COLÉGIO
AMERICANO DE MEDICINA ESPORTIVA
Posicionamento Oficial
Exercício e Atividade Física para pessoas idosas
RESUMO
No
ano 2030, o número de indivíduos
acima de 65 anos pode alcançar 70 milhões
somente nos Estados Unidos; o segmento populacional
que mais cresce é o de pessoas com 85 anos
e mais. Como mais indivíduos vivem mais, é necessário
determinar a amplitude e os mecanismos em que o
exercício e a atividade física podem
melhorar a saúde, capacidade funcional,
qualidade de vida e independência nesta população.
O envelhecimento é um processo complexo
que envolve muitas variáveis (por exemplo,
genética, estilo de vida, doenças
crônicas) que interagem entre si e influenciam
significativamente o modo em que alcançamos
determinada idade.
A participação em atividade física regular
(exercícios aeróbicos e de força) fornecem um número
de respostas favoráveis que contribuem para o envelhecimento saudável.
Muito tem sido aprendido recentemente em relação à adaptabilidade
dos vários sistemas biológicos, assim como os meios em que o exercício
regular pode influenciá-los. A participação em um programa
de exercício regular é uma modalidade de intervenção
efetiva para reduzir/prevenir um número de declínios funcionais
associados ao envelhecimento. Adicionalmente, a treinabilidade dos indivíduos
idosos (incluindo octo- e nonagenarianos) é evidenciada pela habilidade
de se adaptarem e responderem a ambos tipos de treinamento, endurance e força.
O treinamento de endurance pode ajudar a manter e melhorar vários aspectos
da função cardiovascular (VO2máx, débito cardíaco
e diferença arterio-venosa de O2) bem como incrementar a performance submáxima.
Muito importante, as reduções nos fatores de risco associados com
os estados de doença (doença cardíaca, diabetes, etc.) melhoram
o estado de saúde e contribuem para o incremento na expectativa de vida.
O treinamento de força ajuda a compensar a redução na massa
e força muscular tipicamente associada com o envelhecimento normal. Benefícios
adicionais do exercício regular incluem melhora da saúde óssea,
portanto, redução no risco de osteoporose; melhora da estabilidade
postural, reduzindo assim o risco de quedas, lesões e fraturas associadas;
e incremento da flexibilidade e amplitude de movimento. Enquanto, somente algumas
evidências sugerem que o envolvimento em exercícios regulares pode
também fornecer muitos benefícios psicológicos relacionados
a preservação da função cognitiva, alívio
dos sintomas de depressão e comportamento, e uma melhora no conceito de
controle pessoal e auto-eficácia. É importante observar que não
necessariamente a participação em atividades físicas pode
demonstrar incrementos nos marcadores fisiológicos tradicionais de performance
e aptidão física (por exemplo, VO2máx, capacidade oxidativa
mitocondrial, composição corporal) em pessoas idosas, mas melhora
a saúde (redução nos fatores de risco de doenças)
e capacidade funcional. Portanto, os benefícios associados à atividade
física e o exercício regular contribuem para um estilo de vida
independente e mais saudável, melhorando muito a capacidade funcional
e a qualidade de vida nesta população.
INTRODUÇÃO
O envelhecimento é um processo complexo que envolve
muitas variáveis (por exemplo, genética, estilo de vida, doenças
crônicas) que interagem entre si e influenciam significativamente o modo
em que alcançamos determinada idade. A participação em atividade
física regular (exercícios aeróbicos e de força)
fornecem várias respostas favoráveis que contribuem para o envelhecimento
saudável. Muitas têm sido descobertas recentemente de acordo à adaptabilidade
dos vários sistemas biológicos, assim como os meios em que o exercício
regular pode influenciá-los. Embora não seja
possível incluir todas as influências referentes ao exercício
e atividade física sobre o envelhecimento, este posicionamento abrange
as cinco maiores áreas de importância. Estes tópicos incluem:
(I) respostas cardiovasculares ao exercício agudo e crônico; (II)
treinamento de força, massa muscular e implicações na densidade óssea;
(III) estabilidade postural, flexibilidade e prevenção de quedas;
(IV) o papel do exercício sobre a função psicológica;
e (V) o exercício para a pessoa muito idosa e frágil.
É projetado que no ano 2030, o número de indivíduos
acima de 65 anos pode alcançar 70 milhões somente nos Estados Unidos;
o segmento populacional que mais cresce é o de pessoas com 85 anos e mais.
Como mais indivíduos vivem mais, isto é certo para determinar a
amplitude e os mecanismos em que o exercício e a atividade física
podem melhorar a saúde, capacidade funcional, qualidade de vida e independência
nesta população.
FUNÇÃO CARDIOVASCULAR
Respostas cardiovasculares ao exercício em pessoas idosas saudáveis.
O consumo máximo de oxigênio (VO2máx) é um índice
da função cardiovascular máxima que decresce 5 a 15% por
década após a idade de 25 anos (89). A redução na
diferença arterio-venosa máxima de O2 e no débito cardíaco
máximo contribuem para uma redução no VO2máx associado
com a idade (66, 170, 191, 225). A frequência cardíaca máxima
decresce 6 a 10bpm por década e é responsável por muito
do decréscimo associado a idade no débito cardíaco máximo
(66, 170, 180, 225). A maioria, mas não todas, evidências também
indicam que pessoas idosas têm menor volume sistólico durante exercício
máximo (170, 225). Isto é claro, todavia, pessoas idosas contam
com o mecanismo de Frank-Starling para aumentar a superfície afim de incrementar
o volume sistólico durante o exercício máximo, como evidenciado
pelo incremento no volume diastólico final (66, 191). Em contraste, o
plasma, as células vermelhas e o volume sanguíneo total são
menores nas pessoas idosas (41). Pessoas idosas apresentam reduzido enchimento
diastólico inicial em repouso e durante exercício comparado com
o adulto jovem, talvez devido a condescendência ventricular esquerda reduzida
(120, 153). Como resultado, a pessoa idosa tem um enchimento diastólico
atrial atrasado em uma maior amplitude que o adulto jovem em repouso e durante
o exercício. O volume sistólico final no exercício máximo
também é usualmente maior na pessoa idosa, resultando em uma fração
de ejeção reduzida (66, 191, 225). Adicionalmente, a contratilidade
ventricular esquerda parece ser diminuída no indivíduo idoso durante
exercício máximo comparado ao adulto jovem (66). A pressão
sanguínea e a resistência vascular sistêmica são também
maiores durante exercício máximo no indivíduo idoso que
no adulto jovem (66). A mulher e o homem idosos geralmente exibem qualitativamente
respostas cardiovasculares similares no exercício máximo. Embora
a mulher tenha menor pressão sistólica e cardíaca, volume
diastólico final e índice de volume sistólico, e maior resistência
vascular sistêmica durante exercício máximo (66, 191).
As respostas do sistema cardiovascular em indivíduos
idosos no exercício submáximo são qualitativamente e, em
muitos casos, quantitativamente similares àqueles de adultos jovens. A
frequência cardíaca na mesma sobrecarga relativa (mesma porcentagem
do VO2máx) é menor em pessoas idosas que em jovens (66, 170, 191).
Ou seja, as respostas da frequência cardíaca no indivíduo
jovem e idoso são similares na mesma sobrecarga de trabalho absoluta (na
mesma velocidade de caminhada ou resistência em um ergômetro estacionário).
O débito cardíaco na mesma sobrecarga relativa de trabalho é menor
no indivíduo idoso (66, 170). Também na mesma sobrecarga absoluta
de trabalho o débito cardíaco é um pouco menor no idoso,
enquanto a diferença arterio-venosa de O2 tende a ser um pouco maior (170,
225). Pessoas idosas também apresentam menor volume sistólico que
jovens nas mesmas intensidades relativa e absoluta de exercício (170,
225). A pressão sanguínea é geralmente maior em ambas intensidades
relativa e absoluta de trabalho em idosos que em jovens (170, 225). Além
disso, estes incrementos na pressão sanguínea com a idade são
mais dramáticos na mulher (170). Adicionalmente, enquanto a resistência
periférica total reduz progressivamente no exercício mais intenso
em jovens e idosos, a resistência periférica total é geralmente
maior na pessoa idosa comparada a jovem na mesma sobrecarga relativa e absoluta
de trabalho, especialmente na mulher idosa (170).
Treinamento
de endurance e o sistema cardiovascular em idosos
saudáveis.
Embora registros anteriores indicassem diferente, agora está claro
que indivíduos idosos demonstram o mesmo incremento de 10 a 30% no VO2máx
com o treinamento de endurance que o adulto jovem (82, 83, 109, 202). Da mesma
forma que o adulto jovem, a magnitude de incremento no VO2máx em pessoas
idosas é também uma função da intensidade de treinamento,
o treinamento com intensidade leve demonstra pouca ou nenhuma alteração
(83, 202, 205). O incremento no VO2máx induzido pelo treinamento foi originalmente
atribuído à apenas o aumento da diferença arterio-venosa
de O2 (202). Contudo, enquanto isto possa ocorrer na mulher idosa (ver anteriormente),
agora está claro que o homem idoso apresenta adaptações
cardiovasculares centrais que contribuem para o aumento no VO2máx como
resposta ao treinamento (51, 69, 198, 204, 216, 225).
Recentes estudos transversais e longitudinais de intervenção
indicam que o homem idoso treinado é favorecido pelo mecanismo de Frank-Starling
na forma de um incremento no volume diastólico final ventricular esquerdo
para aumentar seu volume de ejeção, débito cardíaco
máximo e VO2máx com o treinamento (51, 69, 198, 204, 216, 225).
Como no adulto jovem, o plasma e o volume sanguíneo total aumentado podem
contribuir para o incremento induzido pelo treinamento no volume diastólico
máximo final, volume sistólico, débito cardíaco e
no VO2máx em homems idosos (31). Vários estudos também registram
melhoras nas características de enchimento diastólico em repouso
e durante o exercício em homens idosos com o treinamento (69, 120, 215).
Estas melhoras ocorrem devido aos efeitos do envelhecimento,
como existe um apoio maior no enchimento diastólico inicial que é oposto
ao enchimento associado com a contração atrial tardia na diástole.
Adicionalmente alguns estudos indicam que o estado inotrópico ventricular
esquerdo é melhorado no homem com o treinamento, que pode também
contribuir para seu maior volume sistólico máximo (51, 198, 225).
Além disso, também é registrado que a rigidez arterial é menor
no indivíduo idoso treinado em endurance ou mais apto (239), possivelmente
diminuindo a pós-carga e ajudando a incrementar seu volume sistólico
máximo.
Ao contrário, enquanto a mulher idosa apresenta o mesmo
incremento no VO2máx que o homem com o treinamento, este aumento parece
ser somente o resultado de uma maior diferença arterio-venosa de O2, assim
como não tem sido verificado que ela possa obter com o treinamento, incremento
na massa muscular esquerda, débito cardíaco, volume sistólico
ou no volume diastólico final durante exercício máximo (215,
216, 217). Além disso, as características de enchimento diastólico
ventricular esquerdo não melhoram com o treinamento na mulher idosa (215).
Embora, algumas evidências indiquem que o treinamento intenso e prolongado
pode solicitar as mesmas adaptações cardiovasculares centrais em
mulheres idosas que são evidentes em homens idosos (145).
Algumas evidências indicam que a manutenção
de elevados níveis de treinamento resultam em uma reduzida taxa de diminuição
do VO2máx com a idade em indivíduos idosos (105, 193, 215). Estes
estudos geralmente registram uma menor taxa de decréscimo expresso como
a porcentagem dos valores iniciais do VO2máx que pode ser um artefato
dos atletas com maior VO2máx inicialmente. Isto quer dizer que a taxa
de declínio do VO2máx para o atleta treinado em endurance aos 70
anos parece ser similar a do adulto sedentário, provavelmente como resultado
da sua inabilidade para manter o mesmo estímulo de treinamento como aquele
quando era jovem (180).
Efeito do treinamento de endurance
sobre os fatores de risco de doenças cardiovasculares
em indivíduos idosos saudáveis.
Devido as doenças cardiovasculares serem a maior causa
de morte em homens e mulheres idosas, o efeito do treinamento de endurance sobre
os fatores de risco para doenças cardiovasculares é de fundamental
importância. Estudos transversais e de intervenção em indivíduos
idosos consistentemente indicam que o treinamento de endurance é associado
com menores níveis no jejum e insulina plasmática estimulada pela
glicose, assim como uma melhora da tolerância a glicose (se inicialmente
reduzida) e sensibilidade a insulina (91, 107, 201, 203, 223, 236). Pessoas idosas
não obtêm as mesmas melhoras nos níveis de insulina e sensibilidade
a insulina após o exercício agudo como o adulto jovem (38, 194).
Embora, isto possa ser devido a sua reduzida capacidade de exercício,
resultando num menor dispêndio calórico durante o exercício
agudo, como vários dias consecutivos deste mesmo exercício melhoram
os níveis e a sensibilidade da insulina em indivíduos idosos (38,
194). As melhoras no metabolismo da insulina e da glicose são evidentes
nas pessoas idosas antes mesmo de ocorrerem alterações no peso
ou na composição corporal.
O treinamento de endurance parece reduzir a pressão
arterial da mesma maneira no idoso hipertenso como no adulto jovem hipertenso
(79, 80), embora nenhum estudo tenha verificado diretamente esta questão.
Um estudo realizado com idosos hipertensos registrou que o treinamento a 50%
do VO2máx promove diminuição na pressão arterial
igual ou maior que o treinamento a 70% (83). Em um segundo estudo com idosos
hipertensos, o treinamento a 40-50% do VO2máx reduziu a pressão
arterial, contudo em subsequente treinamento a 50-60% do VO2máx a pressão
arterial reduziu pouco (205). Portanto, parece que o treinamento de intensidade
leve a moderada é efetivo para reduzir a pressão arterial em indivíduos
idosos hipertensos.
Os poucos dados disponíveis geralmente suportam a conclusão
que indivíduos idosos melhoram o perfil das lipoproteínas lípidicas
plasmáticas com o treinamento. Entretanto, estas alterações
são secundárias as reduções induzidas pelo treinamento
nos estoques de gordura corporal (106, 200, 203, 223). As melhoras são
geralmente similares à aquelas verificadas no adulto jovem e incluem incremento
nos níveis de colesterol plasmático de HDL e HDL-2 e decréscimo
nos níveis plasmáticos de triglicerídeos e na relação
colesterol:HDL (106, 200, 203, 223).
A composição corporal também melhora
com o treinamento de endurance de modo similar no indivíduo idoso e no
adulto jovem. A alteração mais consistente é uma redução
de 1 a 4% na porcentagem de gordura corporal total com o exercício em
sujeitos idosos, mesmo se o peso corporal é mantido (82, 83, 202). Além
disso, um estudo registrou que a gordura intra-abdominal decresceu 25% no homem
idoso que perdeu apenas 2,5kg de peso corporal com o exercício (199).
Esta descoberta é especialmente importante para o homem idoso pelo fato
da gordura intra-abdominal ser o depósito de gordura corporal que mais
incrementa com o avanço da idade e estar associada com outros fatores
de risco para doenças cardiovasculares.
Impacto das doenças associadas a idade sobre as respostas cardiovasculares
ao exercício.
Várias doenças cardiovasculares são muito
mais prevalentes em pessoas idosas. Com isso, um número de outras co-morbidades
que incrementam com a idade, incluindo diabetes e obesidade, podem também
marcadamente afetar a resposta cardiovascular de um adulto ao exercício.
Agora está claro que muitas das demonstrações anteriores
das diferenças na função cardiovascular na situação
de repouso e durante o exercício entre o indivíduo idoso e o adulto
jovem foram provavelmente o resultado da maior prevalência de doenças
cardiovasculares nos sujeitos idosos (24, 181). Pessoas idosas com doenças
cardiovasculares têm reduções adicionais no VO2máx
e no débito cardíaco máximo quando comparado com seus congêneres
saudáveis. Como resultado, a pessoa idosa com doença cardiovascular
geralmente apresenta resposta maior da frequência cardíaca e da
pressão arterial na mesma intensidade absoluta de exercício que
seus congêneres saudáveis, enquanto seu volume sistólico é usualmente
menor e sua diferença arterio-venosa maior. No exercício máximo,
indivíduos com doenças cardiovasculares também têm
contratilidade ventricular esquerda deprimida, como indicado pelas suas menores
frações de ejeção.
Treinamento de endurance e o sistema cardiovascular em indivíduos idosos
com doenças cardiovasculares.
Pacientes idosos com doenças cardiovasculares parecem
obter as mesmas adaptações cardiovasculares benéficas com
o treinamento que pacientes jovens (1-4, 117, 243). Estas alterações
incluem diminuição da frequência cardíaca em repouso
e durante exercício submáximo e diminuição em outras
respostas fisiológicas durante exercício submáximo na mesma
intensidade absoluta de exercício. Como no paciente jovem com doença
cardiovascular, todas estas alterações aumentam a angina e o limiar
de depressão do segmento S-T a uma maior intensidade absoluta de exercício.
Não é conhecido se o estímulo da alta intensidade do exercício
que resulta em adaptações cardiovasculares no paciente jovem com
doença cardiovascular (50, 81) tem o mesmo efeito no paciente idoso. Contudo,
tal informação pode ter pouco impacto clínico já que
poucos pacientes podem preferir ou serem prudentes para empreenderem-se a tal
programa. Os poucos dados disponíveis indicam que o paciente idoso com
doença cardiovascular independente do sexo, responde ao treinamento com
adaptações cardiovasculares similares (3). Pacientes idosos com
doenças cardiovasculares também demonstram melhorar vários
fatores de risco para as respectivas doenças com o treinamento, incluindo
redução no peso corporal, gordura corporal e níveis de colesterol
LDL plasmático e triglicerídeos e incremento nos níveis
de colesterol HDL plasmático (4, 117, 243).
Contra-indicações aos testes de exercício e ao treinamento.
As contra-indicações ao teste de exercício
e ao treinamento para indivíduos idosos são as mesmas para adultos
jovens (6). As maiores contra-indicações absolutas que impossibilitam
o teste de exercício são recentes alterações no eletrocardiograma
ou infarto do miocárdio, angina instável, arritmia descontrolada,
bloqueio cardíaco de terceiro grau e insuficiência cardíaca
congestiva aguda (6). As maiores contra-indicações relativas para
o teste de exercício incluem pressão arterial elevada, cardiomiopatias,
doença cardíaca valvular, ectópico ventricular complexo
e doenças metabólicas descontroladas. Isto é de fundamental
importância para lembrar que a doença cardiovascular sintomática
e assintomática e as contra-indicações relativas e absolutas
que impedem o teste de exercício são muito mais prevalentes em
pessoas idosas. Assim, existe um incremento na prevalência de co-morbidades
em indivíduos idosos que afetam a função cardiovascular,
incluindo diabetes, hipertensão, obesidade e disfunção ventricular
esquerda. Portanto, a utilização do manual geral de testes do American
College of Sports Medicine sobre a necessidade para os testes de exercício
e para a supervisão médica de tais testes é indispensável
(6).
Recomendações.
Caminhada, corrida, natação e pedalar na bicicleta
são formas de exercícios aeróbicos rítmicos que utilizam
os grandes grupamentos musculares e que são parte integral do início
dos anos de vida de muitos adultos. A maximização da qualidade
e da quantidade de vida nos adultos idosos é mais completa pela inserção
destas atividades como um estilo de vida. A iniciação a um programa
de atividade física regular demonstra numerosas alterações
no sistema cardiovascular e em certos fatores de risco para doenças cardiovasculares
que ocorrem devido as deteriorações normalmente evidentes com o
envelhecimento. Enquanto o recente manual do CDC/ACSM recomenda um estilo de
vida com atividades de intensidade leve a moderada para otimizar a saúde
(174), estas mesmas intensidades podem ser necessárias para promover adaptações
no sistema cardiovascular e nos fatores de risco para doenças cardiovasculares.
A única resposta cardiovascular benéfica consistente ao exercício
de intensidade leve a moderada em indivíduos idosos é a redução
na pressão arterial em idosos hipertensos. Contudo, o início e
a manutenção de um programa de atividade física de intensidade
leve a moderada durante um longo período em pessoas idosas pode diminuir
a taxa de deterioração associada a idade em numerosas funções
fisiológicas, mesmo se elas não resultarem em incrementos absolutos
nestas medidas, o que a longo prazo, pode beneficiar tanto a quantidade quanto
a qualidade de vida.
TREINAMENTO DE FORÇA
O decréscimo da massa muscular (sarcopenia) com a idade
em humanos está bem documentada. A excreção urinária
de creatinina reflete o conteúdo de creatina muscular e a massa muscular
total que decresce aproximadamente 50% entre as idades de 20 e 90 anos (238).
A tomografia computadorizada do músculo demonstra que após os 30
anos de idade ocorre uma redução na área de secção
transversa da coxa, diminuição da densidade muscular e aumento
na gordura intramuscular. Estas alterações são mais pronunciadas
nas mulheres (96). A atrofia muscular pode ser resultado de uma redução
gradual e seletiva das fibras musculares. O número de fibras musculares
na secção média do vasto lateral de amostras autopsiadas é significativamente
menor no homem idoso (70-73 anos) comparado ao homem jovem na faixa etária
de 19 a 37 anos de idade (121). O declínio é mais pronunciado nas
fibras musculares do tipo II, que reduz de uma média de 60% no homem sedentário
jovem para menos de 30% após os 80 anos de idade (113) e está diretamente
relacionada ao decréscimo na força associado a idade.
A redução na força muscular é um
componente importante do envelhecimento normal. Os valores do Framingham Study
(100) indicam que 40% da população feminina na idade de 55 a 64
anos, 45% entre 65 e 74 anos e 65% na faixa etária de 75 a 84 anos foram
inábeis para levantar 4,5kg. Adicionalmente, de modo similar altas porcentagens
de mulheres nesta população registraram que foram incapazes para
desempenhar algumas tarefas domésticas normais. Tem sido registrado que
a força isométrica e dinâmica do quadríceps aumenta
até os 30 anos de idade e decresce após os 50 anos (116). Uma diminuição
aproximada de 30% na força entre os 50 e 70 anos de idade é geralmente
encontrada. Muito da redução na força é devido a
atrofia seletiva das fibras musculares do tipo II. Parece que o decréscimo
na força muscular é mais dramático após os 70 anos.
A força de extensão do joelho em um grupo de homens e mulheres
saudáveis de 80 anos estudados no Copenhagen City Heart Study (40) foi
30% menor que numa população previamente estudada de homens e mulheres
aos 70 anos. Então, valores transversais bem como longitudinais indicam
que a força muscular declina aproximadamente 15% por década na
6ª e 7ª década e aproximadamente 30% posteriormente (40, 84,
114, 161). Enquanto existe alguma indicação que a função
neuromuscular declina com o avanço da idade, indiscutivelmente a redução
na força resulta de um decréscimo na massa muscular associado a
idade.
Força e capacidade funcional.
O declínio da força muscular relacionado ao
envelhecimento produz conseqüências significativas sobre a capacidade
funcional. Uma correlação significante entre a força muscular
e a velocidade de caminhada preferida tem sido registrada para ambos os sexos
(12). Uma forte relação entre força de quadríceps
e velocidade habitual de caminhada em homens e mulheres frágeis institucionalizados
na idade de 86 anos suporta este conceito (63). Em mulheres idosas frágeis,
a potência da perna foi altamente correlacionada com a velocidade de caminhada,
sendo responsável por mais de 86% na variação da velocidade
de caminhada (13). A potência de perna, que representa uma medida mais
dinâmica da função muscular, pode ser um preditor útil
da capacidade funcional em indivíduos muito idosos. Isto sugere que com
o avanço da idade e baixos níveis de atividade observados em pacientes
institucionalizados, a força muscular é um componente crítico
da habilidade de caminhada.
Necessidades protéicas e envelhecimento.
A ingestão inadequada de proteína dietética
pode ser uma causa importante da sarcopenia. A resposta compensatória
a um decréscimo de longo período na ingestão de proteína é uma
redução na massa corporal magra. Utilizando a fórmula de
balanço nitrogenado (OMS-1985) atualmente aceita (242) sobre os valores
de quatro prévios estudos, o rendimento médio pesado combinado
a um requerimento protéico total estimado de 0,91 + 0,043g.kg-1.d-1. A
atual RDA nos Estados Unidos de 0,8g.kg-1.d-1 é baseada em dados coletados,
na maior parte, em sujeitos jovens. Recentes valores (29) sugerem
que a ingestão correta de proteínas para indivíduos idosos é 1,25g.kg-1.d-1.
Na base dos resultados atuais e recalculados do equilíbrio nitrogenado
de curto período, uma ingestão protéica segura recomendada
para a mulher e o homem idoso pode ser um conjunto de proteína de alto
valor biológico a 1,0-1,25g.kg-1.d-1. Um estudo descobriu que aproximadamente
50% de 946 homens e mulheres saudáveis não institucionalizados
com idade inferior a 60 anos vivendo em Boston, área de Massachusetts
consumiam menos que esta quantidade de proteína, e 25% de mulheres e homens
idosos neste mesmo questionário consumiam menos que 0,81g e menos que
0,86g.kg-1.d-1, respectivamente. Uma grande porcentagem de pessoas idosas institucionalizadas
consumindo sua proteína dietética habitual (0,678g.kg-1.d-1 de
proteína mista) tem demonstrado ter um equilíbrio nitrogenado negativo
(26).
Metabolismo energético.
O dispêndio energético diário declina
progressivamente durante a vida adulta (146). Em indivíduos sedentários,
o principal determinante de gasto energético é a massa livre de
gordura (185) que declina aproximadamente 15% entre a terceira e oitava década
de vida, contribuindo para uma menor taxa metabólica basal em pessoas
idosas (37). A excreção de creatinina 24h (como índice de
massa muscular) é rigorosamente relacionada a taxa metabólica basal
em todas as idades (238). A análise nutricional daqueles com idade superior
a 65 anos demonstram uma ingestão energética muito baixa para homens
(1400kcal/dia e 23kcal/kg/dia). Estes valores indicam que a preservação
da massa muscular e a prevenção da sarcopenia pode ajudar a prevenir
o decréscimo na taxa metabólica. Vários pesquisadores têm
demonstrado incremento no peso corporal com o avanço da idade após
os 60 anos e um incremento associado a idade no conteúdo relativo de gordura
corporal tem sido demonstrado por muitos investigadores. Dentre os fatores que
levam a um aumento da adiposidade corporal o principal é o declínio
na taxa metabólica e o nível de atividade unido com uma ingestão
energética que não iguala a redução nas necessidades
calóricas (190).
Em virtude deste papel no metabolismo energético, as
alterações músculoesqueléticas relacionadas a idade
podem contribuir para tais alterações como a redução
na massa óssea (17, 209, 214), sensibilidade a insulina (110) e capacidade
aeróbica (67). Por estas razões, estratégias para a preservação
da massa muscular com o avanço da idade, assim como para o seu incremento
e também da força muscular em idosos previamente sedentários,
pode ser uma forma importante para aumentar a independência funcional e
reduzir a prevalência de muitas doenças crônicas associadas
a idade.
Treinamento de força.
O condicionamento de força é geralmente definido
como o treinamento em que a resistência contra a qual um músculo
gera força é progressivamente aumentada durante o tempo. Tem sido
demonstrado que a força muscular incrementa em resposta ao treinamento
entre 60 e 100% de 1-RM (129). O condicionamento de força resulta em um
incremento no tamanho muscular, e este incremento no tamanho é o efeito
do aumento do conteúdo de proteína contrátil.
É evidente que quando a intensidade do exercício é baixa,
somente modestos incrementos na força são alcançados por
sujeitos idosos (8, 115). Vários estudos tem demonstrado que dado um estímulo
adequado de treinamento, pessoas idosas demonstram ganhos de força similares
ou superiores àqueles de indivíduos jovens como resultado do treinamento
de resistência. Podem ser conquistados incrementos de duas a três
vezes mais na força muscular em um período de tempo relativamente
curto (3 a 4 meses) nas fibras recrutadas durante o treinamento nesta população
(71, 72).
O treinamento de força intenso tem profundos efeitos
anabólicos em pessoas idosas. O treinamento de força progressivo
melhora o equilíbrio nitrogenado, que melhora muito a retenção
de nitrogênio em qualquer ingestão de proteína, e para aqueles
com ingestão marginal de proteína, isto pode significar a diferença
entre a redução continuada ou a retenção dos estoques
de proteína corporal (primariamente muscular). Uma alteração
na ingestão alimentar total, ou talvez, em nutrientes selecionados, em
sujeitos iniciando um programa de treinamento de força pode afetar a hipertrofia
muscular (150).
O treinamento de força pode ser um importante coadjuvante
para as intervenções de redução de peso no idoso.
Incremento significante na taxa metabólica basal com o treinamento de
força tem sido associado a um significante incremento na ingestão
energética necessária para manter o peso corporal em pessoas idosas
(29). O aumento do dispêndio energético inclui incremento na taxa
metabólica de repouso e o custo energético do exercício
de resistência. Por este motivo, o treinamento de força é um
meio efetivo para aumentar os requerimentos energéticos, diminuir a massa
de gordura corporal e manter a massa de tecido metabolicamente ativa em indivíduos
idosos saudáveis. Com este efeito sobre o metabolismo energético,
o treinamento de resistência também melhora a ação
da insulina em pessoas idosas (152).
O exercício aeróbico desempenhado regularmente
tem efeito positivo sobre a saúde óssea em mulheres saudáveis
pós-menopausa (77, 163). Os efeitos de um programa de treinamento de força
intenso sobre a densidade óssea em indivíduos idosos pode compensar
o declínio típico relacionado com a idade na saúde óssea
pela manutenção ou incremento na densidade mineral óssea
ou no conteúdo mineral corporal total (164). Contudo, associado a este
efeito no osso, o treinamento de força também aumenta a massa e
a força muscular, equilíbrio dinâmico e os níveis
totais de atividade física. Todos estes benefícios podem resultar
na diminuição do risco de fraturas ósseas. Ao contrário,
as terapias farmacológicas e nutricionais tradicionais para o tratamento
da osteoporose têm a capacidade de manter ou reduzir a diminuição óssea,
mas não a habilidade para melhorar o equilíbrio, força e
massa muscular ou atividade física.
Recomendações.
Em síntese, é evidente que a capacidade para
se adaptar ao incremento nos níveis de atividade física é preservada
em populações idosas. O exercício desempenhado regularmente
produz um número notável de alterações positivas
na mulher e no homem idoso. Devido a sarcopenia e a fragilidade muscular ser
quase uma característica universal do avanço da idade, estratégias
para preservar ou aumentar a massa muscular em indivíduos idosos deve
ser implementada. Com o incremento da força muscular, níveis aumentados
de atividade espontânea têm sido observados em ambos, mulheres e
homens frágeis e muitos idosos saudáveis e independentes. O treinamento
de força, por estes efeitos positivos sobre a ação da insulina,
densidade óssea, metabolismo energético e estado funcional, é também
uma forma importante para aumentar os níveis de atividade física
no idoso.
ESTABILIDADE POSTURAL E
FLEXIBILIDADE: O PAPEL DO EXERCÍCIO
Estabilidade Postural
O interesse no papel do exercício como uma modalidade
terapêutica para melhorar a estabilidade postural e a flexibilidade em
pessoas idosas está aumentando. A estabilidade postural é um termo
precariamente definido, método que implica em pouco ou nenhum risco para
a diminuição do equilíbrio individual enquanto se levanta
ou cai durante uma atividade dinâmica. Nenhuma medida simples de estabilidade
dinâmica é apropriada para todos os movimentos. A estabilidade postural é afetada
por alterações no sistema sensorial e motor, assim como nos sistemas
de maior nível, incluindo gânglio basal, cerebelo, sistema perceptivo
que interpreta e transforma a informação sensorial recebida. Os
sistemas somatosensorial, visual e vestibular demonstram alterações
com o envelhecimento e, podem posteriormente, fornecer feedback reduzido ou inapropriado
para os centros de controle postural. Similarmente, os músculos efetores
podem perder a capacidade para responder apropriadamente aos distúrbios
na estabilidade postural. O pressuposto de que o exercício pode melhorar
a estabilidade postural é baseado no entendimento de que a resposta de
todo o sistema pode ser incrementada contrariamente ao decréscimo no componente
individual.
Evidências de que a estabilidade postural declina com
a idade têm sido apresentadas por muitos autores nos últimos 60
anos (54, 86, 90, 184, 208, 247). O pressuposto fundamental à aspirar
melhora na estabilidade postural é de que isto pode levar diretamente
a uma redução nas quedas em pessoas idosas. Se bem que, estudos
anteriores enfatizando esta associação (171, 172), e vários
autores têm agora demonstrado que o risco de queda é multifatorial
e que a estabilidade postural é somente um componente do perfil do risco
total (230, 231). Enquanto este posicionamento parte somente do exercício, é importante
que qualquer programa de redução de queda considere todos os fatores
de grande risco, incluindo o uso de medicamentos (particularmente sedativos),
estado cognitivo, hipotensão postural, condições do ambiente,
visão e disfunção das extremidades inferiores. No entanto,
a pobre estabilidade postural tem sido associada com quedas frequentes (128)
e, então, a melhora da estabilidade postural é claramente um objetivo
merecedor na prevenção de quedas.
A medida mais definitiva de estabilidade postural é a
frequência de quedas. Entretanto, esta não é usualmente prática
em um estudo experimental e, apesar de muitas outras medidas indiretas serem
recomendadas (175), não existe um consentimento geral a respeito da melhor
maneira. Tipicamente, a medida direta de deslocamento de alguns pontos no tronco
(usando como medida um sistema cinemático) ou a medida derivada do centro
de pressão do movimento tem sido utilizada. A caminhada é algumas
vezes considerada uma tarefa de estabilidade dinâmica tanto para a avaliação
como para o treinamento (126).
É importante notar que muitos investigadores têm
utilizado amplos programas de intervenção (que tipicamente inclui
treinamento de coordenação e equilíbrio, exercício
aeróbico e treinamento de força), e nem sempre é possível
discernir qual o componente do programa de exercícios que promoveu as
alterações observadas na estabilidade postural. O treinamento específico
para manter a estabilidade postural no aspecto de agitação tem
também sido alcançado com muito sucesso no isolamento de outros
componentes (94). Infelizmente, a falta de padronização na metodologia
faz com que as meta-análises nas tendências das dose-respostas
ao exercício e a melhora na estabilidade postural, sejam impossíveis.
Estudos utilizando quedas como medida.
Enquanto muitos estudos têm examinado os efeitos do
exercício sobre a estabilidade postural, somente poucos investigadores
continuam examinando o subsequente efeito sobre a frequência de quedas
na vida diária. A participação em programas de exercício
de intensidade leve tem demonstrado reduzir significativamente o número
de quedas comparado aos grupos controle que não realizam exercícios,
com o grupo de exercícios não experimentando nenhuma lesão
por queda que necessite de atenção médica (130, 229, 244).
Em uma meta-análise de sete projetos FICSIT (182),
que examinaram o papel do exercício em idosos frágeis, foi atribuído
a um grupo de exercícios decréscimo no risco de quedas, indicando
um efeito benéfico total do tratamento com exercícios. Os diferentes
tratamentos foram, entretanto, extremamente variados em sua natureza, e alguns
incluíam educação e outros componentes sem exercício.
Estudos
sobre estabilidade postural.
Melhora nos testes relacionados ao equilíbrio,
na vida de uma comunidade idosa após participação em um
programa de caminhada, dança, exercícios de resistência,
Tai Chi Chuan, flexibilidade e exercícios de alongamento tem sido registrada
(98, 102, 244). Os sujeitos que realizaram somente exercícios de flexibilidade
não apresentaram melhoras similares. O treinamento sobre tarefas especificamente
visadas no sistema sensorial envolvidas na manutenção da estabilidade
postural também resultaram em melhoras da estabilidade em populações
idosas (93). Além disso, os sujeitos treinados sentiram menor frequência
perante condições de deprivação sensorial e suportaram
mais sobre uma perna que o grupo controle. Seguindo um programa de caminhada,
flexibilidade e exercícios de força, melhoras na força,
tempo de reação e inclinação do corpo sobre superfícies
instáveis e rígidas têm sido demonstrado (124). Nenhuma melhora
foi verificada em um grupo controle não-randomizado e não concorrente
que não realizava exercício. Outros investigadores têm demonstrado
que várias medidas de estabilidade postural são melhoradas com
um programa de exercícios de longo período (125, 127). Dentro do
grupo de exercício, os sujeitos que aderiram ao programa demonstraram
melhoras significativas comparadas àqueles que não aderiram. Melhorias
em várias medidas de estabilidade postural após treinamento intensivo
(três vezes por semana durante três meses) que repetidamente desafiaram
diferentes aspectos do controle do equilíbrio tem sido demonstradas em
populações idosas (245). Estes benefícios foram mantidos
por seis meses utilizando um programa de Tai Chi Chuan. Enquanto nenhum estudo
registrou efeito negativo do treinamento sobre a estabilidade postural, existem
descobertas de nenhuma melhora ou efeitos inconsistentes sobre a estabilidade
postural (39, 122).
Recomendações.
Ainda existem muitas questões que devem ser respondidas
referentes a eficácia de diferentes formas de exercício como estratégias
de prevenção de quedas em diversos grupos de indivíduos
idosos (34, 228). Devido a natureza multifacetária de vários programas
de intervenção, ainda não é possível identificar
os mecanismos específicos em que a estabilidade postural tem melhorado.
Contudo, parece que existe uma evidência suficiente que suporta a recomendação
de um programa amplo de exercícios que inclua treinamento de equilíbrio,
exercício resistido, caminhada e transferência de peso, podem ser
inclusos como parte de uma intervenção multifacetária para
reduzir os riscos de queda. Enquanto a frequência e a intensidade ótima
do programa permanecem incertas, existem vários estudos que têm
demonstrado efeitos positivos significantes na estabilidade postural com uma
variedade de intervenções.
Flexibilidade
A flexibilidade é um termo geral que inclui a amplitude
de movimento de uma articulação simples e múltipla e a habilidade
para desempenhar as tarefas específicas. A amplitude de movimento de uma
dada articulação depende primariamente da estrutura e função
do osso, músculo e tecido conectivo e de outros fatores tais como dor
e a habilidade para gerar força muscular suficiente. O envelhecimento
afeta a estrutura destes tecidos assim como a função, em termos
da amplitude específica do movimento nas articulações e
a flexibilidade na performance das tarefas motoras grossas é reduzida.
O princípio para as intervenções com exercício para
melhorar a flexibilidade é que as propriedades do tecido conectivo ou
muscular podem ser melhoradas, a dor articular pode ser reduzida e/ou os padrões
de recrutamento muscular podem ser alterados. Alterações no músculo
e no osso com o envelhecimento (como verificado na seção Treinamento
de Força) indicam que o treinamento de força tem um efeito protetor
sobre o conteúdo mineral ósseo total e promove um incremento na
força e na massa muscular. A limitação do tecido mole que
pode afetar a flexibilidade inclui alterações no colágeno,
que é o componente primário do tecido conectivo fibroso que forma
os ligamentos e os tendões. O envelhecimento causa um incremento na cristalinidade
das fibras colágenas e aumenta o diâmetro da fibra, deste modo reduzindo
a capacidade de extensão.
É evidente que a flexibilidade declina com a idade,
com a amplitude máxima de movimento ocorrendo da metade ao final dos vinte
para homens e mulheres, respectivamente (15, 75, 99). Dois estudos examinando
o complexo articular do tornozelo e o movimento da sexta cervical em pessoas
idosas, demonstrou que a amplitude de movimento declinou significativamente com
a idade em ambos os sexos (111, 166). Entretanto, nenhuma diferença relacionada
a idade na amplitude de movimento do tornozelo tem sido registrada, embora disparidades
sexuais foram observadas (206). Um estudo desenvolvido para estabelecer valores
normativos populacionais indicou menores amplitudes de movimento ativo do quadril
e joelho que foram associadas com o incremento da idade em uma grande amostra
transversal de sujeitos de ambos os sexos (189).
Efeito do exercício sobre a flexibilidade em pessoas idosas.
Ao contrário das intervenções descritas
anteriormente para a melhora da estabilidade postural, as intervenções
desenvolvidas para melhorar a flexibilidade têm sempre utilizado um grande
número de sujeitos, aleatoriedade e controle. Mas de modo similar às
intervenções de estabilidade postural, também as de flexibilidade
não fornecem evidências claras sobre os efeitos dose-resposta ao
exercício.
Um programa de treinamento de flexibilidade é definido
como um programa de exercícios regular, planejado, considerado e propositado
para incrementar progressivamente a amplitude utilizável de movimento
de uma ou várias articulações. O efeito de um programa de
flexibilidade pode ser quantificado por alterações na amplitude
de movimento articular e os valores de mobilidade. Estudos têm demonstrado
efeitos positivos significantes quanto não significantes do exercício
sobre a amplitude de movimento articular em pessoas idosas, dependendo da duração
do programa, tamanho da amostra, taxa de fricção e técnica
de medida. Poucos estudos têm utilizado diretamente exercício para
movimento de amplitude final (possivelmente devido ser difícil o sujeito
manter interesse e aderência a tal programa). Muitos estudos têm
utilizado propostas indiretas, tais como caminhada, dança, exercícios
aeróbicos ou exercícios gerais, sempre associando com
exercícios de alongamento que foram hipotetizados terem um efeito sobre
a flexibilidade.
Vários registros anteriores de intervenção
foram apresentados em uma publicação prévia do ACSM (212).
A maioria destes e estudos mais recentes têm demonstrado melhorias significativas
na amplitude de movimento de várias articulações (pescoço,
ombro, cotovelo, punho, quadril, joelho e tornozelo) em indivíduos idosos
que participaram de um programa de exercícios regular (95, 118, 119, 157,
160). Melhora significante foi também observada na habilidade de mobilidade
(incluindo 26 habilidades de andar, propriocepção e habilidades
de equilíbrio) como resultado do exercício. Alguns autores têm
especulado que as melhoras notadas foram clinicamente relevantes quando comparadas
com as amplitudes de movimento necessárias para a realização
das atividades diárias, tais como caminhada em nível e inclinada,
subir degraus e levantar de uma cadeira. Outros investigadores não encontraram
associação entre exercício e flexibilidade, registrando
que a atividade física analisada por um questionário não
foi relacionada a amplitude de movimento do ombro, cotovelo, quadril e joelho
em mulheres e homens idosos (240). Adicionalmente, um programa de exercícios
de movimentos terapêuticos lento não resultou em melhora significativa
na flexibilidade rotacional do tronco de pessoas idosas (78).
Recomendações.
Surpreendentemente existe pouca pesquisa recente na área
de intervenção sobre o incremento da flexibilidade em pessoas idosas
apesar de se conhecer o decréscimo na amplitude de movimento das articulações.
Muitos dos estudos conduziram sua intervenção em pequenos grupos
de idosos saudáveis durante período de tempo que variou de 6 semanas
a 2 anos. A preponderância de evidência é que a flexibilidade
pode ser aumentada pelo exercício em pessoas idosas saudáveis.
Também é provável que o exercício de flexibilidade
possa ser um componente útil de um programa de exercícios para
aqueles indivíduos com mobilidade total reduzida. Contudo, a literatura
não fornece evidência no presente momento para o desenvolvimento
de programas de exercícios sistemáticos e de custo efetivo para
melhora da flexibilidade, Nós, portanto, recomendamos que exercícios
tais como caminhada, dança aeróbica e alongamento, que têm
demonstrado incrementar a amplitude de movimento de uma articulação,
devem ser incluídos em um programa geral de exercícios para pessoas
idosas. Parece que, mesmo com diferentes formas de abordagem, programas de curta
duração, podem ter um efeito benéfico sobre a flexibilidade.
A exata relação dose-resposta permanece para ser determinada, como
um compreendimento dos benefícios nas atividades da vida diária
que originam-se do incremento da flexibilidade.
FUNÇÃO PSICOLÓGICA
Existe uma quantidade considerável de estudos sugerindo
que a atividade física é associada com a função psicológica
(25, 68, 138, 143, 179). Neste posicionamento, preferimos limitar a examinação
desta literatura à aqueles aspectos da função psicológica
que são mais suscetíveis ao declínio com o envelhecimento
e que têm gerado um corpo substancial de pesquisas em que se faz um consenso.
Estas áreas são a função cognitiva, depressão
e percepções de controle ou auto-eficácia. Brevemente, é realçada
devido ao declínio bem documentado da função do sistema
nervoso central com o envelhecimento, alterações que têm
sido quase universalmente aceitas como irreversíveis e inevitáveis
(11). A depressão é uma das mais frequentes desordens de saúde
mental registradas com o avanço da idade, embora as taxas de prevalência
sejam influenciadas pelo critério empregado para estimar os sintomas depressivos
(168). A alta taxa de suicídio no idoso depressivo (108) e o custo espiral
da saúde pública causado pela depressão (5) faz uma condição
importante demais para desconsiderar. Finalmente, com o avanço da idade
e este concomitante declínio na função física, sensorial
e cognitiva, resulta numa aceleração na redução do
controle percebido (10, 154, 246). O controle pessoal pode ser melhor conceitualizado
em termos de auto-eficácia (9, 10) e tem sido fortemente estabelecido
para declinar com a idade (10, 154, 192). Estas três áreas da função
psicológica são subsequentemente revisadas de acordo: (a) como
a atividade física pode influenciar estas condições; (b)
quais são os efeitos agudos e crônicos e; (c) recomendações
para estudos subsequentes.
Atividade física e função cognitiva.
Existem várias revisões compreensivas que documentam
a atividade física e sua relação com a função
cognitiva (11, 34, 48, 219, 234, 235). O intuito primário desta pesquisa
tem sido documentar o efeito da aptidão aeróbica sobre vários índices
da função cognitiva (como por exemplo, memória, atenção,
tempo de reação e inteligência fluída e cristalizada).
O fundamento lógico é de que as reduções relacionadas
a idade na função cardiovascular resultam numa hipóxia tecidual
e que o exercício aeróbico pode reduzir ou retardar o declínio
cognitivo. Os estudos transversais iniciais comparando indivíduos idosos
ativos e inativos registraram performance consistentemente superior para os ativos
nos tempos de reação simples e preferido (14, 187, 218, 220, 224),
assim como no raciocínio, recordação de curto período,
memória de busca e inteligência fluída (35, 42, 47, 207).
A natureza transversal destes estudos e as estimativas inconsistentes e sempre
inexistentes da aptidão física, seja como for, tornam difícil
a interpretação das descobertas. Examinações
mais definitivas da relação exercício-cognição
são fornecidas por aqueles estudos de treinamento que existem. Entretanto,
estas descobertas são de equivocadas a muito boas. Uma revisão
de 12 estudos longitudinais (49) em que o incremento da aptidão física
variou de 8% (73) a 47% (188) sugeriu que estas intervenções resultaram
numa melhora modesta ou confusa na função neuropsicológica
com uma exceção notável (48). Este último estudo
com duração de 4 meses e com uma amostra pequena, demonstrou alterações
impressionantes nos tempos de reação, flexibilidade mental e fusão
de oscilação crítica, bem como melhoras significativas na
aptidão aeróbica. Vários outros estudos forneceram uma medida
de suporte para estas observações (87, 88, 97, 188), embora todos
possam ser criticados quanto ao seus métodos, tamanho da amostra ou medidas
da aptidão física. Pode ser notado, contudo, que as melhoras na
aptidão física e na função cognitiva não foram
relacionadas (48). A maioria destes estudos são deficientes para verificar
uma associação entre os efeitos do treinamento aeróbico
com as melhoras da função neuropsicológica (19, 20, 73,
131, 132, 173, 178).
Existem muitas limitações na literatura referentes
ao exercício e cognição que, se sobressaem, elas podem ser
mais brandas sobre uma relação complexa e equívoca. Primeiro,
as intervenções de exercício têm consistido de uma
ampla variação de duração e intensidade, e tem sido
sugerido que a duração da intervenção de exercício
e o grau de melhora da aptidão física podem ser decisivos para
qualquer melhora neuropsicológica induzida pelo exercício (21,
33, 34). Segundo, a variação da idade dos participantes ter sido
notavelmente ampla (por exemplo, 30 a 83 anos) uma importante consideração
já que vários investigadores têm sugerido que a relação
exercício-cognição pode ser bem dependente da idade (33,
36). Portanto, é impressionante que tais estudos empreguem participantes
de uma idade onde os declínios na função cognitiva são
para serem esperados. Terceiro, se a habilidade do sistema cardiovascular para
utilizar e transportar oxigênio é envolvida na função
do sistema nervoso central, então valores consistentes e claros da aptidão
aeróbica são necessários. A utilização de
projetos randomizados e controlados é uma necessidade se nós quisermos
identificar verdadeiramente os efeitos do exercício sobre a performance
cognitiva. Finalmente, abordagens posteriores para o estudo desta relação
devem levar em consideração a natureza das características
das tarefas e demandas. Isto significa que é necessária uma comparação
dos efeitos do exercício sobre aqueles processos cognitivos que são
conhecidos para diminuirem com a idade juntamente com aqueles processos que são
relativamente insensíveis ao processo de envelhecimento.
Atividade física e depressão.
Os efeitos da sintomatologia negativa incluem a maior parte
da literatura sobre exercício e saúde mental (138). Os sintomas
depressivos são registrados em aproximadamente 15% da população
idosa (108) e, em grandes estudos populacionais, a depressão tem relação,
e as taxas de prevalência incrementam continuamente (241). Consequentemente
o estudo dos efeitos da atividade física sobre os sintomas depressivos
constituem uma importante questão para a saúde pública.
O exercício é amplamente prescrito por médicos para a depressão
média. Existem várias revisões atuais (46, 134, 167, 168),
com uma substancial documentação compreensiva das descobertas nesta área
relativa a pessoa idosa (168). Embora algumas revisões demonstrem que
a atividade física reduz a depressão (167), ainda assim outras
revelam que tais conclusões são prematuras devido a padronização
das medidas e problemas metodológicos inerentes a esta literatura (46).
Por exemplo, a maioria dos estudos são transversais, as medidas de atividade
física e aptidão física são inconsistentes e limitadas,
e a predição da depressão é confusa dado o emprego
de medidas que são questionavelmente adequadas ao indivíduo idoso
(248). Talvez o valor mais convincente que demonstre a associação
entre atividade física e depressão seja o do Alameda County Study
(28). Em um estudo prospectivo durando aproximadamente duas décadas e
tendo três momentos de medida, os sintomas depressivos da primeira medida
foram associados com a inatividade física, mesmo quando foram controlados
outros fatores conhecidos que variam com a idade. Incremento subsequente na atividade
dos sujeitos indicados no início não demonstrou nenhum maior risco
para depressão futura que aqueles que permaneceram ativos. De maneira
oposta, decréscimo na atividade dos níveis iniciais foram preditores
de maior probabilidade de depressão no futuro.
Um estudo mais recente (155) com valores empregados do Iowa
65+ Rural Health Study, um estudo longitudinal de coorte de 10 anos de 3,673
homens e mulheres de 65 anos e mais. As descobertas deste estudo sugerem uma
relação inversa entre caminhada diária e o registro de sintomas
depressivos. Como o Alameda County Study, os valores do Iowa 65+ sugerem que
o exercício é uma modalidade apropriada para a modificação
da depressão. Os sujeitos com mais sintomas depressivos no início
têm maiores odds ratios para melhoras se eles foram ativos neste período.
Os autores posteriormente interpretaram suas descobertas sugerindo que a maior
melhora na sintomatologia depressiva resulta da mudança de um estilo de
vida sedentário para um estilo de vida de mínima atividade física.
Estes estudos, então, sugerem que a atividade física desempenha
um papel na melhoria dos sintomas depressivos. Contudo, como outras pesquisas
com questionário (60, 222) e estudos transversais (33) registrando relações
inversas similares entre os sintomas depressivos e atividade física, medidas
de ambos os estudos são problemáticas, e sofrem de um grande número
de limitações metodológicas. As evidências experimentais
para suportar a relação exercício-depressão não
estão forçando ou iluminando como se deveria esperar (168). Em
geral, os efeitos do exercício são de pequenos a moderados (16,
52, 177), as amostras são pequenas, e quando não, comparações
apropriadas dos grupos (por exemplo, grupos placebo e aplicação
de controle) não são empregados, e a estimativa cuidadosa da aderência/aceitação
e os efeitos potenciais de tal aderência/aceitação não
são considerados. Além disso, a maioria destes estudos são
conduzidos com indivíduos não depressivos, suportando a sugestão
que a atividade física pode reduzir a depressão naquelas pessoas
idosas que não são clinicamente depressivas (167). Existem poucos
estudos desenvolvidos com pessoas idosas depressivas. Foi verificado em um que
fez intervenção de exercício e contato social efeitos marcados
sobre vários aspectos da depressão, com o grupo de exercício
registrando grandes reduções (148). Existem poucas evidências
para sugerir que as sessões agudas de atividade física têm
efeitos de reduzir a depressão em pessoas idosas. Embora, uma meta-análise
da literatura sobre exercício e depressão sugere que os efeitos
anti-depressivos do exercício podem começar com a primeira sessão
(167). Mas esta revisão foi enfocada em sujeitos de 55 anos e mais jovens,
impedindo qualquer posicionamento definitivo relativo ao indivíduo idoso.
A informação relativa aos mecanismos (neurológicos,
biomecânicos, sociais, fisiológicos) que sustentam a relação
atividade física-depressão na pessoa idosa é deficiente.
Esforços às pesquisas futuras são necessários para
determinar esta questão, assim como a dosagem ótima de exercício
para as reduções na depressão. Além disso, esforços
mais recentes têm analisado em pessoas idosas com relativamente baixos
níveis de depressão preferivelmente que examinando os efeitos do
exercício sobre aqueles com desordens depressivas (168).
Atividade física e percepções de controle.
Um senso de operação ou controle pessoal é vital à saúde
física e psicológica (192) e, como a idade individual, o acompanhamento
da deterioração na função e a restrição
na performance das atividades da vida diária (133) servem para reduzir
seu senso de controle. Na literatura sobre atividade física e envelhecimento,
este senso de controle tem sido tipicamente conceitualizado como confiança
da auto-eficácia (9, 10, 137). A confiança da eficácia é um
componente fundamental da teoria social cognitiva de Bandura (9, 10) e tem sido
amplamente demonstrado para influenciar e ser influenciada pela atividade física
em pessoas idosas. Estas relações influenciam tanto populações
saudáveis (136, 137, 195) como clínicas (57-59, 227).
Relativo a populações não clínicas,
a auto-eficácia tem sido consistentemente identificada como um determinante
de comportamento de exercício em pessoas idosas (136, 137, 139, 142, 195).
No único estudo randomizado feito para verificar a influência à aderência
ao exercício via um tratamento de melhora da eficácia, foi registrado
um incremento de 12% da participação na atividade em adultos de
meia-idade (141). Quase duas vezes mais indivíduos do grupo experimental
se exercitaram nos níveis desejados (dois ou mais dias por semana) do
que no grupo controle. Adicionalmente, a participação
em atividade aguda e crônica influencia a confiança sobre o controle
completo do ambiente físico e é relacionada a função
bioquímica e fisiológica (140, 144, 226).
É interessante observar que em indivíduos idosos
existe uma diferença sexual significativa no controle da confiança
relativo às capacidades físicas (92, 140). Os homens são
tipicamente mais eficazes que as mulheres, mas estas diferenças são
completamente erradicadas seguindo exposição ao exercício
(140, 142). As expectativas da eficácia podem com segurança intervir
a relação frequentemente citada entre o suporte social e o comportamento
de exercício (43-45). Finalmente, as expectativas de eficácia relativas
a capacidade de exercício influenciam as respostas afetivas para as sessões
agudas de atividade física em adultos de meia-idade (135, 144, 151).
Em populações doentes (por exemplo, doença
arterial coronariana e pulmonar obstrutiva crônica), a relação
exercício-eficácia é quase sempre forte.
As expectativas de eficácia atuam num papel importante
na adoção e performance da aderência ao comportamento de
exercício em pacientes pós-infarto do miocárdio (57-59,
227). Similarmente, a influência do exercício sobre a auto-eficácia
para a atividade física de reabilitação tem uma correlação
importante com o estado fisiológico (por exemplo, função
pulmonar, tolerância ao exercício, capacidade difusa) em pacientes
com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) (104, 237). De modo
muito importante, esta variável psicosocial foi recentemente identificada
em pacientes com DPOC como um preditor significativo univariado de sobrevivência
(103). As expectativas de eficácia relativas ao exercício têm
também fornecido correlações importantes de outros aspectos
da função física no indivíduo idoso. Após
controlar a função física, a auto-eficácia do exercício é um
preditor significativo da performance de subir escadas e a habilidade de levantar
e carregar (186). De uma perspectiva de saúde e indiretamente relacionada
a atividade física, a eficácia tem sido consistentemente identificada
como um determinante da redução de quedas e declínio funcional
em amostras da comunidade idosa (149, 232, 233).
As percepções do controle pessoal podem declinar
dramaticamente com a idade e influenciam importantes aspectos da função
(192). Entretanto, o controle pessoal pode ser um determinante e a consequência
da participação em atividade física. Como o controle pessoal
interage com influências fisiológicas, sociais e bioquímicas,
a relação entre atividade física e envelhecimento deve ser
determinada.
Recomendações.
Está bem estabelecido que a atividade física
e a função psicológica na pessoa idosa estão relacionados.
Para ignorar este importante elemento da influência da atividade física
na saúde da pessoa idosa é oposta ao modelo bio-psico-social de
saúde e função humana (53). Entretanto, isto permanece uma
necessidade para experimentos randomizados e controlados com muita atenção
ao valor da medida de atividade física e função psicológica,
os mecanismos básicos que influenciam esta relação, o período
de tempo da alteração psicológica, a questão dose-resposta
e a diversidade de populações estudadas. Tais necessidades apresentam
um futuro desafio importante para os cientistas comportamentais, sociais e do
exercício, assim como os gerontologistas.
EXERCÍCIO PARA O IDOSO FRÁGIL E O MUITO IDOSO
Os benefícios e contra-indicações do exercício no
idoso frágil e muito idoso.
No passado, o exercício era geralmente considerado
inapropriado para os indivíduos idosos frágeis e muito idosos devido
a baixa expectativa de benefícios assim como a preocupação
exagerada de lesões relacionadas ao exercício. Tem sido verificado
nas décadas passadas um acúmulo de dados que disseminam os mitos
de futilidade e fornecem a reafirmação da segurança do exercício
em indivíduos muito idosos (61). Os benefícios variam amplamente
e incluem adaptações fisiológicas, metabólicas, psicológicas
e funcionais à atividade física que podem substancialmente contribuir
para a qualidade de vida desta população. O intuito do exercício
para o adulto jovem (74), tais como prevenção de doença
cardiovascular, câncer e diabetes, e incremento na expectativa de vida
(112), são substituídos no indivíduo muito idoso com um
novo set de objetivos, que incluem a minimização das alterações
biológicas do envelhecimento (62), reversão da síndrome
do desuso (22), o controle das doenças crônicas (56, 164, 169),
maximização da saúde psicológica (210, 211), incremento
da mobilidade e função (64, 171) e assistência à reabilitação
das enfermidades agudas e crônicas para muitas das síndromes geriátricas
comuns a esta população vulnerável. Uma meta da prescrição
de exercício oferece um benefício que não pode ser alcançado
com qualquer outra modalidade terapêutica. Isto é importante para
entender as diversas pato-fisiologias da fragilidade em sequência ao uso
apropriadamente do exercício nesta condição.
Uma combinação do envelhecimento biológico,
presença de doenças crônicas, má nutrição
e sedentarismo extremo são os contribuidores primários para uma
direção final comum que resulta na síndrome da fragilidade
física. A fragilidade não é específica da pessoa
idosa mas a sua prevalência é incrementada com o envelhecimento,
particularmente após a idade de 80 anos (76). Muitas das alterações
fisiológicas relacionadas a idade descritas em estudos transversais e
longitudinais, incluindo decréscimo da capacidade aeróbica (162,
221), força muscular (63, 64), massa muscular (63) e densidade mineral óssea
(213) são modificáveis pelo exercício, mesmo nos indivíduos
muito idosos (55, 62). Existem também evidências que as doenças
crônicas e síndromes responsáveis pela morbidade significante
com a idade, tais como artrite, diabetes, doença arterial coronariana,
insuficiência cardíaca congestiva, doença pulmonar obstrutiva
crônica, depressão, desordens da caminhada, equilíbrio, quedas
e insônia respondem favoravelmente ao exercício (23, 174). O exercício
tem sido associado com alta ingestão dietética em pessoas idosas
institucionalizadas (64) e não institucionalizadas (27), reduzindo então
o risco de má nutrição como um contribuidor para a fragilidade
(158). E finalmente, atrofia muscular e óssea, descondicionamento cardiovascular,
hipotensão postural, rigidez articular e controle neural diminuído
dos reflexos de equilíbrio relacionados a inatividade (22) podem ser os
maiores responsáveis de todos os parâmetros estudados para a iniciação
de um programa de exercício apropriado na pessoa muito idosa sedentária.
As contra-indicações ao exercício nesta
população não são diferentes daquelas aplicadas ao
adulto jovem saudável (6). Em geral, a fragilidade ou a extrema idade
não é uma contra-indicação ao exercício, embora
as modalidades específicas podem ser alteradas para acomodar as disabilidades
individuais (162). Enfermidade aguda, particularmente moléstias febris,
dores no peito instáveis, diabetes não controlada, hipertensão,
asma, insuficiência cardíaca congestiva, dor músculo-esquelética,
baixo peso e episódios de queda justificam investigação
antes de um novo regime ser iniciado. Algumas vezes, o impedimento temporário
de certos tipos de exercício é necessário durante o tratamento
de hérnias, cataratas, sangramento retiniano ou lesões articulares,
por exemplo. Um número muito pequeno de condições não
tratáveis ou sérias, incluindo aneurisma aórtico não
cirúrgico, arritmia ventricular maligna relacionada ao esforço,
estenose aórtica severa, estágio final de insuficiência cardíaca
ou outras enfermidades rapidamente terminais e agitação comportamental
severa em resposta à participação ao exercício nas
moléstias psicológicas e dementias, são as exclusões
mais permanentes ao exercício vigoroso. Pode ser notado, que a simples
presença de doença cardiovascular, diabetes, acidente vascular
cerebral, osteoporose, depressão, dementia, doença pulmonar crônica,
insuficiência renal crônica, doença vascular periférica
ou artrite (que podem todas estar presentes em um mesmo indivíduo) não
são por si só contra-indicações ao exercício.
De fato, em muitas destas condições o exercício pode oferecer
benefícios não alcançados através somente da medicação.
A literatura sobre exercício no idoso frágil entre a idade de 80
e 100 anos em casas de enfermagem não inclui registros de incidentes cardiovasculares
sérios, morte súbita, infarto do miocárdio, exacerbação
de controle metabólico ou hipertensão (18, 30, 63- 65, 70, 101,
123, 147, 156, 159, 162, 176, 197, 221). Eventos relacionados ao exercício
que têm sido descritos incluem exacerbação de uma hérnia
pré-existente (63) e artrite latente ou outras anormalidades articulares
que necessitam de modificação do exercício prescrito (64).
O medo do excesso de lesões de queda e fraturas subsequentes a remobilização
não têm sido analisados em estudos clínicos, embora estudos
de grande escala estão sempre em progresso. O sedentarismo parece ser
uma condição muito mais perigosa que a atividade física
no indivíduo muito idoso.
Treinamento do idoso frágil
e muito idoso.
Muitos estudos de grande escala sobre exercício no
idoso frágil ainda não foram publicados, mas os resultados dos
experimentos clínicos randomizados indicam que o ganho na força
em resposta ao treinamento de resistência de alta intensidade é mais
dependente da intensidade do estímulo que das características,
idade ou estado de saúde do indivíduo. Como nos indivíduos
jovens, aqueles com fragilidade muscular mas com grandes reservas de tecido magro
têm melhores respostas, que é devido primariamente à adaptações
neurais ao treinamento nos primeiros três meses. Idade, sexo, condições
crônicas específicas, depressão, demência, estado nutricional
e deterioração funcional não têm demonstrado que influenciam
a adaptação ao treinamento. Os dados sobre a capacidade aeróbica
são muito menos claros, já que há poucos dados disponíveis
sobre as alterações fisiológicas após intervenções
cardiovasculares na pessoa muito idosa ou frágil (221).
Os princípios de especificidade que se aplicam ao adulto
jovem são de igual relevância no idoso frágil. Incremento
na força e massa muscular são observados seguindo treinamento de
resistência progressiva de alta intensidade (80% de uma repetição
máxima) (64), enquanto protocolos de menor intensidade (peso corporal,
banda ou tubo elástico, resistência contra um terapeuta ou pesos
leves) resultam em pouco, se algum, ganho significativo na força (159).
A debilidade e a atrofia muscular são provavelmente os parâmetros
mais relevantes funcionalmente e reversíveis relacionados ao exercício
nesta população. Portanto, os esforços para reverter estes
déficits e minimizar as conseqüências clínicas (declínio
funcional, imobilidade, equilíbrio ruim, quedas e baixos requerimentos
e ingestão energética) podem focalizar sobre estratégias
experimentadas cientificamente preferivelmente que programas de movimento não
específicos para a idade. Melhoras na caminhada, velocidade, equilíbrio,
habilidade para se levantar de uma cadeira, potência de subir escadas,
capacidade aeróbica, testes baseados em performance da independência
funcional, auto-reporte de desabilidade, disposição de sintomas
depressivos e ingestão energética (63-65, 165, 183, 196) são
associados com ganhos na força após treinamento de força
no idoso frágil. Em sujeitos idosos saudáveis, o treinamento de
força mantêm ou incrementa a densidade óssea, taxa metabólica
de repouso, sensibilidade a insulina, tempo de trânsito gastro-intestinal
e decréscimo nas dores e desabilidade da artrite, reduz a adiposidade
corporal e central, e melhora a qualidade de sono, mas isto permanece para ser
verificado se estas adaptações também ocorrem no idoso muito
frágil.
Intervenções de exercício aeróbico
de alta intensidade não têm sido descritos em populações
idosas frágeis. Atividades aeróbicas de baixa intensidade, tais
como caminhada, estar em pé e ciclismo estacionário a 60% da frequência
cardíaca máxima predita, têm sido associadas com melhoras
modestas na eficiência cardiovascular (162, 221) e tarefas de mobilidade,
como por exemplo, caminhada e levantar-se de uma cadeira (197). Isto pode ser
notado, contudo, que o custo energético das atividades para o idoso frágil
com equipamentos de ajuda (tais como andadores e cadeiras de roda), deformidades
articulares e desordens de caminhada, podem ser significativamente maiores que
equações padronizadas deveriam predizer e, com isso, até estudos
utilizando calorimetria indireta para monitores de esforço assim como
a alteração de documentos são registrados nesta população,
a magnitude exata dos benefícios fisiológicos do treinamento aeróbico
permanecem incertos. Isto é provavelmente, embora que, como em adultos
jovens, atividades aeróbicas de baixa intensidade podem fornecer benefícios
em termos de qualidade de vida, conseqüências psicológicas
e alívio de dores e desabilidade sem alteração substantivamente
no condicionamento cardiovascular.
Recomendações.
Muitas síndromes geriátricas comuns que contribuem
para a fragilidade são responsáveis para incrementar os níveis
de atividade física apropriada. Os maiores déficits fisiológicos
que são relevantes e reversíveis incluem debilidade muscular, menor
massa muscular e densidade mineral óssea, descondicionamento cardiovascular,
equilíbrio ruim e caminhada. As maiores evidências para os benefícios
existem com programas que incluem treinamento de força, e o treinamento
de alta intensidade é mais benéfico e seguro do que o treinamento
de baixa intensidade. Por isto, todos os programas de exercício para o
idoso frágil devem incluir treinamento de resistência progressiva
dos grandes grupamentos musculares das extremidades inferiores e superiores e
do tronco. Protocolos de no mínimo duas, mas preferivelmente, três
vezes por semana são recomendados, com duas ou três séries
(uma pode ser suficiente; entretanto, estudos são escassos nesta população)
de cada exercício desempenhado em cada dia de treinamento. Se possível,
algumas posturas em pé com pesos livres podem ser utilizadas para incrementar
simultaneamente o equilíbrio e a coordenação muscular. Grupos
musculares relevantes clinicamente incluem os extensores de quadril e de joelho,
os flexores e os dorsiflexores plantares, bíceps, tríceps, ombro,
extensores das costas e os músculos abdominais.
O treinamento do equilíbrio pode também ser
incorporado, como parte do treinamento de força ou como uma modalidade
separada. O treinamento e supervisão (especialmente para os muito frágeis) é obrigatório
para a segurança e progressão ocorrerem. As séries ótimas
de exercícios para melhoras no equilíbrio não podem ser
defendidas com dados científicos até agora mas, em geral, posturas
progressivamente mais difíceis que gradualmente reduzem a base de apoio
(em pé sobre uma perna), necessitam de movimentos dinâmicos que
ativem o centro de gravidade (caminhada em fila, ao redor de um círculo),
estresse grupos musculares posturalmente importantes, tais como os dorsiflexores
(em pé sobre os calcanhares), e reduz outros impulsos sensoriais (visão)
conforme as teorias aceitas do controle do equilíbrio e adaptação.
A prescrição mais difícil para o idoso
frágil é o treinamento aeróbico. Desordens de caminhada
graves, artrite, demência, doença cardiovascular, problemas ortopédicos
e pediátricos, debilidade visual e incontinência são somente
algumas das condições que fazem a recomendação usual
de caminhada para a aptidão aeróbica ser difícil, ou mesmo
impossível, no idoso frágil. Antes de alguém caminhar, é necessária
a habilidade de se levantar de uma cadeira (necessitando de potência muscular)
e manter uma postura ereta enquanto se movimenta através de um espaço
(necessitando de equilíbrio). Por isto, o condicionamento aeróbico
pode seguir o treinamento de força e equilíbrio, que é,
infelizmente, o inverso do que é feito atualmente. A tolerância à atividade
de levantamento de peso, tais como caminhada, pode ser significativamente melhorada
pela primeira otimização da força muscular, estabilidade
articular e equilíbrio. Neste ponto, o exercício aeróbico
de intensidade moderada pode iniciar, primeiro por alcançar uma meta de
frequência (no mínimo três vezes por semana), com duração
(no mínimo 20 minutos), e finalmente, intensidade apropriada (40 a 60%
da frequência cardíaca de reserva ou 11 a 13 na escala de Borg).
A intensidade da caminhada deve ser incrementada pela adição de
subidas, steps e escadas, puxando uma cadeira de rodas pesada ou ocupada, ou
adicionando movimentos dos braços e de dança, preferivelmente a
incrementos na velocidade ou mudar para o jogging. As maiores intensidades são
improváveis para serem executadas nesta população. Os instrumentos
de assistência aumentam a segurança assim como o custo energético
de uma atividade, deste modo existem poucos benefícios na tentativa de
fazer exercício sem eles. Embora a caminhada seja um tipo preferido de
atividade por sua natureza funcional direta, em alguns indivíduos somente
a ergometria de braço e perna, máquinas de step sentado e exercícios
aquáticos podem ser possíveis devido uma variedade de disabilidades,
e estas são alternativas adequadas se disponíveis.
Muitos dos idosos frágeis vivem em ambientes e entre
profissionais que cuidam de idosos para quem o exercício é uma
constante não familiar e talvez um conceito horrível. Existe uma
grande necessidade para alterar o limite físico, opções
de programas recreacionais e treinamento de técnicos para que estas recomendações
sejam instituídas em casas privadas, complexos de apartamentos senior,
comunidades de cuidado a vida e casas de enfermagem. Pela eliminação
das barreiras desnecessárias para a ótima mobilidade e a aptidão
física entre os muito idosos, os benefícios substanciais da saúde
podem ser realizados via prevenção de novas disabilidades assim
como a reabilitação das condições crônicas.
CONCLUSÕES
Várias conclusões podem ser feitas através
das evidências disponíveis. A participação em um programa
de exercício regular é uma modalidade de intervenção
efetiva para reduzir/prevenir um número de declínios funcionais
associados ao envelhecimento. Adicionalmente, a treinabilidade dos indivíduos
idosos (incluindo octo- e nonagenarianos) é evidenciada pela habilidade
de se adaptarem e responderem a ambos os tipos de treinamento, endurance e força.
O treinamento de endurance pode ajudar a manter e melhorar vários aspectos
da função cardiovascular (VO2máx, débito cardíaco
e diferença arterio-venosa de O2) bem como incrementar a performance submáxima.
Muito importante, as reduções nos fatores de risco associados com
os estados de doença (doença cardíaca, diabetes, etc.) melhoram
a condição de saúde e contribuem para o incremento na expectativa
de vida. O treinamento de força ajuda a compensar a redução
na massa e força muscular tipicamente associada ao envelhecimento normal.
Simultaneamente, estas adaptações ao treinamento melhoram muito
a capacidade funcional das pessoas idosas, desse modo melhorando a qualidade
de vida nessa população. Benefícios adicionais do exercício
regular incluem melhora da saúde óssea, e então, decréscimo
no risco de osteoporose; melhora da estabilidade postural, reduzindo assim o
risco de quedas, lesões e fraturas associadas; e incremento da flexibilidade
e amplitude de movimento. Enquanto, algumas evidências também sugerem
que o envolvimento em exercícios regulares pode também fornecer
vários benefícios psicológicos relacionados a preservação
da função cognitiva, alívio dos sintomas de depressão
e comportamento, e uma melhora no conceito de controle pessoal e auto-eficácia.
Existe uma óbvia necessidade para mais pesquisas conduzidas e corretamente
controladas dedicando várias questões importantes relacionadas
a interação do exercício e atividade física no envelhecimento
saudável. Isto inclui estudos que variam desde investigações
clínicas àqueles examinando os mecanismos celulares e moleculares.
Simultaneamente, os benefícios associados ao exercício
regular e a atividade física contribuem para um estilo de vida independente
e saudável, melhorando muito a capacidade funcional e a qualidade de vida
para o segmento de nossa população que cresce rapidamente.
Este pronunciamento foi escrito para o American College of
Sports Medicine por: Robert S. Mazzeo, Ph.D. (FACSM), Peter Cavanagh, Ph.D.,
(FACSM), William J. Evans, Ph.D. (FACSM), Maria A. Fiatarone, Ph.D., James Hagberg,
Ph.D. (FACSM), Edward McAuley, Ph.D. and Jill Startzell, Ph.D. Este pronunciamento
foi revisado para o American College of Sports Medicine pelos seus maiores membros,
o Comitê de Pronunciamento, e por John Lawler, Ph.D. e Christian Leeuwenburg,
Ph.D. Desejamos agradecer às seguintes pessoas pela sua presteza neste
posicionamento: Doug Seals, Roger Enoka, Marjorie Woollacott e os membros do
ACSMs SHI sobre Envelhecimento nas Ciências do Exercício e
Medicina do Esporte.
TRADUÇÃO: Este
Posicionamento foi traduzido para a Língua
Portuguesa por Vagner Raso, Membro Colaborador
do CELAFISCS, e revisado por Victor K. R. Matsudo & Sandra
M. M. Matsudo, CELAFISCS.
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