor de gordura (<30% das calorias) e valor adequado de proteínas (15-20% das calorias, 1.0-1.5 g/kg do peso corporal), determinada com base nas normas de Ingestão Diária Recomendada (IDR) e nos níveis de atividade física. A ingestão mínima de calorias para lutadores do ensino médio ou faculdades varia entre 1700 a 2500 calorias/dia. Treinamentos rigorosos podem aumentar essa ingestão mínima em 1000 calorias por dia. Os lutadores devem ser desencorajados por seus treinadores, pais, representantes das escolas e médicos a consumir menos do que suas necessidades diárias. Combinada com exercícios, essa ingestão mínima de caloria resultará em uma perda gradativa de peso. Assim que o peso mínimo tenha sido alcançado, a ingestão calórica deve ser aumentada para atender às necessidades normais de desenvolvimento e treino do jovem lutador. O Colégio
Americano de Medicina do Esporte incentiva: Por meio desse posicionamento atual, o CAME espera promover o esporte Luta Livre, oferecendo um ambiente educacional positivo para lutadores do ensino fundamental, médio e superior. O CAME acredita que essas recomendações permitirão que os atletas concentrem-se mais no desenvolvimento de habilidades, condicionamento físico adequado, preparo psicológico e na interação social proporcionada pelo esporte. Escrito para o Colégio Americano de Medicina do Esporte por H. Samuel Case, Doutor; Craig A. Horswill, Doutor; Gregory L. Landry, Médico; Robert A. Oppliger, Doutor (Titular); e, Ann C. Shetler, Mestre e Diretora Residente. Posicionamentos Atuais são comentários oficiais do Colégio Americano de Medicina do Esporte sobre assuntos de interesse do grande público. Endereço: Rua W. Michigan, 401 • Indianápolis,
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