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COLÉGIO AMERICANO
DE MEDICINA ESPORTIVA Posicionamento Oficial Fundamentado
na análise compreensiva e disponível de pesquisas
relativas aos efeitos do álcool na performance humana,
segue a posição do Colégio Americano
de Medicina Esportiva evidenciando que: EMBASAMENTO CIENTÍFICO
PARA O POSICIONAMENTO OFICIAL 1- Atletas podem consumir álcool para melhorar a função psicológica, mas a função psicomotora é a que mais deteriorará. Um resultado consistente é o impedimento de processamento de informações. Em esportes que envolvem reações rápidas para a mudança do estímulo, a performance pode ser adversamente a mais afetada. Pesquisas têm demonstrado que uma pequena a moderada quantidade de álcool irá comprometer o tempo de reação (8,25,26,34, 36,42), a coordenação olho-mão (8,9,14,40), precisão (36,39), equilíbrio (3) e coordenação complexa ou habilidade motora ampla (4,8,22,36,41). Nesse sentido, enquanto Coopersmith (10) sugere que o álcool pode melhorar a autoconfiança, pesquisas revelam uma deterioração na performance psicomotora. 2- Muitos estudos têm sido conduzidos a respeito dos efeitos agudos da ingestão de álcool em importantes funções metabólicas e fisiológicas para a performance física. A ingestão de álcool não exerce influências benéficas como fonte de energia no exercício. O glicogênio muscular em repouso é significantemente diminuído após consumo de álcool comparado ao grupo controle (30). Entretanto em exercícios a 50% no consumo máximo de oxigênio (VO2 máx) a depleção de glicogênio total nos músculos das pernas não foi afetada pelo álcool (30). Além disso, Juhlin- Dannfelt (29) mostraram que embora a presença de álcool não cause impedimento na lipólise ou utilização de ácidos graxos livres (AGL) durante o exercício, isso poderá diminuir a liberação de glicose pelo fígado e, portanto, decrescer o potencial de contribuição do fígado na glicogenólise, causando um maior declínio dos níveis de glicose plasmática e acarretando em hipoglicemia e decréscimo na captação de glicose pelos músculos esqueléticos durante estágios mais avançados que 3 horas de corrida. Outros estudos (17,19) sustentam a teoria sobre os efeitos da hipoglicemia promovidos pelo álcool em atividades moderadas e prolongadas até a exaustão em ambientes frios. Esses estudos também apresentam uma perda significativa na temperatura corporal e uma queda na temperatura corporal, sugerindo que o álcool pode impedir a regulação térmica. Essas mudanças podem impedir a capacidade de endurance. Em
um estudo (5), o álcool mostrou aumento significativo
no consumo de oxigênio durante exercícios submáximos
e um decréscimo simultâneo na eficiência
mecânica, mas esses resultados não foram confirmados
por outros estudos (6,15,33,44). O álcool parece não
ter efeito no consumo de oxigênio máximo ou
próximo ao máximo (VO2) (5-7,44). 3- Os efeitos
do álcool em testes de condicionamento físico
são variados. Foi mostrado que a ingestão de álcool
pode decrescer a força muscular dinâmica (24),
força isométrica de preensão manual
(36), força medida em dinamômetro (37), potência
(20) e medida de potência máxima muscular (28).
Outros estudos (13,20,24,27,43) apresentaram nenhum efeito
do álcool na força muscular. A endurance muscular
localizada também não foi afetada pelo álcool
(43). Pequenas doses de álcool não causaram
efeitos em exercícios medidos em cicloergômetro,
simultâneo a tarefas de corrida de 100 metros rasos,
ou corrida de 1500 metros, mas doses maiores causaram efeitos
degenerativos para a performance (2). Outras pesquisas mostraram
que o álcool não teve efeito significativo
na capacidade de performance física (15,16), tempo
de exercícios máximos (5) ou tempo de exaustão
(7). 4- O álcool é uma das drogas de maior abuso nos Estados Unidos (11). Estimase que 10 milhões de adultos possuam problemas relacionados ao consumo de álcool e, entre 14-17 anos, mais 3,3 milhões de adolescentes devam ser incluídos nesses resultados. O álcool está associado aos mais variados tipos de acidentes com veículos motorizados, em casas, indústrias e em momentos de recreação. De modo mais significante, metade de todas as mortes fatais e um terço das lesões ocorridas no trânsito, estão relacionadas ao álcool. Embora o abuso do álcool esteja associado a condições patológicas como miopatia esquelética generalizada, cardiomiopatia, câncer de faringe e esôfago e danos cerebrais, o efeito que mais tem sido observado está relacionado aos danos hepáticos (11,31,32). 5- Em função de o álcool não ter mostrado auxílio na melhora da capacidade de performance física, e estimular o decréscimo de certas habilidades em alguns eventos, é importante para todos aqueles que organizam atividades esportivas para atletas de endurance, serem contrários ao uso do álcool em atividades atléticas. Além disso, outros fatores perigosos inerentes ao abuso de álcool sejam concomitantemente observados para que nós possamos educar nossos jovens para fazerem opções inteligentes em relação ao consumo de álcool. As regras de Anstie (I) ou seu limite, deve ser utilizado como uma orientação razoável para moderar e ter segurança no consumo de álcool em adultos (12). Essencialmente, não se deve consumir em qualquer dia mais que 0,5 onças de álcool puro por 23 kg de peso corporal. Isso seria equivalente a três garrafas de cerveja com 4,5% de teor alcoólico, ou três taças de 4 onças de vinho com 14% de álcool, ou três onças de whisky com 50% de álcool, para uma pessoa com 68 kg. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: PÁGINA DO ACSM TRADUÇÃO:
Este Posicionamento foi traduzido para a Língua Portuguesa
por João P. M. Bergamaschi, Estagiário do CELAFISCS,
e revisado por Victor K. R. Matsudo & Sandra M. M. Matsudo,
CELAFISCS. ![]() |
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